Cia dos Atores
por Berta Teixeira
Todos já
sabem que Enrique Diaz, um dos fundadores da Cia. Dos Atores, acaba de se desligar
da companhia, que não sei se prosseguirá com suas atividades e de que modo. Mas
acho oportuno postar aqui um belo depoimento de Berta Teixeira, que a meu ver
traduz de forma esplêndida a importância deste formidável grupo teatral carioca.
(Lionel Fischer)
Em
abril de 2008, assisto, no Centro Cultural de Belém (Lisboa/Portugal), aos espetáculos
“Ensaio.Hamlet” e “A Gaivota”. Tratava-se, em bom rigor, de um ciclo dedicado
ao encenador Enrique Diaz, porém, acabei por descobrir – perdão, encontrar! –
uma companhia de atores e de atrizes deveras específica.
Recordo-me
de ter sido assaltada, enquanto assistia, por um desejo indômito de
comparticipar da cena, da dramaturgia, enfim, do que me era oferecido. Acredito
que, melhor do que a sensação de fazer teatro, é o sentimento de o querer fazer
com pessoas que nos alimentam. Eu, ali, era público. Toda eu era frenesí. É
notável quando os atores inspiram essa vontade num público de atores. E assim
foi. Contatos. Abordagens. Rumei ao Rio de Janeiro, com a cara e com a coragem
(surpreendida por um “venha, vamos começar um novo trabalho para celebrar os 20
anos”). Pude compreender, desde então, que a Cia. dos Atores cria trabalhando
(sobre) a existência própria e a alheia, sendo que não existe uma sem
interferência da outra.
A
Cia. dos Atores é um estado, um modo, uma predisposição de vida, mais do que um
dispositivo – ainda que tenha criado e venha mantendo, a pulso, uma estrutura
logística e organizacional que permita aos seus cofundadores (e colaboradores)
desenvolver projetos.
Até
ao momento, pude trabalhar com o grupo em “Auto-Peças” (2008), “Devassa” (2010)
e “Auto-Peças 2: Peças de Encaixar” (2011). Em “Auto-Peças”, a companhia
celebra, assumindo formalmente, uma identidade/maturidade autoral dos seus
atores. É difícil marcar o início de um processo, quando ele deriva de
vontades, interesses e pequenos gestos.
“Devassa”
(2010), o trabalho seguinte, agendado com mais de uma ano de antecedência,
remetia a uma versão de Frank Wedekind inédita no Brasil. Nehle e Roberto
Franke fizeram a tradução. A Cia. dos Atores havia realizado uma leitura,
segundo a versão de Jean-Luc Lagarce, em 2009, num ciclo de dramaturgia
contemporânea, no Centro Cultural Banco do Brasil.
Em
abono de alguma verdade, Marcelo Olinto, membro fundador da Cia. dos Atores,
teve, desde sempre, uma predileção pela obra de Wedekind, e, de constelação em
constelação, foi progredindo um novo projeto, nos 22 anos de existência do
coletivo; projeto esse que contaria com uma primeira direção feminina externa.
Com isso, Bel Garcia e Susana Ribeiro haviam já assumido o papel de
encenadoras, fazendo boa justiça ao estatuto de ator-criador, pelo qual a Cia.
dos Atores prima.
Nesse
projeto, cujo nome traduz, com excelência, a dinâmica e concepção do mesmo,
oito membros fundadores desenvolveram oito trabalhos de acordo com as suas
prioridades e motivações. Enrique Diaz, diretor da companhia, não estranhamente
apresenta um vídeo-instalação – um diretor teatral em incursão noutras
autorias?! Foi, pois, o momento dos demais membros assumirem e assinarem, no
seio deste coletivo, uma autoria que, anteriormente, vinha sendo cunhada e
diluída nos seus processos colaborativos enquanto atores-criadores.
