Redação para web é tema de debate
no Centro do Rio
A Associação Brasileira das Agências Digitais do Rio de Janeiro (ABRADi-RJ) promove na próxima quarta-feira, 4 de julho, às 19h30, no Auditório do Infnet, no Centro, mais uma edição do F5, encontro que tem o objetivo de estimular e incentivar novas tecnologias e inovação, voltado para associados e profissionais das agências digitais da região.
O evento receberá Bruno Rodrigues, pioneiro em webwriting no Brasil e responsável pela criação e desenvolvimento da Cartilha de Redação Web. Rodrigues, professor e autor de livros e diversos artigos sobre conteúdo online, falará sobre o desafio de criar um padrão de redação online para os brasileiros e contará como foi o processo de criação da cartilha.
As vagas são limitadas e o acesso está sujeito à lotação do espaço. Para fazer a inscrição, o link é http://www.abradirj.com.br/f5/index.html. O Infnet fica na Rua São José, 90, Centro. Informações pelo telefone 21 7800-1631 ou pelo e-mail f5@abradirj.com.br.
Elisa Fernandes
ASSESSORIA DE IMPRENSA
55 21 3357 3611
55 21 7590 1290
elisa@muitamidia.com.br
muitamidia.com.br
sexta-feira, 29 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
ESPAÇO TELEZOON
Crítica Cinematográfica
OBJETIVO
O curso pretende ser uma ferramenta valiosa para que profissionais de diversas áreas (com ênfase para estudantes de jornalismo) iniciem um processo consistente de formação e aprimoramento como críticos cinematográficos. Seu foco estará voltado para o relacionamento entre a análise fílmica e a prática da resenha crítica, comparando modelos de escrita, aprofundando a capacidade de apreciação e avaliação de obras da cinematografia, além de apresentar ao aluno aspetos práticos da profissão de crítico de cinema, tais como jargão, métodos de trabalhos, linhas editoriais e orientação de comportamento.
com Mário Abbade
03, 10,17 e 24 JUL
19h30 às 21h30
PROGRAMA
Crítica cinematográfica jornalística; fundamentos de apreciação e análise do filme; teoria dos elementos cinematográficos; breve histórico dos estilos cinematográficos; estilos de crítica cinematográfica jornalística; análise de filmes; demandas e políticas das editorias de cultura; crítica de cinema e novas mídias (Internet); estrutura textual da resenha crítica; ambiente e quotidiano do profissional de crítica cultural; questões práticas e éticas relacionadas ao trabalho do crítico.
CURRÍCULO (MÁRIO ABBADE)
Jornalista e Publicitário formado pela PUC-Rio com uma extensa bagagem no meio artístico, cultural e toda gama de veículos midiáticos, como repórter, crítico, curador de mostras, professor e produtor de eventos desde 1990, podendo ser citados, sua passagem pelas revistas Movies USA e Pipoca Moderna, TV Bandeirantes, Site Omelete, Jornal do Brasil e Tribuna da Imprensa. Foi diretor, roteirista e editor de vários filmes publicitários e documentários institucionais pela produtoraSketch Vídeo Makers. Jurado pela FIPRESCI (Federação Internacional da Crítica Cinematográfica) em diversos festivais de cinema. Atualmente é editor do site Almanaque Virtual (parceiro do portal UOL), membro da equipe de críticos de cinema do Jornal o Globo, colaborador do Jornal Correio Braziliense e Presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ), além de continuar exercendo as funções de jurado, curador de mostras e ministrar o curso de extensão sobre a crítica cinematográfica.
Valor: R$350,00
Desconto de 10% para pagamentos efetuados até uma semana antes do início do curso ou em 2X.
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Crítica Cinematográfica
OBJETIVO
O curso pretende ser uma ferramenta valiosa para que profissionais de diversas áreas (com ênfase para estudantes de jornalismo) iniciem um processo consistente de formação e aprimoramento como críticos cinematográficos. Seu foco estará voltado para o relacionamento entre a análise fílmica e a prática da resenha crítica, comparando modelos de escrita, aprofundando a capacidade de apreciação e avaliação de obras da cinematografia, além de apresentar ao aluno aspetos práticos da profissão de crítico de cinema, tais como jargão, métodos de trabalhos, linhas editoriais e orientação de comportamento.
com Mário Abbade
03, 10,17 e 24 JUL
19h30 às 21h30
PROGRAMA
Crítica cinematográfica jornalística; fundamentos de apreciação e análise do filme; teoria dos elementos cinematográficos; breve histórico dos estilos cinematográficos; estilos de crítica cinematográfica jornalística; análise de filmes; demandas e políticas das editorias de cultura; crítica de cinema e novas mídias (Internet); estrutura textual da resenha crítica; ambiente e quotidiano do profissional de crítica cultural; questões práticas e éticas relacionadas ao trabalho do crítico.
CURRÍCULO (MÁRIO ABBADE)
Jornalista e Publicitário formado pela PUC-Rio com uma extensa bagagem no meio artístico, cultural e toda gama de veículos midiáticos, como repórter, crítico, curador de mostras, professor e produtor de eventos desde 1990, podendo ser citados, sua passagem pelas revistas Movies USA e Pipoca Moderna, TV Bandeirantes, Site Omelete, Jornal do Brasil e Tribuna da Imprensa. Foi diretor, roteirista e editor de vários filmes publicitários e documentários institucionais pela produtoraSketch Vídeo Makers. Jurado pela FIPRESCI (Federação Internacional da Crítica Cinematográfica) em diversos festivais de cinema. Atualmente é editor do site Almanaque Virtual (parceiro do portal UOL), membro da equipe de críticos de cinema do Jornal o Globo, colaborador do Jornal Correio Braziliense e Presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ), além de continuar exercendo as funções de jurado, curador de mostras e ministrar o curso de extensão sobre a crítica cinematográfica.
Valor: R$350,00
Desconto de 10% para pagamentos efetuados até uma semana antes do início do curso ou em 2X.
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terça-feira, 26 de junho de 2012
OFF FLIP 2012
de 04 a 08 de julho
http://www.offflip.paraty.com/
Dentre as atrações e novidades da OFF Flip 2012: a parceria com a Escrita Fina Edições; as Contações de Histórias da OFF Mirim, dedicada aos pequenos e jovens leitores; a Mesa de Literatura Afro-Brasileira – embrião da OFF Negra; o Clube dos Autores; o documentário Bruta Aventura em Versos, de Letícia Simões, sobre a obra de Ana Cristina César; ; o Prêmio OFF Flip de Literatura; o Café Literário com diversos autores;a Mesa de discussão dos rumos da Cultura em Paraty com o conceito revolucionário de Defeso Cultural;o livro Conversas sobre Poesia com Carlos Drummond de Andrade;o novo livro do escritor português José Luis Peixoto; a Mesa Paraty Pós RIO+20; as Oficinas de Papel Reciclado com a Ecoiza;o lançamento do livro Culturas de Fibra, da Associação Nhandeva, sobre os Povos da Mata Atlântica; o Circuito de Pratos Literários da Gastronomia Sustentável de Paraty;o lançamento do livro Delícias de Paraty – Sabores e Saberes; o já tradicional e sempre informal sarau Picareta Cultural celebrando 5 anos de audácia poética;o poeta Mano Melo; Oficinas e Exposições de Ilustrações; a Conversa de Botequim; o Prêmio Sesc;a palestra de Stephan Doitschinoff; o livro Sabor do Brasil, de Alice Granato;; a exposição dos artistas plásticos Lucio Cruz, Julio Paraty e do cenógrafo Marcos Irine; a Noite de Dança e Performances com coordenação da coreógrafa e bailarina Vanda Mota; o projeto Cantoria com Luiz Perequê e convidados; o Arraiá Culturá, ao som dos Cirandeiros; o grupo de Poesia Abeporá das Letras, do Amapá;o Movimento Poeme-se; a Conversa de Botequim; o Sarau Carioca Arte em Andamento; o Maracatu Palmeira Imperial; o Selo OFF Flip;o Jongo do Quilombo do Campinho; e muito mais.
A OFF Flip é um evento de resistência, com caráter alternativo, complementar e independente à Festa Literária oficial - Flip.
A programação OFF contempla eventos próprios e apoia outros que acontecem na cidade, estabelecendo parcerias, complementando, sob diversos aspectos, a Festa oficial e já se tornou referência do melhor da programação paralela à FLIP.
A OFF FLIP tem o mérito de ter instituído o primeiro Prêmio Literário de Paraty, o Prêmio OFF FLIP de Literatura, que vem crescendo a cada edição, assim como o primeiro Selo Editorial da cidade, o Selo OFF FLIP.
A OFF se consolidou, ao longo de sua existência, como o espaço democrático de férteis discussões, caracterizando-se por conseguir inclusive reunir, em debates, representantes da cultura na esfera dos Poderes Municipal, Estadual e Federal a legítimos atores da cultura popular, tais como lideranças das comunidades tradicionais da região de Paraty - quilombolas, indígenas e caiçaras.
A OFF é realizada através de convênio assinado entre a Prefeitura Municipal de Paraty e o Instituto Silo Cultural.
A OFF encarna o convite à reflexão, a pensar novos rumos para a Cultura em si.
Sobretudo, a OFF cultiva a ideia de preservar e valorizar a cultura, as artes e a literatura produzidas em Paraty e de simultaneamente abrir um caminho de encontro e interação com culturas e agentes de cultura de outros lugares, fundamentando-se em agregar manifestações culturais variadas, criando e difundindo, cada vez mais, um circuito de produção alternativa de cultura do Brasil.
Por isso, é com grande alegria que o núcleo organizador da OFF Flip vê a Flip nesta décima edição abraçar em sua programação a produção cultural local - tudo o que a OFF, ao longo desses anos, vem cultivando e lutando para manter vivo e preservado, inclusive no intuito de ser mostrado ao próprio público da Festa Literária.
Este reconhecimento veio a impulsionar a OFF, que amadurecida, já ‘costura’ agora, novos desdobramentos das atividades que envolvem os atores legítimos da cultura local, para os próximos anos.
Ao colocar em seu show de abertura, o grupo de Ciranda de Tarituba, a organização da Flip finalmente concretiza um desejo antigo da organização da OFF Flip: a integração do grande evento, do qual a cidade é palco, com a cultura produzida pelo povo da região, que sempre foi o foco da OFF e até pode-se dizer, sua razão de existir.
Pois foi justamente o caráter excludente da Flip em seu início, que gerou na população local a vontade de se posicionar, em atitude de resistência, frente ao grande evento. Foi assim que a OFF nasceu; foi assim que a OFF tornou-se ‘a voz do povo’ de Paraty. E de lá pra cá, vem ampliando e consolidando seu espectro de atuação.
Portanto, é nesse clima de harmonia, com gostinho saudável de vitória e integração, renovando-se e cumprindo sua missão de divulgar a produção cultural de Paraty e de articular, complementarmente à Flip, o intercâmbio entre autores, poetas e representantes do mercado editorial, que a OFF Flip 2012, com fôlego renovado, ‘bota seu bloco na rua’ mais uma vez, reeditando seu espírito de resistência cultural e de celebração à literatura e à arte e cultura em geral e apresenta aqui um resumo de sua programação 2012:
A OFF FLIP este ano terá cerca de 80 eventos e 120 escritores participando de mesas de debate, sessões de leitura, saraus e lançamentos. Entre os presentes, Diego Gerlach, Jeanette Roszas, o português José Luiz Peixoto, Mirna Brasil Portella, Leandro Leite Leocádio, Lucia Bettencourt, o alagoano Carlito Lima - organizador da Flimar, Augusto Pessoa, Hellenice Ferreira, o poeta paratiense Flavio de Araújo, entre outros.
Vários movimentos poéticos marcam presença no evento, como a Picareta Cultural, que completa agora a simpática marca de cinco edições voltadas à poesia e à irreverência. Organizado por Caio Carmacho e Valterlei Borges o Sarau reúne autores novos e consagrados, além de músicos e artistas de todas as partes.
Também estarão presentes Coletivos de Poesia reunidos em Saraus como os grupos cariocas Arte em Andamento, o Poeme-se e o Abeporá das Palavras, do Amapá, este debatendo também a produção literária na Amazônia, com a poetisa Carla Nobre, organizadora da Feira do Livro do Amapá, na Conversa de Botequim.
Na programação desta edição, como em todos os anos, escritores e público participam de encontros de leitura, debates, recitais, saraus, lançamentos e sessões de autógrafos. O Café Literário reunirá vários autores em duas edições de debates sobre temas como o Livro na Era Digital e o processo de organização das festas e feiras literárias por todo o Brasil.
Na noite de sábado acontecerá a entrega do VII Prêmio OFF FLIP de Literatura e do Prêmio Sesc, com Sarau reunindo os vencedores, onde participam autores do Brasil e de outros países e o lançamento da coletânea do Selo OFF Flip com os textos vencedores do Prêmio OFF Flip no ano passado, com sessão de autógrafos e coquetel, na Casa Sesc.
Destaque para a Mesa Ideias de Cultura, na qual serão sugeridas e discutidas novas diretrizes para a política cultural de Paraty e onde será embasado pelo compositor, poeta, articulador social e pensador paratiense Luís Perequê, seu conceito revolucionário de Defeso Cultural.
Vale conferir os lançamentos e debates sobre Histórias em Quadrinhos, com Carlo Carrenho e Carlos Henrique Schroeder, entre outros, assim como o lançamento do livro Caligrafias de Natalia Barros e seu show de poesia cantada, no Clube dos Autores.
Igualmente imperdível é a pré-estreia informal do documentário Bruta Aventura em Versos, de Letícia Simões, sobre a instigante obra de Ana Cristina César, ícone da poesia marginal carioca dos anos 70; e a Sessão Paratiana – O Brasil antes de Paraty, com exibição do filme de Nelson Pereira dos Santos: Como era gostoso o meu Francês - ícone do Movimento do Cinema Novo Brasileiro, rodado em Paraty.
A OFF Flip acontece também nas ruas da cidade. No Centro Histórico, o Palhaço Chulé será o arauto da OFF, orientando ludicamente os visitantes para os locais da programação do evento.
Destaque para o lançamento do livro O Navio Negreiro, caprichada edição do antológico poema libertário de Castro Alves, da Escrita Fina Edições, com texto de apresentação de Nei Lopes e ilustrações de André Côrtes e para a Sessão Coletiva de Autógrafos dos livros sobre Jongo e Maracatu que, juntamente com a Mesa de Literatura Afro-Brasileira, formam o embrião da futura OFF Negra. A Mesa reunirá lideranças quilombolas, escritores, pesquisadores e ilustradores em torno do tema da fusão cultural entre África e Brasil - as contribuições, questões e sincretismos decorrentes dessa miscigenação e a literatura produzida a partir disso.
Já as numerosas e divertidas Contações de Histórias ao longo da programação são as saltitantes sementes plantadas agora para a OFF Mirim, dedicada principalmente ao público infantil e adolescente e que se estenderá a instituições psiquiátricas e de apoio social, como asilos, instituições de apoio ao menor carente, o Centro de Referência de Assistência Social e o CAPs de Paraty.
Destaque também para o lançamento dos livros sobre Gastronomia: Sabor do Brasil, de Alice Granato e Delícias de Paraty – Sabores e Saberes, de Gigi Peçanha; e para o Circuito de Pratos Literários da Gastronomia Sustentável de Paraty, movimento que cada vez mais se fortalece, homenageando autores e encantando paladares.
E ainda, o lançamento do livro Culturas de Fibra, trabalho de pesquisa da Associação Nhandeva, patrocinado pelo IPHAN e pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, que constitui registro de suma importância no resgate da memória cultural, histórica e econômica das atividades desenvolvidas pelas populações tradicionais da região de Paraty.
Atenção também para a Mesa Paraty Pós RIO+20, que fará uma análise da situação da cidade, do país e do planeta sob o enfoque ambientalista, à luz da discussão das decisões tomadas na conferência do Rio de Janeiro.
No Instituto Silo Cultural acontecerão exposições diversas, apresentações de teatro, dança e performances com coordenação da coreógrafa, bailarina e diretora da instituição, Vanda Mota. Assim como rica programação musical sob a batuta do conceituado poeta, cantor, compositor, pensador e articulador social, líder da Rede Caiçara de Cultura, também diretor da instituição, Luís Perequê. Lá acontecerá também o Arraiá Culturá, animado por Grupos de Ciranda locais.
