quinta-feira, 21 de novembro de 2019

TEMPO_FESTIVAL: 10 ANOS COM O MELHOR
 DA CENA CONTEMPORÂNEA INTERNACIONAL

TEMPO_FESTIVAL completa uma década e realiza uma emblemática edição, de 22 de novembro a 1º de dezembro. Na contramão da mais grave crise cultural pela qual o Rio de Janeiro já passou, Bia Junqueira, César Augusto e Márcia Dias, diretores e curadores do consagrado festival internacional de artes cênicas, apresentam uma potente programação com focos britânico e francês e reforçam sua vocação, de fomentar e internacionalizar as artes cênicas brasileiras.

“Estamos aqui para ampliar territórios, ultrapassar fronteiras, transpor limites e estabelecer parcerias com artistas, companhias e festivais que são referência no mundo”, diz Márcia Dias.

Em espaços como o Centro Cultural Oi Futuro, Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, Galpão Gamboa, Solar dos Abacaxis, Sedes das Cias e CEAK (Centro de Estudos Ana Kfouri), o festival terá espetáculos e residências internacionais e nacionais, processos, performances, leitura dramatizada, lançamento literário, exposição videográfica, videoinstalação e atividades formativas, como oficinas e encontros com o público.

“São X anos, com tudo que o X traz: cruzamento, multiplicação, amplitude, variável, incógnita, foco, giro... Serão X movimentos reunindo ações, vozes, conexões, propiciando a escuta, memória e utopia para seguir e expandir”, conta Bia Junqueira.

Momentos marcantes do festival ao longo desses 10 anos poderão ser revisitados em uma exposição videográfica no Centro Cultural Oi Futuro, no Flamengo, e no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Humaitá. Registrados a partir de diferentes ângulos e câmeras, sob olhar da videomaker Elisa Mendes, os trabalhos agora se desdobram em outros recortes e leituras, possibilitados pela dimensão audiovisual.

"O TEMPO_FESTIVAL é um legado da cidade. E uma oportunidade única para os cariocas assistirem a novos espetáculos de companhias que são destaque nos principais festivais internacionais de teatro. Nesta edição, daremos voz a quem merece atenção na sociedade brasileira e na cultura contemporânea”, diz Cesar Augusto.

DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO

Um dos destaques é a parceria com o Roundhouse (www.roundhouse.org.uk), do Reino Unido, no projeto Hive City Legacy que conecta mulheres negras no mundo todo através da arte, “polinizando” e formando Colmeias (Hives). Três artistas britânicas - Aminita Francis, Elsabeth Golla Yonas e Yami 'Rowdy' Lofvenberg - estão na cidade para uma residência artística com 10 brasileiras, de 13 a 26 de novembro, no Galpão Gamboa. Ao final, elas apresentam uma criação coletiva, resultado do processo, além de participarem de um encontro com o público sobre a experiência. Aclamado na Europa e em diversos países, o Hive City Legacy terá no Rio a primeira Colmeia da América LatinaCLIQUE AQUI PARA VER A APRESENTAÇÃO DO GRUPO

Também do Reino Unido, a companhia Forced Entertainmentque é conhecida por subverter o teatro tradicional, aborda questões relevantes sobre a época em que vivemos no espetáculo Viajar no Tempo (www.forcedentertainment.com). Neste solo sobre presente, passado e futuro, quem entra em cena sob direção de Tim Etchells é o premiado ator Tyrone Huggins, que tem 40 anos de experiência e é uma das maiores referências da cena contemporânea inglesa. CLIQUE AQUI PARA VER UM TRECHO