Eu
pude participar, enquanto encenadora-estagiária, e fazer assistência de direção
a César Augusto, em “Talvez”. Com um novo trabalho em agenda, o grupo depara-se
com as vicissitudes inerentes aos procedimentos de angariação de fundos. A
manutenção da companhia, enquanto estrutura, é uma questão vital para a boa
prossecução dos seus ensejos de criação. Reunidas, apenas, algumas condições de
base, a Cia. dos Atores decide avançar com o processo nos primeiros dias de
março de 2010. Economia (e rentabilização de esforços) vem sendo a
palavra-chave das suas empreitadas.
Nehle Frank, alemã radicada na Bahia, já se
encontrava no Rio de Janeiro. Eu deixo São Paulo e chego passados três dias. Na
sede da Cia. dos Atores, Bel Garcia e Nehle tomavam decisões sobre a escolha do
restante do elenco. Vislumbrava-se a necessidade de pelo menos seis atores a
avaliar pela multiplicidade de personagens no texto original de Wedekind.
Enrique Diaz, Gustavo Gasparani, Marcelo Valle, Susana Ribeiro e Drica Moraes
não trabalharam nesta criação, apesar da sua onipresença ser irrefutável. Por
isso, estávamos perante a necessidade de convidar outros colaboradores. A
assistência de direção estaria garantida por mim e por Vinícius Arneiro, também
ator e diretor, cujos anteriores envolvimentos com o coletivo nos
proporcionaria esta função.
Uma
semana de leituras com atores de perfis variados permitiu chegar a um elenco
final: César Augusto, Marcelo Olinto, Bel Garcia, da casa; e Pedro Brício,
Alexandre Akerman e Marina Vianna, como convidados. A restante equipe de
criação garantia a parceria recorrente e incontornável com Maneco Quindaré,
Rodrigo Marçal e, claro, Marcelo Olinto, já incluso no elenco, que teria a
concepção e desenho de figurino a seu cargo. Os demais foram sendo convidados e
convocados em função dos objetivos pretendidos e pela sua disponibilidade.
A
escolha do elenco, tendo sido fundamentada nos trabalhos prévios dos atores e
das sucessivas leituras efetuadas, permitiu um rigoroso entendimento do texto
original. Por outro lado, o compromisso com o Festival de Curitiba, para o qual
havia sido agendada uma leitura encenada, veio fortalecer a incorporação de 80
páginas de letras, palavras, orações, pontuações e frases em várias línguas e
registos teatrais.
Num
primeiro momento, o que quase se apresentava como um atraso ao início do
processo criativo, veio a seu tempo potencializar um domínio de conteúdos e
formas, que permitiram a reformulação do texto original, resultando num roteiro
final cocriado por todos os atores.
Tanto
a leitura no Festival em Curitiba como o workshop realizado no Sesc Copacabana,
com participantes alheios ao processo (que corria a todo vapor), tinham um
objetivo concreto: veicular um texto, na sua tradução do alemão, a um público
geral. No caso do workshop, privilegiou-se igualmente o procedimento
viewpoints, que deixa de o ser, já que a Cia. dos Atores o vem utilizando e
reapropriando especificamente a seu modo.
O
caso de “Devassa” é, quanto a mim, um bom exemplo de uma inquirição e
investigação que, até na sua concretude teatral, assumiu essa dimensão.
“Devassa” traduz, com vigor criativo e rigor escatológico, não só a
investigação de um texto original, como a procura de
“colaboradiretores-atores-criadores” em torno de temas sobejamente contemporâneos
de uma sociedade tão mais cosmopolita quanto localizada. As modalidades
“colaboracriadoras”, e, por isto mesmo, horizontais nos seus processos
constelares, alimentam e encorajam a minha umbilical crença na negociação e na
democratização assente na auto-responsabilização – sem que por isto deixe de
existir uma assinatura-decisão autoral.
