quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PERSONALIDADES - C





CALDERÓN de la BARCA, Pedro (1600-1681)


Autor dramático espanhol, expoente do teatro barroco. Formado em teologia pela Universidade de Salamanca, foi o dramaturgo favorito da corte de Felipe IV. Tornou-se sacerdote e foi capelão do rei. Sucessor de Lope de Vega, aprofundou temas e técnicas do teatro lopista, criando um outro de técnica e enfoque novos, cujas principais características são a reflexão, a fusão de drama e poesia, a perfeição estrutural e uma cenografia espetacular. Calderón gozou de grande popularidade até o século XVIII, quando a crítica neoclássica começou a se opor ao seu teatro, o que determinou até mesmo a proibição de se montar seus Autos Sacramentais. Seus textos mais conhecidos - e até hoje muito representados - são A Vida é Sonho (sua melhor obra), O Mágico Prodigioso e O Grande Teatro do Mundo.


CAMUS, Albert (1913-1960)


Novelista, filósofo, autor e diretor francês. Nascido na Argélia, formou em 1935 o grupo Théâtre du Travail (mais tarde Théâtre de L’Equipe), com o qual excursionou por toda a Argélia. Morando em Paris a partir de 1940, colaborou no jornal Combat, orgão da Resistência. Assim como o de Sartre, seu teatro prioriza as idéias, tendo por base a filosofia do Absurdo, exposta no ensaio O Mito de Sísifo. Seus principais textos são O Equívoco, Calígula, O Estado de Sítio (inspirada em sua novela A Peste) e Os Justos.


CERVANTES, Miguel de (1547-1616)


Novelista e autor dramático espanhol. Em seus melhores momentos, o teatro de Cervantes prioriza o drama de caracteres e paixões, deixando em segundo plano a intriga e a ação, estas últimas primordiais no teatro de Lope de Vega. De sua primeira fase, sua obra mais significativa é Numancia, considerada a melhor tragédia espanhola do século XVI e uma das mais importantes do teatro espanhol. Da etapa posterior, as peças mais conhecidas são O Retábulo das Maravilhas e A Cova de Salamanca.


COCTEAU, Jean (1889-1963)


Poeta, novelista, cineasta, pintor e autor dramático francês. Personalidade brilhante, participou ativamente dos movimentos vanguardistas de sua época. Concebeu balés (Parade, O Trem Azul ), realizou filmes (O Sangue de um Poeta, A Bela e a Fera, Orfeu), escreveu dramas adaptando mitos clássicos (Édipo Rei, Antígona) e peças de bulevar (Os Monstros Sagrados, A Máquina de Escrever, Os Pais Terríveis). Seu maior êxito teatral foi A Voz Humana.


COPEAU, Jacques (1879-1949)


Homem de teatro francês, foi um dos piomeiros do teatro moderno, mestre de várias gerações de diretores teatrais (Dullin, Jouvet, Barrault e Villar, entre outros). Estudou letras, foi crítico de arte e co-fundador com André Gide da Nouvelle Revue Française. Em 1913 criou o Théâtre du Vieux Colombier, fechado em 1914 com o início da Primeira Guerra Mundial. Reaberto em 1920, o teatro abrigou a Escola Profissional do Vieux Colombier, de importância capital para o teatro francês moderno. A palavra e o ator a serviço da obra literária são os dois pilares do teatro de Copeau, que sempre rechaçou o naturalismo de Antoine e o simbolismo. Dentre suas principais montagens constam Os Caprichos de Mariana (Musset), O Misantropo (Molière), Tio Vânia (Tchecov) e Mirandolina (Goldoni).


CORNEILLE, Pierre (1606-1684)


Autor dramático francês, um dos grandes nomes do teatro clássico francês do século XVII - ao lado de Molière e Racine. Estudou leis e trabalhou como magistrado em Rouen. Suas primeiras comédias chamaram a atenção do cardel Richelieu, que o contratou para integrar uma equipe de vários autores - mas esta relação durou pouco, pois as idéias criativas do autor acabaram desagradando o cardeal. Suas principais obras são a tragicomédia O Cid - obra fundamental do teatro clássico francês - e as tragédias Horácio, Cinna e A morte de Pompeu, cabendo também destacar a comédia O Mentiroso.


CRAIG, Edward Gordon (1872-1966)


Diretor e cenógrafo inglês. Começou como ator e sua primeira direção, em 1900, foi Dido e Eneas, ópera de Purcell. Trabalhou relativamente pouco no teatro profissional, podendo ser citadas as montagens A Máscara do Amor, Muito Barulho Por Nada, Rosmersholm e Hamlet, mas suas idéias exerceram grande influência. Como Appia, era partidário de um teatro antinaturalista, simbólico e de atmosfera, combatendo a reprodução fotográfica da realidade. Deu grande importância à iluminação e à cor. Em seu livro teórico Sobre a Arte do Teatro (1911), expõe seu conceito de teatro como uma obra arte total, em que devem fundir-se “ação, palavras, línhas, cores e ritmos”. Para Craig, o elemento literário, a palavra escrita não é mais do que um dos elementos do teatro e não o elemento-chave. A essência do dramático residiria na ação e por isto suas montagens dão grande importância ao movimento, à dança e à mímica. Ainda como Appia, Craig ressalta o papel dominante do diretor, em sua opinião o único capaz de conferir unidade a todos os elementos que integram o fenômeno teatral. O diretor “perfeito”, segundo Craig, teria não só que interpretar a obra literária e dirigir os atores como também criar a iluminação e a cenografia.


COQUELIN, Constant Benoît (1841-1909)


Ator francês da Comédie Française (onde entrou aos 19 anos), ali brilhou em comédias clássicas como Fígaro e O Doente Imaginário, entre muitas outras. Abandonou a Comédie em 1892 e se instalou no Théâtre de la Porte Saint Martin, em cujo palco deu vida a seu mais famoso personagem: Cyrano de Bergerac, de Rostand. Suas teorias sobre interpretação podem ser conferidas no volume A Arte e o Comediante, escrito em 1880, e que influenciaram muito o teatro francês posterior.

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