domingo, 31 de março de 2013

NIETZSCHE

PENSAMENTOS


A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.


O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.

Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.

Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.

Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.

As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras

Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo.

E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.

A grandeza do homem consiste em que ele é uma ponte e não um fim; o que nos pode agradar no homem é ele ser transição e queda.

Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.

Ouse conquistar a sí mesmo.

Abençoados os que esquecem, porque aproveitam até mesmo seus equívocos.

A verdadeira questão é: quanta verdade consigo suportar?

Quem tem um porquê de viver, quase sempre encontrará o como.

O que não pode matar-me, torna-me forte.

"Ouse conquistar a sí mesmo".

Amamos desejar mais do que amamos o objeto de nosso desejo.

Insanidade é a exceção em indivíduos, mas a regra em grupos.

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sábado, 30 de março de 2013

Teatro/CRÍTICA


"Calango Deu - Os causos da Dona Zaninha"

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Deliciosa viagem através da memória



Lionel Fischer



Se é verdade que não podemos alterar nosso passado, por outro também é certo que dele podemos fazer o que quisermos. Se optamos por priorizar o que poderíamos ter sido e não fomos, o que deveríamos ter feito e não fizemos, nosso presente se afigura como melancólico e nosso futuro incerto. Mas se conseguimos perceber que, ao menos em princípio, todos nós vivemos alguns momentos maravilhosos (ainda que não detectados no instante vivido), aí então estamos aptos a empreender uma deliciosa viagem através da memória e dela extrair preciosas lições, capazes de promover inesperadas transformações, sobretudo quando compartilhadas. 

Como se sabe, nutrimos a singular tendência de acreditar que a vida só faz sentido desde que recheada de acontecimentos apoteóticos, o que nos impede de perceber e usufruir as verdadeiras apoteoses - uma manhã de primavera, o canto de um pássaro, o sabor de um doce, uma conversa aparentemente despretenciosa etc. E são esses pequenos causos, dentre muitos outros, que conferem particular encanto a "Calango Deu - Os causos da Dona Zaninha", em cartaz no Teatro Café Pequeno. Com texto, atuação e direção musical de Suzana Nascimento, a peça chega à cena com direção de Isaac Bernat.

Inspirada nas simpáticas senhorinhas mineiras, a protagonista, Dona Zaninha, convida a plateia para uma despretenciosa conversa, durante a qual conta passagens de sua vida e de uma infinidade de pessoas que conheceu. Valendo-se de um vocabulário delicioso, de brejeira malícia e de uma sabedoria que dispensa qualquer resquício de erudição, a personagem conquista o público desde o primeiro momento, com ele estabelecendo uma relação de total cumplicidade.

E esta também se dá à medida que, ao que suponho, aos poucos a plateia vai percebendo que Suzana Nascimento também está falando de si mesma, do seu passado, de sua família, com doses equivalentes de ternura e humor crítico. E se a esta comovente sinceridade somarmos o notável talento da atriz, tanto nas passagens faladas como naquelas em que canta maravilhosamente, acompanhando a si mesma ora com um bandolim, ora com um pandeiro, o resultado só poderia ser um inesquecível encontro entre a intérprete e os espectadores.

Mas é óbvio que tal encontro também é fruto da maravilhosa direção de Isaac Bernat que, abstendo-se de marcações mirabolantes, priorizou o simples, que aqui não deve ser entendido com simplório. 
Tudo no espetáculo esbanja humor e poesia, delicadeza e humanidade, sempre priorizando o perfeito entendimento de todos os conteúdos implícitos. Isto posto, só me resta desejar que o ótimo ator que é Isaac Bernat continue cada vez mais investindo em sua carreira de diretor. O teatro carioca lhe será eternamente grato.

Na equipe técnica, Desirée Bastos responde por um figurino belíssimo, e o cenário que também assina é uma preciosidade - todos os móveis e objetos nos remetem a um passado simultaneamente real e encantatório. A mesma eficiência se faz presente na impecável direção de movimento de Marcelle Sampaio, sem dúvida determinante para a precisão e inventividade do gestual da intérprete. Também irrepreensíveis a preparação e supervisão musical de Pedro Amorim e a delicada e expressiva iluminação de Aurélio de Simoni. Cabe ainda ressaltar o lindo projeto gráfico de Raquel Alvarenga.

CALANGO DEU - OS CAUSOS DE DONA ZANINHA - Texto e atuação de Suzana Nascimento. Direção de Isaac Bernat. Teatro Café Pequeno. Sexta a domingo, 20h.









quinta-feira, 28 de março de 2013


George Bernard Shaw

PENSAMENTOS


A reputação de um médico se faz pelo número de pessoas famosas que morrem sob seus cuidados.

A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos.

Alguns homens vêem as coisas como são, e dizem 'Por quê?' Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo 'Por que não ?'

Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela.

Não há satisfação em enforcar um homem que não faz objeção a isso.

Nenhuma pergunta é tão difícil de se responder quanto aquela cuja resposta é óbvia.

Nunca resisto a tentações, porque eu descobri que coisas que são ruins para mim não me tentam.

O especialista é um homem que sabe cada vez mais sobre cada vez menos, e por fim acaba sabendo tudo sobre nada.

O homem razoável se adapta ao mundo; o irascível tenta adaptar o mundo a si próprio. Assim, o progresso depende do homem irascível.

O pior pecado contra nosso semelhante não é o de odiá-los, mas de ser indiferentes para com eles.

Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma.

Professores de grego são pessoas privilegiadas: poucos deles sabem grego e, os que sabem, não sabem mais nada.

Uma boa esposa é um grande consolo para o homem em todos os contratempos e dificuldades - que ele nunca haveria de ter se tivesse continuado solteiro.

Quando um homem quer matar um tigre, chama a isso desporto; quando é o tigre que quer matá-lo, chama a isso ferocidade. A distinção entre crime e justiça não é muito grande.

Liberdade significa responsabilidade, é por isso que a maioria das pessoas a teme.

O progresso é impossível sem mudança. Aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada.

A minha maneira de brincar é dizer a verdade. É a brincadeira mais divertida do mundo.

A escravatura humana atingiu o seu ponto culminante na nossa época sob a forma do trabalho livremente assalariado.

A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente.

Do modo como a concebemos, a vida em família não é mais natural para nós do que uma gaiola é para um papagaio.

Presume-se que a mulher deve esperar, imóvel, até ser cortejada. Mais ou menos como a aranha espera a mosca.

A razão escraviza todas as mentes que não são suficientemente fortes para a dominarem.

Os capazes criam, os incapazes ensinam.

O dinheiro é, na verdade, a coisa mais importante do mundo; e toda a moralidade sólida e bem sucedida, pessoal ou nacional, deverá basear-se neste factor.

Se todos os economistas fossem postos lado a lado, nunca chegariam a uma conclusão.

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Camus: um grito de esperança silencioso

          Com seu ensaio O Mito de Sísifo, que caminha entre a Filosofia e a Literatura, Camus tenta explicar o absurdo e o suicídio

por Paulo Roberto Pedrozo Rocha


          "Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da Filosofia." Com essas palavras, o franco-argelino Albert Camus (1913-1960) abre seu ensaio intitulado O Mito de Sísifo, quem sabe uma das obras mais significativas situada no tênue fio que separa a Filosofia da Literatura entre os europeus da metade do século passado.

