terça-feira, 17 de maio de 2011

Teatro/CRÍTICA

"Baby, o musical"

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Doces agruras da gravidez


Lionel Fischer


"Três casais tem diferentes reações quando descobrem que esperam uma criança. Elisa e Dani são jovens universitários que acabam de se mudar para morarem juntos. Já a professora de Educação Física Pamela e seu marido, Nico, um instrutor de esportes, tem problemas para engravidar. E, por último, Arlene, que já é mãe de três filhas adolescentes, fica insegura quanto ao que fazer quando descobre que terá um bebê. Enquanto o marido, Alan, vibra com a chegada do novo herdeiro, ela pensa em fazer um aborto. As experiências emocionais das grávidas, os estresses típicos dos relacionamentos e as situações cômicas pelas quais passam as futuras mamães são os temas que compõem o antes e o durante das gestações".

O trecho acima, extraído do release que me foi enviado, sintetiza o enredo de "Baby, o musical", que acaba de entrar em cartaz no Teatro João Caetano. Baseado na história desenvolvida por Susan Yankowitz, o texto leva a assinatura de Sybille Pearson, David Shire responde pelas músicas, Richard Naltby Jr. pelas letras, tendo as mesmas sido traduzidas e adaptadas por Flávio Marinho e Tadeu Aguiar. Richard Maltby Jr. dirigiu a montagem na Broadway e Fred Hanson a presente versão.

No elenco, Tadeu Aguiar (Alan), Sylvia Massari (Arlene), Amanda Acosta (Pamela), André Dias (Nico), Daíra Saboya (Elisa) - a atriz substituiu Sabrina Korgut na estreia -, Olavo Cavalheiro (Dani), com os demais atores desdobrando-se em vários papéis - Adriana Quadros, André Salles, Carol Futuro, Chris Penna, Flávia Rinaldi, Helga Nemeczyk, Maria Netto, Otávio Zobaran, Pedro Henrique Lopes, Sergio Somene e Victor Maia. 

E por tratar-se de um musical com música ao vivo, julgo indispensável citar os nomes de Liliane Secco (direção musical e regência), Maico Lopes (trompete), André Amaral (teclado), Carlos Henrique (bateria), Marco Moreira "Chiquinho"/Oswaldo Lessa (sax tenor, clarineta e flauta), Levi Chaves/Nocchi (sax alto, clarineta, flauta e picolo), Geovane Desiderio/Thiago Gonçalves (trompete), Marcelo Farias "Mef" (piano), Priscila Viana (trompa), Roberto Silva (trombone) e Tássio Ramos/Meco Dutra (baixo elétrico).

Findo este brevíssimo intróito...vamos ao espetáculo. Com relação ao texto, este certamente foi concebido para agradar a espectadores de todas as idades, posto que os temas são abordados de forma a evitar qualquer possibilidade de exacerbação dos conflitos em jogo. Trata-se, sem dúvida, de um espetáculo para toda a família e neste sentido cumpre perfeitamente sua finalidade.

No tocante à direção, esta exibe aquela precisão típica das montagens da Broadway, em que tudo funciona perfeitamente, mas neste caso sem maiores rasgos de criatividade. Com relação às dezenove canções que integram a montagem, estas são, em sua maioria, bastante agradáveis, mas poucas geram um arrebatamento maior, ainda que cantadas de forma irrepreensível por todo o elenco, cabendo registrar a eficiência interpretativa de todos os profisisonais que estão em cena, tanto nas passagens mais românticas quanto naquelas em que o humor predomina.

Com relação à equipe técnica, são irrepreensíveis os figurinos de Ney Madeira, Dani Vidal e Pati Faedo, os adereços de Derô Martin, a cenografia de Edward Monteiro, a iluminação de Rogério Wiltgen, a preparação vocal de Ângela de Castro, a coreografia de Kátia Barros, a direção musical e regência de Liliane Secco e as ótimas versões de Flávio Marinho e Tadeu Aguiar, cabendo ainda mencionar a excelência dos músicos. Cumpre também registrar as impecáveis participações de Norma Thiré (coordenação de produção), Lilian Bertin (produção executiva), Cláudia Xavier (programação visual) e o ótimo release a cargo de Ivone Kassu.

BABY, O MUSICAL - Texto de Sybille Pearson. Música de David Shire. Letras de Richard Maltby Jr. Direção de Fred Hansom. Com Tadeu Aguiar, Sylvia Massari, Amanda Acosta, André Dias, Olavo Cavalheiro, Daíra Saboya e grande elenco. Teatro João Caetano. Quinta a sábado, 20h. Domingo, 18h

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