segunda-feira, 11 de abril de 2022

 Teatro/CRÍTICA


"Intimidade indecente"


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Deliciosas reflexões sobre o amor e a passagem do tempo


Lionel Fischer


"Mariano e Roberta formam um casal sessentão desgastado pela mesmice da rotina. O desejo esfriou, o sexo falta e a implicância sobra. Ávidos por novas experiências, entendem que não há mais porque ficar juntos. Acontece que, como num efeito bumerangue, a vida insiste em devolver um ao outro. E é nessas idas e vindas que, aos poucos, os dois descobrem-se os maiores cúmplices. O sentimento, ainda vivo e sólido, faz com que se entendam mais do que qualquer outra pessoa de fora. Assim, conforme os anos vão passando, resistem cada vez menos à presença um do outro em suas vidas novamente".

Extraído do ótimo release que me foi enviado pelos assessores de imprensa João Pontes e Stella Stephany, o trecho acima resume o enredo de "Intimidade indecente", de Leilah Assumpção, em cartaz no Teatro dos 4. Guilherme Leme Garcia assina a direção da montagem, estando o elenco formado por Eliane Giardini e Marcos Caruso.

Autora de 16 peças teatrais, com especial destaque (além da presente obra)  para "Fala baixo senão eu grito", "Boca molhada de paixão calada" e "Vejo um vulto na janela, me acudam que eu sou donzela", Leilha Assumpção também escreveu para a televisão, assinando em parceria com Daniel Más a novela "Um sonho a mais" e a minissérie "Avenida paulista". No caso específico de "Intimidade indecente", estamos diante de uma comédia dramática que se inicia de forma inusitada (o casal se separando) e aos poucos vai esmiuçando todas as contradições e impasses que em geral caracterizam uma longa relação matrimonial. 

Entretanto, como explicitado no parágrafo inicial, Mariano e Roberta não conseguem se desligar completamente e à medida que envelhecem a antiga cumplicidade ganha novos e imprevistos contornos, tornando evidente que, apesar de tudo que aconteceu, ambos nasceram um para o outro - não detalho os "novos e imprevistos contornos" porque isto privaria o espectador de deliciosas surpresas.

Bem escrita, contendo ótimos personagens e reflexões mais do que pertinentes sobre o amor e a passagem do tempo, "Intimidade indecente" recebeu ótima versão cênica de Guilherme Leme Garcia. Abstendo-se de inócuas mirabolância formais, o encenador concentrou-se basicamente em extrair o máximo potencial dos dois intérpretes, sendo totalmente bem sucedido neste quesito - mas isto não significa que a cena careça de marcações expressivas que potencializam tanto as passagens mais dramáticas quanto aquelas em que o humor predomina.

Mesmo correndo o risco de ser ou parecer monótono, reafirmo agora o que já disse várias vezes ao longo dos últimos 34 anos de exercício da crítica teatral: este país pode carecer de tudo, menos de intérpretes extraordinários. E Eliane Giardini e Marcos Caruso estão totalmente inseridos nesta seleta categoria. Portanto, me parece desnecessário detalhar seus maravilhosos e já mais do que reconhecidos recursos expressivos, o que os faz valorizar ao máximo todas as possibilidades dos excelentes personagens que interpretam. Mas gostaria de destacar dois momentos - apenas dois, dentre muitos - em que ambos deixam claro porque são intérpretes deslumbrantes.

Há um momento em que Eliane Giardini começa a cantar, bem baixinho, uma canção infantil. O "normal" seria que a platéia a escutasse. Mas eis que muitos espectadores começam a cantar com ela, materializando um coral pleno de encantamento. Como se consegue isso? No tocante a Marcos Caruso, em dado momento (precedido de muitos risos) o ator subitamente pergunta à sua parceira: "Você sabe o que é solidão?". Pois bem: o teatro emudece completamente e o silêncio se prolonga (por muito tempo) até o ator dar seguimento à sua fala. Como se consegue isso? Só perguntando aos sempre caprichosos deuses do teatro, que certamente abençoam Eliane Giardini e Marcos Caruso desde que  pisaram em um palco pela primeira vez...

Com relação à equipe técnica, destaco com o mesmo entusiasmo a inestimável contribuição de todos os profissionais envolvidos nesta imperdível empreitada teatral - Aurora dos Campos (cenografia), Tomás Ribas (iluminação) e Aline Meyer (direção musical).

INTIMIDADE INDECENTE - Texto de Leilah Assumpção. Direção de Guilherme Leme Garcia. Com Eliane Giardini e Marcos Caruso. Teatro dos 4. Quinta a sábado, 21h. Domingo, 19h.



 



Um comentário:

  1. A vida vem com experiências diferentes, não sei qual experiência você tem, mas este é meu pequeno testemunho, fico feliz em digitar isso porque tenho paz no meu casamento novamente e tudo graças a um grande homem chamado Dr Ogun Omo, ele é um poderoso lançador de feitiços que ajuda a conciliar a disputa entre eu e meu marido com um feitiço de amor, meu marido saiu de casa e mora com outra mulher por 7 meses sem cuidar de mim e de nossa filha de 4 anos, financeiramente estou bem, mas preciso do carinho de um homem, imploro para ele voltar para casa várias vezes, mas nada funciona, até pedi à irmã mais velha para me ajudar a implorar que não deu certo. Então um dia eu li um testemunho de uma mulher que descreveu como o Dr Ogun Omo a ajudou a impedir que seu marido se divorciasse dela com um feitiço de amor, então peguei seu contato e expliquei meus problemas para ele, ele me disse o que é necessário para o amor feitiço e o que eu fiz depois de 48 horas meu marido chegou em casa implorando por meu perdão, então foi assim que meu casamento foi salvo. Se você precisar da ajuda dele, não hesite em contatá-lo em seu e-mail: ogunomospellcaster@gmail.com para quaisquer problemas que afligem seu coração e ele os resolverá para você.

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