O
que posso acrescentar, ao que já muito foi dito e escrito sobre os processos
colaborativos da Cia. dos Atores, remete para a dimensão de exercício de
confiança que um agregado de “colaboratores-criadores” deposita num olhar
externo, a saber o do “colaboradiretor”. Ou seja, num pacto de respeito e
lealdade ao que vai sendo produzido com novas ideias-conceitos e suas
materializações corpóreas e cênicas, enfim, teatrais, o agregado dos
“colaboratores-criadores” escolhe um olhar testemunha para o progresso das suas
propostas de tratamento das matérias e dos materiais de base.
Como,
por ironia do implícito, a sua posição de atores não lhes permite ter um olhar
distanciado, de si mesmos e até dos demais parceiros em cena, como a sua
implicação e incorporação direta os coloca num ângulo cego, ao todo e a certas
partes vistas de fora, os “colaboratores-criadores”, generosamente, fazem uma
opção de se proporcionarem um olhar-guia que os leve pela sensibilidade,
receptividade e negociação – é que, afinal, o ator tem um poder incomensurável.
Por muita direção que receba, ele tem, sempre, o gesto final (voluntário e/ou
involuntário), para o bem ou para o mal do resultado final. A “colaboracriação”
apresenta-se como um ato de dádiva e de cumplicidade entre todos os
intervenientes, o que me faz pensar sobre a sua ética e até sobre a sua
estética.
Existe
uma estética da cumplicidade, da dádiva, específica e diferenciável das demais estéticas
do primado do texto, ou da versão autoral do encenador? A existir, quais
poderão ser os instrumentos visíveis e invisíveis dessa linguagem cênica? Se
não existe ao ponto de os podermos diferenciar, resta-nos a dimensão ética? Que
ética é essa que pode sobressair na linguagem de cena e no resultado final do
espetáculo? Se essa ética não é tão identificável na estética do trabalho, e
assumindo e reconhecendo que ela existe, que exemplo será este de agregação e
dinamismo social? Pode um simples agregado de “colaboradores-criadores” dar um
exemplo de regulação e de emancipação social sustentável a outros domínios e
segmentos da sociedade?
“Auto-Peças
2: Peças de Encaixar”, realizado em 2011, vem dar mais respostas a estas
perguntas – que são algumas das aforias da minha tese de doutorado em plágio. A
proposta era simples: partindo de uma oficina de dramaturgia que a Cia. dos
Atores deu no Sesc Copacabana, acabou por se construir um espetáculo que
materializou a articulação de diferentes escritas, pessoas e formações. Do caos
ao encaixe, fez-se sentir a pulsação de todos os interferentes. César
Augusto e Susana Ribeiro assinaram a encenação. Um elenco de atores e atrizes,
autores convidados, alguns deles e delas, também escritores/as. Como se anunciava
no programa, “Peças de Encaixar é a cara da Cia. dos Atores”. Este trabalho
serviu paralelamente de material e vivência para o projeto de intercâmbio com
Os Fofos Encenam – “(Re)soluções para Ontem: Inventar o Passado”, no âmbito de
Rumos Teatro, do Itaú Cultural. Mais uma vez, a minha colaboração artística
resulta de uma abertura ímpar que a Cia. dos Atores tem ao acolher outros
criadores, nomeadamente, como foi o caso, disponibilizando-se e envolvendo-se
em trabalhos como este por mim inicialmente concebido e proposto.
Efetivar
encontros, afetos e competências específicas no e com o teatro é a qualidade,
diria invejável, da Cia. dos Atores. A sua generosidade rigorosa nutre e
configura o que denomino por Dramaturgias Interferentes. O teatro, que até aqui
venho fazendo com a companhia, apresenta-se como um ato epistemológico singelo.
O teatro é, na senda desta postura, tomado como forma de
questionamento-investigação-procura, como modalidade de produção de sentido e
de entendimento. O teatro da Cia. dos Atores não só muda, transforma, mas ele
muda os modos de transformar. O teatro da Cia. dos Atores não é um intermezzo à
intelligentsia, ele é a própria inteligência humana tendo a emoção como razão.
