terça-feira, 12 de julho de 2016

Exercícios de Improvisação
Para iniciantes

Lionel Fischer

Cena curta criar uma cena passando pelos três estímulos, na ordem.

A       angústia/alívio/amor
B       busca/bondade/beijo/
C        carência/carícia/casamento
D       dívida/dádiva/dúvida
E       esperança/espera/escrotice
F         força/foco/fica
G      gemido/ganância/gozo
H      história/histeria/habitação
I          intriga/instante/inútil
J         jogo/justiça/jaca
L         luta/luto/luz
M       medo/mácula/música
N        negação/novidade/nudismo 
O        onda/ódio/onde
P       perda/perto/perplexidade
Q        querer/queimadura/queijo
R       raiva/rosto/rumo
S       susto/sinto/saudad
T       teimosia/temporal/tenacidade
U       único/última/ultimato
V       vitória/ vontade/ volúpia
X        xuxu/ xepa/xispa
Z       zona/zodíaco/zero

Tesouras rítmicas – dois alunos, duas tesouras. O primeiro faz uma pequena seqüência, que o segundo tem que repetir. Depois, inverter. Até aqui, só memória. Em seguida, o primeiro faz uma pequena seqüência, um aluno de fora coloca um texto. O segundo responde com a tesoura, um outro aluno coloca um texto. E assim seguimos por um tempo.

Criando um textoo aluno entra, já com uma atitude/sentimento. Pára num local, congela. Em seguida, vai para outro ponto e congela. Vamos fazer cinco mudanças. O aluno repete tudo que fez. Em seguida, repete, parando, e alguém de fora coloca um texto quando a cena congela.  Depois, nova repetição, outro aluno coloca um novo texto, completamente diferente, em cima da mesma seqüência. Finalmente, o primeiro aluno faz toda a seqüência colocando seu próprio texto.   

 História em duplas - oito atores, lado a lado, em fila. O primeiro começa a relembrar qualquer coisa envolvendo aquele que está ao seu lado. Este retruca. Em seguida, os dois vão para o final da fila e a dupla seguinte avança. Cada ator só pode usar uma frase, de preferência curta. E o assunto deve evoluir, podendo tomar rumos imprevistos. Mas não vale criar frases disparatadas. A história tem que fazer sentido, mesmo que sua conclusão seja completamente inesperada com relação ao início. Vamos rodar as filas três vezes.

Ida e volta - dois atores, sentados, bem perto, um de frente para o outro. Começam a trocar ofensas, num ritmo bem rápido.  As ofensas devem se limitar a uma palavra. Ao mesmo tempo em que se ofendem, vão recuando o corpo. Quando estão bem afastados, congelam. A seguir, vão se reaproximando, só que agora trocando palavras gentis, num ritmo bem lento. 

Criando uma história - dois atores iniciam uma cena.  No sinal, congelam. Outros dois os substituem e continuam a cena. E assim por diante. Fazer com quatro duplas. A última deve concluir a cena, que deverá necessariamente evoluir, como se fosse um pequeno esquete.

Cantando um trecho de música - quatro atores. Cada um canta um trecho de uma música. Depois, cada um repete o trecho cantado como se fosse o texto de uma peça.  

Reação instantânea – individual. O professor diz a frase e o aluno deve justificá-la, com toda a seriedade, no prazo máximo de 1 minuto.

Se chifre fosse flor, a cabeça do Lionel era um jardim!
Quando a jabuticaba é pouca, a gente engole o caroço!
Mesmo quando descansa, o Diabo amola as moscas com o rabo!
O mentiroso, quando diz a verdade, adoece!
Os apaixonados sofrem mais que sovaco de aleijado!

Fazendo um jingle - 4 atores no palco. A cada um o professor diz um nome – sapato, calcinha, relógio etc. O aluno deve imediatamente fazer uma música curtíssima.

Frase que aumenta  - 4 duplas, uma de cada vez. A primeira e a última palavra não podem mudar. Exemplo: “Você é muito burra”. “Você, desde ontem, é muito burra”.  “Você, desde ontem, depois de negar o que eu pedi, é muito burra”. “Você, desde ontem, depois de negar o que eu pedi, e eu pedi com tanta delicadeza, é muito burra”. “Você, desde ontem, depois de negar o que eu pedi, e eu pedi com tanta delicadeza e sorrindo, é muito burra”. E etc. Objetivo: construir a maior frase possível.

Cortando palavrasA partir de um tema – por exemplo, separação – dois alunos fazem uma cena, só podendo usar frases de quatro palavras. Em seguida, outra dupla faz a mesma cena, mas só usando três palavras por frase. A terceira dupla usa duas palavras e a última, uma.   

Desfazendo um sonho – individual. Uma jovem de 15, 16 anos, está diante de um espelho, acabando de se arrumar. Vai sair, pela primeira vez, com aquele que julga ser o menino da sua vida. O telefone toca. Ela atende e nada fala, só escuta o rapaz dizer que não poderá vir.  Ela volta para o espelho, começa a tirar a maquiagem etc., sem  pronunciar uma única palavra.