          O leitor da Filosofia irá recorrer em primeiro plano aos escritos dos iluministas franceses tais como Jean-Jacques Rousseau (embora este, tão frequentemente tratado como francês era, na verdade, suíço de nascimento) com o seu Júlia ou a Nova Heloísa ou até mesmo Voltaire (este sim um verdadeiro "Barão" francês) em contos como o Ingênuo, ou o clássico Ligações Perigosas de Choderlos de Laclos que, escrito em 1782 retrata a antessala da Revolução Francesa, revelando de forma, ora divertida, ora irônica, um tratado de Filosofia Política no que se refere ao pensamento iluminista sobre as relações de classe e poder, temas tão caros aos filósofos de todos os tempos.

          Camus é um romancista. Nesta condição, ele vive um dilema com a corrente existencialista tão em voga na metade do século XX. Para os existencialistas, dentre os quais se destaca Jean-Paul Sartre (1905-1980), a Literatura precisa ser engajada e não poderia mais ser vista como mera forma de entretenimento. Através dela era preciso dizer que o literato é antes de tudo um inconformado. Vale lembrar que boa parte dos existencialistas de então havia vivido a experiência da Segunda Guerra Mundial e no seu término estavam entre a indignação trazida pelos horrores da guerra e a esperança prefigurada pelo socialismo soviético1.

          1 Para saber mais sobre esse assunto ver O que é Literatura, Jean-Paul Sartre, Ed. Ática, 1993.

          Sísifo, por Max Klinger (1914). No mito grego, Sísifo é condenado a eternamente rolar uma pedra morro acima e buscá-la morro abaixo. Exemplo de paixão à vida, mesmo no absurdo da falta de sentido

          Contudo, será num ensaio (e é importante lembrar que o ensaio é mais do que uma mera variação dos tratados filosóficos), e não em um romance que Camus irá elaborar o que poderíamos chamar de "DNA" do novo romance filosófico. O Mito de Sísifo se impõe como um instrumento de reflexão representando um gênero literário - o dos ensaios - consagrado na Literatura francesa desde Michel de Montaigne no século XVI.

          O Mito de Sísifo é um livro de 1942. Nesta época, Camus já se distanciava gradativamente do existencialismo, corrente à qual, em sua opinião, ele nunca pertenceu. Para ele, não havia sentido exigir da Literatura uma posição sempre militante.

          Esse comportamento sugeria a Camus uma espécie de mascaramento da realidade, pois ele via uma explícita intenção por parte dos pares do existencialismo em defender as atrocidades cometidas pelo regime soviético. Para Camus, a obrigatoriedade do engajamento implicaria, necessariamente, em um desvirtuar da tarefa principal da Literatura: revelar a alma humana.

          Daí as primeiras impressões colhidas em O Mito de Sísifo: "Começar a pensar é começar a ser atormentado... matar-se, em certo sentido, e como no melodrama, é confessar. Confessar que fomos superados pela vida ou que não a entendemos." Ao invés de uma confissão militante, se impõe uma decepção, um gesto que implica no desapontar-se com o mundo, o que poderia ser denominado noção do absurdo.

          Ao propor a noção de absurdo, Camus passa quase que inexoravelmente a expor o tema de seu ensaio, que era "essa relação entre o absurdo e o suicídio, a medida exata em que o suicídio é uma solução para o absurdo." A princípio, os leitores de Camus poderiam supor que de sua escrita iria advir uma solução para a noção de absurdo. Ainda que esta solução fosse limite, ainda que constatasse que a vida não valeria a pena. Esta expectativa, na verdade, é frustrada.

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Reflexão sobre a obra
“O mal estar na civilização”



por Valter Guerra Hadad


          No texto referido, Freud apresenta-nos a angústia derivada da relação do Homem com o mundo frente aos reclamos dos instintos. Discorre sobre a preservação de todas as fases anteriores vividas pelo ser humano e, desse modo, o autor sustenta que o passado está preservado em nós. Concorda com a indicação de Romain Rolland, um amigo seu, que lhe explana a questão da existência de um "sentimento oceânico" para explicar a fonte da religiosidade, o qual é subjetivo e que todo ser humano, religioso ou não, o tem.

          Apesar de Freud concordar, destaca que este sentimento tem sua gênese no sentimento do "ego". Necessita-se de um propósito para se viver, sem ele a vida perde o seu valor; desse modo a religião consegue assumir esse papel. O Homem busca constantemente a felicidade, a qual pode apresentar duas facetas: uma ausência de desprazer ou um sentimento de prazer. A decisão do propósito de vida é da ordem do princípio do prazer e o nosso aparelho psíquico é dominado por ele desde a primazia do ser. Entende-se que a felicidade é uma satisfação repentina das necessidades represadas, entretanto, quando da permanência da felicidade, o contentamento torna-se frágil. O prazer deve ser fugaz e não o produto de um estado de coisas. Não suportamos a felicidade contínua, citando Goethe, "nada é mais difícil de suportar que uma sucessão de dias belos". Existem ameaças aos sentimentos: a decadência do próprio corpo, o mundo externo que pode voltar-se contra nós e, o principal e mais penoso, o relacionamento com os outros.

          Então, sob a pressão dessas ameaças ao sofrimento, o Homem abre mão do princípio do prazer em prol do princípio da realidade por meio do controle da vida instintiva, acreditando estar feliz por ter escapado da infelicidade e sobrevivido ao sofrimento. Evitar o sofrimento está em primeiro plano e o prazer coloca-se no secundário; caso haja o sofrimento no relacionamento humano, o indivíduo tende a isolar-se conseguindo assim, a felicidade da quietude que se pode denominar de sacrifício da vida. Pode-se afastar o sofrimento via sublimação (com artes, ciências, etc.) do instinto por meio do mecanismo de deslocamento da libido. Ou ainda, negar uma realidade e ficar diante do delírio; faz-se muito disso corrigindo algo insuportável por meio da elaboração de um desejo que se introduz na realidade (fantasias), mecanismo muito incentivado e utilizado pelas religiões. Portanto, a libido vai à busca de um objeto externo e liga-se a ele derivando felicidade por intermédio do relacionamento emocional. Vale salientar que, para Freud, a felicidade é um projeto imposto pelo princípio do prazer e que os caminhos para a felicidade existem, mas não são tão seguros.

          O autor, em seus arcabouços, destaca a preocupação com a natureza e alega que jamais irar-se controlá-la por completo e pontua que o corpo também integra esta natureza. A civilização, segundo o autor, é a responsável pela desgraça da humanidade; se não fossemos civilizados seríamos primários e viveríamos sob o princípio do prazer e aí seríamos felizes. O que buscamos para nos proteger está inserido nesta mesma civilização que nos faz sofrer. Somos hostis com a civilização porque nos tornamos neuróticos por não tolerar as restrições impostas pela sociedade, a qual nos impede o alcance da felicidade. Percebe-se que apesar de dominar-se a natureza não se chegará ao objetivo final do propósito do viver, que é ser feliz. A felicidade é, na sua essência, subjetiva.

          A civilização exige beleza, limpeza e ordem, inspirada na natureza. Quanto mais ideal, religião e filosofia, maior é o índice de civilização. A civilização regula os relacionamentos sociais e, caso eles não existissem, os instintos primários destacar-se-iam. A troca do poder do indivíduo pelo poder da comunidade inaugura a civilização, que é construída pela renúncia do instinto, conseqüentemente se percebe com nitidez a restrição da liberdade individual, mesmo assim o Homem sempre irá defender a sua liberdade.