A premiada dramaturga e diretora francesa Pauline Peyrade vem ao Rio para uma residência artística com o grupo carioca Aquela Companhia e com Grace Passô, que traduziu a peça Punhos (Poings) e vai dirigir uma leitura dramatizada do texto da autora. A obra é parte do projeto A Nova Dramaturgia Francesa e Brasileira, que consiste na tradução, leitura e publicação de oito textos do selo Coleção Dramaturgia Francesa, da editora Cobogó. Punhos, o último deles, será lançado no TEMPO_FESTIVAL junto com a coleção completa de livros. Em 2020, o projeto será apresentado no Théâtre National de La Colline, em Paris, no Festival Actoral, em Marselha, e no La Comédie de Saint-Étienne. Serão encenados, por diretores franceses, “Amores Surdos”, de Grace Passô; “Jacy”, de Henrique Fontes, Pablo Capistrano e Iracema Macedo; “Caranguejo Overdrive”, de Pedro Kosovski; “Mateus 10”, de Alexandre Dal Farra; “Ovo”, de Renato Forin; “Adaptação”, de Gabriel F.; “Ramal 340”, de Jezebel de Carli; e as peças “Maré” e “Vida”, de Márcio Abreu.

O espetáculo Teorema 21 faz sua estreia carioca no TEMPO_FESTIVAL, depois de passar por Brasília, Goiânia e São Paulo. Com a proposta de abordar as engrenagens do sistema capitalista e suas dinâmicas na atualidade, o premiado Grupo XIX de Teatro retoma na peça o mote central do filme Teorema, uma das obras-primas do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini. Com direção de Luiz Fernando Marques e Janaína Leite, a montagem será encenada ao entardecer no Solar dos Abacaxis, no Cosme Velho. Ao entrar no local e ocupar as cadeiras giratórias dispostas aleatoriamente, o público é inserido no interior da sala de estar onde se passa a trama e pode girar as cadeiras para escolher o melhor ângulo para cada cena.  CLIQUE AQUI PARA VER UM TRECHO

O TEMPO_FESTIVAL tem patrocínio da Oi, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Lei do ISS, Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Secretaria de Cultura e Economia Criativa e Governo do Estado do Rio de Janeiro. São parceiros institucionais La Comédie de Saint-Étienne, Instituto Francês do Brasil, Embaixada da França no Brasil, Ville de Saint-Étienne, Editora Cobogó, Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil e o festival também conta com o apoio institucional do Programa Pontes - British Council e Oi Futuro. 

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segunda-feira, 18 de novembro de 2019


Referência no teatro contemporâneo, Ana Kfouri lança seu primeiro livro dia 26 de novembro na Blooks, no Rio

Atriz, diretora, pesquisadora e professora registra em “Forças de um corpo  vazado” tese de doutorado na UFRJ, que promove um salto das artes cênicas para as artes visuais com o objetivo de investigar a questão corpo-palavra
Livro une editoras 7Letras e PUC-Rio


Referência no teatro contemporâneo, a atriz, diretora e pesquisadora, Ana Kfouri lança dia 26 de novembro, a partir das 19h, na Livraria Blooks, no Espaço Itaú de Cinema, em Botafogo, RJ, o livro “Forças de um corpo vazado” (parceria das editoras 7Letras e PUC-Rio; 144 págs; R$ 58.). O livro aprofunda e dá continuidade à pesquisa de linguagem que Ana vem desenvolvendo ao longo dos 42 anos de carreira: pensar o corpo e a palavra tendo a linguagem como a viga mestra dessa questão. “Forças de um corpo vazado” é fruto da tese de doutorado da autora em Artes Visuais, na linha Poéticas Interdisciplinares na EBA/UFRJ, sob a orientação de Angela Leite Lopes, tradutora e dramaturgista.

Conhecida por levar ao palco textos de literatura e filosofia – um arco que vai de Hilda Hilst a Valère Novarina, passando por Samuel Beckett – , Ana Kfouri deseja partilhar com o leitor a experiência corpo-palavra e, em seu primeiro livro, defende o ato de falar como potência da criação. Cria a noção de corpo vazado/corpo-sopro a partir daí. Como interlocutores nessa investigação da linguagem, e também da fala propriamente dita como criação, estão Gilles Deleuze, Samuel Beckett e Valère Novarina, entre outros, pensadores que vêm estimulando essas questões e inquietações na trajetória artística de Ana Kfouri.

