Teatro/CRÍTICA
"Zeca Pagodinho - Uma história de amor ao samba"
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Irreverente e poético tributo
Lionel Fischer
"A dramaturgia recorre ao Teatro de Revista para narrar a trajetória de sucesso do artista e sua parceria com o público ao longo de mais de três décadas. Irreverência e bom humor marcam a narrativa, características que não poderiam faltar ao retratar o nosso herói suburbano. Com toda a liberdade que o teatro permite, a poesia também está presente no espetáculo. A peça inicia com Jessé embarcando no trem do samba, acompanhado de seus anjos da guarda Cosme e Damião, rumo à Estação Sucesso. Essa é uma viagem sem paradas e que fará o espectador perder o fôlego, se emocionar e querer cantar".
Extraído (e levemente editado) do ótimo release que me foi enviado, o trecho acima resume o contexto em que se dá o musical "Zeca Pagodinho - Uma história de amor ao samba", em cartaz no Theatro Net Rio. Gustavo Gasparani responde pelo texto, roteiro musical e direção geral (co-direção de Cristiano Gualda), estando o elenco formado por Ana Velloso, Beatriz Rabello, Bruno Quixotte, Douglas Vergueiro, Édio Nunes, Flavia Santana, Gustavo Gasparani, Luciana Vieira, Milton Filho, Peter Brandão, Psé Diminuta, Ricardo Souzedo e Wladimir Pinheiro.
Nelson Rodrigues sustentava que toda unanimidade é burra. Trata-se, evidentemente, de uma afirmação extremada, bem mais uma frase de efeito do que uma inabalável convicção. Mas mesmo que pudesse ser encarada como verdadeira, tal assertiva não se aplicaria a Zeca Pagodinho. Independentemente da preferência musical de cada um, jamais conheci alguém que não considerasse o artista como um mestre do samba, do pagode ou do partido alto - se é que tais segmentações fazem algum sentido. E mais: não acredito que exista alguém neste país que não nutra irrestrita admiração e simpatia pelo homem de origem humilde que, sem perder a humildade, atingiu todos os objetivos a que se propôs. Portanto, nada mais oportuno do que este irreverente e poético tributo que ora lhe é prestado.
Como explicitado no parágrafo inicial, o enredo começa com o jovem Jessé embarcando em um trem, o Trem do Samba, cuja estação final será a do Sucesso. Uma excelente ideia, posto que ao longo da viagem e das muitas paradas em estações diversas, vamos conhecendo pouco a pouco a trajetória do maravilhoso artista. E tal conhecimento se dá basicamente através de Rodas de Samba, eventos essenciais na formação do compositor posto que nelas ele aprimorou seu vocabulário, sua capacidade de improvisar e, acima de tudo, de aprender com aqueles que já dominavam o gênero.
Dividido em dois atos, no primeiro o autor prioriza informações sobre o compositor, mas sem que isso se torne enfadonho. Já no segundo, a festa se torna ainda mais emocionante, não apenas porque o ritmo se intensifica, mas também porque Gasparani materializa questões que humanizam ainda mais o personagem, tais como seu cansaço em face do excessivo número de shows, a progressiva perda de privacidade e seu desejo de retornar a Xerém, onde sua história começou e para onde finalmente retorna, ali reencontrando o menino que nunca deixou de ser e os amigos de sempre.
Com relação à montagem, ela está à altura do ótimo texto. Valendo-se de marcações diversificadas e imprevistas, sempre criativas e impregnadas de irreverência, humor e poesia, Gustavo Gasparani reitera uma vez mais sua notável capacidade de dirigir musicais tendo o samba como tema. Além disso, e também como sempre, evidencia sua sensibilidade no tocante à condução do elenco, todo ele integrado por excelentes profissionais, que cantam e dançam com desenvoltura, e exibem a mesma eficiência nas passagens em que o texto predomina. Mas é claro que, em função da narrativa, alguns intérpretes têm maiores oportunidades, como Peter Brandão (Zeca jovem), o próprio Gasparani (Zeca já adulto), e a dupla Cosme e Damião (Édio Nunes e Bruno Quixotte, respectivamente). No entanto, faço absoluta questão de ressaltar que é a força do conjunto que mantém a platéia em estado de permanente encantamento.
No tocante à equipe técnica, considero irrepreensíveis as colaborações de todos os profissionais envolvidos nesta mais do que oportuna empreitada teatral - João Callado (direção musical e arranjos), Renato Vieira (direção de movimento e coreografia), Gringo Cardia (direção de arte e cenografia), Marcelo Olinto (figurino), Paulo Cesar Medeiros (iluminação), Brando Ferreira (design de som), Maurício Detoni (preparação e arranjos vocais) e Beto Carramanhos (visagismo).
ZECA PAGODINHO - UMA HISTÓRIA DE AMOR AO SAMBA - Texto, roteiro musical e direção geral de Gustavo Gasparani. Com Peter Brandão, Gustavo Gasparani, Édio Nunes, Bruno Qioxotte e grande elenco. Theatro Net Rio. O espetáculo encerra sua temporada nesse espaço com sessões hoje às 21h, sábado às 17h30 e 21h, e domingo às 20h.