Cortando palavrasA partir de um tema – por exemplo, separação – dois alunos fazem uma cena, só podendo usar frases de quatro palavras. Em seguida, outra dupla faz a mesma cena, mas só usando três palavras por frase. A terceira dupla usa duas palavras e a última, uma.   

Desfazendo um sonho – individual. Uma jovem de 15, 16 anos, está diante de um espelho, acabando de se arrumar. Vai sair, pela primeira vez, com aquele que julga ser o menino da sua vida. O telefone toca. Ela atende e nada fala, só escuta o rapaz dizer que não poderá vir.  Ela volta para o espelho, começa a tirar a maquiagem etc., sem  pronunciar uma única palavra.


Criação em grupo 1 dividir a turma em grupos. Cinco minutos para preparar uma cena que tenha como tema uma frase – por exemplo, “Nunca mais”. Em algum momento essa frase tem que ser dita. Cenas curtas.

Criação em grupo 2 toda a turma. O tema pode ser, por exemplo,  “Na primavera eu volto”. Tempo de preparação: 15 minutos. Tempo da cena: 10 minutos. OBS: a frase/tema tem que fechar a cena.

Conquista em versosexercício para duplas. Cada apaixonado diz uma frase  bem curta e o outro a completa. Por exemplo:

Ele – Quando te vi, era inverno.
Ela – Você estava lindo, de terno.

OBS: o importante é não apenas rimar, mas criar uma pequena história.

Memória exercício em duplas. O exercício termina quando algum dado for omitido na seqüência de frases. Por exemplo:
Qual o seu nome? Meu nome é Paulo / Mentira. Seu nome é Henrique/ Tem razão. Meu nome é Henrique/ Quantos anos você tem?/ 35 / Mentira.  Seu nome é Henrique e você tem 23 anos./ Tem razão. Meu nome é Henrique e eu tenho 23 anos/ Qual a sua profissão?/ Engenheiro/ Mentira. Seu nome é Henrique, você tem 23 anos e é personal training / Tem razão. Meu nome é Henrique, tenho 23 anos e sou personal training/ Você tem namorada?/ Tenho / Mentira. Seu nome é Henrique, você tem 23 anos, é personal training e não tem namorada/ Tem razão. Meu nome é Henrique, tenho 23 anos, sou personal training e não tenho namorada/ Onde você mora?/ Leme/ Mentira. Seu nome é Henrique etc...

Perdão Amigas desde a infância, já adultas uma dela se torna amante do marido da primeira. O caso é descoberto. Rompimento. Arrependimento. Tentativas de encontro fracassadas. Até que um dia, dois anos depois, a que foi traída resolve receber a ex-amiga. Houve suas razões. Há possibilidade de perdão?

Encontros Inesperados

1)      Bordel – cafetina, pai e filha. A cafetina diz à garota que hoje ela vai conhecer um cliente super importante, um homem riquíssimo, de São Paulo. A cafetina sai. A garota está se ajeitando diante de um espelho. O homem entra. Se aproxima. Acaricia a garota. Ela se vira. O homem está diante de sua filha. Pouquíssimas palavras, de preferência nenhuma. O que importa é o impacto da situação.
2)      Num bar – reencontro com um grande amor. Ela está sentada, ele a vê. Tiveram um romance muito tempo atrás. Ambos se casaram com outras pessoas. Mas...Ele se aproxima, uma grande emoção toma conta dos dois. O que fazer?

Confissão

Filho diante de pai agonizante – algo ficou por dizer? Algum agradecimento?


Despedidaduplas. Começa num abraço, se separam, se afastam. Se olham, correm, se abraçam, se afastam. No final, apenas se olham, de longe, e não mais se aproximam.

Interpretando anúnciosO aluno abre um jornal numa página qualquer, escolhe um anúncio e o lê de três maneiras diferentes, impulsos emocionais diferentes.

Esculturas oito alunos. Três grupos. Três músicas diferentes produzem três esculturas diferentes. Depois de prontas, as esculturas são desfeitas – o último que entrou sai primeiro, depois o penúltimo etc., até ficar o primeiro.

Conversa loucaduplas, frases curtas. Toda frase tem que começar com a última palavra dita pelo outro. Por exemplo:

A – Você não passa de um idiota!
B – Idiota eu fui quando me apaixonei por você!
A -  Você está sendo agressivo...
B – Agressivo? Você ainda não viu nada!

Pecados Capitais - dividir o grupo. Cada grupo terá 10 minutos para bolar uma cena sobre um determinado Pecado (Luxúria, Avareza, Soberba, Gula, Inveja, Ira e Preguiça). Detalhe: todas as cenas terão que ser cômicas e não vale                            aproveitar cenas já feitas ou conhecidas.