          Quando o Homem primevo passou a conviver numa vida comunitária, formaram-se as famílias, que sobreviviam pelo trabalho, usavam os primeiros integrantes como auxiliares no trabalho, descobriu-se o amor genital e, com ele, intensas experiências satisfatórias. A descoberta do amor funda e alicerça o conceito da família. Amor, um sentimento positivo entre pai, mãe, irmã e irmão. Este amor é inibido em sua finalidade, pois no início fora sensual e ainda o é, no inconsciente. Amor-genital formando famílias e o amor-afeição formando amigos. Entretanto, existe uma incompatibilidade entre o amor e a civilização, porque existe um conflito entre a família e a comunidade na disputa do filho. A família não consegue abandonar o filho, isto é, a filogênese não abre mão para a ontogênese. Separar-se da família em prol do ingresso na sociedade, torna-se algo muito difícil para o indivíduo.

          Temos inclinação da agressividade perante aos outros e conosco, isto nos perturba muito ao nos relacionarmos com os demais. É difícil amar aquele que não conheço. É difícil manter o ensinamento "amar o próximo como amas a ti mesmo". Este próximo não é apenas um ajudante em potencial ou objeto sexual, mas também alguém que irá satisfazer a minha agressividade, submetendo-o a diversos papéis, como: trabalho escravo, abuso sexual, roubo, humilhação, sofrimento, tortura, morte, etc.; as paixões do instinto são maiores que qualquer outro interesse.

          Sempre haverá a destruição da natureza para a construção da civilização. Sem a agressividade os Homens sentem-se desconfortáveis. É difícil viver na civilização porque é imposto ao sacrifício da sexualidade e, também, ao da agressividade. O homem primitivo achava-se mais confortável por não conhecer as restrições do instinto, por outro lado, o Homem civilizado abriu mão de uma parcela de possibilidades de felicidade por uma parcela de segurança. O controle da natureza pelos Homens deu-lhes o poder de exterminá-los, este é o principal mal-estar na civilização traduzido por inquietação, infelicidade e ansiedade.

          Após a leitura da brilhante obra de Freud coloco três questões:

          Naquele cenário do início dos anos 30, o homem civilizado trocou uma parcela de suas possibilidades de ser feliz por uma porção de segurança, renunciando ao princípio do prazer e aceitando o princípio da realidade obedecendo aos preceitos impostos pela civilização, agora, refletindo sobre o novo cenário, ou seja, 77 anos após a escrita de Freud, depois da II Grande Guerra, dos movimentos sociais dos anos 60, da guerra do Vietnã, da guerra fria, da queda do socialismo no leste europeu, do crescimento do terrorismo, do avanço do poderio americano, da queda das torres gêmeas, dos "Big Brother" e a troca do privado pelo público, da globalização, enfim, diante de tantas mudanças, quer dizer, evoluções históricas, lembrando Zygmunt Bauman no livro "O mal-estar da pós-modernidade" (Jorge Zahar Editor, 1997) pergunto: as perdas e ganhos trocaram de lugar, pois hoje homens e mulheres estão trocando aquela parte de possibilidades de segurança por uma grande parte de liberdade?

          Estaríamos hoje preferindo o princípio do prazer e preterindo o princípio da realidade?

          O narcisismo estaria no comando da civilização?

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terça-feira, 26 de março de 2013

7º Prêmio APTR de Teatro

          Em cerimônia realizada ontem no Imperator, que teve como homenageada a atriz Fernanda Montenegro, foram conhecidos os vencedores do 7º Prêmio APTR de Teatro, promovido pela Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro. Integraram o júri Barbara Heliodora, Daniel Schenker, Lionel Fischer, Macksen Luis, Mauro Ferreira, Norma Thiré, Rafael Teixeira, Rodrigo Monteiro e Tânia Brandão. A festa teve como apresentadores Dani Barros e Charles Fricks, cabendo a Daniel Herz a direção artística.

MELHOR AUTOR - Carla Faour ("Obsessão")

MELHOR DIREÇÃO - Bruce Gomlevsky ("O homem travesseiro")

MELHOR CENOGRAFIA - Aurora dos Campos, Maria Silvia Siqueira e Miwa Yanagizawa ("Breu")

MELHOR FIGURINO - Teca Fichinski ("Valsa nº 6")

MELHOR ILUMINAÇÃO - Maneco Quinderé ("A marca da água", "A primeira vista", "Édipo Rei" e "O outro Van Gogh"

ATOR EM PAPEL PROTAGONISTA - Gregório Duvivier ("Uma noite na lua")

ATRIZ EM PAPEL PROTAGONISTA - Vanessa Gerbeli ("Quase normal")

ATOR EM PAPEL COADJUVANTE - Tonico Pereira ("A volta ao lar" e "O homem travesseiro")

ATRIZ EM PAPEL COADJUVANTE - Simone Spoladore ("Depois da queda")

CATEGORIA ESPECIAL - Marcela Altberg (pelo trabalho de casting em musicais)

MELHOR ESPETÁCULO - "O homem travesseiro"

MELHOR MÚSICA - Tim Rescala ("Era uma vez...Grimm")

MELHOR PRODUÇÃO - "O desaparecimento do elefante" (Gávea Filmes e Bianca De Felippes) e "Gonzagão - A lenda" (Sarau Agência e Andrea Alves). Este prêmio foi conferido pelos associados da APTR.
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segunda-feira, 25 de março de 2013

Teatro/CRÍTICA


"As mulheres de Grey Gardens - O musical"


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Montagem impecável na Baden Powell


Lionel Fischer



"Elas costumas ser lembradas como as excêntricas tia e prima de Jacqueline Kennedy - Edith Ewing Bouvier Beale (1895-1977) e sua filha, Edith Bouvier Beale (1917-2002). Grey Gardens é a mansão de East Hampton, elegante balneário próximo a Nova York, em que Edith cria Edie e seus outros dois filhos. Enquanto os irmãos mais novos conseguem, quando adultos, descolar-se da casa e da família, a primogênita fica presa à relação com a mãe, ambas com vocações artísticas que não se concretizam. Edie tenta ser modelo e atriz em Nova York, na década de 40, mas fracassa e retorna para nunca mais sair de Grey Gardens".

Extraído (e levemente editado) do ótimo release que me foi enviado pela assessora de imprensa Daniella Cavalcanti, o trecho acima sintetiza o enredo de "As mulheres de Grey Gardens - O musical" (Sala Baden Powell), texto de Doug Wrigth, melodias de Scott Frankel, letras de Michael Korie, versão brasileira de Jonas Calmon Klabin e versões adicionais de Claudio Botelho.

No elenco, Suely Franco e Soraya Ravenle dividem a personagem Edith Bouvier Beale em épocas diferente, o mesmo ocorrendo com Soraya e Carol Puntel ne pele de Edie Beale. O elenco conta ainda com as presenças de Guilherme Terra (George Strong), Jorge Maya (Brooks/Norman Vincent Peale)), Raquel Bonfante (Jacqueline Bouvier), Sofia Viamonte (Lee Bouvier), Pierre Baitelli (Joseph Patrick Kennedy Jr.), Sandro Christopher (J. V. Bouvier) e Danilo Timm (Jerry).

Embora centrada nos conflitos desta notória e aristocrática família, a trama em questão não perderia sua força se fosse outro o contexto, pois os principais temas em causa (ambição artística e dependência materna) extrapolam classes sociais. E em ambos afloram sentimentos destrutivos e, de certa forma, algo parecidos. No caso da ambição artística, a tendência daquele que vê frustrados seus esforços é quase sempre a de culpar alguém que não a si mesmo. E no tocante à dependência, o ônus recai invariavelmente sobre a figura materna (ao menos neste caso), como se esta tivesse o poder de impedir um salutar afastamento.