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
*O
programa TRIBO DO TEATRO, que está comemorando sete anos na Rádio
Roquette-Pinto FM, é apresentado pelo ator e escritor Sergio Fonta, também
responsável por sua produção, redação e edição. É transmitido todas as
sextas-feiras, ao meio-dia e meia, com reprise às segundas-feiras, às 23h,
sendo o único programa de rádio sobre teatro no ar por tanto tempo,
ininterruptamente, no Brasil.
Índice
dos entrevistadose dos editoriais
da
TRIBO DO TEATRO
(a
partir de 2009)
Obs:
Asteriscos após o nome significam que aquele artista foi entrevistado mais de
uma vez durante os sete anos de exibição do programa.
AUTORES
(2010)
Alcides
Nogueira, Oswaldo Mendes, Jô Bilac, Eloy Araújo, Rodrigo Nogueira. (2011)Luís Francisco Wasilevski, Newton
Moreno, Fátima Saadi, Flávio Marinho, Ísis Baião/Therezinha Marçal. (2012)Maria Helena Kühner, Carla Faour,
Eduardo Rieche, Roberto Athayde. (2013)
Helena Machado/JullianaGandolfe, Julia Spadaccini, Rômulo Rodrigues, Pedro
Brício. (2014) Rodrigo Alzuguir,
Daniele Ávila, Newton Moreno**, Maurício Arruda Mendonça, Jô Bilac**, Fátima
Saadi**, Márcia Zanelatto, Renata Mizrahi. (2015)Roberto
Athayde, Renata Mizrahi**, Bosco Brasil. (2016)
Flávio Marinho**, Iuri Kruschewski, Eduardo Rieche** (livro sobre Yara Amaral).
ATORES
(2009)Caco
Ciocler, Samir Murad, Fábio Porchat.(2010)Roberto
Bomtempo, Fernando Caruso, Oswaldo Mendes, Sergio Britto, Cristiano Peixoto, Silvio
Guindane(2011)Ednei Giovenazzi,
Marco Nanini (2 partes), José Mayer,
Charles Friks, Pedro Paulo Rangel, Marcos França, Edson Celulari, Lázaro Ramos,
Ednei Giovenazzi**. (2012) Jorge
Caetano, Irmãos Brothers, JitmanVibranovski, Michel Melamed, Roberto Frota,
Luiz Salem, Gracindo Jr, Emiliano Queiróz. (2013)
Diogo Vilela, Marcos Veras, Gregório Duvivier, Marcelo Serrado, Flávio
Bauraqui, Luiz Carlos Miele, Eriberto Leão, Raul de Orofino (Teatro em
Domicílio), Paulo Mathias. (2014)
Gustavo Gasparani, Gabriel Stauffer, Ary Fontoura, Luís Lobianco, Bemvindo Sequeira,
Marcos Caruso, Marcelo Nogueira, Xando Graça(2015) Leonardo Netto, Cássio Scapin, Paulo Betti (2 partes), Júlio
Adrião, Roberto Bomtempo**, Alexandre Lino, Álamo Facó, Matheus Nachtergale. (2016) Emílio de Mello, Kiko
Mascarenhas, Marcos Veras.
ATRIZES
(2009)Stella
Miranda, Cássia Kiss. (2010)Renata
Sorrah, Guida Vianna, Dira Paes, Ivone Hoffman, Elisa Lucinda, Laila Garin.
Suely Franco (2 partes), Silvia
Bandeira, Ana Beatriz Nogueira, Anita Terrana. (2011)Adriana Colasanti, Márcia Cabrita, Camilla Amado, Rosamaria
Murtinho. Marieta Severo, Letícia Spiller, Fernanda Montenegro(Programa nº 100, 3 partes), Tessy
Callado, Clarice Niskier. (2012)
Mariana Ximenes, KelzyEcard, Drica Moraes, Denise Fraga, Mônica Biel/Ana
Barroso, PatríciaSelonk, Luiza Thiré, Stella Miranda**, Priscilla Camargo,
Renata Sorrah** (2 partes). (2013)Miriam Mehler, Sanny Alves,
Marília Pêra (2partes), Guida
Vianna**, Inez Viana, Camilla Amado**(4º aniversário), Bárbara Paz, Maria
Pompeu, Laila Garin**. (2014) Eva
Wilma, Françoise Forton, Camila Pitanga, Cláudia Netto, Débora Falabella,
Regina Gutman, Irene Ravache, Ivone Hoffman. (2015)Nicette Bruno, Ângela Vieira, Ana Paula Bouzas, Letícia
Isnard. (2016) Nathalia Timberg,
Rosamaria Murtinho**, Débora Lamm, Berta Loran, Maria Pompeu, Miriam Freeland, Denise
Fraga**,Walderez de Barros, Rosane Gofman, Maria Clara Gueiros.
CENÓGRAFOS
(2012)
José Dias. (2013) Lídia Kosovski,
José Dias**, Olívia Ferreira / Radiográfico.