Por
Dramaturgias Interferentes, entendo toda a prática/experiência passível de ser
mobilizada para a construção teatral. As Dramaturgias Interferentes são
compósitas, ou seja, perante a tarefa de construção de uma obra teatral, o
propósito é convocar, indutiva (com exemplos materiais concretos) e dedutivamente
(partindo de sistemas de princípios abstratos), elementos de
especificidades díspares. Em bom rigor, a linguagem cênica, em geral, já tem
essa característica, em si mesma, de fazer convergir no evento performativo
várias contribuições que configurarão uma estrutura ideológica e formal, mais
ou menos homogênea, consoante as tendências e opções estéticas.
Partindo
do pressuposto que a dramaturgia tem como função prioritária fazer a
articulação entre o mundo (real/imaginário) e a cena (visível/não-visível),
interessa, com a prática das Dramaturgias Interferentes, reinventar os
processos de modelização (abstração, estilização e codificação) e de
significação em teatro. O mundo é cena e a cena é mundo.
Uma
tal atitude de reinvenção passa – para além da convocação de díspares e
complementares elementos/linguagens (nada de muito novo!) – pela validação da
posição equitária dos seus enunciados e materializações. Em cena, tudo tem
leitura, mesmo que seja a ausência dela. Em cena, todos os elementos (com)participantes
são agentes constitutivos do estaleiro-aparelho teatral e da sua configuração
cênica ulterior.
As
Dramaturgias Interferentes que consegui identificar e edificar com a Cia. dos
Atores, não só tentam resgatar uma horizontalidade de forças e poderes
mobilizadores de cada elemento constituinte na construção da obra teatral, como
almejam comunicar a eventual tensão entre esses mesmos elementos, e até tornar
fruível a negociação dessas forças mobilizadoras. Curiosamente, esta tensão
processa-se a diferentes dimensões espaço-temporais. Conhecer, num construto de
configuração teatral, tais processos de confronto, mediação e de negociação a
um público, também pode ser um dos objetivos finais. Tornar esse público outro
(com) participante, mais ou menos ativamente, das (re)soluções do eventual
drama, seria desejável. Ter em consideração e partir de aporias (na Cia. dos
Atores, utiliza-se o termo “dogmas”) para chegar às ambigüidades e aos ângulos
cegos do espectador, é conseguir lograr na construção teatral. Esta construção
será erguida pela interferência, pela interrupção, pela não-linearidade, pelo
constante movimento dos “corposmídia” em superfícies suficientemente
acidentados.
O
exercício das Dramaturgias Interferentes incorpora a inclusão-exclusão, enfim,
a contingência, bem como se constitui em (pós)memória, uma vez que conta pela
presentificação do fazer e não apenas pela representação simbólica. Ele
torna-se econômico e regenera os excedentes sublimando o ínfimo.
A
Cia. dos Atores com as suas Dramaturgias Interferentes não se propõe a uma
invenção radical dos formatos finais teatrais; porém, procura contribuir para
uma reinvenção dos procedimentos e dinâmicas dos processos de criação, revendo
certas figuras do agenciamento teatral, tais como a do encenador, a do ator – e
até a do programador – nesta contemporaneidade inicial do século 21. A
reinvenção dos dispositivos de criação em modalidades co-laborativas
(horizontais e/ou pluridimensionais), de co-optação e de cocriação, portanto,
de autoria distribuída, expandida, estilhaçada – ainda que com uma eventual
coordenação-direção artística, até uma autoria – potenciarão, inevitavelmente,
as configurações teatrais a conseguir.
