quarta-feira, 10 de julho de 2013

Luchino Visconti
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(1906 - 1976)
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          Renomado diretor de cinema italiano nascido em Milão, em italiano Milano, em latim Mediolanum e em milanês Milan, uma comuna italiana, capital da região da Lombardia, província de Milão, Visconti foi um dos fundadores do neo-realismo e criador de algumas obras-primas da história do cinema.

          Descendente de aristocratas, era filho do duque Giuseppe Visconti, e desde criança mostrou-se familiar com as artes e a cultura. Teve uma sólida educação clássica, estudou violoncelo por dez anos e foi encenador teatral de peças dramáticas e óperas. Entrou no mundo do cinema em torno dos seus anos 30 anos,  como assistente de um dos grandes mestres da época: o cineasta francês Jean Renoir, que o ajudou a desenvolver sua sensibilidade para questões sociais e políticas.

          Trabalhou como seu assistente em alguns filmes, como Toni e Partie de Campagne, antes de voltar para a Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, para começar sua carreira como cineasta. Criador de uma obra em que aliava a estética requintada ao rigor na criação artística e a preocupação com os problemas sociais, ganhou reputação como diretor logo no primeiro filme, Ossessione (1942), considerada uma obra-prima de realismo, uma adaptação não autorizada do romance The Postman Always Rings Twice, do escritor norte-americano James Cain.

          Por causa do não pagamento dos direitos autorais da obra original, o filme foi proibido nos Estados Unidos, sendo liberado só trinta anos depois. Acusado de ser inimigo do fascismo e por causa de seus constantes envolvimentos com a Resistência da época, foi condenado à morte, mas conseguiu fugir pouco antes de ser executado. No final da guerra (1945), dirigiu algumas cenas do documentário Giorni di Gloria, sobre o fuzilamento justamente daqueles que o haviam condenado à morte.

          Com La terra trema (1948), um documentário e início de uma pretensiosa trilogia sobre a vida de pescadores da Sicília filmado em locação sem atores profissionais, ganhou o grande prêmio do festival de Veneza. Na década seguinte, alternou sua carreira com produções em cinema e montagens de peças teatrais e óperas.

          Neste período introduziu na Itália a obra de vários gênios da dramaturgia estrangeira como Jean Cocteau e Tennessee Williams e, na produção de óperas, principalmente estreladas pela soprano Maria Callas, obteve sucesso internacional com a combinação de realismo e teatralidade em La traviata (1955), La sonnambula (1955) e Don Carlos (1958). No cinema destacaram-se Senso (1954) e Rocco e i suoi fratelli (1960).

          Sua obra cinematográfica caracterizou-se por filmagens em ambientes naturais, combinando atores profissionais com residentes locais, com experimentações com longas tomadas de aproximação e recuo e seqüências de câmara oculta que ampliavam a autenticidade dos registros.

          Em sua brilhante carreira deixou outras obras de imenso valor na história do cinema mundial, como Il gattopardo (1963), La caduta degli dei (1969) e Morte a Venezia (1971). Quando morreu em Roma, aos 69 anos, estava terminando de editar L'innocente, baseado na obra de Gabriele D'Annunzio, que foi dirigido em cadeira de rodas e teve de ser finalizado por Ruggero Mastroianni, por causa do seu falecimento.
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Extraído de www.dec.ufcg.edu.br/biografias


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