(2014) Bia Junqueira** (Tempo Festival).
(2015) Bia Junqueira** (Tempo Festival). (2016) José Dias*** (inauguração do Teatro Cesgranrio).
COREÓGRAFOS
(2014)
Renato
Vieira
CRÍTICOS
/ JORNALISTAS / OUTROS
(2013)
Bárbara
Heliodora (2 partes, 8 e 15 de nov),
Simon Khoury.(2014) Daniele Ávila**
(Questão de Crítica), (2015)Ilclemar
Nunes (jurado de carnaval), Chacal, Bianca Ramoneda. (2016)Jalusa Barcellos ** (Lançamento de livro), Michel Robin,
Lionel Fischer, Bárbara Santos (Lançamento de livro sobre Boal), Elisa Lucinda**
(atriz, escritora, adaptadora).
DIRETORES
(2009)
Michel
Bercovitch, Guilherme Leme, Moacir Chaves. (2010)Ary Coslov, Naum Alves de Sousa, Eduardo Wotzik,Bruce
Gomlevsky, Claudio Handrey, João Fonseca, Kike Diaz, André Spínola, Almir
Telles,Paula Wenke, Mariozinho Telles, Affonso Drummond. (2011) Paulo de Moraes, Daniel Herz, Delson Antunes, Celina Sodré,
Gabriel Villela, Antonio Guedes, Felipe Rocha, André Paes Leme, Naum Alves de
Souza**, João das Neves, Luiz Fernando Lobo, Paulo de Moraes**. (2012) Felipe Vidal, Caco Coelho,
Gilberto Gawronski, Rafael Gomes, Cesar Augusto, Ernesto Piccolo, Tadeu Aguiar,
Marcos Fayad, Henrique Tavares, Vitor Lemos, Eduardo Wotzik**. (2013) Hamilton Vaz Pereira, Cláudio
Handrey, Antonio Pedro, Marcus Vinicius Faustini, João Falcão, Tadeu Aguiar,
Jacqueline Laurence, Raul de Orofino, Aderbal Freire-Filho. (2014) Gustavo Paso, Eduardo Tolentino,
Joana Levi, Christiane Jatahy, Suzana Ribeiro, Ivan Sugahara, Gilberto
Gawronski**, Ary Coslov**, Marco Aurélio Hammelin, Guilherme Leme**, Domingos
Oliveira, Ana Achcar, Inez Viana**, Charles Möeller, Daniel Herz**. (2015) Victor Garcia Peralta, Inez
Viana***, Sérgio de Carvalho, Sérgio Maggio, Ana Texeira, Felipe Vidal, Vinicius
Coimbra, Luiz Fernando Lobo**, Silvia Monte, Ivan Sugahara**, Gilberto
Gawronski**, Aderbal Freire-Filho**, Ernesto Piccolo, Felipe Hirsch. (2016) Rogério Blat, Ary Coslov***,
Vinicius Arneiro, Eduardo Tolentino**, Isaac Bernart, José Possi Neto, Renato
Rocha, Cristina Moura, Tadeu Aguiar**, Moacir Chaves**, Aderbal Freire-Filho***.
FIGURINISTAS
(2010)Kalma
Murtinho (13 ago)
GESTORES
/ CURADORES
(2009)Humberto
Braga, Roberto Guimarães.(2010)
Hermes Frederico,Antonio Carlos Bernardes, Carlos Augusto Nazareth (Prêmio
ZilkaSalaberry),Anunciata de Almeida, Jalusa Barcellos (EAT). (2011)Antonio Gilberto, Fábio Ferreira.
(2012)Antonio Grassi, Antonio
Gilberto**, Cesar Augusto (Gamboa), Sergio Saboya (Cena Brasil Internacional), Karen
Accioly (10º FIL), Bia Junqueira / Tempo Festival. (2013)Guti Fraga, Christine Braga (SESC), João Carlos Rabello.(2014)Antonio Carlos Bernardes, Karen
Acioly** (12º FIL), DanonLacerda. (2015)
Roberto Guimarães*, João Carlos Rabello**.(2016)
Carlos Alberto Serpa (Prêmio Cesgranrio, Rosa Maria Araújo (MIS), Marcus
Vinicius Faustini(Festival Home-Theater), João Carlos Rabello***(marchas e
contramarchas da FITA).
GRUPOS
(2010)Luna
Lunera / Zé Walter Albinatti, Moitará
/ Venício Fonseca, Cena / Guilherme Reis, Sobrevento / Luiz André Cherubini, Dos à Deux / Artur Ribeiro.(2011)Galpão / Eduardo
Moreira.(2012) Atores de Laura /
Herz, Espanca! / Grace Passô. (2013)
Cia. Caixa do Elefante / Paulo Balardin,
Cia. Hiato / Leonardo Moreira. (2014) Dos à Deux / André Curti**. (2015) Cia. de Teatro Íntimo / Renato
Faria, Cia. Teatro Aberto / Tuca
Moraes, Dos à Deux / Artur Luanda Ribeiro, Grupo Bagaceira de Teatro / Rogério Mesquita (Ceará). (2016) Cia. PeQuod / Miguel Vellinho,
Cia. Cortejo – Três Rios / Rodrigo Portella, No Palco da Vida (Wal Schneider),
Dos à Deux / André Curti***.