Com relação ao espetáculo, impecável sob todos os pontos de vista, um de seus maiores encantos diz respeito à estrutura narrativa - como não sou especialista em musicais, não sei se tal estrutura consta do original ou se foi criada por Wolf Maya. O fato é que, afora os números cantados (invariavelmente de forma brilhante), em muitas passagens o canto vem mesclado a textos, o que confere à cena uma, digamos, encantadora naturalidade. Além disso, as passagens faladas evidenciam elaborada dramaturgia, o que permite ao elenco evidenciar seus notáveis dotes interpretativos.  

Em suas duas personagens, Soraya Ravenle ratifica o que dela já sabemos há muito tempo: canta esplendidamente e interpreta com irrepreensível eficiência. Suely Franco está absolutamente brilhante na pele de Edith Bouvier Beale, extraindo da personagem todo o seu potencial - sem dúvida, uma das atuações mais marcantes da presente temporada. Vivendo o pianista e compositor, Guilherme Terra valoriza ao máximo o suave cinismo do personagem. Carol Puntel (Edie Beale) também exibe performance irretocável, o mesmo aplicando-se a Jorge Maya, Pierre Baitelli, Sandro Christofher e Danilo Timm.  Quanto às meninas Raquel Bonfante (Jacqueline Bouvier) e Sofia Viamonte (Lee Bouvier), ambas são lindíssimas e revelam um talento nada comum para a idade.

Na equipe técnica, Bia Junqueira responde por uma cenografia de altíssima expressividade, em especial no segundo ato, quando a antiga e bela mansão se converte numa espécie de lixeira, impregnada de memórias. Luiz Paulo Nenen ilumina a cena de forma a enfatizar todos os climas emocionais em jogo, a mesma eficiência presente nos figurinos de Marta Reis, na coreografia de Marcia Rubin, no desenho de som de Gabriel D'Angelo, na preparação vocal de Mirna Rubin e Carlos Bauzys, na identidade visual de Debora Bensusan e Tânia Grillo, no visagismo de Flávio Priscott e na direção musical de Carlos Bauzys e Daniel Rocha. Cabe ainda registrar a irretocável regência de Juliano Dutra e a precisa performance dos músicos.

GREY GARDENS - O MUSICAL - Texto de Doug Wright, música de Scott Frankel e letras de Michael Korie. Direção de Wolf Maya. Com Suely Franco, Soraya Ravenle e grande elenco. Sala Baden Powell.Quinta, 20h. Sexta e sábado, 21h. Domingo, 19h.




quinta-feira, 21 de março de 2013

Teatro/CRÍTICA

"Como vencer na vida sem fazer força"

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Deliciosa sátira ao mundo das empresas



Lionel Fischer


"Na década de 60, o esperto J. Pierrepont Finch usa uma série de truques para ingressar e ter sucesso na firma presidida pelo obtuso J.B Biggley, onde conquista o coração da secretária Rosemary. Entre um golpe e outro, ele precisa lidar com o arrogante Bud e a atrapalhada Hedy LaRue, sobrinho e amante de Biggley, respectivamente".

Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima resume o enredo de "Como vencer na vida sem fazer força", musical de grande sucesso na Broadway nos anos 60 e que teve sua primeira versão nacional em 1964, com produção assinada por Victor Berbara e protagonizada por Procópio Ferreira, Moacir Franco e Marília Pêra. Agora, passados quase 50 anos, o público carioca tem a oportunidade de entrar em contato com este delicioso musical, em cartaz no Oi Casa Grande.

De autoria de Abe Burrows, Jack Weinstock e Willie Gilbert, "Como vencer na vida sem fazer força" tem músicas e letras assinadas por Frank Loesser, versão de Claudio Botelho e direção de Charles Möeller. No elenco, Luiz Fernando Guimarães (Biggley), Gregorio Duviviver (Finch), Letícia Colin (Rosemary), Adriana Garambone (Hedy La Rue), Andre Loddi (Bud), Fernando Patau (Twimble/Wally Womper), Gottsha (Smitty), Ada Chaseliov (Miss Jones), Leo Wainer (Bert Bratt), Cássio Pandolfi (Gatch/ Toynbee) e Luiz Nicolau (Ovington).

E em partipações menores e mais centradas no canto e na dança, temos ainda Cristina Pompeo, Renata Ricci, Nadia Nardini, Carol Ebecken, Joane Mota, Kotoe Karasawa, Leandro Luna, Patrick Amstalden, Guilherme Logullo, Fabio Porto, Hélcio Mattos e Leo Wagner.

Um dos maiores atrativos do texto advém da impiedosa e divertida sátira que faz do mundo das empresas, seja através do personagem Finch (que não hesita em lançar mão de todos os recursos para galgar postos), seja na radiografia que faz do próprio universo em questão, povoado de executivos medíocres, bajuladores e não raro completamente despreparados. Por tratar-se de uma sátira, como já foi dito, é claro que se tornam imprescindíveis alguns exageros, mas estes não deixam de oferecer um pertinente retrato do que de mais essencial existe nas grandes corporações.  

Com relação à montagem, esta exibe uma vez mais a inconfundível griffe Möeller/Botelho - criatividade, precisão rítmica e, no presente caso, uma elegância propositadamente escrachada. E o espetáculo exibe um atrativo suplementar: as presenças de Luiz Fernando Guimarães e Gregorio Duviver em sua primeira participação em musicais (se estou enganado, desde já me desculpo).

Na pele do obtuso e desastrado Biggley, Luiz Fernando Guimarães está engraçadíssimo, evidenciando uma vez mais seus poderosos dotes de comediante. O mesmo se aplica a Gregorio Duvivier, sendo que este aproveita, de forma brilhante, todas as oportunidades que o sonso e esperto personagem oferece. Adriana Garambone seduz a plateia e gera incontáveis gargalhadas através de ótimo trabalho corporal e sobretudo vocal - a voz que imprime à personagem é simplesmente inacreditável. Letícia Colin convence plenamente ao encarnar a ingênua e apaixonada Rosemary, cabendo ainda destacar as ótimas composições de Andre Loddi e Gottsha.

Quanto aos demais, torna-se impossível particularizar suas performances. Mas ainda assim cabe registrar que todos valorizam ao máximo suas participações, tanto na dança como no canto, o que também se aplica aos protagonistas - no caso de Luiz Fernando Guimarães e Gregorio Duvivier, ambos não são cantores ou bailarinos, mas em nada comprometem as passagens em que dançam e cantam.

Na equipe técnica, considero absolutamente impecáveis os trabalhos de todos os profissionais envolvidos nesta deliciosa empreitada teatral - Paulo Nogueira (direção musical), Alonso Barros (coreografia), Rogério Falcão (cenografia), Marcelo Pies (figurinos), Paulo Cesar Medeiros (iluminação), Marcelo Claret (desenho de som) e Beto Carramanhos (visagismo). Cumpre também ressaltar a ótima participação da orquestra, regida por Zaida Valentin.