Os livros dos escritores participantes desta edição 2012 serão vendidos na OFF Livros, na sede do Instituto Silo Cultural (em frente à Casa da Cultura, no Centro Histórico, das 10h às 22h), onde haverá também informações sobre a OFF Flip e a programação cultural da cidade.
O ‘Caldeirão Cultural’ da OFF Flip envolve tudo isso: saraus de poesia, performances, lançamentos de livros, manifestações artístico-culturais das comunidades tradicionais da região, debates, sessões de autógrafos, apresentações musicais, espetáculos de dança e teatro, sessões de filmes e audiovisuais, gastronomia sustentável, ecologia, exposições, oficinas e, além de tudo, principalmente, o espírito de confraternização em torno deste rico Universo.
OFF Flip - é vir, se integrar, participar e celebrar!
Sejam todos bem-vindos! Saudações literárias!
A programação na íntegra pode ser conferida no site www.offflip.paraty.com
Assessoria de Imprensa OFF Flip:
Marilia (24) 9901-9221 e Nanda (21) 9764-0655
mariliavbch@yahoo.com.br e nandadias15@uol.com.br
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de 04 a 08 de julho
http://www.offflip.paraty.com/
Dentre as atrações e novidades da OFF Flip 2012: a parceria com a Escrita Fina Edições; as Contações de Histórias da OFF Mirim, dedicada aos pequenos e jovens leitores; a Mesa de Literatura Afro-Brasileira – embrião da OFF Negra; o Clube dos Autores; o documentário Bruta Aventura em Versos, de Letícia Simões, sobre a obra de Ana Cristina César; ; o Prêmio OFF Flip de Literatura; o Café Literário com diversos autores;a Mesa de discussão dos rumos da Cultura em Paraty com o conceito revolucionário de Defeso Cultural;o livro Conversas sobre Poesia com Carlos Drummond de Andrade;o novo livro do escritor português José Luis Peixoto; a Mesa Paraty Pós RIO+20; as Oficinas de Papel Reciclado com a Ecoiza;o lançamento do livro Culturas de Fibra, da Associação Nhandeva, sobre os Povos da Mata Atlântica; o Circuito de Pratos Literários da Gastronomia Sustentável de Paraty;o lançamento do livro Delícias de Paraty – Sabores e Saberes; o já tradicional e sempre informal sarau Picareta Cultural celebrando 5 anos de audácia poética;o poeta Mano Melo; Oficinas e Exposições de Ilustrações; a Conversa de Botequim; o Prêmio Sesc;a palestra de Stephan Doitschinoff; o livro Sabor do Brasil, de Alice Granato;; a exposição dos artistas plásticos Lucio Cruz, Julio Paraty e do cenógrafo Marcos Irine; a Noite de Dança e Performances com coordenação da coreógrafa e bailarina Vanda Mota; o projeto Cantoria com Luiz Perequê e convidados; o Arraiá Culturá, ao som dos Cirandeiros; o grupo de Poesia Abeporá das Letras, do Amapá;o Movimento Poeme-se; a Conversa de Botequim; o Sarau Carioca Arte em Andamento; o Maracatu Palmeira Imperial; o Selo OFF Flip;o Jongo do Quilombo do Campinho; e muito mais.
A OFF Flip é um evento de resistência, com caráter alternativo, complementar e independente à Festa Literária oficial - Flip.
A programação OFF contempla eventos próprios e apoia outros que acontecem na cidade, estabelecendo parcerias, complementando, sob diversos aspectos, a Festa oficial e já se tornou referência do melhor da programação paralela à FLIP.
A OFF FLIP tem o mérito de ter instituído o primeiro Prêmio Literário de Paraty, o Prêmio OFF FLIP de Literatura, que vem crescendo a cada edição, assim como o primeiro Selo Editorial da cidade, o Selo OFF FLIP.
A OFF se consolidou, ao longo de sua existência, como o espaço democrático de férteis discussões, caracterizando-se por conseguir inclusive reunir, em debates, representantes da cultura na esfera dos Poderes Municipal, Estadual e Federal a legítimos atores da cultura popular, tais como lideranças das comunidades tradicionais da região de Paraty - quilombolas, indígenas e caiçaras.
A OFF é realizada através de convênio assinado entre a Prefeitura Municipal de Paraty e o Instituto Silo Cultural.
A OFF encarna o convite à reflexão, a pensar novos rumos para a Cultura em si.
Sobretudo, a OFF cultiva a ideia de preservar e valorizar a cultura, as artes e a literatura produzidas em Paraty e de simultaneamente abrir um caminho de encontro e interação com culturas e agentes de cultura de outros lugares, fundamentando-se em agregar manifestações culturais variadas, criando e difundindo, cada vez mais, um circuito de produção alternativa de cultura do Brasil.
Por isso, é com grande alegria que o núcleo organizador da OFF Flip vê a Flip nesta décima edição abraçar em sua programação a produção cultural local - tudo o que a OFF, ao longo desses anos, vem cultivando e lutando para manter vivo e preservado, inclusive no intuito de ser mostrado ao próprio público da Festa Literária.
Este reconhecimento veio a impulsionar a OFF, que amadurecida, já ‘costura’ agora, novos desdobramentos das atividades que envolvem os atores legítimos da cultura local, para os próximos anos.
Ao colocar em seu show de abertura, o grupo de Ciranda de Tarituba, a organização da Flip finalmente concretiza um desejo antigo da organização da OFF Flip: a integração do grande evento, do qual a cidade é palco, com a cultura produzida pelo povo da região, que sempre foi o foco da OFF e até pode-se dizer, sua razão de existir.
Pois foi justamente o caráter excludente da Flip em seu início, que gerou na população local a vontade de se posicionar, em atitude de resistência, frente ao grande evento. Foi assim que a OFF nasceu; foi assim que a OFF tornou-se ‘a voz do povo’ de Paraty. E de lá pra cá, vem ampliando e consolidando seu espectro de atuação.
Portanto, é nesse clima de harmonia, com gostinho saudável de vitória e integração, renovando-se e cumprindo sua missão de divulgar a produção cultural de Paraty e de articular, complementarmente à Flip, o intercâmbio entre autores, poetas e representantes do mercado editorial, que a OFF Flip 2012, com fôlego renovado, ‘bota seu bloco na rua’ mais uma vez, reeditando seu espírito de resistência cultural e de celebração à literatura e à arte e cultura em geral e apresenta aqui um resumo de sua programação 2012:
A OFF FLIP este ano terá cerca de 80 eventos e 120 escritores participando de mesas de debate, sessões de leitura, saraus e lançamentos. Entre os presentes, Diego Gerlach, Jeanette Roszas, o português José Luiz Peixoto, Mirna Brasil Portella, Leandro Leite Leocádio, Lucia Bettencourt, o alagoano Carlito Lima - organizador da Flimar, Augusto Pessoa, Hellenice Ferreira, o poeta paratiense Flavio de Araújo, entre outros.
Vários movimentos poéticos marcam presença no evento, como a Picareta Cultural, que completa agora a simpática marca de cinco edições voltadas à poesia e à irreverência. Organizado por Caio Carmacho e Valterlei Borges o Sarau reúne autores novos e consagrados, além de músicos e artistas de todas as partes.
Também estarão presentes Coletivos de Poesia reunidos em Saraus como os grupos cariocas Arte em Andamento, o Poeme-se e o Abeporá das Palavras, do Amapá, este debatendo também a produção literária na Amazônia, com a poetisa Carla Nobre, organizadora da Feira do Livro do Amapá, na Conversa de Botequim.
Na programação desta edição, como em todos os anos, escritores e público participam de encontros de leitura, debates, recitais, saraus, lançamentos e sessões de autógrafos. O Café Literário reunirá vários autores em duas edições de debates sobre temas como o Livro na Era Digital e o processo de organização das festas e feiras literárias por todo o Brasil.
Na noite de sábado acontecerá a entrega do VII Prêmio OFF FLIP de Literatura e do Prêmio Sesc, com Sarau reunindo os vencedores, onde participam autores do Brasil e de outros países e o lançamento da coletânea do Selo OFF Flip com os textos vencedores do Prêmio OFF Flip no ano passado, com sessão de autógrafos e coquetel, na Casa Sesc.
Destaque para a Mesa Ideias de Cultura, na qual serão sugeridas e discutidas novas diretrizes para a política cultural de Paraty e onde será embasado pelo compositor, poeta, articulador social e pensador paratiense Luís Perequê, seu conceito revolucionário de Defeso Cultural.
Vale conferir os lançamentos e debates sobre Histórias em Quadrinhos, com Carlo Carrenho e Carlos Henrique Schroeder, entre outros, assim como o lançamento do livro Caligrafias de Natalia Barros e seu show de poesia cantada, no Clube dos Autores.
Igualmente imperdível é a pré-estreia informal do documentário Bruta Aventura em Versos, de Letícia Simões, sobre a instigante obra de Ana Cristina César, ícone da poesia marginal carioca dos anos 70; e a Sessão Paratiana – O Brasil antes de Paraty, com exibição do filme de Nelson Pereira dos Santos: Como era gostoso o meu Francês - ícone do Movimento do Cinema Novo Brasileiro, rodado em Paraty.
A OFF Flip acontece também nas ruas da cidade. No Centro Histórico, o Palhaço Chulé será o arauto da OFF, orientando ludicamente os visitantes para os locais da programação do evento.
Destaque para o lançamento do livro O Navio Negreiro, caprichada edição do antológico poema libertário de Castro Alves, da Escrita Fina Edições, com texto de apresentação de Nei Lopes e ilustrações de André Côrtes e para a Sessão Coletiva de Autógrafos dos livros sobre Jongo e Maracatu que, juntamente com a Mesa de Literatura Afro-Brasileira, formam o embrião da futura OFF Negra. A Mesa reunirá lideranças quilombolas, escritores, pesquisadores e ilustradores em torno do tema da fusão cultural entre África e Brasil - as contribuições, questões e sincretismos decorrentes dessa miscigenação e a literatura produzida a partir disso.
Já as numerosas e divertidas Contações de Histórias ao longo da programação são as saltitantes sementes plantadas agora para a OFF Mirim, dedicada principalmente ao público infantil e adolescente e que se estenderá a instituições psiquiátricas e de apoio social, como asilos, instituições de apoio ao menor carente, o Centro de Referência de Assistência Social e o CAPs de Paraty.
Destaque também para o lançamento dos livros sobre Gastronomia: Sabor do Brasil, de Alice Granato e Delícias de Paraty – Sabores e Saberes, de Gigi Peçanha; e para o Circuito de Pratos Literários da Gastronomia Sustentável de Paraty, movimento que cada vez mais se fortalece, homenageando autores e encantando paladares.
E ainda, o lançamento do livro Culturas de Fibra, trabalho de pesquisa da Associação Nhandeva, patrocinado pelo IPHAN e pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, que constitui registro de suma importância no resgate da memória cultural, histórica e econômica das atividades desenvolvidas pelas populações tradicionais da região de Paraty.
Atenção também para a Mesa Paraty Pós RIO+20, que fará uma análise da situação da cidade, do país e do planeta sob o enfoque ambientalista, à luz da discussão das decisões tomadas na conferência do Rio de Janeiro.
No Instituto Silo Cultural acontecerão exposições diversas, apresentações de teatro, dança e performances com coordenação da coreógrafa, bailarina e diretora da instituição, Vanda Mota. Assim como rica programação musical sob a batuta do conceituado poeta, cantor, compositor, pensador e articulador social, líder da Rede Caiçara de Cultura, também diretor da instituição, Luís Perequê. Lá acontecerá também o Arraiá Culturá, animado por Grupos de Ciranda locais.
Os livros dos escritores participantes desta edição 2012 serão vendidos na OFF Livros, na sede do Instituto Silo Cultural (em frente à Casa da Cultura, no Centro Histórico, das 10h às 22h), onde haverá também informações sobre a OFF Flip e a programação cultural da cidade.
O ‘Caldeirão Cultural’ da OFF Flip envolve tudo isso: saraus de poesia, performances, lançamentos de livros, manifestações artístico-culturais das comunidades tradicionais da região, debates, sessões de autógrafos, apresentações musicais, espetáculos de dança e teatro, sessões de filmes e audiovisuais, gastronomia sustentável, ecologia, exposições, oficinas e, além de tudo, principalmente, o espírito de confraternização em torno deste rico Universo.
OFF Flip - é vir, se integrar, participar e celebrar!
Sejam todos bem-vindos! Saudações literárias!
A programação na íntegra pode ser conferida no site www.offflip.paraty.com
Assessoria de Imprensa OFF Flip:
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Para o Ator
Michael Chekhov
É inevitável que se pergunte, a quem quer que tente organizar e coordenar uma série de conceitos histriônicos, por que um ator talentoso necessita realmente de um método. É uma daquelas perguntas que só podem ser respondidas com outras. Por que um homem civilizado necessita de uma cultura? Por que uma criança inteligente precisa de uma educação?
Com o risco de redundância, atrevo-me a reiterar que toda arte, mesmo a do ator, deve possuir seus princípios e aspirações, suas técnicas profissionais.
Como refutação, ouviremos frequentemente os atores protestarem: "Mas eu tenho minha própria técnica". A afirmação seria mais correta se formulada nestes termos: "Eu tenho minha própria interpretação, minha própria aplicação da técnica teatral".
Mas seria desnecessário dizer que músicos, arquitetos, pintores, poetas ou quaisquer outros artífices não podem ter somente suas próprias técnicas sem estudar primeiro as leis básicas de suas respectivas artes. Inevitáveis são as regras em que eles devem, em última instância, basear a construção de suas técnicas "próprias", as quais os individualizam, se é que não os notabilizam em suas profissões.
Por mais naturalmente talentoso que o ator possa ser, ele nunca criará grande coisa para a sua arte ou legará seus próprios dons à posteridade teatral se se isolar nessa pequena parcela de sua "própria técnica" e de seus estratagemas. A arte de interpretação teatral só pode crescer e desenvolver-se baseada num método objetivo, com princípios fundamentais.
O grande número de preciosas memórias e obervações que nos foram legadas pelos "nomes" de ontem na arte de representar não estão sendo aqui minimizadas como valioso material para a criação de um método. São, porém, subjetivas, e, por conseguinte, limitadas em seu âmbito. O método ideal de qualquer arte deve ser um todo bem integrado, completo em si mesmo; e, sobretudo, deve ser objetivo.
Aqueles colegas nossos que resolutamente se recusam a reconhecer qualquer método apenas porque são talentosos talvez necessitem de um mais do que ninguém. Porque, talentosos, a chamada "inspiração" é o mais caprichoso de nossos dotes. O ator talentoso é a mais provável vítima de todas as espécies de infortúnios profissionais. Ele não tem um terreno sólido sob os pés. A menor irritação psicológica de um momento, um estado de ânimo infeliz ou qualquer perturbação física podem tornar seu talento inacessível e bloquear o canal para verdadeira inspiração.
Um método com uma técnica bem fundamentada é a melhor garantia contra tais percalços. O método, quando suficientemente exercitado e adequadamente assimilado, torna-se a "segunda natureza" do ator talentoso e, como tal, fornece-lhe pleno controle sobre suas capacidades criativas, aconteça o que acontecer. A técnica é seu meio infalível de instigar seu talento e fazê-lo
trabalhar sempre que deseje invocá-lo; é o "Ábra-te, Sésamo!" para a verdadeira inspiração, independente de barreiras físicas ou psicológicas.
Em diferentes momentos, a inspiração, quando chega e se chega, mostra distintos graus de força. Pode estar presente mas ser fraca e ineficaz. Também nesse caso a técnica pode robustecer a força de vontade do ator, despertar suas emoções e instigar sua imaginação em tal grau que a centelha quase apagada da inspiração subitamente se alteie numa labareda e fique ardendo fulgurantemente por tanto tempo quanto o ator desejar.
Suponhamos que, por alguma razão, um ator sente que seu talento se tolda à medida que a performance se avizinha. Ele não precisa ter semelhante receio se sua técnica for perfeitamente dominada. Em primeiro lugar, um papel é preparado e elaborado em todos os detalhes de acordo com o método, e o ator sempre o interpretará corretamente, mesmo que não se sinta tão "inspirado" quanto gostaria de estar. Pois ele terá sempre a seu dispor uma espécie de blueprint de seu papel e, assim, não ficará cambaleando sem rumo nem será compelido a recorrer a chavões e maus hábitos teatrais.