HISTORIADORES
(2015)
Joel Rufino dos Santos
ILUMINADORES
(2009)Rogério
Wiltgen
MÚSICOS
(2011)Roberto
Gnatalli, Caíque Botkay. (2014)Rodrigo
Alzuguir, Alexandre Elias.
PRODUTORES
(2010)
LimachenCherem
(Natal / Produção).(2012) Eduardo
Barata, Sergio Saboya, Frederico Reder.(2013)
Sergio Saboya**. (2014) Norma
Thiré(2015)Aniela Jordan, Antonia
Prado. (2016) Maria Siman, Aniela
Jordan** (inauguração do Teatro Riachuelo).
EDITORIAIS/
ARTIGOS
2009
Avalanche de monólogos
(28 ago)
O gênero musical no
Brasil ( 4 set)
Espectadores que batem
palma de pé (11 nov)
CCBB: 20 anos (2 out)
Programas de teatro:
quando a criatividade anula o alvo (9 out)
Estacionamentos de
teatro (30 out)
Teatro brasileiro no
início do século XX (20 nov)
2010
Retrospectiva teatral
2009 (1º jan)
Véspera de carnaval
& o teatro (12 fev)
O Movimento dos
Sem-Teatro (5 mar)
O Prêmio Shell e suas
categorias (2abr)
A figura do stand-in (10 dez)
2011
Retrospectiva 2010 (1º
jan)
Aquecimento da
temporada teatral no Rio (18 mar)
Prêmios cariocas: o
teatro está em festa (25 mar)
Retrospectiva 2011 (30
dez)
2012
Espetáculos em cartaz
(18 mai)
O Dia do Ator (17 ago,
sobre o dia 19)
Retrospectiva Teatral
2012 (I)
2013
Retrospectiva Teatral
2012 (II-Final)
A carta de Denise Stoklos
para a FITA (4 jan)
A nova SBAT (3mai)
A SBAT na trincheira
(7jun)
Programa nº 200 (28
jun)
*Reapresentação
da entrevista com Sergio Britto em 20 de maio de 2010, em homenagem aos 90 anos
que ele completaria no dia 29 de junho.
Ecos da FITA (25 out)
Fauzi Arap, ao terceiro
sinal (13 dez)
Retrospectiva teatral
2013 (27 dez)
2014
Lembrando Paulo Goulart
(21 mar)
Quando os “dependentes
tecnológicos” vão ao teatro (30 mai)
A Copa e o Teatro (11
jul)
Depoimento de Fernanda
Montenegro sobre Suassuna (1º ago)
Retrospectiva teatral
2014 (26 dez)
2015
Sábato Magaldi, uma
longa história de amor ao teatro (30 abr)
Especial Marília Pêra
(11 dez)
Retrospectiva 2015 (25
dez)
2016
Vinte anos sem Rubens
Corrêa, um depoimento pessoal (12 fev)
Naum Alves de Souza, o
poeta da cena (15 abr)
E a 12ª FITA, em Angra,
bombou (24 jun)
Sábato Magaldi: sem ele
o teatro está mais só (22 jul)
O teatro da vida e da
morte (9 dez)
INDICAÇÕES
DE ESPETÁCULOS
Até hoje, em seus sete
anos ininterruptos no ar, a TRIBO DO
TEATRO indicou centenas de espetáculos na seção “Dicas da Semana”,
posicionando, para o público, produções de qualidade, com observações críticas,
fichas técnicase horários.
LIVROS
*Durante sete anos no
ar foram divulgados perto de 400 livros sobre teatro dentro da seção “Dionysos
também lê”, que integra o programa TRIBO
DO TEATRO.
NOTICIÁRIO
TEATRAL
Até o seu sétimo
aniversário o programa TRIBO DO TEATRO
alimentou o noticiário de bastidores com perto de 2.000 notas, divulgando o
teatro para todo o Rio de Janeiro e Estado do Rio em tempo real, às
sextas-feiras, ao meio-dia e meia, sendo que o programa também chega a todos os
internautas que acessam o site da Rádio Roquette-Pinto FM, no Brasil ou fora
dele, buscando o acervo do programa, além da reprise de cada edição, que é
veiculada toda segunda-feira, às 23h.
* Dados fornecidos até
dezembro de 2016.
Improvisação Teatral:
você sabe realmente o que é isso?
Lionel Fischer
Assim como muitas barbaridades são perpetradas em nome de
inestimáveis valores como liberdade, igualdade, fraternidade etc., da mesma
forma uma série de equívocos costumam ocorrer quando se trata de improvisação
teatral, sendo o mais comum a crença de que desenvoltura verbal é o suficiente - neste particular, a mestra de todos nós, Maria Clara
Machado, costumava dizer que o excesso de palavras é quase sempre proporcional
à ausência de sentimento.
Mas
antes de nos aprofundarmos no tema, talvez seja imperioso recorrer à
conceituação. No caso, do verbo Improvisar. Segundo mestre Aurélio...
Improvisar: fazer arranjar, inventar ou preparar às
pressas, de repente (improvisar uma fantasia, improvisar uma mentira); falar,
escrever, compor, sem preparação, de improviso (improvisar um discurso).
De suas palavras podemos deduzir no mínimo duas coisas. A
primeira: que improvisar requer imaginação (inventar).
A segunda: que é inerente ao verbo um sentimento de urgência (preparar às pressas). E tais atributos
estão aqui restritos ao universo cotidiano, pois quando entramos no terreno
teatral, muitas outras premissas se fazem indispensáveis, embora não raro
desprezadas ou ignoradas. Vamos a algumas delas.
Disponibilidade
Antes de qualquer outra coisa, o aluno/ator tem que
tentar se colocar em um estado de total disponibilidade, pois só assim
conseguirá interagir verdadeiramente com seus parceiros através dos estímulos
que recebe e envia. Mas atenção: estar disponível para o outro não significa
aderir a qualquer proposta apresentada, se esta se afigura como um disparate.
Neste caso, e sem interromper a improvisação, o aluno deve buscar uma
alternativa imediata para dar um novo rumo (ou tornar mais plausível) a uma
iniciativa equivocada de seu colega, sem questioná-la com palavras inúteis,
priorizando a ação.
Coragem
De todas as artes, a do ator talvez seja a que
contenha os maiores riscos, posto que exercida ao vivo e sem qualquer tipo de
intermediação com a platéia. Ou seja: mesmo que uma peça tenha sido
exaustivamente ensaiada, ou já esteja em cartaz há muito tempo, nada impede que
numa determinada noite ocorra algum imprevisto, obrigando o ator a esquecer o
combinado e partir corajosamente para uma solução improvisada. Neste caso, a
URGÊNCIA de encontrar uma saída convincente estimulará ao máximo a IMAGINAÇÃO
do intérprete.
Entretanto,
o ato de partir corajosamente para uma
solução improvisada não nasce do nada, mas certamente é fruto de um
treinamento específico, de preferência constante, a que todos os intérpretes
devem se submeter, sejam eles profissionais consagrados ou jovens que estejam
dando início ao seu aprendizado. E ainda que alguns exibam mais facilidade para
improvisar do que outros, a coragem de lançar-se em um terreno desconhecido é
essencial para qualquer um que pretenda intitular-se ATOR.
Medo
Atores ou não, todos temos medo, ainda que em graus
variados, de nos confrontarmos com o desconhecido. Isso significa penetrar em
um local isento de referenciais tranqüilizadores, uma espécie de terra de ninguém, de onde podemos
retornar mais enriquecidos ou com inquietações que não supúnhamos ter. Mas esta
é uma das regras do jogo e para usufruí-lo plenamente é preciso ao menos tentar
esquecer, momentaneamente que seja, todos os receios que tendem a nos paralisar
e impedir de vivenciar novas experiências. É claro que essa disponibilidade não
nasce de uma hora para outra, mas também jamais ocorrerá por insistência do
professor ou em decorrência de qualquer outro tipo de estímulo externo. O aluno
tem que querer e é essa vontade que o fará superar aos poucos todos os
bloqueios que o inibem.
Ilusão
Entretanto, é muito comum nos depararmos com alunos de
improvisação que julgam, erroneamente, já estarem em um estágio muito avançado
no tocante ao tema, pelo simples fato de freqüentarem a algum tempo um curso
específico ou já terem freqüentado vários. E se incitados a justificar o porquê
de avaliação tão lisonjeira, em geral as respostas são muito parecidas, podendo
ser resumidas a dois singelos tópicos:
1º A timidez inicial cedeu
lugar à desenvoltura.
2º As parcas palavras de
outrora passaram a jorrar aos borbotões.
Ou
seja: ausência de timidez e fluência verbal estariam na essência da complexa
arte de improvisar...
Nada mais enganoso, obviamente. Um aluno pode ser extremamente desenvolto em
cena (no sentido de ausência de timidez) e falar pelos cotovelos sem que isso
signifique que algum dia tenha verdadeiramente improvisado. Ou seja: se
aventurado em universos distantes de seu cotidiano. E por nunca tê-lo feito,
cria sempre “personagens” que o tem como principal referência. E por isso tende
a falar, se locomover e gesticular como o faz na vida real.
Sugestões
Dentre outras, procurarei fazer com que os alunos compreendam as seguintes
sugestões, sempre que estiverem improvisando:
1) Procure, sempre que possível, fugir de seu universo
pessoal.
2) Fale apenas o essencial. Palavras em excesso
comprometem os sentimentos.
3) Aprenda a escutar os outros. Só assim os outros
escutarão você.
4) Não faça questão de impor suas idéias. É importante
aceitar outras.
5) Contracenar implica em troca: saber dar e saber
receber.
6) Teatro é ação, não digressão.