COMO VENCER NA VIDA SEM FAZER FORÇA - Texto de Abe Burriws, Jack Weintock e Willie Gilbert. Músicas e letras de Frank Loesser. Versão brasileira de Claudio Botelho. Direção de Charles Möeller. Com Luiz Fernando Guimarães, Gregorio Duvivier e grande elenco. Teatro Oi Casa Grande. Quinta e sexta, 21h. Sábado, 17h e 21h. Domingo, 19h.





quarta-feira, 20 de março de 2013

Prêmio Shell de Teatro,
25ª Edição

VENCEDORES

MÚSICA
Alexandre Elias ("Gonzagão - A lenda")

CENÁRIO
Fernando Marés ("Esta criança")

AUTOR
Maurício Arruda de Mendonça e Paulo de Moraes ("A marca da água")

ILUMINAÇÃO
Nadja Naira ("Esta criança")

CATEGORIA ESPECIAL
Grupo Alfândega 88 pela ocupação do Teatro Serrador

ATOR
Gustavo Gasparani ("As mimosas da Praça Tiradentes")

FIGURINO
Teca Fichinski ("Valsa nº 6")

DIREÇÃO
Marcio Abreu ("Esta criança")

ATRIZ
Renata Sorrah ("Esta criança")

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terça-feira, 19 de março de 2013

Teatro/CRÍTICA


"A entrevista"

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Com lama até o pescoço


Lionel Fischer


Jornalista político em decadência, Pedro Pierre é designado para entrevistar Mariah, jovem e lindíssima protagonista de novelas, uma celebridade de discutível talento e notória capacidade de levar para a cama quem lhe aprouver. Ao longo da referida entrevista, no entanto, os personagens acabam revelando aspectos insuspeitados de suas personalidades e estabelecem um curioso jogo de sedução.

Eis, em resumo, o enredo de "A entrevista", baseada no filme homônimo de The Van Gogh.Theodor Holman assina o texto, traduzido e adaptado por Euclydes Marinho. Em cartaz no Teatro das Artes, a montagem leva a assinatura de Susana Garcia (direção geral de Daniel Filho), estando o elenco formado por Herson Capri e Priscila Fantin - Carlos Seidl faz breve participação em vídeo.

Dentre os muitos temas abordados pelo autor, talvez o mais significativo seja o da aparência. Num mundo como o nosso, que prioriza o visual e relações epidérmicas, parece não ter grande importância o que somos, mas o que aparentamos ser. E sendo verdadeira tal premissa, torna-se inevitável a mentira, o camuflar das verdadeiras emoções, um permanente jogo que nos leva a interpretar múltiplos papéis, como se todos fôssemos atores e a vida se resumisse a uma ribalta onde só o sucesso é admitido, seja qual for o preço a pagar. E mesmo que com lama até o pescoço, não raro insistimos em manter limpas as unhas nas pontas dos dedos, pois o que importa não é a parte submersa do iceberg, mas sua ínfima extremidade visível, desde que a mesma possua uma parcela mínima de sedução.

No presente caso, estamos diante de um homem de brilhante passado, mas condenado ao fracasso em função de algumas atitudes tomadas no exercício de sua profissão de jornalista - tais atitudes não posso revelar, pois privaria o espectador de  importantes revelações. Já a jovem atriz parece totalmente à vontade em seu papel de celebridade - não nega que transou com muitos homens para atingir o lugar que ocupa, não reluta em afirmar que, para ser protagonista, sua beleza foi determinante etc. Mas será que, por trás de toda a sua exuberância e fortaleza, não se esconde uma alma carente e não isenta de múltiplas fragilidades?

Como creio já ter sugerido, os personagens interpretam personagens, relutando ao máximo em exibir sua verdadeira face. Mas chega o momento em que as máscaras começam a cair e então ambos revelam ao menos uma parcela do que insistiam em ocultar. E é a partir deste ponto que a peça ganha maior interesse, mesmo que, em seu final, a plateia chegue à conclusão de que o ato de jogar não foi completamente abandonado.

Bem escrito, exibindo bons diálogos e personagens bem estruturados, "A entrevista" recebeu ótima versão cênica de Susana Garcia. Impondo à cena uma dinâmica impecável no que concerne ao ritmo e valendo-se de marcas tão diversificadas quanto expressivas, a encenadora exibe ainda o mérito suplementar de haver extraído ótimas atuações do alenco.

Na pele de Pedro Pierre, Herson Capri extrai todo o potencial do dúbio e angustiado personagem, valorizando com a mesma eficiência todos os climas emocionais em jogo - e aqui gostaria de enfatizar minha admiração por este maravilhoso ator, em especial pela inteligência de suas escolhas e por sua notável capacidade de entrega. E a mesma eficiência se faz presente na performance de Priscila Fantin, atriz cuja carreira está atrelada bem mais ao cinema e a TV do que ao teatro. Exibindo forte presença, grande carisma e a mesma desenvoltura tanto nas passagens mais dramáticas quanto naquelas em que o humor predomina, a jovem atriz revela-se uma parceira à altura do grande ator com quem contracena.

Na equipe técnica, Flavio Graff responde por uma cenografia belíssima, altamente sofisticada e expressiva, sendo igualmente expressivos os figurinos de Kika Lopes, a iluminação de Paulo Cesar Medeiros e a trilha sonora original de Alexandre Elias, que muito contribuem para o sucesso desta mais do que oportuna empreitada teatral. Com relação à adaptação e tradução, não tenho como avaliá-las, pois não conheço o original.

A ENTREVISTA - Texto de Theodor Holman. Direção de Susana Garcia. Com Herson Capri e Priscila Fantin. Teatro das Artes. Sexta e sábado, 21h. Domingo, 20h30.

 











segunda-feira, 18 de março de 2013

Alunos de todos o país participam, essa semana, da Escola Livre de Palhaços (Eslipa)


          Hoje a conversa entre palhaços começa a ficar séria. Hoje, acontece o seminário "O Circo Teatro de Rua e a Cidade", com a participação de Vanda Jacques (atriz e fundadora da Intrépida Trupe) e Alice Viveiros de Castro (atriz, diretora e especialista em circo, autora do livro "O elogio da bobagem - palhaços no Brasil e no mundo). O seminário, que é aberto ao público, acontece no Centro de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), que fica na Praça Tiradentes.

          No restante da semana, a prioridade é para a formação artística, qualificação e aperfeiçoamento técnico de vinte artistas de todo o Brasil, selecionados para compor a segunda turma da Eslipa.

          Eles participam das aulas que serão ministradas e coordenadas por João Carlos Artigos, gestor cultural do Teatro de Anônimo e coordenador da equipe de produção em todas as edições do Encontro Internacional de Palhaços Anjos do Picadeiro, desde 1996.

          E para finalizar a intensa programação, os alunos da Eslipa farão uma intervenção cômica na sede pública do Off-Sina, o Largo do Machado, no sábado (23) a partir das 18 horas. No picadeiro da rua, novidades, números, entradas, reprises e piadas trabalhadas ao longo da semana.

O CIRCO E A CIDADE - PROGRAMAÇÃO

Seminário "O circo teatro de rua e a cidade"

Debatedores: Vanda Jacques (atriz e fundadora da Intrépida Trupe) e Alice Viveiros de Castro (atriz, diretora e especialista em circo, autora do livro "O elogio da bobagem - palhaços no Brasil e no mundo)

Dia 18/03 às 9 horas

Local: Centro de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB) - Praça Tiradentes nº 71. Centro.

Aulas da Escola Livre de Palhaços (Eslipa)

Coordenação do módulo: João Carlos Artigos, gestor cultural do Teatro de Anônimo

Data: de 18 a 22/03

Horário: 13 às 22 horas

Local: Escola Nacional de Circo – Praça da Bandeira nº 4.

Intervenção cômica dos artistas da Eslipa

Data: 23/03 às 18h

Local: Largo do Machado

Sobre a Escola Livre de Palhaços (Eslipa)

          A Eslipa faz parte do projeto "Grupo Off-Sina - O circo e a cidade", contemplado com o Fundo de Apoio ao Teatro (FATE) da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/Secretaria Municipal de Cultura. Pioneira do gênero no Brasil, é um espaço voltado para a qualificação, aperfeiçoamento e formação de artistas que atuam com a linguagem do palhaço em diferentes espaços cênicos.

