Academia
de Lionel Fischer
Personagens
Carlão
Personagens
Carlão
Marcão
Cenário
Cenário
Uma academia de musculação.
(Carlão e Marcão estão malhando sofregamente, ao som de uma música típica. Ambos são musculosos e têm aquele ar boçal dos malhadores. Os aparelhos podem ser sugeridos por mímica. Num dado momento...)
Carlão - Marcão...me ajuda aqui no supino. (Marcão se aproxima. Carlão se deita. Marcão fica de pé, junto à cabeça do primeiro)
Marcão - Três séries, Carlão?
Carlão - Só uma, Marcão. Tô morto.
Marcão - Então vamos lá. E um...dois...três...e quatro...(A contagem continua, até chegar num ponto em que Carlão começa a dar sinais de cansaço)
Carlão - Tá bom, Marcão.
Marcão - Ainda faltam cinco, Carlão!
Carlão - Vai dar não.
Marcão - Vamos lá, garoto! Você consegue! (Carlão se esforça. Seus braços tremem. Marcão o apóia. Após a última levantada, Carlão praticamente desmaia. Marcão coloca a barra no chão e contempla o parceiro ofegante)
Carlão - Valeu, Marcão.
Marcão - Agora tu me ajuda, Carlão?
Carlão - Claro, Marcão...(Marcão e Carlão se dão as mãos. Quando Carlão começa a erguer o corpo, há uma brusca mudança na luz. Entra “Only you”)
Marcão - A tua mão...todo o teu braço...estão pelando!
Carlão - Eu todo...estou pegando fogo!
Marcão - Mas que incêndio é esse que te abrasa?
Carlão - E as tuas labaredas...o que foi que as atiçou?
Marcão - Quando eu te vi, de cima, no supino...
Carlão - Quando eu te olhei, de baixo, no supino...
Marcão - Ao te apoiar segurando a grossa e pesada barra...
Carlão - E eu, ao erguê-la, recebendo em meu rosto gotículas do teu suor...
Marcão - Eu te respinguei sem querer!?
Carlão - Foi como uma chuvinha delicada...
Marcão - Uma espécie de orvalho...
Carlão - Numa manhã de primavera.
Marcão - Gostoso!
Carlão - Tesão!
Marcão - Te mordo todo!
Carlão - Te chupo inteiro!
Marcão - Te dou na cara!
Carlão - Te puxo o cabelo! (A partir daí, eles continuam falando, mas o texto não é mais ouvido. Eles saem, ainda ao som de “Only you”, sempre trocando carícias verbais, cada vez mais obscenas)
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Ciúme
(Carlão e Marcão estão malhando sofregamente, ao som de uma música típica. Ambos são musculosos e têm aquele ar boçal dos malhadores. Os aparelhos podem ser sugeridos por mímica. Num dado momento...)
Carlão - Marcão...me ajuda aqui no supino. (Marcão se aproxima. Carlão se deita. Marcão fica de pé, junto à cabeça do primeiro)
Marcão - Três séries, Carlão?
Carlão - Só uma, Marcão. Tô morto.
Marcão - Então vamos lá. E um...dois...três...e quatro...(A contagem continua, até chegar num ponto em que Carlão começa a dar sinais de cansaço)
Carlão - Tá bom, Marcão.
Marcão - Ainda faltam cinco, Carlão!
Carlão - Vai dar não.
Marcão - Vamos lá, garoto! Você consegue! (Carlão se esforça. Seus braços tremem. Marcão o apóia. Após a última levantada, Carlão praticamente desmaia. Marcão coloca a barra no chão e contempla o parceiro ofegante)
Carlão - Valeu, Marcão.
Marcão - Agora tu me ajuda, Carlão?
Carlão - Claro, Marcão...(Marcão e Carlão se dão as mãos. Quando Carlão começa a erguer o corpo, há uma brusca mudança na luz. Entra “Only you”)
Marcão - A tua mão...todo o teu braço...estão pelando!
Carlão - Eu todo...estou pegando fogo!