Será capaz, em qualquer momento, de observar o papel todo e cada um dos detalhes como numa perspectiva aérea e, com calma interior e segurança, passar de uma seção a outra e de um objetivo a outro. Foi Stanislavski quem obervou que um papel corretamente desempenhado tem a melhor oportunidade de recuperar uma inspiração esquiva.
Há ainda uma outra razão para o um ator talentoso reconhecer o valor de uma técnica objetiva.
Poderes criativos ou positivos na natureza de um artista devem sempre combater e contrariar aquelas influências negativas que, embora obscuras e, por vezes, inteiramente desconhecidas dele, constantemente embaraçam seus melhores esforços.
Esses numerosos obstáculos negativos incluíram um complexo de inferioridade ou uma megalomania suprimidos, desejos egoístas inconscientemente misturados com propósitos artísticos, medo de cometer erros, medo irreconhecido do público (e, com freqüência, até aversão a ele), nervosismo, ciúme ou inveja encobertos, exemplos ruins e aparentemente esquecidos e um hábito irrefreável de criticar e pôr culpas nos outros. Essas são apenas algumas das coisas que, com o tempo, podem acumular-se no subconsciente de um ator como "lixo psicológico" até se converterem em males perniciosos que o levam a sua própria destruição.
Usando o método e a técnica objetivos, o ator reunirá em si mesmo um grande número de qualidades sólidas e libertadoras, as quais certamente deslocarão todas as influências destrutivas que espreitam obscuramente nos mais sombrios recessos do subconsciente. Aquilo que chamamos usualmente
"o desenvolvimento do talento pessoal" nada mais é, com freqüência, do que libertá-lo das influências que o estorvam, obstruem e não raras vezes destroem inteiramente.
O método, quando entendido e aplicado, inculcará no ator um hábito sumamente gratificante de pensamento profissional, quer esteja avaliando o trabalho criativo de seus colegas, quer o seu próprio. Ele deixará de se dar por satisfeito com termos gerais como "natural", "coloquial", "pretensioso", "bom", "mau"; ou com expressões como "subatuação", "superatuação", etc.
Em contrapartida, desenvolverá uma linguagem profissional mais significativa e tornar-se-á mais familiarizado com termos mais profissionais, como Unidades, Objetivos, Atmosferas, Irradiar e Receber, Imaginação, Corpo Imaginário, Centro Imaginário, Ritmos Interior e Exterior, Clímax, Acentos, Ondas Rímicas e Repetições, Composição das Personagens, Gestos Psicológicos, Conjunto, Qualidade, Sensações, etc.
Essa terminologia concreta não só substituirá seu atual vocabulário vago e inadequado mas aguçará a capacidade do ator de captar impressões teatrais, treinará sua mente para penetrar nessas impressões com suficiente profundidade, de modo que saiba imediatamente o que está errado ou certo, por que razão e por que meios aperfeiçoar seus próprios desemprenhos e os de seus colegas.
A crítica tornar-se-á então verdadeiramente objetiva e construtiva; simpatias ou antipatias pessoais deixarão de desempenhar o papel decisivo que hoje têm na avaliação da arte histriônica, e os atores sentir-se-ão livres para se ajudar mutuamente, em vez de meramente tecerem elogios descoroçoados ou condenações malévolas.
O ator, sobretudo o talentoso, tampouco deve esquecer o fato de que a técnica profissional sugerida facilitará e apressará, em todos os casos, seu bom trabalho. O tempo consumido em adquiri-la certamente se converterá num investimento lucrativo pelo seu resultado final! Sempre que me perguntam se existem caminhos mais curtos para se aprender o método, não posso deixar de advertir que o mais curto de todos os caminhos curtos é fazer todos os exercícios prescritos com diligência e paciência, até que se tornem a segunda natureza do ator.
____________________
Extraído de Para o Ator, capítulo Notas Finais, aqui um pouco reduzido. O presente livro é imprescindível para todos aqueles que desejam ser atores ou já são atores e pretendem atingir novos patamares em suas atuações. Editora Martins Fontes, São Paulo, tradução de Álvaro Cabral.
Michael Chekhov
É inevitável que se pergunte, a quem quer que tente organizar e coordenar uma série de conceitos histriônicos, por que um ator talentoso necessita realmente de um método. É uma daquelas perguntas que só podem ser respondidas com outras. Por que um homem civilizado necessita de uma cultura? Por que uma criança inteligente precisa de uma educação?
Com o risco de redundância, atrevo-me a reiterar que toda arte, mesmo a do ator, deve possuir seus princípios e aspirações, suas técnicas profissionais.
Como refutação, ouviremos frequentemente os atores protestarem: "Mas eu tenho minha própria técnica". A afirmação seria mais correta se formulada nestes termos: "Eu tenho minha própria interpretação, minha própria aplicação da técnica teatral".
Mas seria desnecessário dizer que músicos, arquitetos, pintores, poetas ou quaisquer outros artífices não podem ter somente suas próprias técnicas sem estudar primeiro as leis básicas de suas respectivas artes. Inevitáveis são as regras em que eles devem, em última instância, basear a construção de suas técnicas "próprias", as quais os individualizam, se é que não os notabilizam em suas profissões.
Por mais naturalmente talentoso que o ator possa ser, ele nunca criará grande coisa para a sua arte ou legará seus próprios dons à posteridade teatral se se isolar nessa pequena parcela de sua "própria técnica" e de seus estratagemas. A arte de interpretação teatral só pode crescer e desenvolver-se baseada num método objetivo, com princípios fundamentais.
O grande número de preciosas memórias e obervações que nos foram legadas pelos "nomes" de ontem na arte de representar não estão sendo aqui minimizadas como valioso material para a criação de um método. São, porém, subjetivas, e, por conseguinte, limitadas em seu âmbito. O método ideal de qualquer arte deve ser um todo bem integrado, completo em si mesmo; e, sobretudo, deve ser objetivo.
Aqueles colegas nossos que resolutamente se recusam a reconhecer qualquer método apenas porque são talentosos talvez necessitem de um mais do que ninguém. Porque, talentosos, a chamada "inspiração" é o mais caprichoso de nossos dotes. O ator talentoso é a mais provável vítima de todas as espécies de infortúnios profissionais. Ele não tem um terreno sólido sob os pés. A menor irritação psicológica de um momento, um estado de ânimo infeliz ou qualquer perturbação física podem tornar seu talento inacessível e bloquear o canal para verdadeira inspiração.
Um método com uma técnica bem fundamentada é a melhor garantia contra tais percalços. O método, quando suficientemente exercitado e adequadamente assimilado, torna-se a "segunda natureza" do ator talentoso e, como tal, fornece-lhe pleno controle sobre suas capacidades criativas, aconteça o que acontecer. A técnica é seu meio infalível de instigar seu talento e fazê-lo
trabalhar sempre que deseje invocá-lo; é o "Ábra-te, Sésamo!" para a verdadeira inspiração, independente de barreiras físicas ou psicológicas.
Em diferentes momentos, a inspiração, quando chega e se chega, mostra distintos graus de força. Pode estar presente mas ser fraca e ineficaz. Também nesse caso a técnica pode robustecer a força de vontade do ator, despertar suas emoções e instigar sua imaginação em tal grau que a centelha quase apagada da inspiração subitamente se alteie numa labareda e fique ardendo fulgurantemente por tanto tempo quanto o ator desejar.
Suponhamos que, por alguma razão, um ator sente que seu talento se tolda à medida que a performance se avizinha. Ele não precisa ter semelhante receio se sua técnica for perfeitamente dominada. Em primeiro lugar, um papel é preparado e elaborado em todos os detalhes de acordo com o método, e o ator sempre o interpretará corretamente, mesmo que não se sinta tão "inspirado" quanto gostaria de estar. Pois ele terá sempre a seu dispor uma espécie de blueprint de seu papel e, assim, não ficará cambaleando sem rumo nem será compelido a recorrer a chavões e maus hábitos teatrais.
Será capaz, em qualquer momento, de observar o papel todo e cada um dos detalhes como numa perspectiva aérea e, com calma interior e segurança, passar de uma seção a outra e de um objetivo a outro. Foi Stanislavski quem obervou que um papel corretamente desempenhado tem a melhor oportunidade de recuperar uma inspiração esquiva.
Há ainda uma outra razão para o um ator talentoso reconhecer o valor de uma técnica objetiva.
Poderes criativos ou positivos na natureza de um artista devem sempre combater e contrariar aquelas influências negativas que, embora obscuras e, por vezes, inteiramente desconhecidas dele, constantemente embaraçam seus melhores esforços.
Esses numerosos obstáculos negativos incluíram um complexo de inferioridade ou uma megalomania suprimidos, desejos egoístas inconscientemente misturados com propósitos artísticos, medo de cometer erros, medo irreconhecido do público (e, com freqüência, até aversão a ele), nervosismo, ciúme ou inveja encobertos, exemplos ruins e aparentemente esquecidos e um hábito irrefreável de criticar e pôr culpas nos outros. Essas são apenas algumas das coisas que, com o tempo, podem acumular-se no subconsciente de um ator como "lixo psicológico" até se converterem em males perniciosos que o levam a sua própria destruição.
Usando o método e a técnica objetivos, o ator reunirá em si mesmo um grande número de qualidades sólidas e libertadoras, as quais certamente deslocarão todas as influências destrutivas que espreitam obscuramente nos mais sombrios recessos do subconsciente. Aquilo que chamamos usualmente
"o desenvolvimento do talento pessoal" nada mais é, com freqüência, do que libertá-lo das influências que o estorvam, obstruem e não raras vezes destroem inteiramente.
O método, quando entendido e aplicado, inculcará no ator um hábito sumamente gratificante de pensamento profissional, quer esteja avaliando o trabalho criativo de seus colegas, quer o seu próprio. Ele deixará de se dar por satisfeito com termos gerais como "natural", "coloquial", "pretensioso", "bom", "mau"; ou com expressões como "subatuação", "superatuação", etc.
Em contrapartida, desenvolverá uma linguagem profissional mais significativa e tornar-se-á mais familiarizado com termos mais profissionais, como Unidades, Objetivos, Atmosferas, Irradiar e Receber, Imaginação, Corpo Imaginário, Centro Imaginário, Ritmos Interior e Exterior, Clímax, Acentos, Ondas Rímicas e Repetições, Composição das Personagens, Gestos Psicológicos, Conjunto, Qualidade, Sensações, etc.
Essa terminologia concreta não só substituirá seu atual vocabulário vago e inadequado mas aguçará a capacidade do ator de captar impressões teatrais, treinará sua mente para penetrar nessas impressões com suficiente profundidade, de modo que saiba imediatamente o que está errado ou certo, por que razão e por que meios aperfeiçoar seus próprios desemprenhos e os de seus colegas.
A crítica tornar-se-á então verdadeiramente objetiva e construtiva; simpatias ou antipatias pessoais deixarão de desempenhar o papel decisivo que hoje têm na avaliação da arte histriônica, e os atores sentir-se-ão livres para se ajudar mutuamente, em vez de meramente tecerem elogios descoroçoados ou condenações malévolas.
O ator, sobretudo o talentoso, tampouco deve esquecer o fato de que a técnica profissional sugerida facilitará e apressará, em todos os casos, seu bom trabalho. O tempo consumido em adquiri-la certamente se converterá num investimento lucrativo pelo seu resultado final! Sempre que me perguntam se existem caminhos mais curtos para se aprender o método, não posso deixar de advertir que o mais curto de todos os caminhos curtos é fazer todos os exercícios prescritos com diligência e paciência, até que se tornem a segunda natureza do ator.
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Extraído de Para o Ator, capítulo Notas Finais, aqui um pouco reduzido. O presente livro é imprescindível para todos aqueles que desejam ser atores ou já são atores e pretendem atingir novos patamares em suas atuações. Editora Martins Fontes, São Paulo, tradução de Álvaro Cabral.
DUDA MAIA, HENRIQUE TAVARES E MICHEL BERCOVITCH no CRA (CENTRO DE RECICLAGEM DE ATORES)
Teatro da Pequena Cruzada – Lagoa
O Centro de Reciclagem de Atores, projeto voltado para a reciclagem e o treinamento continuado de atores profissionais, está oferecendo, de JULHO A SETEMBRO o seguinte workshop:
RECICLAGEM DE ATORES - treinamento para atores profissionais todas as SEGUNDAS das 19h às 22h, na Lagoa.
O treinamento é estruturado em módulos bimestrais, com 3 diretores/professores diferentes por módulo e ainda conta com uma Noite Aberta para os atores mostrarem trabalhos – esquetes, performances, solos - a produtores de elenco e profissionais da área, totalizando 11 semanas de processo. Além disso, o curso oferece clipping semanal com informações, oportunidades de trabalho, contatos e dicas sobre o mercado de trabalho e desconto para peças.
PROGRAMAÇÃO DA RECICLAGEM DE JULHO A SETEMBRO:
De 09 a 23 de JULHO: aulas com a professora DUDA MAIA
De 30 de JULHO a 13 de AGOSTO: aulas com o diretor HENRIQUE TAVARES
De 20 de AGOSTO a 03 de SETEMBRO: aulas com o diretor MICHEL BERCOVITCH
Dia 10 de SETEMBRO: ensaio Noite Aberta do Centro de Reciclagem de Atores
Dia 17 de SETEMBRO: Noite Aberta do Centro de Reciclagem de Atores
O preenchimento das vagas será realizado via seleção de currículo. Para participar os atores devem possuir registro profissional. O valor total da Reciclagem será de 660 reais à vista ou duas parcelas de 350 reais. Interessados em participar devem enviar currículo para reciclagemdeatores@gmail.com
Mais informações: 9666-9954 ou reciclagemdeatores@gmail.com
SOBRE O CENTRO DE RECICLAGEM DE ATORES:
O Centro de Reciclagem de Atores começou a funcionar em maio de 2010 com a missão de treinar, reciclar e manter aquecidos atores profissionais que estão exercendo seu ofício em diversas frentes, como cinema, TV e teatro.
Em 2 anos de funcionamento o CRA reuniu no Teatro Maia Clara Machado cerca de 300 atores profissionais, que tiveram encontros/aulas com cerca de 30 professores diferentes, gerando trocas artísticas e movimentando a classe. Entre os ministrantes do Centro de Reciclagem, sempre grandes profissionais como Domingos de Oliveira, Amir Haddad, Daniel Herz, Christiane Jatahy, Marcio Libar, Hamilton Vaz Pereira, Jefferson Miranda, Ivan Sugahara, entre outros.
Neste terceiro ano de funcionamento o CRA cresceu e passou a acontecer no Teatro da Pequena Cruzada, na Avenida Epitássio Pessoa 4866, Lagoa.
Coordenando o CRA, a diretora geral do Coletivo Clube da Cena, Cristina Fagundes.
Mais informações: 9666-9954 ou reciclagemdeatores@gmail.com
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Teatro da Pequena Cruzada – Lagoa
O Centro de Reciclagem de Atores, projeto voltado para a reciclagem e o treinamento continuado de atores profissionais, está oferecendo, de JULHO A SETEMBRO o seguinte workshop:
RECICLAGEM DE ATORES - treinamento para atores profissionais todas as SEGUNDAS das 19h às 22h, na Lagoa.
O treinamento é estruturado em módulos bimestrais, com 3 diretores/professores diferentes por módulo e ainda conta com uma Noite Aberta para os atores mostrarem trabalhos – esquetes, performances, solos - a produtores de elenco e profissionais da área, totalizando 11 semanas de processo. Além disso, o curso oferece clipping semanal com informações, oportunidades de trabalho, contatos e dicas sobre o mercado de trabalho e desconto para peças.