          Fundada em 2012, reúne artistas de todo o Brasil interessados em desenvolver conhecimentos sobre o ofício do palhaço, através da troca de saberes e vivências. As aulas acontecem em nove módulos anuais, realizados durante uma semana a cada mês.

          Mestres palhaços são convidados a cada módulo, para coordenar as atividades, sempre com o auxílio de instrutores em linguagens complementares à arte da palhaçaria: magia cômica, mímica, história do circo, instrumentos musicais, voz, corpo, cordel, entre outras.

Sobre o Grupo Off-Sina

          Com 25 anos ininterruptos de existência, o Off-Sina é uma companhia de Circo Teatro de rua que trabalha com pesquisa continuada sobre o teatro popular e a arte do riso. Pautados na dramaturgia do palhaço e na comicidade, o grupo busca a excelência artística nos aspectos da formação, produção, circulação, difusão e reflexão das artes cênicas.

Rosilene Miliotti

(21) 8234-5871















Com proposta de teatro em casa,
o Home Theatre acontece de 19 a 27 de março no Rio


          Com entrada gratuita, a primeira edição do Festival Internacional de Cenas em Casa terá premiação de R$ 5 mil para as melhores cena e atuação

          Teatro no aconchego do lar. Para quem mora no Rio, a proposta encurta distâncias entre público, autor e elenco. Em sua primeira edição, o Home Theatre – Festival Internacional de Cenas em Casa, que acontece de 19 a 27 de março, vai levar o teatro para dentro de 50 casas de moradores de 16 bairros da cidade do Rio de Janeiro, como, Santa Cruz, Providência, Maré, Laranjeiras, Flamengo, Horto e Pavuna, entre outros, que vão receber histórias, cenas, atores e atrizes de todo o país, que se inscreveram para o festival e foram escolhidos a partir de uma seleção. Toda programação é gratuita.

          Sobre o objetivo do festival, o escritor, diretor teatral e cineasta Marcus Vinicius Faustini, criador do projeto, ressalta: “Queremos levantar discussão sobre o que é teatro. Se é levar as pessoas às casas de teatro ou se é inventar uma forma de ver teatro junto com as pessoas”.

          Em cada uma dessas 50 “casas-espetáculo” a cena apresentada será de no máximo 20 minutos, atingindo três plateias distintas: convidados do morador, convidados da produção e público espontâneo, que será escolhido por meio de sorteio realizado no site do festival (www.festivalhometheatre.com.br). Ao fim de cada apresentação, serão destinados mais 20 minutos de conversa, entre elenco e espectadores.

          Das 23 cenas desta ação de caráter itinerante 21 vão compor a Mostra Competitiva, que acontecerá no Instituto do Ator, na Lapa, que servirá como uma “casa-sede”. Uma premiação de R$ 5 mil para a melhor cena e para melhor atuação será oferecida. Quem quiser conferir a Mostra Competitiva terá que pegar senha uma hora antes na entrada do Instituto, nos dias das apresentações.

          O Festival também conta com cenas hors concours. A abertura do evento, no dia 19, será com a apresentação de “Sofia e seus doze analistas”, inspirada no livro “Felicidade Clandestina”, de Clarice Lispector, que será interpretada pela atriz Valquiria Oliveira, e que será encenada na casa da diretora da cena, Celina Sodré. Já “Pequenos e grandes gestos de despedidas”, é uma cena síntese do conceito do festival. A atriz convidada Georgiana Góes com colaboração – e direção - do Faustini apresenta uma cena que mistura realidade e ficção, e que será encenada por ela para um espectador de cada vez, durante algumas horas. Além da Mostra Homenagem, na qual o público poderá conferir as cenas “O caso da vara”, da Cia. do Invisível, do Rio de Janeiro, baseada no texto de Machado de Assis. A Cia. do Invisível, de Santa Cruz, criada pelo diretor Alexandre Damascena é conhecida por realizar há anos cenas de contos de Machado de Assis nas casas dos moradores da região e a partir desse experiência que surgiu a inspiração para a criação do Festival Home Theatre e “Solano Trindade e suas negras poesias”, da Cia. Capulanas, de São Paulo, que retrata a força da mulher negra. Para todas as apresentações hors concours também haverá sorteio de ingressos pelo site.

          Fechando a programação, no dia 27, serão apresentadas 18 cenas que são resultado do processo de pesquisa, que 18 atores selecionados pelo Festival produziram a partir de histórias de jovens moradores do Borel e da Cidade de Deus. Nove cenas serão apresentadas em cada comunidade. Uma parte dos atores contará com a direção do inglês Kerry Michael, diretor do Theatre Royal Stratford East e a outra parte com a direção de Susanna Kruger.

          O Home Theatre – Festival Internacional de Cenas em Casa marca a volta de Faustini às artes cênicas. Longe do teatro desde 2007, quando dirigiu "O inimigo do povo", de Henrik Ibsen, ele continuou seu trabalho na cultura com projetos como a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, a primeira do gênero totalmente gratuita da Baixada Fluminense; a Escola Livre de Teatro, um trabalho de formação destinado a jovens artistas da Zona Oeste, e a Agência de Redes para Juventude, um programa proporciona aos jovens das comunidades cariocas pacificadas conexões e ferramentas para que possam atuar como agentes transformadores, por meio da criação de um projeto que beneficie a região em que vive.

          O diretor queria que seu retorno ao teatro fosse com um projeto capaz de unir o estímulo à criação com a intervenção de território, dois fatores recorrentes em seus trabalhos. “Histórias de vida como elementos de cena e a cidade como palco, o Home Theatre é um trabalho de intervenção da estética nos territórios”, explica.

PROGRAMAÇÃO:

ABERTURA

19 de março (terça-feira)

Cena: Sofia e seus doze analistas (RJ)

Duração: 20 min

Autor texto: Clarice Lispector, com dramaturgia de Celina Sodré e Valquíria Oliveira

Ator: Valquiria Oliveira

Diretor: Celina Sodré

Sinopse resumida: A partir do conto “Os Desastres de Sofia”, de Clarice Lispector, a cena narra a paixão de uma menina, de nove anos, por seu professor.

Horário: 20h

Local: Laranjeiras

MOSTRA CENAS EM CASAS

Mostra de cenas e performances de grupos e atores de diversos estados do país, em casas de diferentes territórios da cidade do Rio de Janeiro, seguido de conversa e jantar.

20 de março (quarta-feira):

Cena: A Cena (SP)

Duração: 20 min

Autor texto: Paloma Vidal

Ator: Fernanda Sanches

Diretor: Fernanda Sanches

Sinopse resumida: Uma jovem mulher recria, na beira do cais, a cena de despedida que dá sentido a sua vivência de desamparo.

Horário: 18h

Local: Santa Cruz

Cena: Amor Próprio (RJ)

Duração: 20 min

Autor texto: Leandro Muniz

Atriz: Cristina Fagundes

Diretor: Leandro Muniz

Sinopse resumida: A cena se inicia na cerimonia de casamento de Marina. Vemos também sua lua de mel apaixonada, seus planos e expectativas com a nova rotina de recém casada, consigo mesma.