A
(des)confiança torna-se imperativa e a (des)lealdade outro predicado, todavia,
não funcionam como ameaça ou coação. A diversidade não se me apresenta nos
trabalhos e processos da Cia. dos Atores como adversidade. O reconhecimento da
e pela diferença são a sua mais que valia. Existe sempre um valor biológico e
esse valor é o do espetáculo. Explorar e desenvolver uma (est)ética da
cocriação, pelas Dramaturgias Interferentes, vem recolocar os vários agentes do
corpus e apparatus teatral enquanto agentes insubstimáveis, com textos,
leituras e discursos válidos – tão mais válidos quanto pela sua específica
linguagem e discurso conseguirem comunicar aquilo que outra linguagem/discurso
não logre (voluntária e/ou involuntariamente) em fazer.
A
criação na Cia. dos Atores não é monolítica nem hegemonizante, ela é
distribuída e negociada até ao compartilhamento – o que nem sempre significa
uma harmonia generalizada de processos e formas. Comunicar pelas Dramaturgias
Interferentes, não é só transmitir, disseminar informação, mas outrossim
concretizar (eventualmente traduzindo) os processos de vivência, de produção e
de recepção dessa informação. Seria incorreto afirmar que todos os processos são
contemplados, mas no reconhecimento da incompletude o importante é tentar
convocar contribuições que estimulem as aporias (dogmas) de base de cada
projeto.
No
que diz respeito à comunicação, não temos apenas um emissor e um receptor (um
evento teatral que comunica algo a um público), mas temos, concomitantemente,
uma (com)participação, mais ou menos ativa e motivada, para a experiência de
fruição. As Dramaturgias Interferentes da Cia. dos Atores veiculam informação
potenciando sentidos e traduzem o próprio processo de concretização e de
elaboração dessa informação-conteúdos.
Por outro lado, é pela consciência presença/ausência dos agentes (não só
da cena) e das suas contribuições que, na Cia. dos Atores, pelas Dramaturgias
Interferentes, se pretende parturiar elementos imprevistos no processo de
criação. Esses sim, novas possibilidades, derivam dos interstícios de
constelações em curso pelas práticas correntes de cada
agente-criador-interferente. As Dramaturgias Interferentes que atribuo à Cia.
dos Atores, na sua porosidade e fricção, provocam a construção no mo(vi)mento
(e na suspensão dele), sensibilizam o texto escrito/oral tornando-o movediço e
errante, como as areias de um de(ser)to, em que suas dunas configuram relevos
em função dos ventos e chuvas. A poética teatral (nas suas formas e conteúdos),
o discernimento corpóreo (portanto emocional, contemplado também como razão),
em suma, a “inteligência sensível” são os mecanismos operativos desta prática
de cocriar em teatro.
Se as Dramaturgias Interferentes da Cia. dos Atores dão tempo e espaço
às diferentes versões do drama, em regime equitário e validante de conteúdos e
formas, elas são, portanto, dramaturgias do testemunho situado e articulado.
Criar em teatro, colaborativamente, implica domínios específicos de
competências e de linguagens que as Dramaturgias Interferentes podem articular
criando intra-inter-trans ações se não inovadoras, pelo menos,
surpreendentes.
Tendo
a Cia. dos Atores um caráter apaixonante, não admira que o seu teatro seja tão
polivalente quanto diversificado. Ela é cosmopolita, habita a cidade do Rio de
Janeiro e todos os dias sobe as escadinhas de Seleron à Lapa – qual garota de
Ipanema! Ela faz um teatro em que “amigo não empata amigo”. Ela potencializa
desejos, ela é a companhia que eu não quero deixar escapar. Sim, porque ela é
rápida, não tem pressa, mas não tem tempo a perder!
“Amôrrr, deixeucabar essa tééési, queu vô ganhar
tesãum no seu Ethos Carioca... Será quocê ainda mi quérrr?”
Berta Teixeira é atriz, investigadora, formadora,
desenvolve as suas criações-investigações entre Portugal-Angola-Brasil. Vem
colaborando com a Cia dos Atores (RJ Brasil) desde 2008.
Doutoranda em Sociologia da Cultura, Conhecimento e Comunicação da
Faculdade de Economia Universidade de Coimbra – Portugal.