7) Quando perceber uma dificuldade, invista nela.
8) Reaja prontamente a todos os estímulos, sem maiores
racionalizações.
9) Pense sempre que você está atuando para alguém.
10) Não sofra se algo der errado numa improvisação.
Acertos só nascem de equívocos.
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domingo, 22 de outubro de 2017
Amigos,
O Fórum de Psicanálise e Cinema apresenta uma obra prima do cinema mundial, o premiado filme dirigido pelo dinamarquês Lars Von Trier: ONDAS DO DESTINO (1997, 158 min.), vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, que marca a estreia da atriz Emily Watson, e é o primeiro trabalho da chamada Trilogia Coração de Ouro.
Considerado uma obra seminal do conceito cinematográfico sustentado pelo movimento Dogma 95, a película discute, com metáforas discursivas e visuais, a questão da submissão religiosa, em um ambiente que interdita a expressão feminina em seus cultos religiosos, reflete sobre a extensão de conceitos como bondade, amor e comunidade.
A arte de Von Trier passa pelas influências teatrais bretchianas e leva com sua filmografia a refletir à exaustão a respeito de uma sociedade cada vez mais fragmentada e à beira de um abismo apocalíptico. Como um diretor polêmico, intenso e controverso, divide opiniões, tanto do espectador comum quanto na crítica especializada.
No dia 27 de outubro, última sexta-feira do mês, às 18 h, na Sala Vera Janacópulos da UNIRIO, analisaremos e discutiremos essa obra arrebatadora, em seus múltiplos aspectos e prismas diversos. Como sempre, aguardamos todos vocês para mais um debate e contamos com a divulgação aos amigos e aos interessados no viés cultural e psicanalítico,
Um abraço de Ana Lúcia de Castro e Neilton Silva.
SERVIÇO:
DATA: 27 DE OUTUBRO DE 2017.
HORÁRIO: FILME: 18h; ANÁLISE E DEBATE: 20 h às 22 h.
LOCAL: SALA VERA JANACÓPULOS – UNIRIO
ENDEREÇO: AV. PASTEUR, 296.
ANÁLISE CULTURAL: PROF. DRA. ANA LÚCIA DE CASTRO
ANÁLISE PSICANALÍTICA: DR. NEILTON SILVA
ENTRADA FRANCA - INFORMAÇÕES: forumpsicinema@gmail.com
NOTA: Quem se interessar em adquirir o livro: Fórum de Psicanálise e Cinema: 20 filmes analisados, de autoria de Ana Lúcia de Castro e Neilton Silva, ele se encontra à venda nos dias do FÓRUM.
HISTÓRICO: O FÓRUM DE PSICANÁLISE E CINEMA FOI CRIADO EM 1997, COMO UM PROJETO CIENTÍFICO DA ASSOCIAÇÃO PSICANALÍTICA RIO 3, PELO ENTÃO PRESIDENTE, DR. WALDEMAR ZUSMAN, E PELO DIRETOR DO INSTITUTO, DR. NEILTON DIAS DA SILVA. DESDE 2004 PASSOU A CONTAR COM A PARTICIPAÇÃO DA MUSEÓLOGA E PROFESSORA DA UNIRIO, DRA ANA LÚCIA DE CASTRO, RESPONSÁVEL PELAS ANÁLISES CULTURAIS DOS FILMES. EM 2016, A SPRJ, CELEBROU OS 10 ANOS DO FÓRUM E A PARCERIA COM A UNIRIO PARA SEDIAR O PROJETO MENSALMENTE, SEMPRE MUITO CONCORRIDO.
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sábado, 21 de outubro de 2017
Teatro/CRÍTICA
"É sobre você também"
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Contundente e belo encontro
Lionel Fischer
"A peça é uma tragicomédia em que a atriz/personagem convida o público a acompanhar de perto a trajetória de uma moça que chega ao local de seu casamento vestida de noiva pra dizer aos convidados que não vai mais se casar. Só que os convidados não estão lá, então, ela resolve explicar sua situação para os desconhecidos que ali se encontram. A gente vai percebendo que o problema não é só o noivo, há um pai também..."
Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima sintetiza o contexto em que se dá "É sobre você também", de autoria de Julia Portes, que também interpreta a personagem. Fernanda Alice assina a direção do espetáculo, que conta com supervisão de direção de Maitê Proença. Após estar em cartaz por três meses na Casa do Rio, a montagem será apresentada pela última vez - ao menos nesse espaço - na próxima sexta-feira, às 21h.
Em função do explicitado no parágrafo inicial, a noiva em questão decide não mais se casar e mesmo estando diante de desconhecidos, resolve contar um pouco de sua história. No entanto, praticamente desde o começo da peça, tive a sensação de que estava diante de uma jovem que já morrera - bem mais adiante, é narrada uma passagem em que a protagonista pergunta à plateia o que ela faria em seus dois últimos minutos de vida, caso estivesse sob as rodas de um ônibus. Em meu entendimento, a jovem cometeu suicídio. E se isso de fato ocorreu, tudo que nos é narrado e vivido ganha uma outra dimensão, que tentarei esclarecer em seguida.