PROGRAMAÇÃO DA RECICLAGEM DE JULHO A SETEMBRO:
De 09 a 23 de JULHO: aulas com a professora DUDA MAIA
De 30 de JULHO a 13 de AGOSTO: aulas com o diretor HENRIQUE TAVARES
De 20 de AGOSTO a 03 de SETEMBRO: aulas com o diretor MICHEL BERCOVITCH
Dia 10 de SETEMBRO: ensaio Noite Aberta do Centro de Reciclagem de Atores
Dia 17 de SETEMBRO: Noite Aberta do Centro de Reciclagem de Atores
O preenchimento das vagas será realizado via seleção de currículo. Para participar os atores devem possuir registro profissional. O valor total da Reciclagem será de 660 reais à vista ou duas parcelas de 350 reais. Interessados em participar devem enviar currículo para reciclagemdeatores@gmail.com
Mais informações: 9666-9954 ou reciclagemdeatores@gmail.com
SOBRE O CENTRO DE RECICLAGEM DE ATORES:
O Centro de Reciclagem de Atores começou a funcionar em maio de 2010 com a missão de treinar, reciclar e manter aquecidos atores profissionais que estão exercendo seu ofício em diversas frentes, como cinema, TV e teatro.
Em 2 anos de funcionamento o CRA reuniu no Teatro Maia Clara Machado cerca de 300 atores profissionais, que tiveram encontros/aulas com cerca de 30 professores diferentes, gerando trocas artísticas e movimentando a classe. Entre os ministrantes do Centro de Reciclagem, sempre grandes profissionais como Domingos de Oliveira, Amir Haddad, Daniel Herz, Christiane Jatahy, Marcio Libar, Hamilton Vaz Pereira, Jefferson Miranda, Ivan Sugahara, entre outros.
Neste terceiro ano de funcionamento o CRA cresceu e passou a acontecer no Teatro da Pequena Cruzada, na Avenida Epitássio Pessoa 4866, Lagoa.
Coordenando o CRA, a diretora geral do Coletivo Clube da Cena, Cristina Fagundes.
Mais informações: 9666-9954 ou reciclagemdeatores@gmail.com
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O CINE SANTA
Para a alegria de Santa Teresa, depois de cinco meses fechado para obras, o Cine Santa reabre com mobiliário novo, equipamento top de linha, e fachada nova, criada especialmente pelo artista Smael Vagner. Um evento no Largo do Guimarães, mais a exibição de curta metragem e exposição no Cine Santa, marcam a reinauguração no dia 29 de Junho, sexta-feira, entre 19 e 22 horas. A entrada é franca.
O Cine Santa conquistou por quatro anos consecutivos - 2008/2009/2010/2011 - o prêmio de "Maior Exibidor de Cinema Brasileiro do País" dado pela Agência Nacional de Cinema - ANCINE, por ter exibido mais títulos que qualquer outro cinema do Brasil. A reforma, assim como a aquisição de novos equipamentos foram viabilizadas, em grande parte, graças a estes merecidos prêmios recebidos da ANCINE, e da Secretaria de Cultura do RJ, pois o Cine Santa é um Cinema de bairro auto- sustentável, e que serve ao bairro, dentro das suas características e conceitos.
O Cine Santa foi inaugurado em dezembro de 2005, depois de funcionar, por dois anos, como cineclube dominical na Igreja Anglicana do bairro. Nesses sete anos de existência conquistou o bairro não só pelo diferencial na programação - que privilegia o cinema nacional de arte -, mas também pelo seu comprometimento social. Santa Teresa tem aproximadamente 50 mil habitantes e quase 11 mil moradores fazem parte do Clube dos Amigos do Cine Santa. O Clube facilita a todos o acesso ao cinema cobrando apenas a metade do valor do ingresso. Para associar-se ao Clube dos Amigos é fácil, basta levar um documento de identificação e preencher uma ficha.
“O Cine Santa é do bairro e não somente no bairro”, socializa Fernanda Oliveira, a diretora artística e sócia junto com o músico e marido Adil Tiscatti, que também assume a produção executiva.
O Cine Santa fica no Largo do Guimarães e funciona no prédio da Prefeitura, onde foi o BANERJ e antiga mercearia do Sr. Guimarães, que dá nome ao local. O simpático cinema tem 54 lugares, uma Galeria de Arte, e a charmosa bombonière, que já é um prolongamento do bairro: tem os enroladinhos de goiaba da Ceça; os doces portugueses da Alba; os pães da Jurema Cândido; o brownie orgânico da Juju; as empanadas argentinas do Ruan, além de pipoca e refrigerante, é claro.
Na noite de reinauguração, não haverá sessões normais. O curta “Cine Paradiso é Aqui” será exibido diversas vezes entre às 19 e 22 horas para que todos conheçam a nova sala. Enquanto isso, na Galeria de Arte do cinema acontecerá uma exposição do artista Smael Vagner, que trabalha com grafiti. As obras estarão expostas com as de outros grafiteiros do mundo inteiro, convidados por ele, e permanecerão por um mês na Galeria. Smael, que também confeccionou a fachada do cinema, acaba de inaugurar uma exposição na França e será uma das principais atrações no “Arte de Portas Abertas”, evento que acontece no bairro anualmente.
Mais comemorações com entrada franca acontecerão no Largo dos Guimarães, como o DJ Zod e outras atrações surpresas. O Cine Santa oferecerá ainda, neste dia de festa, pipoca, refrigerante e degustação de Cachaçaria Magnífica.
A programação do Cinema prossegue no final de semana normalmente, com “Febre do Rato” e “Violeta foi para o Céu”. O Cine Candido Mendes também é reinagurado em Ipanema pelos sócios do Cine Santa. E pretende ser o primeiro cinema alternativo de arte, e de bairro em 3D do Brasil.
O Cine Candido Mendes em Ipanema estava fechado há dois anos e foi reaberto em abril de 2012 pelos mesmos Fernanda Oliveira e Adil Tiscatti do Cine Santa, eternos apaixonados pela sétima arte. O espaço passou por uma enorme reforma e agora passou a ter 81 lugares, com cadeiras confortáveis, telão novo, ar condicionado e equipamento de primeira. A novidade é que além de película o cinema também tem exibição digital.
O cinema foi reaberto com a mesma proposta artística da década de 70, época de sua inauguração, uma tradição em cinema de arte, conceitual, autoral, frequentado por cineastas, artistas e formadores de opinião. Mal acabou de reabrir e o Cine Candido Mendes mostra seu talento e anda badalado; já passaram por lá Alexandre Borges, Sonia Braga, Alessandra Negrini, Domingos de Oliveira, Kate Lyra, entre outras personalidades.
Embora com o mesmo conceito do ‘Cine Santa’ o Cine Candido Mendes tem projetos um pouco mais ambiciosos: “a ideia é colocar 3D para exibir filmes alternativos neste formato. Há uma enorme variedade de documentários nacionais e internacionais de vários temas e propostas. Alguns diretores famosos como Wim Wenders, Spielberg e outros, já se renderam ao formato e estão criando filmes de arte em 3D. Seremos o primeiro cinema alternativo de arte, e de bairro, em 3D do Brasil”, revela Adil Tiscatti.
Outros projetos para os cinemas nos bairros de Santa Teresa e Ipanema são de levar música, teatro, poesia, debates, palestras e performances. As experiências começarão pelo Cine Santa e tudo que acontecer por lá, será levado depois para o Cine Candido Mendes.
Cine Santa Teresa
End.: Largo do Guimarães, 136 - Santa Teresa Tel 222 0203
Capacidade: 54 lugares
http://www.cinesanta.com.br/ / www.facebook.com/cinesanta
Cine Candido Mendes
Rua Joana Angélica. 63 - Ipanema Tel: 2523 3663
Capacidade: 81 lugares
http://www.facebook.com/cinecandido.mendes
Assessoria de Imprensa
Nani Santoro e Nanda Dias
(21) 3324.5200/9855.1939 nanisantoro@uol.com.br
(21)9764.0655 nandadias15@uol.com.br
Para a alegria de Santa Teresa, depois de cinco meses fechado para obras, o Cine Santa reabre com mobiliário novo, equipamento top de linha, e fachada nova, criada especialmente pelo artista Smael Vagner. Um evento no Largo do Guimarães, mais a exibição de curta metragem e exposição no Cine Santa, marcam a reinauguração no dia 29 de Junho, sexta-feira, entre 19 e 22 horas. A entrada é franca.
O Cine Santa conquistou por quatro anos consecutivos - 2008/2009/2010/2011 - o prêmio de "Maior Exibidor de Cinema Brasileiro do País" dado pela Agência Nacional de Cinema - ANCINE, por ter exibido mais títulos que qualquer outro cinema do Brasil. A reforma, assim como a aquisição de novos equipamentos foram viabilizadas, em grande parte, graças a estes merecidos prêmios recebidos da ANCINE, e da Secretaria de Cultura do RJ, pois o Cine Santa é um Cinema de bairro auto- sustentável, e que serve ao bairro, dentro das suas características e conceitos.
O Cine Santa foi inaugurado em dezembro de 2005, depois de funcionar, por dois anos, como cineclube dominical na Igreja Anglicana do bairro. Nesses sete anos de existência conquistou o bairro não só pelo diferencial na programação - que privilegia o cinema nacional de arte -, mas também pelo seu comprometimento social. Santa Teresa tem aproximadamente 50 mil habitantes e quase 11 mil moradores fazem parte do Clube dos Amigos do Cine Santa. O Clube facilita a todos o acesso ao cinema cobrando apenas a metade do valor do ingresso. Para associar-se ao Clube dos Amigos é fácil, basta levar um documento de identificação e preencher uma ficha.
“O Cine Santa é do bairro e não somente no bairro”, socializa Fernanda Oliveira, a diretora artística e sócia junto com o músico e marido Adil Tiscatti, que também assume a produção executiva.
O Cine Santa fica no Largo do Guimarães e funciona no prédio da Prefeitura, onde foi o BANERJ e antiga mercearia do Sr. Guimarães, que dá nome ao local. O simpático cinema tem 54 lugares, uma Galeria de Arte, e a charmosa bombonière, que já é um prolongamento do bairro: tem os enroladinhos de goiaba da Ceça; os doces portugueses da Alba; os pães da Jurema Cândido; o brownie orgânico da Juju; as empanadas argentinas do Ruan, além de pipoca e refrigerante, é claro.
Na noite de reinauguração, não haverá sessões normais. O curta “Cine Paradiso é Aqui” será exibido diversas vezes entre às 19 e 22 horas para que todos conheçam a nova sala. Enquanto isso, na Galeria de Arte do cinema acontecerá uma exposição do artista Smael Vagner, que trabalha com grafiti. As obras estarão expostas com as de outros grafiteiros do mundo inteiro, convidados por ele, e permanecerão por um mês na Galeria. Smael, que também confeccionou a fachada do cinema, acaba de inaugurar uma exposição na França e será uma das principais atrações no “Arte de Portas Abertas”, evento que acontece no bairro anualmente.
Mais comemorações com entrada franca acontecerão no Largo dos Guimarães, como o DJ Zod e outras atrações surpresas. O Cine Santa oferecerá ainda, neste dia de festa, pipoca, refrigerante e degustação de Cachaçaria Magnífica.
A programação do Cinema prossegue no final de semana normalmente, com “Febre do Rato” e “Violeta foi para o Céu”. O Cine Candido Mendes também é reinagurado em Ipanema pelos sócios do Cine Santa. E pretende ser o primeiro cinema alternativo de arte, e de bairro em 3D do Brasil.
O Cine Candido Mendes em Ipanema estava fechado há dois anos e foi reaberto em abril de 2012 pelos mesmos Fernanda Oliveira e Adil Tiscatti do Cine Santa, eternos apaixonados pela sétima arte. O espaço passou por uma enorme reforma e agora passou a ter 81 lugares, com cadeiras confortáveis, telão novo, ar condicionado e equipamento de primeira. A novidade é que além de película o cinema também tem exibição digital.
O cinema foi reaberto com a mesma proposta artística da década de 70, época de sua inauguração, uma tradição em cinema de arte, conceitual, autoral, frequentado por cineastas, artistas e formadores de opinião. Mal acabou de reabrir e o Cine Candido Mendes mostra seu talento e anda badalado; já passaram por lá Alexandre Borges, Sonia Braga, Alessandra Negrini, Domingos de Oliveira, Kate Lyra, entre outras personalidades.
Embora com o mesmo conceito do ‘Cine Santa’ o Cine Candido Mendes tem projetos um pouco mais ambiciosos: “a ideia é colocar 3D para exibir filmes alternativos neste formato. Há uma enorme variedade de documentários nacionais e internacionais de vários temas e propostas. Alguns diretores famosos como Wim Wenders, Spielberg e outros, já se renderam ao formato e estão criando filmes de arte em 3D. Seremos o primeiro cinema alternativo de arte, e de bairro, em 3D do Brasil”, revela Adil Tiscatti.
Outros projetos para os cinemas nos bairros de Santa Teresa e Ipanema são de levar música, teatro, poesia, debates, palestras e performances. As experiências começarão pelo Cine Santa e tudo que acontecer por lá, será levado depois para o Cine Candido Mendes.
Cine Santa Teresa
End.: Largo do Guimarães, 136 - Santa Teresa Tel 222 0203
Capacidade: 54 lugares
http://www.cinesanta.com.br/ / www.facebook.com/cinesanta
Cine Candido Mendes
Rua Joana Angélica. 63 - Ipanema Tel: 2523 3663
Capacidade: 81 lugares
http://www.facebook.com/cinecandido.mendes
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Nani Santoro e Nanda Dias
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sexta-feira, 22 de junho de 2012
Teatro/CRÍTICA
"Dorotéia"
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Furores e delírios no Poeira
Lionel Fischer
"Dorotéia é uma linda mulher que larga a prostituição após a morte de seu filho. Depois de alguns anos afastada da família, ela procura suas primas para ter uma vida decente. Porém, as três primas, todas viúvas, repudiam-na por causa de sua beleza. No decorrer da história, inicia-se uma tentativa irracional de levar Dorotéia ao caminho da virtude e das privações. O enredo, envolvente e repleto de fantasias, fará o espectador conhecer um mundo caótico, onde o feio torna-se a representação da pureza, onde o ser humano revela suas múltiplas facetas".
Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima sintetiza o enredo de "Dorotéia", que acaba de entrar em cartaz no Teatro Poeira. De autoria de Nelson Rodrigues, o texto chega à cena com direção de João Fonseca e elenco formado por Alinne Moraes (Dorotéia), Gilberto Gawronski (D. Flávia), Alexandre Pinheiro (Carmelita), Paulo Verlings (Maura), Keli Freitas (Das Dores) e Marcus Majella (D. Assunta da Abadia).
Definida pelo autor como "uma farsa irresponsável", não sei até que ponto a peça é realmente uma farsa e menos ainda se é responsável ou não. Tampouco poderia afirmar que Nelson Rodrigues, ao menos em alguma medida, tenha se inspirado nas Fúrias da Mitologia Grega - três figuras femininas de negro e usando máscaras, aterrorizantes e hieráticas, personagens da "Oréstia", de Ésquilo. Mas me parece irrefutável que neste texto estão presentes alguns temas recorrentes na obra do autor, como castidade, pudor, culpa, repressão etc. E se tais temas pudessem ser aqui resumidos numa única frase, esta poderia ser a seguinte: a solidão vil do sexo sem amor.
Toda a ação transcorre numa casa sem quartos, o que soa coerente, já que uma das personagens afirma que é "no quarto que a alma e a carne se perdem", embora todos saibamos que tanto nossa alma, quanto nossa carne, podem se perder em diversificadas geografias. Mas aqui o quarto passa a ser uma espécie de símbolo do pecado, da transgressão, da ausência de pureza, de todas as possíveis e condenáveis tentações.
Outro dado interessante diz respeito à identidade de Dorotéia. Na família existiram duas: uma teria se afogado, por não suportar o conhecimento de que "por dentro de seu vestido estava um corpo nu"; a outra perdeu-se, tornou-se prostituta. Finalmente: qual das duas é a que está em cena? Acaba-se sabendo que é a ex-prostituta, que perdeu um filho e agora deseja trilhar os caminhos da virtude. Mas é belíssima, enquanto todas as mulheres da família são medonhas. E para se chegar à virtude, há que se matar a beleza...
E, por último: a bisavó das primas, em sua noite de núpcias, fora acometida pela Náusea. Ou seja: na hora em que a onça deveria beber água, teria sido possuída por uma total repulsa ao sexo, sendo esta, a partir de então, transmitida a toda sua descendência feminina. Em resumo: um contexto bem mais adequado a um estudo psicanalítico do que propriamente à avalição de um crítico teatral...