Marcão - Mas que incêndio é esse que te abrasa?
Carlão - E as tuas labaredas...o que foi que as atiçou?
Marcão - Quando eu te vi, de cima, no supino...
Carlão - Quando eu te olhei, de baixo, no supino...
Marcão - Ao te apoiar segurando a grossa e pesada barra...
Carlão - E eu, ao erguê-la, recebendo em meu rosto gotículas do teu suor...
Marcão - Eu te respinguei sem querer!?
Carlão - Foi como uma chuvinha delicada...
Marcão - Uma espécie de orvalho...
Carlão - Numa manhã de primavera.
Marcão - Gostoso!
Carlão - Tesão!
Marcão - Te mordo todo!
Carlão - Te chupo inteiro!
Marcão - Te dou na cara!
Carlão - Te puxo o cabelo! (A partir daí, eles continuam falando, mas o texto não é mais ouvido. Eles saem, ainda ao som de “Only you”, sempre trocando carícias verbais, cada vez mais obscenas)
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Ciúme
de Lionel Fischer
Personagens
4 mulheres e quatro homens
Cenário
Palco nu
(Os quatro casais estão se encarando. A cena deve ser feita o maisl velozmente possível, para que se tenha a sensação de que é apenas um casal que briga. Os personagens das mulheres serão designados como M1, M2, M3 e M4, sendo os homens H1, H2, H3 e H4. É claro que os casais são H1/M1 e assim por diante)
M1 - E então?
M2 - Tô esperando.
M3 - Ficou mudo?
M4 - Perdeu a língua?
H1 - Ana...
H2 - Paula...
H3 - Roberta...
H4 - Ctarina...
M1 - Assume!
M2 - Confessa!
M3 - Admite!
M4 - Fala!
H1 - Assumir o que?
H2 - Confessar o que?
H3 - Admitir o que?
H4 - Falar o que?
M1 - Que você me trai!
M2 - Que você me traiu!
M3 - Que você está me traindo!
M4 - Que você vai me trair!
H1 - Eu?
H2 - Quando?
H3 - Com quem?
H4 - Por quê?
M1 - Você sim!
M2 - Ontem!
M3 - Com a tua secretária!
M4 - Só Deus Sabe!
H1 - Mas eu te amo.
H2 - Ontem eu nem saí de casa.
H3 - Ela tá de férias.
H4 - Você tá delirando.
M1 - Se você me amasse...
M2 - Falou que ia na farmácia...
M3 - Mas tem outra no lugar dela...
M4 - Derirando eu estava quando me casei com você.
H1 - Ana...
H2 - Paula...
H3 - Roberta...
H4 - Catarina...
M1 - Não me toque!
M2 - Não se aproxime!
M3 - Fica longe!
M4 - Senão eu grito!
H1 - Eu adoro te tocar...
H2 - É o que eu mais quero...
H3 - Ficar pertinho...
H4 - Você fica linda gritando...
M1 - Eu quero a verdade!
M2 - Somente a verdade!
M3 - Nada mais que a verdade!
M4 - E quem fica linda gritando é a histérica da tua mãe!
H1 - Você é única...
H2 - É tudo pra mim...
H3 - Minha referência...
H4 - Minha bússula...
M1 - Se eu fosse a única...
M2 - Tudo pra você...
M3 - Tua referência...
M4 - Tua bússula...
H1/H2/H3/H4 - Mas você é!?
M1/M2/M3/M4 - Na minha tsta não estariam brotando calombos!
H1/H2/H3/H4 - Calombos?
M1 - Protuberâncias!
M2 - Pequenas lombadas!
M3 - Deformações pontudas!
M4 - Chifres, desgraçado!
H1 - Paixão, a tua testa...
H2 - Tá como sempre foi...
H3 - Super lisinha...
H4 - Como uma estrada européia!
M1 - A minha testa...
M2 - Mudou completamente...
M3 - Tá toda ondulada...
M4 - Como a antiga Niterói-Manilha!