No sótãoquatro irmãos visitam o sótão da casa em que passaram a infância. Com a morte dos pais, a casa será vendida. Recordações. Os brinquedos. O sótão está igual.


Caretas - exercício para duplas. Sentados lado a lado, olhando pra frente, no sinal os alunos fazem um careta, que deforma seu rosto. Em seguida, sem desarmar essa careta, travam um diálogo, como se estivessem se vendo pela primeira após marcarem um encontro via Internet. A voz tem que ser resultante dessa careta.

Briga de facaRitmo mais lento possível. Quatro contra quatro.

Discussão em língua estranha com tradução simultâneasentados na mesa de um bar, um casal discute numa língua incompreensível. Cada um dos personagens tem a seu lado um tradutor simultâneo, que fala em português, imediatamente, o que a pessoa falou. As frases têm que ser curtas.

Subversivos – à espera do próximo interrogatório. Depois de um tempo, entra um guarda. Leva um deles.

Aquecimento – luta, conduite.

Desfazendo um sonho – adolescente diante de um espelho, aprontando-se para o primeiro encontro com o “menino de sua vida”. Anos 50/60. O telefone toca. O cara diz que não vai. Ela nada diz. Volta para a cômoda/espelho e retira a maquiagem, as coisas que colocara etc.

Exame – clínica. Cada personagem está à espera do resultado de um exame que poderá significar morrer ou viver. Entra a enfermeira, distribui os envelopes. No que estiver escrito POSITIVO, a pessoa vai morrer. No negativo, vai viver. Sem palavras, sem relação entre os personagens.

Solidão – grupo caminha lentamente pelo espaço, sem estabelecer qualquer tipo de relação. Os atores caminham o mais lentamente possível. Num dado momento, quando entra o piano, correm até um ponto e julgam ver passar, ao longe, a pessoa “que se foi”. Acompanham com o olhar essa pessoa, que logo adiante desaparece. Todos retornam ao estado inicial, só que ainda mais sozinhos. Este exercício será feito tendo como música de fundo o 2º movimento do Concerto “Imperador”, de Beethoven. OBS: cada ator imagina o que quiser, mas tem que ter sido uma perda grave.

A partir de um sentimento/postura – o ator caminha pelo palco e para num dado momento, expressando o mais possível um sentimento, uma situação, um estado. Congela. Em seguida, ele repete o que fez e congela. Então, um outro ator, previamente escolhido e que o observava, entra e faz uma cena a partir do que sentiu na postura congelada. OBS: o ator que entra não tem como adivinhar a razão da postura, mas vai propor algo a partir dela. Ou seja: se o ator congela com “medo”, o que entra não sabe a razão desse medo, e pode piorar esse estado, suavizá-lo etc.

Apenas 1 minuto – dividir a turma em três grupos. Propor ao primeiro uma cena, especificando o contexto, quem são os personagens e o objetivo principal de cada um. O grupo tem 1 minuto para preparar a cena e 1 minuto para apresentar. As propostas vão sendo dadas depois que cada grupo realiza a sua, senão o segundo e terceiro grupos, por exemplo, teriam mais tempo para preparar. Feitas as três cenas, escolhemos a mais interessante. Então, o grupo que a realizou a repete, aumentando-a um pouco. No sinal, congelam e entram outros três, que dão prosseguimento à cena, aumentando-a. Finalmente, entra o terceiro grupo, repetindo o mesmo mecanismo. Ou seja, o que durara apenas 1 minuto no início, pode durar uns 15 minutos no final.

Pescadores – mulheres (ou parentes) de pescadores estão na beira da praia, aguardando a volta de seus entes queridos. Soube-se que houve uma forte tempestade. Depois de um tempo, algumas velas começam a aparecer no horizonte. As jangadas se aproximam. Todas as pessoas, menos uma, reconhece alguém. Fica uma última. Seu homem (ou parente) não voltou. Exercício sem palavras.

Retirantes – grupo exausto de retirantes nordestinos fugindo da seca. Não conseguem mais caminhar. Então se acomodam, depositando toda a esperança de sobrevivência na chuva. Depois de um tempo, surge ao longe uma nuvem escura. Mais adiante, essa nuvem se aproxima. Finalmente, ela para em cima do grupo. Choverá ou não? Começa a chover. Aos poucos, uma chuva fina. Depois, um toró. O grupo está salvo. Viver a esperança, a expectativa, a surpresa,e, finalmente, o enorme alívio.
Exercício sem palavras. Talvez caiba uma reza e, no final, exclamações.

Uma pessoa no meio – duas histórias, um ouvinte. Frases curtas. No fim, o ouvinte deve ser capaz de sintetizar as duas histórias. Estas devem ser contadas rapidamente, sem intervalo, e o que escuta nada diz – no máximo, um “sim”, ou “não”, um  “é verdade” etc.

OBS: alguns exercícios são de minha autoria, outros de Maria Clara Machado e de Viola Spolin.

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