Se tudo acontecesse apenas em função de um, digamos, golpe teatral - a substituição dos convidados pelos espectadores -, tenho a impressão de que a atriz/personagem não contaria o que nos conta da forma como o faz, alternando a mais absoluta coloquialidade com tonalidades vocais impregnadas de estranhamento. E também não agiria impondo ao seu corpo alternâncias semelhantes - em muitos momentos, a serenidade física é substituída por imprevistas danças, movimentos espasmódicos e também por um gestual lento e preciso, que materializa no espaço ideias que talvez não fossem tão contundentes se expressas através de palavras.
Continuando na mesma linha de tentar entender o que não é explicitado, há uma passagem a princípio obscura, mas que para mim foi claríssima. A personagem nos conta que, em certa ocasião, dormia no quarto dos pais, ao lado da cama deles. De repente, a mãe salta da cama e se tranca num quarto adjacente. A menina, antes de correr atrás dela, sente cair sobre si uma espécie de cuspe. Mas teria sido realmente uma espécie de cuspe? Entendi essa passagem como se a mãe tivesse assassinado o marido, e o que a menina sentiu cair sobre si foi o sangue do pai.
Isto posto, e mesmo que tenha me enganado completamente tanto no que diz respeito ao fato de a jovem estar morta, quanto ao assassinato do pai - e se enganos cometi, por eles me desculpo - o que importa ressaltar é que o texto contém pertinentes reflexões sobre o amor, o machismo, a vida e as escolhas que fazemos, cabendo também ressaltar que eventuais momentos de solidão não constituem necessariamente nenhuma tragédia.
Quanto à montagem, Fernanda Alice impõe à cena uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico - marcações criativas, imprevistas, não raro possuidoras de grande expressividade e sempre investindo em uma proposta rítmica que gera no espectador um estado de permanente suspensão.
Quanto a Julia Portes, a jovem atriz foi para mim uma gratíssima revelação. Possuidora de ótima voz, excelente preparo corporal, grande carisma e inegável inteligência cênica, a atriz reúne todas as condições para construir uma belíssima trajetória profissional, e neste sentido solicito que os sempre caprichosos Deuses do Teatro a abençoem.
Na equipe técnica, parabenizo com o mesmo entusiasmo as preciosas colaborações de Maitê Proença, Patrick Sampaio (provocador convidado), Ty Prieto (artes visuais) e Katerina Amsler (adereços cênicos).
É SOBRE VOCÊ TAMBÉM - Texto e atuação de Julia Portes. Direção de Fernanda Alice. Supervisão de direção de Maitê Proença. Casa do Rio - Sexta-feira, 21h.
"É sobre você também"
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Contundente e belo encontro
Lionel Fischer
"A peça é uma tragicomédia em que a atriz/personagem convida o público a acompanhar de perto a trajetória de uma moça que chega ao local de seu casamento vestida de noiva pra dizer aos convidados que não vai mais se casar. Só que os convidados não estão lá, então, ela resolve explicar sua situação para os desconhecidos que ali se encontram. A gente vai percebendo que o problema não é só o noivo, há um pai também..."
Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima sintetiza o contexto em que se dá "É sobre você também", de autoria de Julia Portes, que também interpreta a personagem. Fernanda Alice assina a direção do espetáculo, que conta com supervisão de direção de Maitê Proença. Após estar em cartaz por três meses na Casa do Rio, a montagem será apresentada pela última vez - ao menos nesse espaço - na próxima sexta-feira, às 21h.
Em função do explicitado no parágrafo inicial, a noiva em questão decide não mais se casar e mesmo estando diante de desconhecidos, resolve contar um pouco de sua história. No entanto, praticamente desde o começo da peça, tive a sensação de que estava diante de uma jovem que já morrera - bem mais adiante, é narrada uma passagem em que a protagonista pergunta à plateia o que ela faria em seus dois últimos minutos de vida, caso estivesse sob as rodas de um ônibus. Em meu entendimento, a jovem cometeu suicídio. E se isso de fato ocorreu, tudo que nos é narrado e vivido ganha uma outra dimensão, que tentarei esclarecer em seguida.
Se tudo acontecesse apenas em função de um, digamos, golpe teatral - a substituição dos convidados pelos espectadores -, tenho a impressão de que a atriz/personagem não contaria o que nos conta da forma como o faz, alternando a mais absoluta coloquialidade com tonalidades vocais impregnadas de estranhamento. E também não agiria impondo ao seu corpo alternâncias semelhantes - em muitos momentos, a serenidade física é substituída por imprevistas danças, movimentos espasmódicos e também por um gestual lento e preciso, que materializa no espaço ideias que talvez não fossem tão contundentes se expressas através de palavras.