H1 - Isso me lembra Cabo Frio!
H2 - Aquele balneário esplêndido!
H3 - Onde você se entregou pela primeira vez!
H4 - Na nossa lua-de-mel, lembra?
M1 - Claro que me lembro!
M2 - Como poderia esquecer?
M3 - Você já começou mentindo!
M4 - Jurou que a gente ia pra Búzios!
H1/H2/H3/H4 - Eu jurei isso?
M1 - E a gente acabou acampando em Cabo Frio!
M2 - No meio daquela ventania infernal!
M3 - Cercados de mineiros por todos os lados!
M4 - E aquelas caravanas do Espírito Santo!
H1 - Escuta, amor...
H2 - Presta atenção...
H3 - Me ouve...
H4 - Pelo amor de Deus!
M1 - Não!
M2 - Não!
M3 - Não!
M4 - E vê se deixa Deus de fora das tuas bandalheiras!
H1 - No próximo final de semana...
H2 - Faça chuva ou faça sol...
H3 - A gente pega um frescão...
H4 - E vai pra Búzios!
M1/M2/M3/M4 - De frescão???
H1/H2/H3/H4 - Alugado! Só pra nós dois...
M1/M2/M3/M4 - Fazer o que lá?
H1 - Comer um peixinho frito...
H2 - Um camarãozinho no espeto...
H3 - Mandar umas caipirinhas...
H4 - E depois, direto pro quarto!
M!/M2/M3/M4 - Fazer o que lá? (Eles riem, se aproximam das mulheres sem perceber que não são as suas)
M1 - Ei!
M2 - Uai!
M3 - Que é isso?
M4 - Você não é meu marido!?
H1/H2/H3/H4 - Mas posso vir a ser...quem sabe?
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Balões
de Lionel Fischer
Personagens
Ele - um menino
Ela - uma menina
Cenário
palco nu
(Eles entram correndo e rindo. Trazem balões de gás. Os dele azuis, os dela vermelhos)
Ela - Mentiroso.
Ele - Mentiroso? Eu?
Ela - Pior que mentiroso. Um verdadeiro patife, é o que você é.
Ele - Você nem sabe o que é um patife...
Ela - Deve ser alguém assim feito você. Um cara que engana a gente.
Ele - Mas eu te enganei em que?
Ela - Você me fez acreditar que ia conseguir subir esse morro de um fôlego só. E ainda falta mais da metade.
Ele - Que nada. Agora é só mais um pouquinho.
Ela - Meia-hora, no mínimo.
Ele - Dois minutos, no máximo. Depois daquela curva ali, tá vendo? Tem um riacho rasinho, que a gente atravessa num salto. Aí a gente encontra umas pedras, escala elas e pronto.
Ela - Você continua me fazendo de boba.
Ele - Confia em mim. Eu conheço o caminho de cor. Já fiz esse passeio um montão de vezes.
Ela - Pra início de conversa, essa curva que você fala que tá ali, não tá ali, tá láaaaa.....
Ele - É impressão tua. É que o ar da montanha confunde um pouco a vista. Alonga as coisas.
Ela - Você não alongou nada...
Ele - É que eu tô muito perto de você, não dá pra notar. Agora, se eu correr até lá você...
Ela - Então corre! Eu quero te ver cumprido. Talvez você fique muito mais bonito.
Ele - Só se você vier comigo.
Ela - Esse riacho pode ter caranguejo.
Ele - Só tem peixinho lá.
Ela - Eu não sei subir em pedra.
Ele - Eu te dou a mão.
Ela - É melhor você continuar sozinho. Eu te espero aqui.
Ele - Deixa de ser medrosa. Você vai achar lindo.
Ela - Eu vou é acabar escorregando e perdendo os meus balões.
Ele - Escuta: a genta já tá parado aqui há um tempão. Daqui a pouco anoitece.
Ela - É mesmo...eu nem tinha reparado. Como o tempo passa depressa...Vamos descer.
Ele - E o nosso plano?