“Meu desejo ao entrar no doutorado era pensar o performer, esse falador, não para defini-lo, mas para aprofundar seu lugar. Queria refletir sobre a palavra e sobre a relação corpo-palavra no campo do meu interesse, o da intensidade. E também realizar um salto das artes cênicas - com toda bagagem teórico-prática que ela me proporciona - para o universo das artes visuais”, destaca.

Livro, coordenação de nova pós, temporada em SP

O livro “Forças de um corpo vazado” entra em circulação num ano repleto de trabalho, que envereda por 2020. Ana Kfouri recebeu indicações de melhor atriz aos prêmios Shell, Cesgranrio e Botequim Cultural (todos no RJ) pela peça Uma frase para minha mãe, do autor Christian Prigent, que idealizou, atua e dirige. A artista foi contemplada pelo Premio QUESTÃO DE CRÍTICA por sua trajetória dedicada à criação cênica e à formação de artistas, bem como por Uma frase para minha mãe. A peça vai estrear no primeiro semestre de 2020 em São Paulo, após excelente repercussão de crítica e público no Rio de Janeiro.
Paralelamente, coordena em conjunto com a professora Ana Kiffer o inédito curso de pós-graduação lato sensu Corpo e Palavra nas Artes da Cena e da Imagem na PUC-Rio, que começa em 2020. Também dá continuidade ao trabalho de preparação de atores na Rede Globo, especificamente,  da 2ª temporada da série “Desalma”, direção de Carlos Manga Jr., além da novela “Nos tempos do imperador”, direção de Vinícius Coimbra. Em 2019, respondeu pela preparação de atores da série “Ilha de Ferro” e da novela “Órfãos da Terra”, para citar algumas produções.
  
Atualmente, prepara seu segundo livro, “Focos Móveis”, de caráter artístico-pedagógico, que integra o Projeto de Pesquisa de Pós-Doutorado, iniciado em março de 2019, no Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena, PPGAC, na UFRJ, sob a supervisão da Profa. Dra. Eleonora Fabião. “Focos Móveis” é o nome da técnica de treinamento para atores que Ana Kfouri desenvolveu ao longo da sua experiência artística. O livro discorrerá sobre conceituações, objetivos e descrições de exercícios e dinâmicas cênicas criados pela artista, os modos do fazer e do pensar que atravessaram e atravessam a trajetória de Ana. Forças de um corpo vazado (livro onde cria a noção de corpo vazado/corpo-sopro) e Focos Móveis (em andamento) refletem o desejo de Ana de interagir cada vez mais com jovens estudantes, atrizes, atores, profissionais e professoras/es de artes cênicas, que se interessem por reflexões e estudos práticos do fazer teatral no campo intensivo. 
Atraída pela estranheza da narrativa
Por definição própria, Ana Kfouri “sempre foi atraída pela estranheza da narrativa tecida em lugares outros que o da linearidade, por textos não dramáticos, por textos que não se movessem a partir do fechamento de relações intersubjetivas, pela fala que fala à revelia de uma história propriamente dita, pela força do pensamento filosófico”.
“A imagem poética do corpo vazado/corpo-sopro foi criada, pensada e experienciada por mim nas artes cênicas a partir da prática realizada durante anos como atriz, diretora e professora. Mas foi a partir de 2007 que esta imagem, ou seria melhor dizer esta força, começou a tomar vulto, quando fazia como atriz o texto de Valère Novarina Discurso aos Animais: O animal do tempo e A inquietude, no intuito de pensar/falar/experimentar/discutir/debater quem é esse quem fala em cena”, diz.

