Teatro/CRÍTICA
"Educando Rita"
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Segura versão de ótima comédia
Lionel Fischer
"A peça conta a história da relação entre a jovem e irriquieta cabeleireira Rita e Frank, um experiente professor universitário de meia idade, que tem como suas maiores paixões os livros e a bebida. Insatisfeita com sua vida profissional e social, Rita decide se matricular num curso de literatura na Universidade Aberta, acreditando que o conhecimento a transformará numa pessoa mais feliz e realizada. O entusiasmo e honestidade de Rita impressionam Frank, fazendo com que ele reexamine suas atitudes e posições na vida".
Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima (um pouco editado) resume o enredo de "Educando Rita", uma versão do clássico "Pigmalion" para os dias de hoje. De autoria do dramaturgo inglês Willy Russel, a peça chega à cena (Teatro Municipal Café Pequeno) com direção de Claudio Mendes e elenco formado por Claudio Mendes e Marianna Mac Niven, esta última também responsável pela tradução.
Como se sabe, a educação pode promover milagres. Aquele que busca cultivar-se começa a ter acesso a conhecimentos que não apenas ampliam sua visão de mundo, como também a que possui em relação a si mesmo. E o mesmo se dá com aquele que educa, desde que não priorize a postura arrogante dos que supostamente detêm o monopólio do saber e encare a relação com o aluno como uma possibilidade de crescimento pessoal. Sem uma permanente e salutar troca a vida não faz o menor sentido e menos ainda na educação. E é esta a premissa essencial desta excelente comédia.
Bem escrita, contendo ótimos personagens, diálogos fluentes e reflexões mais do pertinentes sobre todos os temas que aborda, "Educando Rita" recebeu segura versão cênica de Claudio Mendes, apoiada na eficiente performance dos dois intérpretes, que valorizam com humor e sensibilidade todos os climas emocionais em jogo - cabe também destacar a ótima contracena entre ambos e também a evidente alegria que ambos exibem por protagonizarem um texto em que tanto acreditam.
Na equipe técnica, Arlete Rua, Carlos Alberto Nunes e Paula Cruz assinam uma impecável direção de arte (cenografia e figurino), sendo igualmente irretocáveis a trilha sonora (Alessandro Persan), a iluminação (Paulo César Medeiros) e a tradução (Marianna Mac Niven, com colaboração de Tatiana Prisco).
EDUCANDO RITA - Texto de Willy Russel. Direção de Claudio Mendes. Com Claudio Mendes e Marianna Mac Niven. Teatro Municipal Café Pequeno. Quinta a sábado, 20h. Domingo, 19h.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
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Meu querido! Escrevo para te agradecer primeiro a prontidão em atender ao meu chamado e pela presteza e rapidez na postagem nos permitindo usar sua generosa crítica como cartão de visitas para o trabalho, atraindo os colegas que ainda não foram, assim como outros críticos e jurados, além dos seus seguidores no blog. Mas principalmente agradecer pelo olhar afinado com nosso espetáculo e pela sua crítica tão bacana! Você ler na gente a nossa alegria em estar fazendo é uma sutileza que só poderia vir de alguém que vive o ofício (e o ama) intensamente como você. Precisei fazer a menção de sua presença e da Tânia ao final do espetáculo, mesmo correndo o risco de constrange-los (peço desculpas se o fiz), porque acho que são dois dos últimos poucos redutos que restaram de alguma ética e generosidade. São dois artistas que sempre, ao longo da vida, estiveram muito intimamente exercendo e vivendo o ofício de dentro, fosse nos palcos ou nas salas de aula! É realmente um privilégio tê-los aí firmes e fortes! Muito obrigado. Que seu sentimento em relação ao espetáculo se desdobre e ele possa ter uma sobrevida para além do Café-Pequeno, que a gente possa mostrar esse texto tão legal do Willy Russel em outras praças e dizer pras pessoas que é possível uma outra realidade, que temos escolhas, e que este trabalho nos renda manancial pros próximos.
ResponderExcluirCom a admiração e o respeito de sempre,
seu fã,
Claudio Mendes
Claudio amigo,
Excluirte agradeço as palavras tão gentis e desejo vida longa para esse espetáculo tão sério, digno, emocionante e divertido.
beijos,
Eu