Ela - Fica pra amanhã, tá? Eu te prometo. A gente acorda bem cedinho e...
Ele - Eu pensei que você queria...
Ela - Mas eu quero.
Ele - Quer, mas não vai. Que coisa esquisita...
Ela - Eu tô com medo, ora!? Tem alguma coisa demais nisso?
Ele - Você é a primeira namorada que eu convido pra conhecer a montanha.
Ela - Eu não sou tua namorada!?
Ele - Mas ia ficar sendo! Lá em cima eu ia fazer a proposta...
Ela - E quem te garante que eu ia aceitar?
Ele - Duvido que você recusasse.
Ela - Você é muito convencido, sabia?
Ele - Qualquer um percebe que você já tá...completamente por mim.
Ela - Completamente o que?
Ele - Você pensa que me engana? Essa história de caranguejo, tropeção, cansaço, tudo isso você só inventou pra não ter que chegar lá em cima e dar o braço a torcer.
Ela - Escuta aqui, seu bobão...
Ele - Até tua mãe já descobriu.
Ela - Você falou o que com a mamãe?
Ele - Eu? Nada...Ela é que me procurou! E disse que você mal come, passa as noites inteiras segredando coisas pro meu retrato...
Ela - Eu nunca tive nenhum retrato teu!?
Ele - Que vai acabar levando bomba...
Ela - Mentira!
Ele - E tudo isso por que? Por que vocês, meninas, têm mania de fazer cu doce!
Ela - Fazer o que?
Ele - É...eu quero dizer...vocês, meninas...pôxa, vocês...
Ela - Eu quero ir embora.
Ele - Mas você vai ficar zangada comigo só porque eu...
Ela - Eu nunca podia imaginar que você falasse comigo desse jeito.
Ele - Saiu sem querer.
Ela - Só pra eu ficar sem graça.
Ele - Uma palavrinha atôa!?
Ela - É assim que começa.
Ele - Eu te peço desculpa, tá?
Ela - Me leva embora.
Ele - Eu nunca mais falo cu na tua frente!
Ela - Outra vez!?
Ele - Prometo!
Ela - Eu imaginei que você fosse diferente dos outros...
Ele - Mas eu sou!
Ela - Foi só por isso que eu vim, tá? Foi só por isso que eu topei escalar essa montanha com você, porque eu te imaginei...
Ele - Então continua imaginando. Só mais um pouquinho. Não custa nada!?
Ela - Custa sim.
Ele - Você ia gostar tanto...
Ela - Eu também achei que ia...
Ele - Então!? Será possível que só porque eu falei...(Ela tapa a boca dele. Ele se espanta. Ela sorri. Depois de um tempo, retira devagar a mão. E então o beija. Ele se espanta, mas logo retribui o beijo. Em seguida, eles se abraçam e voltam a se beijar, deixando escapar os balões)
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Antígona y Ismênia
de Lionel Fischer
Personagens
Antígona
Ismênia
Cenário
Palco nu
Antígona - Ismênia, irmã querida, está aí?
Ismênia - Não, coisa enjoada, estou lá!
Antígona - Mas que fazes ajoelhada, olhos semi-cerrados, a balançar-te como se uma brisa...
Ismênia - Que brisa, Antígona? Conheces os meus hábitos. Sabes que padeço de brutal insônia e que, para dormir, após tomar meu último Frontal, tenho que postar-me de joelhos, fechar os olhos e ficar gingando. Só assim Morfeu me acolhe em seus entorpecidos braços.
Antígona - Perdoa, irmã, a inoportuna interrupção de teu noturno embalo. Mas é que estou possuída de uma tal angústia que...
Ismênia - Angústia essa que se perpetua em face de tua renitência em fazer análise. Oh, Zeus, já quantas vezes te falei que o doutor Sergius Machadus porderia pôr um fim a essa tua pentelhice crônica, mescla de afetos mal resolvidos e pruridos hormonais descompassados? Mas não: continuas firme em tua determinação de torrares o saco de quem te ama.