Provavelmente, este não é um dos melhores textos de Nelson Rodrigues. Mas nem por isso destituído de interesse, sobretudo quando levado à cena de uma forma absolutamente não convencional e corajosa. Dentre os muitos méritos que devem ser atribuídos a João Fonseca, talvez o principal nem resida no fato de ter escolhido homens para interpretar as três primas e a vizinha - embora tal opção contribua para reforçar o estranhamento do texto -, mas por ter feito aflorar um humor que jamais havia presenciado em nenhuma outra montagem. Não um humor superficial e inconsequente, mas impregnado de delirante e frenética selvageria.
Não temendo ousar mas, que fique bem claro, em nenhum momento objetivando desfigurar o texto, João Fonseca criou uma encenação que valoriza todos os conteúdos em jogo através de uma dinâmica cênica altamente expressiva, materializada com admirável paixão e total competência por todo o elenco, a começar pela protagonista, Alinne Moraes.
Uma das melhores atrizes de sua geração, já há muitos anos fazendo enorme sucesso no cinema e na TV, Alinne Moraes estreou no teatro em 2007 com "Dhrama - o incrível diálogo entre Krishna e Arjuna", sob a direção de João Falcão. Era um texto complexo, nada comercial, e o papel de Alinne muito difícil. E ela o fez de forma admirável, aceitando uma série de riscos, pois seria muito mais seguro e confortável protagonizar uma comediazinha romântica. E agora faz o mesmo: encara um Nelson Rodrigues em um texto por muitos considerado "maldito". E seu desepenho, como o anteriormente citado, é de altíssimo nível.
Possuidora de uma beleza que não pode ser descrita com palavras - ao menos palavras que conheço -, Alinne Moraes evidencia aqui a beleza que de fato importa: a beleza interior, a força que a move no sentido de se tornar uma atriz incontestavelmente importante, que se recusa a assumir o papel de parasita de suas próprias conquistas. Na pele de Dorotéia, a intérprete exibe atuação irretocável, tanto nas passagens mais dramáticas quanto naquelas em que o humor predomina. Assim, só me resta desejar que os sempre caprichosos deuses do teatro continuem abençoando sua trajetória artística.
Vivendo a mais velha das primas, D. Flávia, Gilberto Gawronski arrebata a plateia desde o primeiro momento em que surge em cena, mantendo intacto o mesmo fascínio até o final da montagem. Está engraçadíssimo em seus furores operísticos, em sua selvagem histeria, nos estertores de sua intolerância. Exibindo maravilhoso trabalho vocal e corporal, Gawronski é um dos maiores destaques da atual temporada.
E são também deslumbrantes as performances de Paulo Verlings e Alexandre Pinheiro, que dão vida às duas outras primas que integram o desvairado trio de repressoras histéricas, ambos exibindo as mesmas virtudes vocais e corporais de Gawronski. Marcus Majella também está irrepreensível na pele de D. Assunta da Abadia, o mesmo aplicando-se a Keli Freitas, que valoriza ao máximo um papel que, interpretado por um atriz mediana, jamais causaria
o menor impacto. E sua Das Dores é um dos pontos altos do espetáculo.
Na equipe técnica, Nello Marrese assina uma cenografia adequadamente soturna, claustrofóbica e delirante, sendo maravilhosos os inventivos figurinos de Thanara Schönardie. Luiz Paulo Nenen responde por uma iluminação que consegue enfatizar os múltiplos climas emocionais em jogo, cabendo ainda destacar o expressivo visagismo de Sid Andrade e a ótima direção de movimento de Rafaela Amado.
DOROTÉIA - Texto de Nelson Rodrigues. Direção de João Fonseca. Com Alinne Moraes, Gilberto Gawronski, Paulo Verlings, Alexandre Pinheiro, Keli Freitas e Marcus Majella. Teatro Poeira. Terças e quartas, 21h.
"Dorotéia"
...............................................
Furores e delírios no Poeira
Lionel Fischer
"Dorotéia é uma linda mulher que larga a prostituição após a morte de seu filho. Depois de alguns anos afastada da família, ela procura suas primas para ter uma vida decente. Porém, as três primas, todas viúvas, repudiam-na por causa de sua beleza. No decorrer da história, inicia-se uma tentativa irracional de levar Dorotéia ao caminho da virtude e das privações. O enredo, envolvente e repleto de fantasias, fará o espectador conhecer um mundo caótico, onde o feio torna-se a representação da pureza, onde o ser humano revela suas múltiplas facetas".
Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima sintetiza o enredo de "Dorotéia", que acaba de entrar em cartaz no Teatro Poeira. De autoria de Nelson Rodrigues, o texto chega à cena com direção de João Fonseca e elenco formado por Alinne Moraes (Dorotéia), Gilberto Gawronski (D. Flávia), Alexandre Pinheiro (Carmelita), Paulo Verlings (Maura), Keli Freitas (Das Dores) e Marcus Majella (D. Assunta da Abadia).
Definida pelo autor como "uma farsa irresponsável", não sei até que ponto a peça é realmente uma farsa e menos ainda se é responsável ou não. Tampouco poderia afirmar que Nelson Rodrigues, ao menos em alguma medida, tenha se inspirado nas Fúrias da Mitologia Grega - três figuras femininas de negro e usando máscaras, aterrorizantes e hieráticas, personagens da "Oréstia", de Ésquilo. Mas me parece irrefutável que neste texto estão presentes alguns temas recorrentes na obra do autor, como castidade, pudor, culpa, repressão etc. E se tais temas pudessem ser aqui resumidos numa única frase, esta poderia ser a seguinte: a solidão vil do sexo sem amor.
Toda a ação transcorre numa casa sem quartos, o que soa coerente, já que uma das personagens afirma que é "no quarto que a alma e a carne se perdem", embora todos saibamos que tanto nossa alma, quanto nossa carne, podem se perder em diversificadas geografias. Mas aqui o quarto passa a ser uma espécie de símbolo do pecado, da transgressão, da ausência de pureza, de todas as possíveis e condenáveis tentações.
Outro dado interessante diz respeito à identidade de Dorotéia. Na família existiram duas: uma teria se afogado, por não suportar o conhecimento de que "por dentro de seu vestido estava um corpo nu"; a outra perdeu-se, tornou-se prostituta. Finalmente: qual das duas é a que está em cena? Acaba-se sabendo que é a ex-prostituta, que perdeu um filho e agora deseja trilhar os caminhos da virtude. Mas é belíssima, enquanto todas as mulheres da família são medonhas. E para se chegar à virtude, há que se matar a beleza...
E, por último: a bisavó das primas, em sua noite de núpcias, fora acometida pela Náusea. Ou seja: na hora em que a onça deveria beber água, teria sido possuída por uma total repulsa ao sexo, sendo esta, a partir de então, transmitida a toda sua descendência feminina. Em resumo: um contexto bem mais adequado a um estudo psicanalítico do que propriamente à avalição de um crítico teatral...
Provavelmente, este não é um dos melhores textos de Nelson Rodrigues. Mas nem por isso destituído de interesse, sobretudo quando levado à cena de uma forma absolutamente não convencional e corajosa. Dentre os muitos méritos que devem ser atribuídos a João Fonseca, talvez o principal nem resida no fato de ter escolhido homens para interpretar as três primas e a vizinha - embora tal opção contribua para reforçar o estranhamento do texto -, mas por ter feito aflorar um humor que jamais havia presenciado em nenhuma outra montagem. Não um humor superficial e inconsequente, mas impregnado de delirante e frenética selvageria.
Não temendo ousar mas, que fique bem claro, em nenhum momento objetivando desfigurar o texto, João Fonseca criou uma encenação que valoriza todos os conteúdos em jogo através de uma dinâmica cênica altamente expressiva, materializada com admirável paixão e total competência por todo o elenco, a começar pela protagonista, Alinne Moraes.
Uma das melhores atrizes de sua geração, já há muitos anos fazendo enorme sucesso no cinema e na TV, Alinne Moraes estreou no teatro em 2007 com "Dhrama - o incrível diálogo entre Krishna e Arjuna", sob a direção de João Falcão. Era um texto complexo, nada comercial, e o papel de Alinne muito difícil. E ela o fez de forma admirável, aceitando uma série de riscos, pois seria muito mais seguro e confortável protagonizar uma comediazinha romântica. E agora faz o mesmo: encara um Nelson Rodrigues em um texto por muitos considerado "maldito". E seu desepenho, como o anteriormente citado, é de altíssimo nível.
Possuidora de uma beleza que não pode ser descrita com palavras - ao menos palavras que conheço -, Alinne Moraes evidencia aqui a beleza que de fato importa: a beleza interior, a força que a move no sentido de se tornar uma atriz incontestavelmente importante, que se recusa a assumir o papel de parasita de suas próprias conquistas. Na pele de Dorotéia, a intérprete exibe atuação irretocável, tanto nas passagens mais dramáticas quanto naquelas em que o humor predomina. Assim, só me resta desejar que os sempre caprichosos deuses do teatro continuem abençoando sua trajetória artística.
Vivendo a mais velha das primas, D. Flávia, Gilberto Gawronski arrebata a plateia desde o primeiro momento em que surge em cena, mantendo intacto o mesmo fascínio até o final da montagem. Está engraçadíssimo em seus furores operísticos, em sua selvagem histeria, nos estertores de sua intolerância. Exibindo maravilhoso trabalho vocal e corporal, Gawronski é um dos maiores destaques da atual temporada.
E são também deslumbrantes as performances de Paulo Verlings e Alexandre Pinheiro, que dão vida às duas outras primas que integram o desvairado trio de repressoras histéricas, ambos exibindo as mesmas virtudes vocais e corporais de Gawronski. Marcus Majella também está irrepreensível na pele de D. Assunta da Abadia, o mesmo aplicando-se a Keli Freitas, que valoriza ao máximo um papel que, interpretado por um atriz mediana, jamais causaria
o menor impacto. E sua Das Dores é um dos pontos altos do espetáculo.
Na equipe técnica, Nello Marrese assina uma cenografia adequadamente soturna, claustrofóbica e delirante, sendo maravilhosos os inventivos figurinos de Thanara Schönardie. Luiz Paulo Nenen responde por uma iluminação que consegue enfatizar os múltiplos climas emocionais em jogo, cabendo ainda destacar o expressivo visagismo de Sid Andrade e a ótima direção de movimento de Rafaela Amado.
DOROTÉIA - Texto de Nelson Rodrigues. Direção de João Fonseca. Com Alinne Moraes, Gilberto Gawronski, Paulo Verlings, Alexandre Pinheiro, Keli Freitas e Marcus Majella. Teatro Poeira. Terças e quartas, 21h.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Bergman homenageia Freud
mais que sonhos em comum
por Claudia Bavagnoli*
Fazer filmes é mergulhar até as mais profundas raízes, até o mundo da infância. (Bergman)
No final do século XIX, especificamente em 1895, nasceram oficialmente a Psicanálise e o cinema: Sigmund Freud publicou seus primeiros estudos e Louis Lumière fez a primeira projeção cinematográfica a um público pagante.
Durante o amadurecimento de ambos, profissionais desses e de outros campos - como realizadores cinematográficos, psicanalistas e pensadores em geral - perceberam relações entre tais áreas e se dedicaram a estudá-las.
Hugo Mauerhofer foi quem idealizou uma situação cinematográfica. Nesta não devem existir distúrbios audiovisuais, apenas as emissões provenientes do filme, deixando o espectador totalmente afastado do mundo exterior à sala de projeção, o que acarreta uma fuga voluntária da realidade cotidiana. O espectador assiste ao filme semi- imobilizado e anonimamente isolado, no escuro, condição que gera afinidade com o estado do sono, possibilitando então que a situação cinematográfica assuma uma função psico-terapêutica.
Edgar Morin, em O Cinema ou Homem Imaginário, aponta as anomalias que aparentam o cinema e o sonho, as características para- hipnóticas da sessão cinematográfica: obscuridade, encantamento por meio da imagem, descontração "confortável", passividade e impotência física. Como ocorre durante o sonho, Morin verificou a projeção-identificação do espectador com o filme.
As analogias entre cinema e sonho, ao unirem seus diversos elementos constituintes - o escuro, o isolamento, a alucinação, a projeção... - fazem com que o cinema seja visto como um simulacro do sonho. Especulando, nota-se que o tempo de duração da fase do sono na qual se sonha, REM (Rapid Eye Moviment), dura cerca de 90min, aproximadamente, a mesma duração dos filmes. Segundo a cineasta brasileira Ana Carolina: "de noite somos todos diretores de cinema, porque um sonho é como um filme que cada um de nos faz com inteira liberdade."
O presente trabalho não será conduzido pelas relações entre sonho e cinema, assunto que ainda hoje gera estudos, mas pela análise de um filme em especial, no qual o sonho é tematizado: Morangos Silvestres (Smultronstället) de Ingmar Bergman, Suécia, 1957.
Morangos Silvestres conta a história de um médico e professor aposentado, Isaak Borg (Victor Sjostrom), que aos 78 anos será homenageado com o título honorário da Universidade de Lund, sua cidade natal, a qual abandonara em favor de Estocolmo. Desde a véspera até a chegada em Lund, Borg é invadido por recordações do passado que confrontam o seu presente. Sonhos, devaneios e flashbacks conduzem-no a um mergulho no inconsciente, fazendo-o perceber que seu temperamento áspero e distante impossibilita o envolvimento afetivo com familiares e amigos, protegendo-o do sofrimento e, por outro lado, isolando-o. A constatação da velhice e solidão trazem a presença iminente da morte, incitando-o a repensar sua vida durante o percurso que faz até Lund. O desencadeador dessa viagem introspectiva é o sonho que teve na noite anterior à partida para a sua celebração.
Em um ensaio intitulado O outro lado do sonho em Morangos Silvestres tal sonho é analisado por Eduardo Peñuela Cañizal. Utilizando-se de modelos semânticos de metáfora e a visão freudiana dos processos oníricos, ele inicia a análise tomando por base os comentários e a sinopse que o próprio Bergman faz sobre o filme e sua vida, reunidos no livro Imagens.
Quanto à sinopse, Bergman se limita a relatar que Borg receberá uma homenagem em Lund e, na noite de véspera, sonha estar em uma cidade desconhecida e despovoada, onde um caixão cai de um carro funerário deixando escapar uma mão que o agarra: o morto tem a sua aparência. Peñuela observa que a descrição limita-se a uma parte do conteúdo manifesto do sonho: não são mencionados a figurativização do carro-carruagem, seu suposto percurso por ruas vazias, a velocidade que a carruagem adquire ao perder a roda e o barulho da queda do caixão. O enorme relógio sem ponteiros que denota um tempo imensurável também é ignorado.
Os comentários recortados por Peñuela de Imagens sobre a época da criação do roteiro, mostram o diretor sueco num momento tumultuado: separava-se de Bibi Anderson e revivia conflitos com seus pais. Bergman compara a condição de seu personagem com a de seu pai e com a própria: privação de relações humanas, necessidade de se impor, introversão e fracasso apesar do sucesso profissional. Escreveu sobre a dificuldade de assistir aos próprios filmes por estes serem concebidos em todo seu corpo, principalmente nos intestinos.
Peñuela compara também cartas desse período que Bergman troca com amigos ao relato que Borg faz no prólogo do filme. As revelações coincidem: angústia, solidão, isolamento e preocupação com o trabalho em processo. A vida de Bergman, extradiegética, dialoga com a vida do personagem que cria, intradiegética - mesmo se tratando de modalidades textuais diferentes, uma real e outra ficcional, há vozes ressonantes nesses dois textos: os traços psicológicos dos dois indivíduos.
O sonho em questão é interpretado por Peñuela de acordo com a teoria freudiana que, resumidamente, defende a idéia dele ser composto por dois conteúdos: o manifesto (como o sonho se apresenta na memória) e o latente (os "pensamentos do sonho", a significação). Esses conteúdos são apresentados como duas versões do mesmo assunto em duas linguagens diferentes: o manifesto seria a transcrição pictórica do latente, seus caracteres devem ser individualmente transpostos para a linguagem do sonho ser interpretada.
Os mecanismos fundamentais do trabalho do sonho são: condensação, deslocamento, figuração e elaboração secundária (Freud, 1987,p 270-298). Segundo Peñuela, a condensação é enunciada no sonho de Isaak com a sobreposição de imagens, originando uma mistura de corporalidades diferentes. O deslocamento é percebido com a duplicidade de Isaak Borg, dentro e fora do caixão puxando a si mesmo, com a liberação do compromisso temporal e racional.