Ao enveredar na defesa e  criação da noção de corpo vazado/o corpo-sopro,  realizou ensaios visuais em parceria com a artista visual Helena Trindade. A artista pondera: “Para a primeira incursão nesta nova fase da pesquisa, a experiência visual propriamente dita, convidei [...] a artista plástica Helena Trindade para pensar e realizar os experimentos junto comigo.  O trabalho dela foi um grande estímulo [...] para que eu pudesse vislumbrar, aos poucos, a sensação de pensar por imagem. [...] um novo horizonte se abriu à minha frente e, a partir de então, minha investigação/fundamentação sobre o corpo vazado/corpo-sopro em campos visuais tomou rumo próprio”. Os ensaios visuais podem ser assistidos nos links: Marés [https://vimeo.com/67754033], Sopros [https://vimeo.com/67764762], Passos [https://vimeo.com/121931666] e D’ÉCRITS & DES CRIS [https://vimeo.com/241782926].
Caminhos que a levaram até o vídeo “onde o verbo para?”, filmado a partir do percurso dela por variados corredores, entre eles o corredor especialíssimo do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, templo-corredor-rua magistral de José Celso Martinez Correa, que generosamente cedeu o espaço à Ana em uma manhã de setembro em São Paulo (2015), como é possível ver em
https://vimeo.com/326586915. “O corpo corredor como espaço, físico e imaginário, enigmático, material e espiritual, um buraco visual, fez com que as experimentações práticas tomassem novos rumos. Eu precisava cavar o terreno do espaço corredor. Eu começava a intuir a minha linguagem visual”.
Angela Leite Lopes assina o prefácio do livro e diz: “A tese parte, então, da trajetória cênica da Ana e desemboca na experimentação que resultou de todo o trabalho de “Forças de um corpo vazado”, o vídeo “onde o verbo para?”. Para chegar a ele, Ana foi fazendo incursões pelo campo das artes visuais, o que se configurou como um desafio e uma modalidade a mais de reflexão: a experiência da fricção entre essas duas áreas artísticas que têm, afinal, uma mesma matriz, já que o teatro, em sua etimologia, é o lugar de onde se vê”.
Em análise de Marcelo Jacques de Moraes, tradutor e professor da Faculdade de Letras/UFRJ, “Ana se vale do processo de realização de vídeos ao longo da pesquisa, e como extensão dela, bem entendido, para investigar a relação do corpo com o espaço, especialmente dramatizada pelo trabalho de edição das imagens de onde o verbo para?, em que um corpo – e um olhar – performa intermitentemente, até uma exaustão que nunca se consuma, a travessia de múltiplos corredores”.

Biografia breve

Paulistana radicada no Rio desde 1988, Ana Kfouri  começou a dirigir assinando também o roteiro dramatúrgico de A Lua que me instrua,  que marcou a estreia da sua companhia de teatro, a Companhia Teatral do Movimento, CTM, em 1991. A peça mesclava vários textos, mas principalmente Clarice Lispector e Elisa Lucinda (esta levada à cena como autora pela primeira vez), entremeados por citações do filósofo Emil Cioran.

Toda a investigação da pesquisadora parte da relação corpo-palavra, como atesta “Forças de um corpo vazado”. E esta relação é constantemente motivo de pesquisa nas duas companhias que dirigiu entre 1991 e 2006 (Cia Teatral do Movimento e Grupo Alice 118), na criação do Centro de Estudo Artístico Experimental, que funcionou no Sesc Tijuca, com dezenas de processos de trabalho e montagens, entre 2001 e 2009, e o atual Centro de Estudos Ana Kfouri, CEAK, inaugurado em 2017 no Cosme Velho, criado por Ana como um espaço de potencialização da experimentação artística.