Horário: 19h30

Local: Santa Cruz

Cena: Querida Mamãe (RJ)

Duração: 15 min

Autor texto: Bertolt Brecht

Ator: Deusa Leal

Diretor: Raffael Araujo e Valmir Aleixo

Violão: Nane Motta

Sinopse resumida: Fragmentos do texto “A Mãe” A vida da revolucionária Pelagea Wlassowa (segundo o romance de Máximo Gorki). Escrito em 1931. Uma mulher reflete sobre trabalho, filho e privações, enquanto costura em sua casa, num conjunto habitacional, na zona oeste da cidade.

Horário: 19h30

Local: Santa Cruz

Cena: Acorda Amor (RJ)

Duração: 20 min

Autor texto: Marcos Camelo e Florencia Santangelo

Ator: Florencia Santangelo

Diretor: Marcos Camelo

Sinopse resumida: Um conto de fadas que conforta o coração, uma atriz porque é o suficiente, vinte minutos porque é um desafio para contar uma eternidade.

Horário: 20h

Local: Santa Cruz

Cena: Como a chuva nos faz falta (Cabo Frio – RJ)

Duração: 15 min

Autor texto: Danilo Marks

Atriz: Amanda Leal

Diretora: Marina Gil

Sinopse resumida: Como a chuva nos faz falta questiona o que é, como é e onde está o amor. O toque, o choro, o cheiro e a falta do ser humano após a decisão da separação.

Horário: 19h30

Local: Vidigal

Cena: O Casaco (RJ)

Duração: 15 min

Autor texto: Vida Oliveira

Ator: Maria Bela

Diretor: Vida Oliveira

Sinopse resumida: O espetáculo conta a história de uma mulher tipicamente contemporânea e independente, que, sentindo-se pressionada por ela mesma e pela sociedade por não ter um grande amor, decide ir em busca dele, fazendo loucuras incríveis, que passam desde a tentar matar-se com pastilhas de hortelã a apaixonar-se por um completo desconhecido e nunca visto. Seguindo os rastros de um Casaco.

Horário: 19h30

Local: Catete

Cena: Como Matar Baratas (RJ)

Duração: 20 min

Autor texto: Livre adaptação de Julliano Mendes, baseado no conto "A quinta história", de Clarice Lispector.

Ator: Nadja Dulci

Diretor: Geuder Martins

Sinopse resumida: Uma mulher seguia sua vida em paz até começar a receber a visita de baratas no seu apartamento. Diante das angústias geradas por esse convívio ela vai para o campo minado, sua própria cozinha, preparar a receita de veneno caseiro que irá exterminá-las de uma vez por todas.

Horário: 19h30

Local: Laranjeiras

Cena: Mc K_Bela (RJ)

Duração: 20 min

Autor texto: Yasmin Thainá

Ator: Veruska Thaylla

Diretor: Anderson Barnabé

Sinopse resumida: Texto de Yasmin Thayná selecionado e inserido no livro da FLUPP 2012. Trata da dificuldade da aceitação, conflitos existenciais, convívio social e reviravolta na vida de uma jovem negra em função dos cabelos crespos.

Horário: 22h

Local: Lagoa

21 de março (quinta-feira):

Cena: A vida das palavras de Stela do Patrocínio (RJ)

Duração: 20 min

Autor texto: Viviane Mosé

Ator: Raquel Rocha

Diretor: Haroldo Rego

Sinopse resumida: Stela do Patrocínio, nascida a 9 de janeiro de 1941, interna da colônia Juliano Moreira por 30 anos, aos 51 após ter a perna amputada, morreu de infecção generalizada. Durante a reforma manicomial comandada pela Dra. Nise da Silveira sua fala foi gravada e chama atenção pela capacidade de transformar o discurso cotidiano, “sujo”, em elaboradas construções de linguagem, sua fala dissolve a sutil fronteira entre fato e invenção, vida e arte, e nos remete a um universo estético permeado de uma triste beleza. Surge, então, uma inesperada forma de poesia.

Horário: 19h30

Local: Providência

Cena: Cárcere de Maria Aragão (São Luiz – MA)

Duração: 20 min

Autor texto: Gisele Vasconcelos e Maria Ethel

Ator: Maria Ethel

Diretor: Gisele Vasconcelos

Sinopse resumida: Maria Ethel apresenta neste solo a vida da maranhense Maria José Camargo Aragão, sua luta, por uma sociedade justa e igualitária, a entrega apaixonada às causas sociais, que a levaram à prisão e tortura por cinco vezes. O solo mostra Maria Aragão como símbolo de luta e lição de vida.

Horário: 19h30

Local: Providência

Cena: Transviado (Pacatuba – CE)

Duração: 20 min

Autor texto: Rodrigo Ferrera

Ator: Rodrigo Ferrera

Diretor: Jean Carlos Barbosa

Sinopse resumida: Transviado é o grito indignado de um ator em auto-descoberta. É a tentativa quase esquizofrênica de entender onde moram as sutilezas do gênero dentro do ser humano. Através da imagem do transgênero, tão marginalizado em nossa sociedade, a cena propõe um reflexão muito verdadeira: o que existe por debaixo das imagens pré-formuladas dos transexuais? Será que no final das contas, essa procura por si próprio não é vivida por todos nós?

Horário: 19h30

Local: Centro

Cena: Trauma Cha Cha Cha – Sonorização Hipnótica para objetos desaparecidos (Bauru – SP)

Duração: 20 min

Concepção: Limerson Morales

Ator: Limerson Morales

Diretor: Limerson Morales

Sinopse resumida: Uma voz se manifesta a partir de algo em torno dela. Alguém olha, move o pescoço e guizalha. Pios e cios de revolução sustentam contradições envenenando raízes com variáveis. Eu vou tirar isso tudo das minhas costas evocando para tanto o rebolado mais seminal.

Horário: 19h30

Local: Tijuca

Cena: Mazela (Salvador – BA)

Duração: 20 min

Autor texto: Baseado no conto “Da Paz”, de Marcelino Freire

Ator: Leandro Santolli

Diretor: Leandro Santolli

Sinopse resumida: Mazela deixa em evidência uma temática muito atual em nossa sociedade moderna e violenta, onde a paz é personificada e tornada inimiga, além de causadora de todo o mal da humanidade. A paz, enquanto possibilidade de restauração utópica da sociedade é desconstruída, vira artigo de luxo inacessível ao miserável que mora no morro e que a vê como mais uma arma do poder para frear seus desejos de vingança e de rompimento da ordem (caótica) estabelecida.

Horário: 19h30

Local: Maré

Cena: Estátua (RJ)

Duração: 11 min

Autor texto: Fernanda Marques

Atriz: Fernanda Marques

Diretor: Rafael Machado

Sinopse resumida: A menina recria brincadeiras que vivia junto a sua irmã mais velha. A casa agora silenciosa é preenchida apenas por lembranças. Segredos de família são revelados e as brincadeiras ingênuas não se parecem mais como antigamente.

Horário: 19h30

Local: Maré

Cena: Curte ou Compartilha? (RJ)

Duração: 20 min

Autor texto: Camila Gamboa e Daivson Garcia a partir de adágios e anedotas de domínio público

Ator: Camila Gamboa e Daivson Garcia

Diretor: Veríssimo Jr

Sinopse resumida: Em lugar de uma representação ficcional tradicional com personagens, a cena se baseia num jogo entre dois atores que se enfrentam numa batalha de mensagens via Facebook. A plateia é convidada a participar do jogo dizendo, através de tabuletas, se curte, compartilha ou curte e compartilha as mensagens.

Horário: 19h30

Local: Maré

Cena: Sala de Bate-papo (RJ)

Duração: 20 min

Autor texto: Angela Weiner

Ator: Ayres Filho e Francisco Salgado

Diretor: Nilton Marques

Sinopse resumida: Sílvio e Neto, após flertarem em uma sala de bate papo, resolvem materializar os desejos e se encontram na casa de um deles.A partir desse encontro no plano da realidade, descobrem-se frustrados em suas expectativas.