Implementando esse raciocínio, ressalvo a presença do relógio sem ponteiros que, ao invés de fazer tic-tac, bate como um coração, desnorteando o velho professor que procura alívio nas sombras; e também indico a presença de um homem com as feições fechadas e presas no centro do rosto, como um umbigo, que ao cair no chão, apesar de parecer uma estátua oca, sangra.
Quanto ao conteúdo latente, Peñuela reflete a significação de tal sonho partindo do paradigma da alimentação: o cineasta afirmara que seus filmes foram concebidos nos intestinos e Borg é chamado a almoçar no prólogo do filme, antes de serem dados os créditos que precedem o sonho com a carruagem vinda por ruas tortuosas que ao perder a roda e liberar o caixão sai em disparada. Por metáforas, Peñuela observa: "a carruagem teria partido de um necrotério- estômago trazendo o caixão- excremento até que sua traseira- ânus o arrojasse para fora". O sentido latente dessa seqüência se faz presente por meio de uma representação metafórica da defecação.
Peñuela acredita que Bergman utilizou como modelo para esse simulacro de sonho a obra de Freud intitulada "Analises de la fobia de un niño de 5 años (el pequeño Hans)" (1993), na qual há passagens em que Hans relata ao pai problemas que tinha para defecar por meio de metáforas: "as carruagens carregadas podem virar, são como barrigas cheias, por isso assustam; já as vazias não".
Seu ensaio, sustentado pela teoria freudiana da "Interpretação dos sonhos", dialoga o sonho de Borg e o caso do pequeno Hans. Mas Peñuela também nos mostrou que Borg e Bergman dialogam. Conclui-se então que Bergman, utilizando-se do sonho de Borg, seu provável simulacro, livra-se de fatos que pesavam e incomodavam sua vida, conseguindo, depois de certo esforço, andar mais livremente.
Acredito que não apenas esse sonho, mas que diversas situações do filme dialoguem com as teorias psicanalíticas de Freud: Morangos Silvestres, enquanto mergulha no passado e inconsciente de Borg, homenageia a psicanálise ao retratar alguns seus diversos conceitos.
Os procedimentos do sonho, condensação e deslocamento, como já mencionado, são sempre anunciados por meio da sobreposição de imagens e da falta de lógica, respectivamente. Enquanto Borg sonha, delira ou tem um flashback, as imagens do filme formam-se sempre por meio da confusão gerada pela junção de dois ou mais fotogramas, e o personagem Borg aparece em todas essas situações, independente da época da vida a ser retratada, com o corpo envelhecido, até quando é levado de volta à sua juventude e se encontra com Sara, seu puro e primeiro amor.
Sara descreve o jovem Isaak como "gentil, fino, honesto e sensível", contrariando a maneira que ele nos é apresentado: "um velho egoísta". Subentende-se que essa transformação em seu comportamento teve uma causa: o fato da amada ter-lhe trocado pelo irmão inútil fez com que endurecesse, afastando-se do convívio social por medo de sofrer. Poderia ser entendido esse fato como um trauma?
O "egoísmo" que lhe é atribuído por sua fiel empregada e por sua nora doce nora Marianne é de serventia a Freud para a caracterização dos sonhos, no sentido em que "o ego bem amado aparece em todos eles (sonhos)". "O egoísmo é o interesse que o ego tem por si mesmo" (Laplanche, 1995). Egoísta é aquele que pensa em si visando se proteger, é uma pulsão de auto-conservação.
Em um de seus sonhos, Borg está em companhia de Sara, que lhe mostra um espelho pedindo-lhe que se olhe: ele titubeia, como se não conseguisse se encarar. O espelho reflete alguma verdade: será que ele a teme ou lhe desagrada? Contrariando Narciso, Borg foge de sua imagem, da verdade e do que mais lhe traria algum encanto, pois é assim que há tempos permanece com sua carcaça rija, distanciando-se de tudo que poderia torná-lo volúvel.
O casal que gera um acidente na estrada é formado por uma mulher que sofre de males não diagnosticados (não apresentam causas somáticas), e por um homem que a ridiculariza, chamando-a de fingida e apresentando-a como atriz. A reação incrédula e debochada do marido para com a esposa, uma provável histérica, pode ser comparada à atitude dos doutores colegas de Freud diante das idéias deste sobre a histeria.
Ainda uma última passagem traz alusão à teoria psicanalítica. Quando a mãe de Isaak Borg pega uma caixa de recordações, diz ter dado risadas de recadinhos que duas irmãs escreveram ao pai: "Ao meu pai, quem mais amo no mundo" e "Vou me casar com papai". Ela agiu da mesma maneira irônica que os congressistas presentes na divulgação da teoria que Freud denominou "Complexo de Édipo".
Realizei apenas um levantamento de coincidências entre algumas teorias freudianas e passagens do filme de Bergman, as quais me levam a pensar em Morangos Silvestres também como uma homenagem à Freud e ao seu trabalho, mas nunca o limitando a isso. Não acredito que essa seja a leitura totalitária do filme, mas sim que colabore para seu entendimento. Acho interessante a presença de inúmeras cenas que remetem à psicanálise e absurdo seria ignorá-las.
Contudo, Morangos Silvestres é um belíssimo filme sobre o tempo, a memória e o reencontro, uma obra- prima em que Bergman explora a vida e a morte com incrível sensibilidade.
Referência Bibliográficas:
BERGMAN, Ingmar. Imagens. São Paulo, Martins Fontes, 1996.
CAÑIZAL, Eduardo Peñuela. O outro lado do sonho em Morangos Silvestres In Galáxia. São Paulo, EDUC, 2001.
FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos In Obras Completas, vol. IV 1987.
LAPLANCHE e PONTALIS. Vocabulário da psicanálise. São Paulo, Martins Fontes, 1995.
MAUERHOFER O, Hugo. A psicologia da experiência cinematográfica In A experiência do cinema: antologia. org. Ismail Xavier. Rio de Janeiro, Graal, 1993.
MORIN, Edgar. Cinema ou Homem Imaginário. Lisboa, Moraes Editores,1980
*Claudia Bavagnoli é Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP
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mais que sonhos em comum
por Claudia Bavagnoli*
Fazer filmes é mergulhar até as mais profundas raízes, até o mundo da infância. (Bergman)
No final do século XIX, especificamente em 1895, nasceram oficialmente a Psicanálise e o cinema: Sigmund Freud publicou seus primeiros estudos e Louis Lumière fez a primeira projeção cinematográfica a um público pagante.
Durante o amadurecimento de ambos, profissionais desses e de outros campos - como realizadores cinematográficos, psicanalistas e pensadores em geral - perceberam relações entre tais áreas e se dedicaram a estudá-las.
Hugo Mauerhofer foi quem idealizou uma situação cinematográfica. Nesta não devem existir distúrbios audiovisuais, apenas as emissões provenientes do filme, deixando o espectador totalmente afastado do mundo exterior à sala de projeção, o que acarreta uma fuga voluntária da realidade cotidiana. O espectador assiste ao filme semi- imobilizado e anonimamente isolado, no escuro, condição que gera afinidade com o estado do sono, possibilitando então que a situação cinematográfica assuma uma função psico-terapêutica.
Edgar Morin, em O Cinema ou Homem Imaginário, aponta as anomalias que aparentam o cinema e o sonho, as características para- hipnóticas da sessão cinematográfica: obscuridade, encantamento por meio da imagem, descontração "confortável", passividade e impotência física. Como ocorre durante o sonho, Morin verificou a projeção-identificação do espectador com o filme.
As analogias entre cinema e sonho, ao unirem seus diversos elementos constituintes - o escuro, o isolamento, a alucinação, a projeção... - fazem com que o cinema seja visto como um simulacro do sonho. Especulando, nota-se que o tempo de duração da fase do sono na qual se sonha, REM (Rapid Eye Moviment), dura cerca de 90min, aproximadamente, a mesma duração dos filmes. Segundo a cineasta brasileira Ana Carolina: "de noite somos todos diretores de cinema, porque um sonho é como um filme que cada um de nos faz com inteira liberdade."
O presente trabalho não será conduzido pelas relações entre sonho e cinema, assunto que ainda hoje gera estudos, mas pela análise de um filme em especial, no qual o sonho é tematizado: Morangos Silvestres (Smultronstället) de Ingmar Bergman, Suécia, 1957.
Morangos Silvestres conta a história de um médico e professor aposentado, Isaak Borg (Victor Sjostrom), que aos 78 anos será homenageado com o título honorário da Universidade de Lund, sua cidade natal, a qual abandonara em favor de Estocolmo. Desde a véspera até a chegada em Lund, Borg é invadido por recordações do passado que confrontam o seu presente. Sonhos, devaneios e flashbacks conduzem-no a um mergulho no inconsciente, fazendo-o perceber que seu temperamento áspero e distante impossibilita o envolvimento afetivo com familiares e amigos, protegendo-o do sofrimento e, por outro lado, isolando-o. A constatação da velhice e solidão trazem a presença iminente da morte, incitando-o a repensar sua vida durante o percurso que faz até Lund. O desencadeador dessa viagem introspectiva é o sonho que teve na noite anterior à partida para a sua celebração.
Em um ensaio intitulado O outro lado do sonho em Morangos Silvestres tal sonho é analisado por Eduardo Peñuela Cañizal. Utilizando-se de modelos semânticos de metáfora e a visão freudiana dos processos oníricos, ele inicia a análise tomando por base os comentários e a sinopse que o próprio Bergman faz sobre o filme e sua vida, reunidos no livro Imagens.
Quanto à sinopse, Bergman se limita a relatar que Borg receberá uma homenagem em Lund e, na noite de véspera, sonha estar em uma cidade desconhecida e despovoada, onde um caixão cai de um carro funerário deixando escapar uma mão que o agarra: o morto tem a sua aparência. Peñuela observa que a descrição limita-se a uma parte do conteúdo manifesto do sonho: não são mencionados a figurativização do carro-carruagem, seu suposto percurso por ruas vazias, a velocidade que a carruagem adquire ao perder a roda e o barulho da queda do caixão. O enorme relógio sem ponteiros que denota um tempo imensurável também é ignorado.
Os comentários recortados por Peñuela de Imagens sobre a época da criação do roteiro, mostram o diretor sueco num momento tumultuado: separava-se de Bibi Anderson e revivia conflitos com seus pais. Bergman compara a condição de seu personagem com a de seu pai e com a própria: privação de relações humanas, necessidade de se impor, introversão e fracasso apesar do sucesso profissional. Escreveu sobre a dificuldade de assistir aos próprios filmes por estes serem concebidos em todo seu corpo, principalmente nos intestinos.
Peñuela compara também cartas desse período que Bergman troca com amigos ao relato que Borg faz no prólogo do filme. As revelações coincidem: angústia, solidão, isolamento e preocupação com o trabalho em processo. A vida de Bergman, extradiegética, dialoga com a vida do personagem que cria, intradiegética - mesmo se tratando de modalidades textuais diferentes, uma real e outra ficcional, há vozes ressonantes nesses dois textos: os traços psicológicos dos dois indivíduos.
O sonho em questão é interpretado por Peñuela de acordo com a teoria freudiana que, resumidamente, defende a idéia dele ser composto por dois conteúdos: o manifesto (como o sonho se apresenta na memória) e o latente (os "pensamentos do sonho", a significação). Esses conteúdos são apresentados como duas versões do mesmo assunto em duas linguagens diferentes: o manifesto seria a transcrição pictórica do latente, seus caracteres devem ser individualmente transpostos para a linguagem do sonho ser interpretada.
Os mecanismos fundamentais do trabalho do sonho são: condensação, deslocamento, figuração e elaboração secundária (Freud, 1987,p 270-298). Segundo Peñuela, a condensação é enunciada no sonho de Isaak com a sobreposição de imagens, originando uma mistura de corporalidades diferentes. O deslocamento é percebido com a duplicidade de Isaak Borg, dentro e fora do caixão puxando a si mesmo, com a liberação do compromisso temporal e racional.
Implementando esse raciocínio, ressalvo a presença do relógio sem ponteiros que, ao invés de fazer tic-tac, bate como um coração, desnorteando o velho professor que procura alívio nas sombras; e também indico a presença de um homem com as feições fechadas e presas no centro do rosto, como um umbigo, que ao cair no chão, apesar de parecer uma estátua oca, sangra.
Quanto ao conteúdo latente, Peñuela reflete a significação de tal sonho partindo do paradigma da alimentação: o cineasta afirmara que seus filmes foram concebidos nos intestinos e Borg é chamado a almoçar no prólogo do filme, antes de serem dados os créditos que precedem o sonho com a carruagem vinda por ruas tortuosas que ao perder a roda e liberar o caixão sai em disparada. Por metáforas, Peñuela observa: "a carruagem teria partido de um necrotério- estômago trazendo o caixão- excremento até que sua traseira- ânus o arrojasse para fora". O sentido latente dessa seqüência se faz presente por meio de uma representação metafórica da defecação.
Peñuela acredita que Bergman utilizou como modelo para esse simulacro de sonho a obra de Freud intitulada "Analises de la fobia de un niño de 5 años (el pequeño Hans)" (1993), na qual há passagens em que Hans relata ao pai problemas que tinha para defecar por meio de metáforas: "as carruagens carregadas podem virar, são como barrigas cheias, por isso assustam; já as vazias não".
Seu ensaio, sustentado pela teoria freudiana da "Interpretação dos sonhos", dialoga o sonho de Borg e o caso do pequeno Hans. Mas Peñuela também nos mostrou que Borg e Bergman dialogam. Conclui-se então que Bergman, utilizando-se do sonho de Borg, seu provável simulacro, livra-se de fatos que pesavam e incomodavam sua vida, conseguindo, depois de certo esforço, andar mais livremente.
Acredito que não apenas esse sonho, mas que diversas situações do filme dialoguem com as teorias psicanalíticas de Freud: Morangos Silvestres, enquanto mergulha no passado e inconsciente de Borg, homenageia a psicanálise ao retratar alguns seus diversos conceitos.
Os procedimentos do sonho, condensação e deslocamento, como já mencionado, são sempre anunciados por meio da sobreposição de imagens e da falta de lógica, respectivamente. Enquanto Borg sonha, delira ou tem um flashback, as imagens do filme formam-se sempre por meio da confusão gerada pela junção de dois ou mais fotogramas, e o personagem Borg aparece em todas essas situações, independente da época da vida a ser retratada, com o corpo envelhecido, até quando é levado de volta à sua juventude e se encontra com Sara, seu puro e primeiro amor.
Sara descreve o jovem Isaak como "gentil, fino, honesto e sensível", contrariando a maneira que ele nos é apresentado: "um velho egoísta". Subentende-se que essa transformação em seu comportamento teve uma causa: o fato da amada ter-lhe trocado pelo irmão inútil fez com que endurecesse, afastando-se do convívio social por medo de sofrer. Poderia ser entendido esse fato como um trauma?
O "egoísmo" que lhe é atribuído por sua fiel empregada e por sua nora doce nora Marianne é de serventia a Freud para a caracterização dos sonhos, no sentido em que "o ego bem amado aparece em todos eles (sonhos)". "O egoísmo é o interesse que o ego tem por si mesmo" (Laplanche, 1995). Egoísta é aquele que pensa em si visando se proteger, é uma pulsão de auto-conservação.
Em um de seus sonhos, Borg está em companhia de Sara, que lhe mostra um espelho pedindo-lhe que se olhe: ele titubeia, como se não conseguisse se encarar. O espelho reflete alguma verdade: será que ele a teme ou lhe desagrada? Contrariando Narciso, Borg foge de sua imagem, da verdade e do que mais lhe traria algum encanto, pois é assim que há tempos permanece com sua carcaça rija, distanciando-se de tudo que poderia torná-lo volúvel.
O casal que gera um acidente na estrada é formado por uma mulher que sofre de males não diagnosticados (não apresentam causas somáticas), e por um homem que a ridiculariza, chamando-a de fingida e apresentando-a como atriz. A reação incrédula e debochada do marido para com a esposa, uma provável histérica, pode ser comparada à atitude dos doutores colegas de Freud diante das idéias deste sobre a histeria.