Em julho de 2006 dirigiu a ópera I Capuleti e I Montecchi, de Vicenzo Bellini, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2007, Ana Kfouri voltou aos palcos como atriz, com o texto O Animal do Tempo, primeira parte do texto Discurso aos Animais, de Valère Novarina, dirigida por Antonio Guedes. Em julho de 2009, Ana estreou A Inquietude, segunda parte desse texto, dirigida por Thierry Trémouroux, dentro do projeto Novarina em Cena, que integrou a programação oficial do Ano da França no Brasil, o ano de 2009. Em 2010/2011,  encenou Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, no restaurante Albamar. Em 2012, foi premiada com essa montagem pelo premio Arte Qualidade Brasil, nas categorias de melhor direção e melhor espetáculo. Ana realizou (como atriz) o projeto Beckett, de 2012 a 2015 –  Primeiro Amor, dirigido por Antonio Guedes, e Moi Lui, dirigido por Isabel Cavalcanti. Com este projeto foi indicada como melhor atriz por sua atuação em Primeiro amor, pelo premio Questão de crítica 2013 e melhor atriz por sua atuação em Moi Lui, pelo premio Cesgranrio 2013.

Ana Integrou de 1992 a 2013 o corpo docente da Oficina de Interpretação e da Usina de atores da TV Globo e fez a preparação dos atores das novelas Novo Mundo (2016/2017), Tempo de amar (2017), Orfãos da Terra (2019), da minissérie Ilha de ferro (2018), e da série Desalma (2019), todas produções da emissora.

Serviço:

Lançamento do livro ‘Forças de um corpo vazado’, de Ana Kfouri. Editora 7Letras e PUC-Rio. 144 págs. R$ 58.

Imagem da capa: Helena Trindade

Dia 26 de novembro de 2019, a partir das 19h.
Local: Livraria Blooks – Espaço Itaú de Cinema - Praia de Botafogo, 316. Estacionamento: Praia de Botafogo, 330 [NOVOTEL]



Assessoria de Imprensa:
Mônica Riani 21 9 9698-5575 monica.riani@uol.com.br
Claudia Miranda 21 99605-4706 chagasmiranda@uol.com.br

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

UNIRIO – PROEXC/ESCOLA DE TEATRO & SOCIEDADE PSICANALÍTICA DO RIO DE JANEIRO
APRESENTAM: FÓRUM DE PSICANÁLISE E CINEMA

Encerrando esse semestre, no dia 29 de novembro, às 18 h,  será analisado o envolvente filme:  NASCE UMA ESTRELA ( A Star Is Born, 2017, 146 min.) dirigido pelo ator Bradley Cooper, tendo como intérprete a cantora Lady Gaga. O tema, em sua quarta versão para o cinema, gira em torno de Jackson Maine (Bradley Cooper) um cantor no auge da fama. Um dia, após uma apresentação, conhece Ally (Lady Gaga), uma insegura cantora que ganha a vida trabalhando em um restaurante. Jackson se encanta pela jovem e seu talento, decidindo apoiá-la na carreira. Ally ascende ao estrelato e Jackson vive uma crise pessoal e profissional devido aos problemas com o álcool.
Assim, na última sexta-feira do mês, na Sala Vera Janacópulos da UNIRIO, analisaremos e discutiremos a película, em seus múltiplos aspectos e prismas diversos. Como sempre, aguardamos todos vocês para mais um debate e contamos com a divulgação aos amigos e aos interessados no viés cultural e psicanalítico. Um grande abraço de Ana Lúcia de Castro e Neilton Silva.
SERVIÇO:
DATA: 29 DE NOVEMBRO DE 2019.
HORÁRIO: FILME: 18 h; ANÁLISE E DEBATE: 20 h às 22 h.
LOCAL: SALA VERA JANACÓPULOS – UNIRIO
ENDEREÇO: AV. PASTEUR, 296. URCA.
ANÁLISE CULTURAL: PROF. DRA. ANA LÚCIA DE CASTRO
ANÁLISE PSICANALÍTICA: DR. NEILTON SILVA
ENTRADA FRANCA - INFORMAÇÕES: forumpsicinema@gmail.com
NOTA: Quem se interessar em adquirir o livro: Fórum de Psicanálise e Cinema: 20 filmes analisados, de autoria de Ana Lúcia de Castro e Neilton Dias da Silva, ele se encontra à venda nos dias do FÓRUM.
HISTÓRICO: O FÓRUM DE PSICANÁLISE E CINEMA FOI CRIADO EM 1997, COMO UM PROJETO CIENTÍFICO DA ASSOCIAÇÃO PSICANALÍTICA RIO 3, PELO ENTÃO PRESIDENTE, DR. WALDEMAR ZUSMAN, E PELO DIRETOR DO INSTITUTO, DR. NEILTON DIAS DA SILVA. DESDE 2004 PASSOU A CONTAR COM A PARTICIPAÇÃO DA MUSEÓLOGA E PROFESSORA DA UNIRIO, DRA ANA LÚCIA DE CASTRO, RESPONSÁVEL PELAS ANÁLISES CULTURAIS DOS FILMES. CELEBRAMOS OS 14 ANOS DO FÓRUM E A PARCERIA DA SPRJ COM A UNIRIO PARA SEDIAR O PROJETO MENSALMENTE, SEMPRE CONCORRIDO.