Horário: 19h30

Local: Maré

22 de março (sexta-feira):

Cena: Ensaio sobre um Brasil pequeno (Porto Alegre – RS)

Duração: 15 min

Autor texto: Genifer Gerhardt

Ator: Genifer Gerhardt

Diretor: Genifer Gerhardt

Sinopse resumida: Tendo uma viagem por povoados de até seis mil habitantes do Nordeste ao Sul do Brasil como pano de fundo para contar histórias de miudezas, o ensaio apresenta personagens reais conhecidas por Genifer neste andar. Bonecos articulados em miniatura a brotar em roupas e delicadezas.

Horário: 19h30

Local: Pavuna

Cena: Nilza (RJ)

Duração: 20 min

Autor texto: Marina Mercier em colaboração com Ricardo Libertini e Vanessa Silveira

Ator: Marina Mercier

Diretor: Ricardo Libertini

Sinopse resumida: Marina, a partir de um vídeo caseiro de sua festa de aniversário gravado em 1991, compartilha memórias de sua avó, Nilza.

Horário: 19h30

Local: Pavuna

Cena: Onde está Lulú (São Luiz – MA)

Duração: 20 min

Autor texto: Texto adaptado de Bernad Shaw e Frederic Wedekind

Ator: Lígia D’ Cruz

Diretor: Luiz Pazzini

Sinopse resumida: O texto é uma colagem dramatúrgica de obras referentes ao mito de Galatéia. São diálogos transformados em monólogos que correspondem à memória da trajetória percorrida pela personagem Lulu desde a infância, passando pela puberdade até chegar a maturidade tornando-se uma grande artista.

Horário: 19h30

Local: Pavuna

Cena: O Faxineiro (SP)

Duração: 20 min

Autor texto: Roberto Boreinsten

Ator: Roberto Boreinsten

Diretor: Roberto Boreinsten e Francisco Carlos

Sinopse resumida: Um local. Um faxineiro. À medida que o faxineiro vai limpando o local de trabalho (uma casa, no caso do Festival Home Theatre) seus sonhos, aspirações e visões de mundo vão sendo revelados.

Horário: 19h30

Local: Pavuna

Cena: Benedita (Salvador – BA)

Duração: 20 min

Autor texto: Bruno de Sousa

Ator: Bruno de Sousa

Diretor: Bruno de Sousa

Sinopse resumida: Benedita é uma velha mulher contadora de histórias. Distrai-se com cantigas do passado e recria um universo particular para conviver com sua solidão. Lavadeira-curandeira-bruxa-feiticeira, em seu limite de vida, tece destinos através dos casos que conta relatando uma história arquetípica e mitológica.

Horário: 22h

Local: Flamengo

Cena: Sarau Sanitário (RJ)

Duração: 20 min

Autor texto: Marina Mara

Ator: Marina Mara

Diretor: Marina Mara

Sinopse resumida: É uma apresentação que mescla conversa de banheiro feminino com declamação de poesia sobre temas da vida contemporânea. Escrito e encenado pela poeta Marina Mara, o Sarau Sanitário também presenteará com uma intervenção poética o banheiro da casa-teatro.

Horário: 18h

Local: Urca

Cena: Meu corpo noite adentro (SP)

Duração: 15 min

Autor texto: William da Silva e Rafael Carvalho

Ator: Rafael Carvalho

Diretor: Danilo Roxette e Eliane Rocha

Sinopse resumida: Uma travesti até às seis. Um corpo estranho, que não consegue registro no universo simbólico, narra suas façanhas sobre o salto plataforma percorrendo as ruas atrás de sexo para pagar débitos, satisfazer impulsos, alargar fetiches, arriscar a pele.

Horário: 20h

Local: Humaitá

MOSTRA COMPETITIVA

Concorrem a dois prêmios de R$5 mil, todas as cenas inscritas na mostra “Cenas em casas”, com exceção das dramaturgias convidadas: “Sala de bate-papo” e “Curte ou compartilha”.

23 de março (sábado), das 16h às 22h: 12 cenas

24 de março (domingo), das 16h às 21h: 9 cenas

Grátis. Aberto ao público, com distribuição de senha 1h antes.

Local: Instituto do Ator – Rua da Lapa, 161 - Lapa

MOSTRA HOMENAGEM

Essa mostra é um programa único que reúne cenas da Cia do Invisível (RJ) e Cia Capulanas (São Paulo – SP), como homenageadas do festival, por já desenvolverem pesquisas e ações de teatro em casa.

23 de março (sábado), às 19h

24 de março (domingo), às 19h

Local: Horto

Cena: Solano Trindade e suas negras poesias / Cia Capulanas (SP)

Duração: 30 min

Autor texto: Poesias de Solano Trindade, Elizandra Souza e Capulanas

Ator: Adriana Paixão, Débora Marçal, Flávia Rosa e Priscila Preta.

Diretor: Cia Capulanas

Sinopse resumida: “Solano Trindade e suas Negras Poesias" retrata a força da mulher negra. As interpretes criadoras contribuem ainda com suas vivências narrativas traduzindo-as de forma poética. Retrata as descobertas e preconceitos sofridos às mulheres desde a infância até a fase anciã, dialogando ancestralidade e contemporaneidade por meio da musicalidade, coreografias corporais e poesias.

Cena: O caso da vara / Cia do Invisível (RJ)

Duração: 30 minutos

Autor texto: Machado de Assis

Ator: Dejanine Braga, Tony Felix, Jones Martins, Alex Nanin, Monica Parreira e Marcos Ferreira

Diretor: Alexandre Damascena

Sinopse resumida: Família obriga o rapaz a estudar em um seminário, e ele não quer seguir a vida religiosa.

MOSTRA A LINGUAGEM E A VIDA SÃO UMA COISA SÓ

Ficção e realidade se misturam a partir de memórias afetivas.

25 de março (segunda-feira), das 10h às 21h

26 de março (terça-feira), das 10h às 21h

Ao longo do dia, Georgiana Góes apresenta a cena diversas vezes para um espectador por vez.

Local: Laranjeiras

Cena: Pequenos e grandes gestos de despedidas (RJ)

Duração: 21 minutos

Autor texto: Georgiana Góes com colaboração do Marcus Faustini

Ator: Georgiana Góes

Diretor: Marcus Faustini

Sinopse resumida: Uma mulher, alguns objetos, uma tempestade, o e-mail, e um amor perdido. Uma história pessoal que se mistura com a ficção, uma experiência que vai acontecer na relação entre a atriz e um espectador de cada vez, durante algumas horas.

MOSTRA A LINGUAGEM E A VIDA SÃO UMA COISA SÓ II

27 de março (quarta-feira), às 19h

Local: Borel e Cidade de Deus

18 cenas fruto do processo de trabalho dos atores a partir de histórias de jovens moradores do Borel e da Cidade de Deus, com direção do inglês Kerry Michael, diretor do Theatre Royal Stratford East, e Susanna Kruger.

SERVIÇO:

Home Theatre – Festival Internacional de Cenas em Casa

19 a 27 de março de 2013

Entrada gratuita

Home Theatre nas Redes Sociais:

E-mail: contato@festivalhometheatre.com.br

Fanpage no Facebook: www.facebook.com/festivalhometheatre

Fotos no Flickr: www.flickr.com/festivalhometheatre

Vídeos no Youtube: www.youtube.com/festivalhometheatre

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