Ainda uma última passagem traz alusão à teoria psicanalítica. Quando a mãe de Isaak Borg pega uma caixa de recordações, diz ter dado risadas de recadinhos que duas irmãs escreveram ao pai: "Ao meu pai, quem mais amo no mundo" e "Vou me casar com papai". Ela agiu da mesma maneira irônica que os congressistas presentes na divulgação da teoria que Freud denominou "Complexo de Édipo".
Realizei apenas um levantamento de coincidências entre algumas teorias freudianas e passagens do filme de Bergman, as quais me levam a pensar em Morangos Silvestres também como uma homenagem à Freud e ao seu trabalho, mas nunca o limitando a isso. Não acredito que essa seja a leitura totalitária do filme, mas sim que colabore para seu entendimento. Acho interessante a presença de inúmeras cenas que remetem à psicanálise e absurdo seria ignorá-las.
Contudo, Morangos Silvestres é um belíssimo filme sobre o tempo, a memória e o reencontro, uma obra- prima em que Bergman explora a vida e a morte com incrível sensibilidade.
Referência Bibliográficas:
BERGMAN, Ingmar. Imagens. São Paulo, Martins Fontes, 1996.
CAÑIZAL, Eduardo Peñuela. O outro lado do sonho em Morangos Silvestres In Galáxia. São Paulo, EDUC, 2001.
FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos In Obras Completas, vol. IV 1987.
LAPLANCHE e PONTALIS. Vocabulário da psicanálise. São Paulo, Martins Fontes, 1995.
MAUERHOFER O, Hugo. A psicologia da experiência cinematográfica In A experiência do cinema: antologia. org. Ismail Xavier. Rio de Janeiro, Graal, 1993.
MORIN, Edgar. Cinema ou Homem Imaginário. Lisboa, Moraes Editores,1980
*Claudia Bavagnoli é Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP
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“A economia da cultura ou
Perdoa-me por me traíres”
Tal e qual o personagem de “Perdoa-me por me traíres”, de Nelson Rodrigues, o grande ícone do teatro homenageado deste ano, o produtor cultural é levado a ter um sentimento de culpa, como sujeito e objeto da traição, por ter a necessidade de produzir cultura com recursos públicos e ao mesmo tempo perder o direito de olhar o bem ou serviço produzido como um produto que pode ser rentável.
A Lei Rouanet hoje é o principal mecanismo federal de incentivo a cultura. A exemplo de outros setores da economia do país, temos o nosso marco, baseado no incentivo fiscal. Em troca, ao contrário dos outros setores, temos que obedecer a regras cada vez mais contraditórias ao propósito da existência da lei. Seu objetivo como ferramenta de desenvolvimento econômico do setor tem dado lugar a discussões que comprometem suas possibilidades de sustentabilidade, a partir da visão míope dos burocratas que desviam seu olhar da principal meta para focar apenas em um dos elos da cadeia produtiva: o público.
Nos últimos tempos os produtores culturais têm sido alvos de torpedos governamentais, de várias ordens, indicando a elaboração de política de taxação de preços de ingressos para espetáculos. Hoje, o produtor de eventos que tem o benefício da Rouanet tem a obrigação de comprometer sua bilheteria com 20% da lotação do teatro para distribuição gratuita (como contrapartida social e patrocinadores) e 80% com a meia entrada, subsidiada com recursos próprios.
Esclarecemos que os teatros ou casas de espetáculos, na maioria dos casos, não são subsidiados com recursos públicos e cobram um valor de locação mínima ou um percentual da bilheteria entre 25% e 50%. Além disso, o autor da obra - no caso de teatro, autor do texto - tem por direito entre 10% e 12%. Se a peça for um musical ou contiver obras musicais protegidas, além do texto há o direito sobre as músicas, que pode chegar a 10%, dependendo da minutagem de música em relação ao texto.
A Comissão Nacional de Incentivo a Cultura – CniC - é o órgão que tem representantes do estado e da sociedade civil organizada (produtores e empresários), podendo elaborar, propor e deliberar sobre a análise dos projetos aprovados e sua operação. Em 12 de junho de 2012, a CniC fez reunião com o propósito de discutir o tema “Democratização do acesso”. Foram citados alguns artigos da Lei Rouanet, como o Art. 1o: “contribuir para facilitar, a todos, os meios para o livre acesso às fontes da cultura e o pleno exercício dos direitos culturais”. Se “facilitar o acesso” for interpretado simploriamente como redução do valor dos ingressos, apenas isso, a partir daí surgirão idéias mirabolantes e estapafúrdias de como administrar a produção alheia.
No documento apresentado na reunião da CniC há importantes constatações do MinC que só reforçam a necessidade de ampliar essa curta visão. Segundo o texto do documento, de um universo de 2 mil projetos captados, apenas 12,5% conseguem 100% dos recursos aprovados pela CniC. Estamos falando de cerca de 250 projetos. Também há a consciência de que o restante dos recursos vem de outras fontes, inclusive da bilheteria, que pode manter uma peça em cartaz em alguns casos. Outro problema é estabelecer regras apenas para espetáculos, como controlar a taxação de produtos produzidos, obras de arte... Nesse caso, se houver algum artista com uma bolsa para criação de uma peça teatral, por exemplo, o MinC passará a dizer quanto esse autor vai cobrar pelos seus direitos no mercado? É um terreno complicado de administrar.
No documento da CniC a idéia é taxar o ingresso no mesmo valor teto estabelecido no projeto do Vale Cultura: R$ 50,00. Mas no mesmo documento há a informação de que o preço médio normal é de R$ 62,00 e o promocional R$ 11,83. Considerando que a renda é diferente em cada região do país e que o governo não tem espaços culturais para atender a essa demanda, teria que ser criado um subsídio a mais para os donos dos equipamentos culturais, complicando ainda mais todo o processo.
Voltando ao terreno da contradição, ou da “traição”, assunto do começo do texto, o termo mais repetido nos discursos da gestão atual do Ministério da Cultura é “economia criativa”. A ministra Ana de Holanda falou sobre uma “Visão de longo prazo para a Cultura”, texto de apresentação das metas do Plano Nacional de Cultura, datado de dezembro de 2011, que se encontra publicado no sítio virtual do MinC: “Sustentabilidade e, portanto, planejamento, são algumas das palavras-chave da atual gestão do Ministério da Cultura. Significa pensar lá na frente, no futuro, a partir das bases do presente. Foi com esse intuito que colocamos em discussão as metas do Plano Nacional da Cultura (PNC), que hoje apresentamos. São propostas para a próxima década. É a primeira vez, em quase 30 anos de existência, que o Ministério tem objetivos planificados a partir da discussão com a sociedade.”
Ainda no sítio virtual do MinC, obtemos a informação que “em reunião ordinária ocorrida no dia 29 de dezembro de 2011, o Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) aprovou as 53 metas do Plano Nacional de Cultura (PNC), elaboradas a partir de consultas à sociedade e com a participação do Conselho Nacional de Política Cultural. A implementação do Plano Nacional de Cultura se dará com a publicação das metas de desenvolvimento institucional e cultural para os 10 (dez) anos de sua vigência. As metas que serão publicadas expressam o compromisso com os principais temas das políticas públicas de cultura, como: reconhecimento e promoção da diversidade cultural; criação, fruição, difusão, circulação e consumo; educação e produção de conhecimento; ampliação e qualificação de espaços culturais; fortalecimento institucional e articulação federativa; participação social; desenvolvimento sustentável da cultura; e mecanismos de fomento e financiamento.”
Será que temos dois Ministérios da Cultura? Dois pensamentos que não se completam, com certeza, temos.
Há mais de oito anos estamos sendo convocados, como cidadãos da classe cultural, membros fundamentais dessa cadeia produtiva, para uma discussão sobre essa economia e a importância estratégica da cultura para o desenvolvimento do país. Apresentamos contribuições acerca da problemática que envolve todos os elos da nossa cadeia produtiva, desde a formação de nossos profissionais até a distribuição dos bens culturais produzidos.
Hoje vemos muitas resultantes desse imenso processo onde detectamos que a cultura como economia, meio de trabalho e produto era um universo desconhecido a ser explorado, a começar pela formalização do mercado. Avançamos nesse ponto, com a criação do MEI - Micro Empreendedor Individual - que possibilitou a inclusão de muitos profissionais que antes viviam num mercado informal. As produtoras culturais foram enquadradas no SIMPLES NACIONAL, reduzindo sua carga tributária.
O advento da Lei Rouanet é um marco do setor, sem dúvida, mas quem são seus principais personagens? Os protagonistas são o Ministério da Cultura, as empresas incentivadoras e os proponentes (nós, produtores culturais). Se por um lado a lei é uma fonte importante de recursos, por outro põe uma faca no peito do produtor. São muitas as cobranças. E então voltamos à culpa rodrigueana. Nossas prestações de contas não eram analisadas, por isso temos que guardar arquivos de notas fiscais por uma eternidade, até recebermos a aprovação; somos culpados também por anos de ausência histórica de um Ministério da Cultura e por entulhar os arquivos do MinC com projetos, por isso hoje há uma limitação de até cinco projetos anuais ativos por proponente; temos que nos responsabilizar pela acessibilidade a deficientes nos espaços culturais, sendo que muitos dos espaços públicos não a tem; subsidiamos com recursos próprios a lei da meia entrada; oferecemos contrapartida social; temos que aplicar a logomarca do Governo, do Ministério da Cultura e da empresa patrocinadora em todos os materiais de promoção e divulgação do projeto. Além disso, intermediamos a relação de forças muitas vezes opostas, como a política de ocupação de teatros e espaços culturais.
Finalmente, mais uma culpa. Vemos instâncias que têm em suas estruturas representações da classe que estão hoje distantes, como a CniC e o Conselho Nacional de Cultura, órgãos que não têm nenhuma interlocução prática com os produtores. Não estamos nos fazendo representar.
Pois então, discutimos o desenvolvimento do setor cultural ao mesmo tempo em que esse sentimento de culpa nos persegue: não podemos ser sustentáveis? A sociedade pode tolerar pagar muito por itens como saúde, transporte e educação, todos com suas respectivas cargas de subsídio/ benefícios fiscais, mas bens culturais brasileiros têm que ser baratos ou gratuitos.
Para que preparar uma política para regular preços de ingressos, quando sabemos que o problema não é do produto ou serviço cultural, mas sim da educação incipiente, da falta de equipamentos culturais e da concentração de renda na região Sudeste? Estamos desperdiçando uma energia vital para resolver problemas que são de ordem burocratica e política e não estruturais.
Uma das metas mais importantes do Plano Nacional de Cultura para o nosso setor é primordial para que possamos discutir o futuro da produção cultural no país: “100% dos segmentos culturais com cadeias produtivas da economia criativa mapeadas”. E define economia criativa: “A economia criativa é um setor estratégico e dinâmico, tanto do ponto de vista econômico quanto social. Suas diversas atividades geram trabalho, emprego, renda e são capazes de propiciar oportunidades de inclusão social.”
Acreditamos na força do nosso trabalho e sabemos que temos grande responsabilidade como um dos elos dessa cadeia produtiva. O MinC precisa repensar seu discurso, retomar o diálogo com esse elo urgentemente e, principalmente a Ministra Ana de Holanda, precisa olhar de perto seus pares do teatro.
Encerrando com Nelson Rodrigues: “a ficção para ser purificadora precisa ser atroz. O personagem é vil, para que não sejamos. Ele realiza a miséria inconfessa de cada um de nós.(....). E no teatro, que é mais plástico, direto, e de um impacto tão mais puro, esse fenômeno de transferência torna-se mais válido. Para salvar a platéia é preciso encher o palco de assassinos, adúlteros, de insanos e, em suma de uma salada de monstros. São os nossos monstros, dos quais eventualmente nos libertamos, para depois recriá-los.”(Nelson Rodrigues, O Anjo Pornográfico)
APTR
ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE TEATRO DO RIO DE JANEIRO
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Perdoa-me por me traíres”
Tal e qual o personagem de “Perdoa-me por me traíres”, de Nelson Rodrigues, o grande ícone do teatro homenageado deste ano, o produtor cultural é levado a ter um sentimento de culpa, como sujeito e objeto da traição, por ter a necessidade de produzir cultura com recursos públicos e ao mesmo tempo perder o direito de olhar o bem ou serviço produzido como um produto que pode ser rentável.
A Lei Rouanet hoje é o principal mecanismo federal de incentivo a cultura. A exemplo de outros setores da economia do país, temos o nosso marco, baseado no incentivo fiscal. Em troca, ao contrário dos outros setores, temos que obedecer a regras cada vez mais contraditórias ao propósito da existência da lei. Seu objetivo como ferramenta de desenvolvimento econômico do setor tem dado lugar a discussões que comprometem suas possibilidades de sustentabilidade, a partir da visão míope dos burocratas que desviam seu olhar da principal meta para focar apenas em um dos elos da cadeia produtiva: o público.
Nos últimos tempos os produtores culturais têm sido alvos de torpedos governamentais, de várias ordens, indicando a elaboração de política de taxação de preços de ingressos para espetáculos. Hoje, o produtor de eventos que tem o benefício da Rouanet tem a obrigação de comprometer sua bilheteria com 20% da lotação do teatro para distribuição gratuita (como contrapartida social e patrocinadores) e 80% com a meia entrada, subsidiada com recursos próprios.
Esclarecemos que os teatros ou casas de espetáculos, na maioria dos casos, não são subsidiados com recursos públicos e cobram um valor de locação mínima ou um percentual da bilheteria entre 25% e 50%. Além disso, o autor da obra - no caso de teatro, autor do texto - tem por direito entre 10% e 12%. Se a peça for um musical ou contiver obras musicais protegidas, além do texto há o direito sobre as músicas, que pode chegar a 10%, dependendo da minutagem de música em relação ao texto.
A Comissão Nacional de Incentivo a Cultura – CniC - é o órgão que tem representantes do estado e da sociedade civil organizada (produtores e empresários), podendo elaborar, propor e deliberar sobre a análise dos projetos aprovados e sua operação. Em 12 de junho de 2012, a CniC fez reunião com o propósito de discutir o tema “Democratização do acesso”. Foram citados alguns artigos da Lei Rouanet, como o Art. 1o: “contribuir para facilitar, a todos, os meios para o livre acesso às fontes da cultura e o pleno exercício dos direitos culturais”. Se “facilitar o acesso” for interpretado simploriamente como redução do valor dos ingressos, apenas isso, a partir daí surgirão idéias mirabolantes e estapafúrdias de como administrar a produção alheia.
No documento apresentado na reunião da CniC há importantes constatações do MinC que só reforçam a necessidade de ampliar essa curta visão. Segundo o texto do documento, de um universo de 2 mil projetos captados, apenas 12,5% conseguem 100% dos recursos aprovados pela CniC. Estamos falando de cerca de 250 projetos. Também há a consciência de que o restante dos recursos vem de outras fontes, inclusive da bilheteria, que pode manter uma peça em cartaz em alguns casos. Outro problema é estabelecer regras apenas para espetáculos, como controlar a taxação de produtos produzidos, obras de arte... Nesse caso, se houver algum artista com uma bolsa para criação de uma peça teatral, por exemplo, o MinC passará a dizer quanto esse autor vai cobrar pelos seus direitos no mercado? É um terreno complicado de administrar.
No documento da CniC a idéia é taxar o ingresso no mesmo valor teto estabelecido no projeto do Vale Cultura: R$ 50,00. Mas no mesmo documento há a informação de que o preço médio normal é de R$ 62,00 e o promocional R$ 11,83. Considerando que a renda é diferente em cada região do país e que o governo não tem espaços culturais para atender a essa demanda, teria que ser criado um subsídio a mais para os donos dos equipamentos culturais, complicando ainda mais todo o processo.
Voltando ao terreno da contradição, ou da “traição”, assunto do começo do texto, o termo mais repetido nos discursos da gestão atual do Ministério da Cultura é “economia criativa”. A ministra Ana de Holanda falou sobre uma “Visão de longo prazo para a Cultura”, texto de apresentação das metas do Plano Nacional de Cultura, datado de dezembro de 2011, que se encontra publicado no sítio virtual do MinC: “Sustentabilidade e, portanto, planejamento, são algumas das palavras-chave da atual gestão do Ministério da Cultura. Significa pensar lá na frente, no futuro, a partir das bases do presente. Foi com esse intuito que colocamos em discussão as metas do Plano Nacional da Cultura (PNC), que hoje apresentamos. São propostas para a próxima década. É a primeira vez, em quase 30 anos de existência, que o Ministério tem objetivos planificados a partir da discussão com a sociedade.”