quarta-feira, 13 de novembro de 2019


Segunda que vem, dia 18 de novembro, acontece no Teatro OI Casagrande, Leblon/RJ, uma maratona de “A Alma Imoral" - exibição do filme e da peça, seguidos de debate com Nilton Bonder (autor do livro), Amir Haddad (supervisor da peça), Silvio Tendler (diretor do filme) e Clarice Niskier (atriz e adaptadora da peça).
 
A programação:
 
18h15 - o filme de Silvio Tendler;
20h30 - a peça de Clarice Niskier;
21h45 - o debate com Nilton Bonder, Amir Haddad, Silvio Tendler e Clarice Niskier.
Ingressos: R$80 e R$40 (meia entrada)

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Teatro/CRÍTICA

"Os impostores"

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Bela metáfora de um mundo em decomposição



Lionel Fischer




"Num futuro próximo, o Brasil é devastado por uma hecatombe ecológica. Movimentos de placas tectônicas parecem formar uma nova Pangéia. A força das águas inunda, destrói, arrasa tudo. Uma tradicional e rica família brasileira sobrevive ao caos, confinada num suntuoso bunker debaixo da terra há anos (ou seriam décadas, quem sabe séculos?). Os membros dessa família estão tocando a vida - ou o que sobrou dela, entre taças de champanhe Cristal e latas de caviar Beluga - salvos do caos externo, até que recebem uma visita inesperada, que, a exemplo do que acontece lá fora, irá mexer com as estruturas dessa família e colocar em xeque a aparente harmonia em que viviam até então".

Extraído do ótimo release que me foi enviado pelo assessor de imprensa Ney Motta, o trecho acima explicita o contexto em que se dá "Os impostores", de Gustavo Pinheiro e Rodrigo Portella, que contaram com a colaboração dramatúrgica dos intérpretes e de Mariah Valeiras. Em cartaz no Teatro Sesc Ginástico, a montagem tem direção assinada por Portella, estando o elenco formado por Carolina Pismel, Guilherme Piva, Murilo Sampaio, Pri Helena, Suzana Nascimento e Tairone Vale.

Embora famílias ricas, em especial norte-americanas, já possuam seus bunkers, tais construções foram feitas - e continuam a ser feitas -  por temor de uma guerra nuclear. E evidentemente suas dimensões, até onde eu sei, atendem apenas a necessidades básicas de sobrevivência. Aqui, no entanto, estamos diante de um quadro apocalíptico - o mundo lá fora praticamente deixou de existir - e a referida família vive em um bunker faraônico, cuja dimensão equivale ao próprio refinamento. E, como explicitado no parágrafo inicial, pode estar ali há décadas ou séculos, o que evidencia o caráter metafórico do texto.  

Com a chegada do Hóspede, tudo começa a se modificar. Tal tema - um estranho que surge inesperadamente em determinado contexto e altera o que parecia fadado a se perpetuar - já foi muitas vezes explorado, tanto na literatura como no cinema e no teatro. Mas isso não constitui nenhum entrave, pois o que confere valor a uma obra não é seu ineditismo temático, mas a forma como as ações e conflitos são trabalhos.