Antígona - Irmã, minha presente angústia nada tem a ver com afetos e pruridos. Como sabes, Etéocles ganhou digna sepultura. Quanto a Polinices, a este Creonte reservou...
Ismênia - Por favor, irmã prolixa, não enfades a platéia com informações já conhecidas!
Antígona - Mas...será possível que com tal decreto te conformes?
Ismênia - Uai...quem mandou Polinices se aliar ao inimigo? Tebas venceu e ele, consequentemente, se fudeu...
Antígona - Irmã! Não empregues tal verbo de movimento em minha presença. Sabes que sou casta e me embaraço.
Ismênia - E a culpa é de quem? Do teu cabaço, que manténs intacto sabe Zeus por que!
Antígona - Por favor, irmã. Deixa em paz minha delicada película. Aqui não estou em busca de sermões de natureza lúbrica. Vim para contigo traçar um plano que permita livrar nosso adorado irmão do trágico destino que o aguarda.
Ismênia - Nada podemos fazer quanto a isso. E agora vá, senão acabo revelando-te a principal razão que move nosso tio/tirano.
Antígona - Como assim? O que insinuas? Conheces algo que minha proverbial ingenuidade impediu-me de perceber?
Ismênia - Insistes? Pois bem: senta-te aqui, pomba-rola eternamente assombrada. E prepara-te para desmaiar após o relato que ora te farei.
Antígona - Faça-o, por Zeus! E nada omitas, nem o mais ínfimo detalhe.
Ismênia - Ouve calada, porra! Senão, dopada como estou, perderei o fio da meada.
Antígona - Prometo-te mudez absoluta.
Ismênia - Pois bem: numa noite, pouco antes de estourar essa debilóide guerra, como o sono me fugisse resolvi fazer um tour pelo palácio. Quando passava pelas imediações dos aposentos de Creonte, ouvi gemidos. Pensando que nosso tio/tirano pudesse estar padecendo de algum mal, aproximei-me visando lhe prestar socorro. Foi então que, na penumbra de sua ante-sala, deparei-me com o seguinte quadro: Polinices de pé e recostado naquela coluna rosa. A seus pés, ajoelhado, nosso tio Creonte.
Antígona - E que fazia titio em tal posição?Suplicava perdão ao nosso irmão por alguma injustiça cometida?
Ismênia - Em absoluto: dedicava-se com afinco a pagar um boguete.
Antígona - Um boquete!? Mas o que vem a ser isso? Uma nova moeda? Um objeto? Explica-me!
Ismênia - Ah, irmã querida...não fosses tu sangue do meu sangue e eu te mandaria tomar no cu!
Antígona - Por Zeus! Outra vez palavras obscenas!?
Ismênia - A elas me obrigas, porra. Mas vamos ao que interessa. Ajoelhado, pois, como já te disse, nosso tio Creonte sugava com paixão o ereto membro de nosso irmão.
Antígona - Não!
Ismênia - Sim! E tudo parecia caminhar para um desenlace satisfatório quandoPolinices soltou um urro.
Antígona - Arrependeu-se!
Ismênia - Não! Creonte lhe arrebatara um segmento do prepúcio. E a dor sentida foi tamanha que logo converteu-se em cólera. Então, Polinices amaldiçoou a inabilidade de Creonte e deu-lhe um cacete na nuca. Mas antes de tombar desacordado, nosso tio/tirano anunciou que sua vingança em muito excederia a humilhação que nosso irmão ora lhe impunha! Aí tens, irmã querida, a correta motivação para a condenação imposta. Não desmaias? (Antígona vagueia pela cena com ar perdido. Impaciente, Ismênia se aproxima e lhe estende a mão) Toma um Frontal, irmã. E amanhã procura o doutor Machadus. Seu divã, ornamentado de almofadões de veludo, há de converter-se em tua morada pelos próximos 30 anos...
Antígona - É o que imagino. (Engole o Frontal) E agora adeus...a meus aposentos me retiro...urge refletir.
Ismênia - Faça-o em versos. Fica mais profundo...
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