Ainda no sítio virtual do MinC, obtemos a informação que “em reunião ordinária ocorrida no dia 29 de dezembro de 2011, o Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) aprovou as 53 metas do Plano Nacional de Cultura (PNC), elaboradas a partir de consultas à sociedade e com a participação do Conselho Nacional de Política Cultural. A implementação do Plano Nacional de Cultura se dará com a publicação das metas de desenvolvimento institucional e cultural para os 10 (dez) anos de sua vigência. As metas que serão publicadas expressam o compromisso com os principais temas das políticas públicas de cultura, como: reconhecimento e promoção da diversidade cultural; criação, fruição, difusão, circulação e consumo; educação e produção de conhecimento; ampliação e qualificação de espaços culturais; fortalecimento institucional e articulação federativa; participação social; desenvolvimento sustentável da cultura; e mecanismos de fomento e financiamento.”
Será que temos dois Ministérios da Cultura? Dois pensamentos que não se completam, com certeza, temos.
Há mais de oito anos estamos sendo convocados, como cidadãos da classe cultural, membros fundamentais dessa cadeia produtiva, para uma discussão sobre essa economia e a importância estratégica da cultura para o desenvolvimento do país. Apresentamos contribuições acerca da problemática que envolve todos os elos da nossa cadeia produtiva, desde a formação de nossos profissionais até a distribuição dos bens culturais produzidos.
Hoje vemos muitas resultantes desse imenso processo onde detectamos que a cultura como economia, meio de trabalho e produto era um universo desconhecido a ser explorado, a começar pela formalização do mercado. Avançamos nesse ponto, com a criação do MEI - Micro Empreendedor Individual - que possibilitou a inclusão de muitos profissionais que antes viviam num mercado informal. As produtoras culturais foram enquadradas no SIMPLES NACIONAL, reduzindo sua carga tributária.
O advento da Lei Rouanet é um marco do setor, sem dúvida, mas quem são seus principais personagens? Os protagonistas são o Ministério da Cultura, as empresas incentivadoras e os proponentes (nós, produtores culturais). Se por um lado a lei é uma fonte importante de recursos, por outro põe uma faca no peito do produtor. São muitas as cobranças. E então voltamos à culpa rodrigueana. Nossas prestações de contas não eram analisadas, por isso temos que guardar arquivos de notas fiscais por uma eternidade, até recebermos a aprovação; somos culpados também por anos de ausência histórica de um Ministério da Cultura e por entulhar os arquivos do MinC com projetos, por isso hoje há uma limitação de até cinco projetos anuais ativos por proponente; temos que nos responsabilizar pela acessibilidade a deficientes nos espaços culturais, sendo que muitos dos espaços públicos não a tem; subsidiamos com recursos próprios a lei da meia entrada; oferecemos contrapartida social; temos que aplicar a logomarca do Governo, do Ministério da Cultura e da empresa patrocinadora em todos os materiais de promoção e divulgação do projeto. Além disso, intermediamos a relação de forças muitas vezes opostas, como a política de ocupação de teatros e espaços culturais.
Finalmente, mais uma culpa. Vemos instâncias que têm em suas estruturas representações da classe que estão hoje distantes, como a CniC e o Conselho Nacional de Cultura, órgãos que não têm nenhuma interlocução prática com os produtores. Não estamos nos fazendo representar.
Pois então, discutimos o desenvolvimento do setor cultural ao mesmo tempo em que esse sentimento de culpa nos persegue: não podemos ser sustentáveis? A sociedade pode tolerar pagar muito por itens como saúde, transporte e educação, todos com suas respectivas cargas de subsídio/ benefícios fiscais, mas bens culturais brasileiros têm que ser baratos ou gratuitos.
Para que preparar uma política para regular preços de ingressos, quando sabemos que o problema não é do produto ou serviço cultural, mas sim da educação incipiente, da falta de equipamentos culturais e da concentração de renda na região Sudeste? Estamos desperdiçando uma energia vital para resolver problemas que são de ordem burocratica e política e não estruturais.
Uma das metas mais importantes do Plano Nacional de Cultura para o nosso setor é primordial para que possamos discutir o futuro da produção cultural no país: “100% dos segmentos culturais com cadeias produtivas da economia criativa mapeadas”. E define economia criativa: “A economia criativa é um setor estratégico e dinâmico, tanto do ponto de vista econômico quanto social. Suas diversas atividades geram trabalho, emprego, renda e são capazes de propiciar oportunidades de inclusão social.”
Acreditamos na força do nosso trabalho e sabemos que temos grande responsabilidade como um dos elos dessa cadeia produtiva. O MinC precisa repensar seu discurso, retomar o diálogo com esse elo urgentemente e, principalmente a Ministra Ana de Holanda, precisa olhar de perto seus pares do teatro.
Encerrando com Nelson Rodrigues: “a ficção para ser purificadora precisa ser atroz. O personagem é vil, para que não sejamos. Ele realiza a miséria inconfessa de cada um de nós.(....). E no teatro, que é mais plástico, direto, e de um impacto tão mais puro, esse fenômeno de transferência torna-se mais válido. Para salvar a platéia é preciso encher o palco de assassinos, adúlteros, de insanos e, em suma de uma salada de monstros. São os nossos monstros, dos quais eventualmente nos libertamos, para depois recriá-los.”(Nelson Rodrigues, O Anjo Pornográfico)
APTR
ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE TEATRO DO RIO DE JANEIRO
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MICHELLE BACHELET PARTICIPA DE UMA RODA DE CONVERSA NO CEDIM
A subsecretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e diretora executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, participa, nesta sexta-feira, 20 de junho, às 19h30, da “Roda de Conversa: Cidadania Feminina e Desenvolvimento Sustentável”, organizada pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, no Espaço Cultural CEDIM Heloneida Studart, no Centro do Rio. Michelle vai trazer para o debate, a defesa da igualdade de gênero e da capacitação das mulheres.
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e a representante da ONU Mulheres para o Brasil e Países do Cone Sul, Rebecca Tavares, já confirmaram presença.
Michelle Bachelet é ex-presidente do Chile e vem ao Brasil participar das discussões do Segmento de Alto Nível, que acontece entre os dias 20 e 22, durante a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
SERVIÇO:
Sexta-feira, 21 de junho de 2012
Horário: 19h30
Local: Espaço Cultural CEDIM Heloneda Sudart, Rua Camerino, 51, Centro do Rio de Janeiro.
Mais informações: Daniella Rabello
Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos
Assessoria de Imprensa (9269-2281)
A subsecretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e diretora executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, participa, nesta sexta-feira, 20 de junho, às 19h30, da “Roda de Conversa: Cidadania Feminina e Desenvolvimento Sustentável”, organizada pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, no Espaço Cultural CEDIM Heloneida Studart, no Centro do Rio. Michelle vai trazer para o debate, a defesa da igualdade de gênero e da capacitação das mulheres.
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e a representante da ONU Mulheres para o Brasil e Países do Cone Sul, Rebecca Tavares, já confirmaram presença.
Michelle Bachelet é ex-presidente do Chile e vem ao Brasil participar das discussões do Segmento de Alto Nível, que acontece entre os dias 20 e 22, durante a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
SERVIÇO:
Sexta-feira, 21 de junho de 2012
Horário: 19h30
Local: Espaço Cultural CEDIM Heloneda Sudart, Rua Camerino, 51, Centro do Rio de Janeiro.
Mais informações: Daniella Rabello
Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos
Assessoria de Imprensa (9269-2281)
Teatro/CRÍTICA
"Kamikaze"
.............................................................................
Pertinentes reflexões no Candido Mendes
Lionel Fischer
"De um lado um casal que vive a incansável rotina do dia a dia: trabalho, casa e os dois irmãos dela, que moram com eles e não fazem nada. Do outro lado, um casal, sem filhos, que vive uma incansável lua de mel. Ele trabalha fora, ela é artista plástica. A vida dessas duas famílias se cruzará por conta de um acidente, transformando cada um deles, completamente".
Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima sintetiza o enredo de "Kamikaze", em cartaz no Teatro Candido Mendes. Oscar Saraiva assina texto e direção, estando o elenco formado por Ana Luiza Lito, Ana Julia Hammer, Eduardo Parreira, Julia Mendes, Kiko Duarte, Pedro Casarin, Tatyane Meyer e Tiago Ribeiro.
Como dito no parágrafo inicial, toda a ação do texto se desenrola a partir de um acidente, no caso, automobilístico: uma mulher atropela e mata uma outra. À medida que o texto avança, as histórias das duas famílias se entrelaçam, numa sucessão de acasos que culminam por colocar frente a frente, e num contexto amoroso, a atropeladora e o ex-marido da vítima. Mas este não é o fato que mais importa no texto e sim a capacidade do autor de empreender uma série de reflexões sobre a vida, a morte, o amor, a amizade, ambições de trabalho etc.
No entanto, tais reflexões, sem dúvida pertinentes e em vários momentos traduzidas em cenas muito bem escritas, são em alguma medida minimizadas por passagens humorísticas um tanto deslocadas. Não se trata, evidentemente, da impossibilidade de se conciliar humor e drama. Mas o humor, da forma como está aqui trabalhado, soa por vezes muito superficial, quando contraposto à carga dramática inerente a alguns temas.
Seja como for, o saldo é bastante positivo, já que Oscar Saraiva conseguiu produzir um texto cujas virtudes superam ocasionais deficiências. E a montagem por ele dirigida exibe muitas cenas bem marcadas, um ritmo quase sempre adequado aos conteúdos em jogo e uma inegável capacidade de estabelecer grande empatia com a platéia.
Com relação ao numeroso elenco, os atores exibem performances seguras e convincentes, mesmo nas passagens que considero um tanto pueris. Mas aqui torna-se impossível não se conferir um destaque especial a Julia Mendes, que interpreta Valentina, a mulher que atropela. Ainda muito jovem, a atriz evidencia uma maturidade surpreendente para a sua idade. Possuidora de ótima voz, excelente trabalho corporal e fortíssima presença cênica, a intérprete reúne todas as condições para construir uma sólida carreira profissional.
Na equipe técnica, destaco com entusiasmo a ótima cenografia de Cadu Mader, composta de cubos de variados formatos que, ao longo da montagem, vão sendo deslocados e reagrupados em sintonia com o desenvolvimento da trama - mérito que também cabe ao encenador, evidentemente. Iuri Kruscheswsky responde por correta iluminação, o mesmo aplicando-se aos figurinos de Carolina Casarin, Fernanda Fernandez e Tiago Ribeiro. Oscar Saraiva assina boa composição, sendo igualmente bons os arranjos de Pedro Poema, Eduardo Parreira e Mário Terra. Os dois últimos tocam com eficiência, com Mário Terra também cantando muito bem, o mesmo ocorrendo com Tatyane Meyer.
KAMIKAZE - Texto e direção de Oscar Saraiva. Com Julia Mendes, Kiko Duarte e outros. Teatro Candido Mendes. Sexta e sábado, 21h. Domingo, 20h.
"Kamikaze"
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Pertinentes reflexões no Candido Mendes
Lionel Fischer
"De um lado um casal que vive a incansável rotina do dia a dia: trabalho, casa e os dois irmãos dela, que moram com eles e não fazem nada. Do outro lado, um casal, sem filhos, que vive uma incansável lua de mel. Ele trabalha fora, ela é artista plástica. A vida dessas duas famílias se cruzará por conta de um acidente, transformando cada um deles, completamente".
Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima sintetiza o enredo de "Kamikaze", em cartaz no Teatro Candido Mendes. Oscar Saraiva assina texto e direção, estando o elenco formado por Ana Luiza Lito, Ana Julia Hammer, Eduardo Parreira, Julia Mendes, Kiko Duarte, Pedro Casarin, Tatyane Meyer e Tiago Ribeiro.
Como dito no parágrafo inicial, toda a ação do texto se desenrola a partir de um acidente, no caso, automobilístico: uma mulher atropela e mata uma outra. À medida que o texto avança, as histórias das duas famílias se entrelaçam, numa sucessão de acasos que culminam por colocar frente a frente, e num contexto amoroso, a atropeladora e o ex-marido da vítima. Mas este não é o fato que mais importa no texto e sim a capacidade do autor de empreender uma série de reflexões sobre a vida, a morte, o amor, a amizade, ambições de trabalho etc.
No entanto, tais reflexões, sem dúvida pertinentes e em vários momentos traduzidas em cenas muito bem escritas, são em alguma medida minimizadas por passagens humorísticas um tanto deslocadas. Não se trata, evidentemente, da impossibilidade de se conciliar humor e drama. Mas o humor, da forma como está aqui trabalhado, soa por vezes muito superficial, quando contraposto à carga dramática inerente a alguns temas.
Seja como for, o saldo é bastante positivo, já que Oscar Saraiva conseguiu produzir um texto cujas virtudes superam ocasionais deficiências. E a montagem por ele dirigida exibe muitas cenas bem marcadas, um ritmo quase sempre adequado aos conteúdos em jogo e uma inegável capacidade de estabelecer grande empatia com a platéia.
Com relação ao numeroso elenco, os atores exibem performances seguras e convincentes, mesmo nas passagens que considero um tanto pueris. Mas aqui torna-se impossível não se conferir um destaque especial a Julia Mendes, que interpreta Valentina, a mulher que atropela. Ainda muito jovem, a atriz evidencia uma maturidade surpreendente para a sua idade. Possuidora de ótima voz, excelente trabalho corporal e fortíssima presença cênica, a intérprete reúne todas as condições para construir uma sólida carreira profissional.
Na equipe técnica, destaco com entusiasmo a ótima cenografia de Cadu Mader, composta de cubos de variados formatos que, ao longo da montagem, vão sendo deslocados e reagrupados em sintonia com o desenvolvimento da trama - mérito que também cabe ao encenador, evidentemente. Iuri Kruscheswsky responde por correta iluminação, o mesmo aplicando-se aos figurinos de Carolina Casarin, Fernanda Fernandez e Tiago Ribeiro. Oscar Saraiva assina boa composição, sendo igualmente bons os arranjos de Pedro Poema, Eduardo Parreira e Mário Terra. Os dois últimos tocam com eficiência, com Mário Terra também cantando muito bem, o mesmo ocorrendo com Tatyane Meyer.
KAMIKAZE - Texto e direção de Oscar Saraiva. Com Julia Mendes, Kiko Duarte e outros. Teatro Candido Mendes. Sexta e sábado, 21h. Domingo, 20h.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
1° Festival Internacional de Circo
Evento acontece de 21 de junho a 1 de junho nas comunidades pacificadas da cidade. O 1° Festival Internacional de Circo do Rio de Janeiro contará com dois eventos de abertura:
15h, no Complexo do Alemão
O palhaço espanhol Iván Prado, que há mais de 10 anos trabalha em zonas de conflito como a Palestina e campos de refugiados, vai comandar a "Invasão da Alegria". Ele vai receber o público na Vila Olímpica e promover um cortejo de paz e alegria pelas ruas e vielas da comunidade até a chegada na lona montada no Campo da Serrinha.
19h, na Quinta da Boa Vista
A lona do Unicirco, localizada na Quinta da Boa Vista, com capacidade para 2 mil pessoas, recebe o espetáculo Urban, da Cia Circolombia. Luana Piovani e Marcos Frota serão os mestres de cerimônia da noite.
SOBRE O FESTIVAL
1º Festival Internacional de Circo, um dos maiores da América Latina, acontecerá de 21 de junho a 1 de julho nas comunidades pacificadas da cidade. Com o objetivo de valorizar a estética do circo contemporâneo, integrar as comunidades e deixar um legado para a cidade, o evento contará com dezenas de apresentações de companhias circenses nacionais e internacionais, com diversas sessões gratuitas. A iniciativa é da produtora M´Baraká e da ONG Crescer e Viver, com correalização da FIC - Federação Iberoamericana de Circo, presidida por Júnior Perim.
CREDENCIAMENTO DE IMPRENSA:
RPM Comunicação
Érica Avelar - erica@rpmcom.com.br - (21) 3478-7437 / 8272-2337
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