No presente caso, a harmonia entre os membros da família era apenas aparente, o que facilita a tarefa do Hóspede de promover devastadoras transformações. Mas quem é esse homem que chega? De início não fica muito claro, mas aos poucos torna-se evidente que, além de renomado crápula, vale-se de valores religiosos para manipular a todos de acordo com suas conveniências - e aqui opto por não explicitá-las para que meus eventuais leitores possam usufruir o impacto de muitas e imprevistas surpresas. 

Seja como for, o fato é que podemos estabelecer uma espécie de paralelo entre as duas hecatombes - a do mundo real e a deste mundo subterrâneo. E se neste último não são placas tectônicas que se movem e se chocam, os movimentos e choques também se dão, posto que todas as carências, ressentimentos, ódios e desejos vem à tona, inviabilizando qualquer tentativa de se manter intacta a máscara da própria hipocrisia.

Bem escrito, contendo ótimos diálogos, personagens muito bem estruturados e uma ação que prende a atenção do espectador do início ao fim, cabe ainda ressaltar a capacidade de Gustavo Pinheiro e Rodrigo Portella (e seus colaboradores) de mesclar, com a mesma eficiência, passagens dramáticas e humorísticas. E no quesito humor, não há como não fazer menção ao hilariante texto do Hóspede ao descrever o mundo acima, que fica ainda mais engraçado pela seriedade com que é proferido.

Com relação ao espetáculo, Rodrigo Portella impõe à cena uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico. Não existem marcas previsíveis e todas são muito expressivas, cabendo destacar a cena, ao mesmo tempo hilária e erótica, em que Glória é depilada por Ivani. Os tempos rítmicos extrapolam o real, o que confere grande potência a todos os conflitos. E o encenador exibe, mais uma vez, sua notável capacidade de extrair ótimas performances do elenco.

Na pele do Hóspede, Guilherme Piva exibe a melhor performance de sua carreira, explorando ao máximo todo o potencial de um personagem que, essencialmente maquiavélico, não hesita em promover sucessivas destruições para atingir seus objetivos. A mesma eficiência se faz presente na atuação de Carolina Pismel vivendo Glória, mulher despótica, arrogante e possuidora de um furor uterino capaz de superar o de Messalina. Murilo Sampaio (Amado) valoriza toda a carência, ironia e necessidade de amar do personagem. Pri Helena, que interpreta a jovem Camile, confere grande credibilidade a única pessoa da família que ainda acredita ser possível salvar o mundo. Suzana Nascimento, que encarna a criada Ivani, demonstra uma vez mais seu imenso talento, tanto nas passagens mais dramáticas quanto naquelas em que o humor predomina. Finalmente, Tairone Vale está impecável na pele de Neto Junior Filho, inicialmente o macho alfa do contexto e mais adiante um joguete nas mãos do Hóspede.

No tocante à equipe técnica, considero irrepreensíveis as colaborações de todos os profissionais envolvidos nesta surpreendente empreitada teatral - Julia Deccache (cenografia), Marcelo Alonso Neves (direção musical), Tiago Ribeiro (figurinos), Vítor Martinez (visagismo) e Toni Rodrigues (preparação corporal). Como se vê, deixei por último a responsável pela belíssima e expressiva iluminação, sempre decisiva para o fortalecimento dos múltiplos climas emocionais em jogo. Estou falando de Ana Luzia Molinari de Simoni, que aqui assina um trabalho do qual seu pai, o maravilhoso Aurélio de Simoni, certamente está muito orgulhoso.

OS IMPOSTORES - Texto de Gustavo Pinheiro e Rodrigo Portella, com a colaboração do elenco e de Mariah Valeiras. Direção de Rodrigo Portella. Com Carolina Pismel, Guilherme Piva, Murilo Sampaio, Pri Helena, Suzana Nascimento e Tairone Vale. Teatro Sesc Ginástico. Quinta a sábado, 19h. Domingo, 18h.