Continuando na mesma linha de tentar entender o que não é explicitado, há uma passagem a princípio obscura, mas que para mim foi claríssima. A personagem nos conta que, em certa ocasião, dormia no quarto dos pais, ao lado da cama deles. De repente, a mãe salta da cama e se tranca num quarto adjacente. A menina, antes de correr atrás dela, sente cair sobre si uma espécie de cuspe. Mas teria sido realmente uma espécie de cuspe? Entendi essa passagem como se a mãe tivesse assassinado o marido, e o que a menina sentiu cair sobre si foi o sangue do pai.
Isto posto, e mesmo que tenha me enganado completamente tanto no que diz respeito ao fato de a jovem estar morta, quanto ao assassinato do pai - e se enganos cometi, por eles me desculpo - o que importa ressaltar é que o texto contém pertinentes reflexões sobre o amor, o machismo, a vida e as escolhas que fazemos, cabendo também ressaltar que eventuais momentos de solidão não constituem necessariamente nenhuma tragédia.
Quanto à montagem, Fernanda Alice impõe à cena uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico - marcações criativas, imprevistas, não raro possuidoras de grande expressividade e sempre investindo em uma proposta rítmica que gera no espectador um estado de permanente suspensão.
Quanto a Julia Portes, a jovem atriz foi para mim uma gratíssima revelação. Possuidora de ótima voz, excelente preparo corporal, grande carisma e inegável inteligência cênica, a atriz reúne todas as condições para construir uma belíssima trajetória profissional, e neste sentido solicito que os sempre caprichosos Deuses do Teatro a abençoem.
Na equipe técnica, parabenizo com o mesmo entusiasmo as preciosas colaborações de Maitê Proença, Patrick Sampaio (provocador convidado), Ty Prieto (artes visuais) e Katerina Amsler (adereços cênicos).
É SOBRE VOCÊ TAMBÉM - Texto e atuação de Julia Portes. Direção de Fernanda Alice. Supervisão de direção de Maitê Proença. Casa do Rio - Sexta-feira, 21h.
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
O premiado diretor de teatro, ópera e cinema, radicado em Los Angeles há 16 anos,
Gulu Monteiro,
estará no Brasil para oficina de 32h de sua técnica chamada
EDP “Emotional Distancing Phenomenon”
(Fenômeno do Distanciamento Emocional).
E nesta sexta-feira, às 20h,
estará no Teatro O Tablado
para falar sobre seu trabalho e tirar dúvidas quanto a oficina.
Esta técnica é amplamente usada por atores de cinema, teatro e TV de Hollywood e motivo de estudo por um dos maiores neurocientistas de nossa era, professor Antonio Damasio, considerado pela revista francesa Sciences Humaines como uma das 50 mentes mais brilhantes dos últimos 200 anos. Os estudos sobre o Fenômeno do Distanciamento Emocional de Gulu Monteiro serão conduzidos no Instituto do Cérebro e da Criatividade (Brain and Creativity Institute), construído para as pesquisas de Damasio no coração do campus da USC (Universidade do Sul da Califórnia), em Los Angeles e será o pano de fundo de um documentário dirigido por Gulu sobre os estudos de Antonio Damasio que revolucionaram a neurociência nos últimos 20 anos.
Em Paris, estão criando uma escola para formação de atores profissionais usando exclusivamente a técnica de Gulu Monteiro, que permite aos atores e atrizes, experimentar as emoções de seus personagens, mesmo que devastadoras e traumáticas, sem prejudicar seu equilíbrio psico-mental.
É algo inovador e recomendado pelo maior coach de atores de Hollywood, Larry Moss, que já guiou Leonardo DiCaprio, Helen Hunt, Hilary Swank, Sutton Foster, Michael Clarke Duncan, Hank Azaria, Jim Carrey, Tobey Maguire entre outros.
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“Gulu usa os atores de forma extraordinária. Ele os desafia, não tem nada sobrando no jogo. Tem tantas mudanças, tanto comprometimento dos atores com seus personagens, que eles não têm tempo para pensar, eles estão simplesmente ocupados em agir. Sander Maisner, meu primeiro professor, dizia: emoções são o fazer ativo e é isso que eu vejo no trabalho de Gulu” – conta Larry Moss.
O diretor de Star Wars – O Império Contra Ataca, Irving Kershner, recomenda a técnica EDP: “Eu sou impressionado do uso que o Gulu faz dos atores em suas magistrais encenações e performances."
O ator brasileiro Rodrigo Santoro, que vive em Los Angeles, está atualmente em formação com a técnica do Fenômeno do Distanciamento Emocional e atesta "Gulu trabalha incentivando o ator a estimular sua criatividade, descobrindo a personagem através do corpo e não deixando o racional interferir no processo. É uma valiosa experiência de Imersão conduzida com muita sensibilidade"
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Para aplicar à seleção de participação, é necessário escrever uma carta de intenções para o e-mail: edpgulu@gmail.com
As aulas serão ministradas no Jardim Botânico/Horto.
Mais informações no site www.charbuild.com
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ENCONTRO COM GULU NO TABLADO:
Sexta-feira, 20/10, às 20H.
Entrada franca.
Julia Carrera
O TABLADO
Avenida Lineu de Paula Machado, 795, Lagoa
CEP: 22470-040 - Rio de Janeiro - RJ