PERSONALIDADES - D
DE FILLIPPO, Eduardo (1900-1984)
Ator, diretor e autor dramático italiano, renovador do teatro popular napolitano em sua primeira etapa criativa, anterior a 1945. Com seus irmãos Titina e Peppino formou uma companhia baseada nos princípios da commedia dell’arte, apresentando obras a partir de problemas do cotidiano (Natal em Casa, Todos Unidos Cantaremos etc.) Depois da 2ª Guerra Mundial, De Fillippo aderiu à corrente neorealista e obteve grande êxito com Nápoles Milionária (1945) e Filumena Marturano (1946), entre outras. Sempre incorporando aos seus espetáculos aspectos do folclore napolitano (músicas e temas), a partir de 1964 De Fillippo se junta a Paolo Grassi na direção do Teatro São Ferdinando, em Nápoles, teatro popular que representa tanto autores locais como os clássicos.
DORST, Tankred (1925)
Autor dramático alemão. Estudou letras e fundou um teatro de marionetes em Munique. Suas peças, de forte cunho social, têm algum parentesco com o realismo irônico e algo grotesco de Dürrenmatt, especialmente em suas obras em um ato - A Curva (1960), Liberdade para Clemens (1960), Grande Discurso Difamatório Diante da Muralha (1961) etc. Em Toller (1969), sua melhor obra, utiliza os mecanismos do teatro-documento para analisar a criação e dissolução da república dos “soviets” de Munique, na qual desempenhou um papel preponderante o escritor expressionista Ernst Toller (1893-1939). Dentre suas peças mais conhecidas estão Merlin, O Jardim Proibido e Época Glacial.
DULLIN, Charles (1885-1949)
Ator e diretor francês, é considerado um dos fundadores da moderna escola de direção. Iniciou sua carreira como ator no Vieux Colombier, de Jacques Copeau, cujas idéias desenvolveu em seu próprio teatro, o Théâtre de l’Atelier (1922) e na sua escola de atores, fundada em parceria com Gémier. Do verdadeiro laboratório que era o l’Atelier sairam destacadas personalidades, como Barrault, Jean Marais, Villar, Marcel Marceau etc. Assim como Copeau, Dullin propunha um teatro puro, sem retórica e excessos cenográficos. Em suas montagens, mesclou os métodos de interiorização de Stanislavski, mímica e preocupações formais de Copeau. Além dos grandes autores clássicos de comédia franceses, Dullin encenou Aristófanes (As Aves, A Paz) e Shakespeare (Ricardo III, Julio Cesar), assim como apoiou o jovem Salacrou e introduziu Pirandello na França.
DUMAS, Alexandre, pai (1802-1870)
Novelista e autor dramático francês, um dos expoentes do romantismo francês. Filho de um general da Revolução e admirador de Walter Scott e Shakespeare, obteve êxito fulminante com o drama histórico Henrique III e sua Corte (1829), primeiro drama romântico francês. A este seguiram-se outros triunfos, como Antony (retrato do herói romântico em luta contra a sociedade), Kean (sobre o genial ator inglês) e numerosos dramas históricos e melodramas, que lhe facultaram uma legião de admiradores e uma grande fortuna, que dilapidou com a mesma euforia com que a conquistara. Lutou em 1860 pela independência da Itália e viveu quatro anos em Nápoles. Ficaram famosas as adaptações dramáticas de suas novelas O Conde de Montecristo (1848) e Os Três Mosqueteiros (1849). Morreu esquecido, desbancado pelas correntes realistas.
DUMAS, Alexandre, filho (1824-1895)
Autor dramático francês, filho do romancista Alexandre Dumas (pai). Obteve um dos maiores sucessos do teatro francês da segunda metade do século XIX com a dramatização de sua novela A Dama das Camélias (1852). A história romântica da cortesã arrependida foi sua única incursão no drama romântico. Abordou temas sociais (A Questão do Dinheiro e A Estrangeira), defendeu os direitos da mulher e dos filhos naturais (O Filho Natural e Um Pai Pródigo) e criticou o mundo boêmio-artístico em Le Demi-Monde.
DURAS, Marguerite (1914)
Novelista, roteirista e autora francesa, nascida na Indochina. Chegou ao teatro através do cinema, graças ao roteiro de Hiroshima, meu amor, célebre filme de Alain Resnais. Suas obras dramáticas se caracterizam por diálogos enganosamente superficiais e sem objetivo, mas na realidade carregados de profundo sentido, num estilo semelhante ao de Pinter, talvez com um pouco menos de dureza e crueldade. Suas obras mais conhecidas são A Praça, A Barreira Contra o Pacífico e Dias Inteiros nas Árvores, esta última levada à cena por Barrault no Théâtre Odeón, de Paris. Nos anos 70, dedicou-se sobretudo a escrever roteiros, sendo Cinema Éden e O Navio Noturno suas últimas peças, dirigidas por Claude Régy.
DÜRRENMATT, Friedrich (1921-1990)
Autor dramático suíço, de língua alemã. Filho de um pastor protestante, estudou filosofia e teologia, tendo começado sua carreira artística como ilustrador e crítico teatral. Como dramaturgo, assimilou as inovações vanguardistas dos anos 20 - expressionismo, Brecht - e sempre admitiu ter sido profundamente influenciado por Aristófanes e Wedekind. Já em suas primeiras peças - Está Escrito e Rômulo, o Grande - demonstrou ser um dos autores de maior talento do teatro moderno. Em sua peça mais famosa, A Visita da Velha Senhora, atinge o que poderíamos chamar de seu estilo, uma mescla de sátira macabra, humor cínico, sarcasmo com elementos surrealistas e um pano de fundo moralizador. Seus principais objetivos sempre foram os de demonstrar a riqueza e multiplicidade do mundo, a fragilidade dos ídolos burgueses e a duplicidade latente das relações do homem com o mundo. Outro texto de Dürrenmatt muito representado é Os Físicos.
DUSE, Eleonora (1858-1924)
Atriz italiana, foi uma das maiores intérpretes do teatro mundial, ao lado de Sarah Bernhardt (sua rival). Filha de atores, obteve seus primeiros êxitos na companhia do grande ator italiano Ernesto Rossi (1827-1896), triunfando nas obras sentimentais e românticas de Dumas, Sardou, Giacosa e Praga. Atriz extremamente sensível, ficou famosa por sua expressividade nervosa, a plasticidade de sua voz e intensidade de suas interpretações, que impressionaram a Tchecov quando a atriz representou em Moscou, em 1881. Seu encontro com D’Annunzio, cujas obras estreiou apesar de críticas adversas - A Gioconda, A Cidade Morta, Glória e Francesca de Rimini - foi decisivo para sua carreira. Foi a intérprete predileta de Ibsen, tendo atuado em Hedda Gabler, Casa de Bonecas, Rosmersholm (direção de Craig) e A dama do Mar.
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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
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