terça-feira, 16 de julho de 2013

Teatro/CRÍTICA

"Para sempre, ABBA"

......................................................
Delicioso e divertido tributo


Lionel Fischer


Graças à internet, os jovens de hoje podem ter acesso a tudo que quiserem - e aqui estou me referindo basicamente à música. Mas para aqueles que eram jovens na década de 70 e amavam a música pop, não havia apenas os Beatles e os Rolling Stones, mas também um grupo sueco que conquistou as plateias do mundo inteiro: o ABBA.

Formado em 1972 pelos músicos e compositores Björn Ulvaeus e Benny Anderson, e as vocalistas Agnetha Fältskog e Anni-Frid, o ABBA dominou as paradas de sucesso entre a metade da década de 70 e o início dos anos 80, só perdendo em vendas para os Beatles. O grupo ficou muito conhecido por seu visual moderno e divertido, e naturalmente pela excelência de suas canções.

Em função de tantos predicados, Carlos Alberto Serpa e Rodrigo Cirne resolveram prestar uma espécie de tributo ao grupo e idealizaram o espetáculo ora em cartaz no Teatro Clara Nunes. Não se trata propriamente de um musical, no sentido estrito do termo, pois as canções não determinam as ações. Foi criada uma estrutura simples, ambientada num hotel, contendo, digamos, momentos, com músicas que os sublinham: "Apresentações e chegadas", "Romances", "Flerte", "Paixão", "Decepção", "Separação", "Recomeço" e "Celebração".

Com direção assinada por Tadeu Aguiar, "Para sempre, ABBA" tem elenco formado por Sabrina Korgut, Rodrigo Cirne, Raul Veiga, Analu Pimenta, Olavo Cavalheiro e Giulia Nadruz, que dividem a cena com os bailarinos-cantores Sara Marques, Pedro Arrais, Larissa Landin e Junior Zagotto. Jules Vandystadt responde pela direção musical e arranjos vocais, com Liliane Secco assinando os arranjos instrumentais e regência. No palco também está presente uma banda formada pelos músicos Anderson Pequeno (violino), Carlos Henrique (bateria), Fabio Almeida (violoncelo), Liliane Secco (piano), Tássio Ramos (baixo elétrico) e Thiago Trajano (guitarra). 

Como já dito, não há propriamente uma história a ser contada, mas momentos musicais que exploram determinados conteúdos. E em todos eles a plateia pode usufruir a beleza e charme das canções, assim como a simples e eficiente direção de Tadeu Aguiar, que obviamente tinha plena consciência do que realmente estava em causa em um espetáculo desta natureza. A mesma postura foi adotada por Roberto de Oliveira, cuja coreografia igualmente simples e divertida jamais se sobrepõe à música.

Com relação aos atores-cantores-bailarinos, todos exibem performances vocais e corporais irrepreensíveis, cabendo registrar que o elenco principal tem oportunidades de solo praticamente equivalentes, o que fortalece o espírito de grupo da presente empreitada.

No tocante à equipe técnica, Beth Serpa assina figurinos sofisticados e muito divertidos, sendo eficiente a iluminação de Rogério Wiltgen e apropriada a despojada cenografia de José Dias. Cabe ainda registrar o visagismo de Tiago Parente e as preciosas contribuições de todos os profissionais ligados à parte musical, sem dúvida fundamentais para o sucesso deste evento que certamente haverá de ser prestigiado pelo público carioca.

PARA SEMPRE, ABBA - Roteiro e pesquisa musical de Rodrigo Cirne. Direção de Tadeu Aguiar. Com Sabrina Korgut, Rodrigo Cirne, Raul Veiga, Analu Pimenta, Olavo Cavalheiro, Giulia Nadruz, Sara Marques, Pedro Arrais, Larissa Landin e Junior Zagotto. Teatro Clara Nunes. Quinta a sábado, 19h. Domingo, 21h. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário