sexta-feira, 27 de maio de 2022

 Teatro/CRÍTICA


"Cuidado quando for falar de mim"


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Corajoso brado contra o preconceito e a discriminação


Lionel Fischer


Embora só tenha sido oficialmente identificada em 1981, estudos demonstram que a AIDS surgiu por volta de 1930. E o que vem a ser ela? É causada pelo vírus HIV, que interfere na capacidade do indivíduo de combater infecções. Inicialmente gerando efeitos devastadores, já há algum tempo a doença - ainda que não tenha cura - pode ser controlada através de tratamentos que  impedem a multiplicação do vírus. Ou seja: os infectados, desde que não negligenciem o tratamento, podem levar uma vida normal. Mas como a sociedade se relaciona com eles? Já não são mais discriminados? Já não mais padecem do estigma em torno da doença, posto que uma de suas formas de transmissão se dá pela prática de sexo não seguro, ou seja, sem preservativo? 

As questões acima formuladas, assim como outras - relações abusivas, dificuldade de se entregar ao amor, o livre arbítrio para abortar ou não etc. - estão na essência de "Cuidado quando for falar de mim", em cartaz na Sede das Cias até o próximo domingo. De autoria de Caroline Lavigne, a peça tem direção assinada por Ricardo Santos, estando o elenco formado por Higor Compagnaro, Juracy de Oliveira, Laura Araújo, Maurício Lima, Nina da Costa Reis, Taye Couto e Whiverson Reis - Jordhan Lessa faz participações em vídeos..

Embora aqui não exista uma narrativa no sentido convencional do termo, posto que as histórias apresentadas são independentes, cumpre registrar que as mesmas são intercaladas por vídeos protagonizados por Jordhan Lessa, que aborda com segurança e tranquilidade alguns aspectos instigantes de sua trajetória - não entro aqui em maiores detalhes pois isso privaria o espectador de comoventes e impactantes surpresas.

Com relação à dramaturgia propriamente dita, são apresentadas quatro cenas. Na primeira estamos diante de uma reunião de acolhimento de pessoas vivendo e convivendo com HIV. Em seguida tudo gira em torno de uma mulher que, cansada de ser tratada abusivamente pelo marido, encontra abrigo - físico, amoroso e espiritual - com uma vizinha; mas finalmente ela resolve voltar para o marido, ingenuamente acreditando que ele pode ter mudado. A terceira cena tem o aborto como tema. E na que encerra o espetáculo uma prostituta aceita o convite de um policial para viver com ele, com a condição de que ela jamais abra uma determinada mala. Por que será que ele faz esse pedido? 

Contendo pertinentes reflexões sobre os temas abordados, o ótimo texto de Caroline Lavigne recebeu sensível e criativa versão cênica de Ricardo Santos. E além disso muito corajosa, à medida que trabalha os conflitos de tal forma que nos faculta o indispensável tempo para absorvê-los e vivenciá-los. Neste sentido, o encenador confere ao silêncio um imenso potencial expressivo. Mas isto não significa que não haja passagens de ritmo acelerado, mas mesmo nessas há momentos de suspensão que geram instigante dúvida na plateia com relação ao que virá em seguida.

Com relação ao elenco, todos os profissionais que estão em cena exibem ótimos desempenhos, visceral capacidade de entrega e a certeza de que acreditam totalmente na relevância do projeto que ajudaram a materializar. A todos, portanto, parabenizo com o mesmo entusiasmo e a todos agradeço pelo precioso encontro que tivemos. 

Na equipe técnica, considero irrepreensíveis as colaborações de Isabella Raposo (vídeos), Tatiana Rodrigues (figurino), Rodrigo Marçal (direção musical), Eugenio Oliveira (iluminação) e Josué Ribeiro (programação visual).

CUIDADO QUANDO FOR FALAR DE MIM - Texto de Caroline Lavigne. Direção de Ricardo Santos. Com Higor Compagnaro, Juracy de Oliveira, Laura Araújo, Maurício Lima, Nina da Costa Reis, Taye Couto, Whiverson Reis e Jordhan Lessa (participação em vídeo). Sede das Cias. Sexta e sábado, 20h. Domingo, 19h. 

 








quinta-feira, 26 de maio de 2022

 16º PRÊMIO APTR DE TEATRO ANUNCIA OS INDICADOS DE 2021


LISTA DE INDICADOS PELO JÚRI

Autor:

Consuelo De Castro - Medeia Por Consuelo De Castro

Guilherme Gonzalez - Rainha

Júlia Spadaccini e Marcia Brasil - Angustia-Me

Luiz Marfuz - A Filha Da Monga

Pedro Bertoldi - A Última Negra


Direção:

Fernando Philbert - Cuidado Com As Velhinhas Carentes E Solitárias

Gabriel Fernandes E Bete Coelho - Medeia Por Consuelo De Castro

Marcos Damaceno - Árvores Abatidas Ou Para Luis Melo

Miwa Yanagizawa - Em Nome Da Mãe

Vinicius Arneiro - Aquilo De Que Não Se Pode Falar


Cenografia:

Analu Prestes - Sonhos Para Vestir

Desirée Bastos - Em Nome Da Mãe

Luciano Wieser - A Última Invenção

Natalia Lana - Cuidado Com As Velhinhas Carentes E Solitárias

Sara Antunes - Dora


Figurino:

Desirée Bastos - Em Nome Da Mãe

Kabila Aruanda - Sonhos Para Vestir

Marieta Spada - Cuidado Com As Velhinhas Carentes E Solitárias

Simone Mina E Carol Bertier - Gaivota

Quitéria Kelly - A Frasqueira De Jacy


Iluminação:

Elisa Mendes - Em Nome Da Mãe

Valdo León - Árvores Abatidas Ou Para Luis Melo

Renato Machado - Vozes Do Silêncio

Vilmar Olos - Cuidado Com As Velhinhas Carentes E Solitárias

Wagner Antônio - Dora


Música:

Barulhista - Ficções Sônicas 02

Federico Puppi - Em Nome Da Mãe

Felipe Storino - Aquilo De Que Não Se Pode Falar

Luciano Salvador Bahia - A Filha Da Monga

Marcelo Alonso Neves - Cuidado Com As Velhinhas Carentes E Solitárias


Ator em papel Coadjuvante:

Alexandre Mitre - Conectados

Eduardo Ramos - Psicose 4h48

Joelson Medeiros - Cuidado Com As Velhinhas Carentes E Solitárias

Osvaldo Mil - Pão E Circo

Thadeu Matos - Conectados


Atriz em papel Coadjuvante:

Luiza Curvo - Gaivota

Márcia Do Vale - Luíza Mahin - Eu Ainda Continuo Aqui

Maria Esmeralda Forte - Meu Filho Só Anda Um Pouco Mais Lento


Ator em papel Protagonista:

Claudio Mendes - Lições Dramáticas Por João Caetano

Felipe Codeço - Aquilo De Que Não Se Pode Falar

Henrique Fontes - A Frasqueira De Jacy

Luis Lobianco - Macbeth 2020

Sérgio Rufino - Rainha


Atriz em papel Protagonista:

Bete Coelho - Medeia Por Consuelo De Castro

Carolina Virgüez - Vozes Do Silêncio

Rosana Stavis - Psicose 4h48 / Árvores Abatidas Ou Para Luis Melo

Sara Antunes - Dora / Sonhos Para Vestir

Suzana Nascimento - Em Nome Da Mãe

Vilma Melo - Mãe De Santo


Espetáculo:

Aquilo De Que Não Se Pode Falar

Dora

Em Nome Da Mãe

Ficções Sônicas 02

Medeia Por Consuelo De Castro

Vozes Do Silêncio


Jovem Talento – Troféu Manoela Pinto Guimarães:

Elenco - Invencíveis

Elenco - Revolução Na América Do Sul

Felipe Frazão - Meu Filho Só Anda Um Pouco Mais Lento

Lucas Andrade - Ficções Sônicas 02

Yumo Apurinã - Por Detrás De O Balcão


LISTA DE INDICADOS POR MEMBROS DA COMISSÃO DO PRÊMIO

Espetáculo Infanto-Juvenil:

A Menina Akili E Seu Tambor Falante, O Musical - Autor: Verônica Bonfim|

Direção: Rodrigo França

Ah, Se La Fontaine Estivesse Por Aqui... - Autor: Denise Crispun| Direção: Marta

Paret

Cabelos Arrepiados - Autor: Karen Acioly| Direção: Tércio Silva

Na Borda Do Mundo - Autor: Cecília Ripoll Direção: Bando De Palhaços Com

Supervisão Cênica De Luiz Carlos Vasconcelos

Papelê - Uma Aventura De Papel - Autor: Dramaturgia De Max Reinert A Partir De

Processo Colaborativo De Criação| Direção: Max Reinert

Quase De Verdade - Autor: Clarice Lispector| Direção Coletiva: Carol Badra,

Débora Duboc, Gpeteanh, Marco Lima E Petrônio Gontijo


Categoria Especial:

Ana Beatriz Nogueira - Pelo Projeto "Teatro Sem Bolso".


Produção:

Zaquim - O Musical - Aventura Teatros Ltda

Pinóquio - Cia Pequod - Teatro De Animação

O Dragão - Companhia Ensaio Aberto

Coração De Campanha - Niska Produções Culturais Ltda.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

 s

 

Cia OS SATYROS oferece oficinas gratuitas de dramaturgia, direção e atuação para meios digitais.

 

A cia encenou nada menos que 16 espetáculos especialmente criados para o meio on-line  durante a pandemia, muitos deles com elencos de todos os continentes, fomentando um diálogo mundial inédito nas artes cênicas.

Estas peças criadas durante a pandemia reuniram um público de cerca de 60.000 espectadores/aparelhos conectados e receberam um total de 12 prêmios e 14 indicações nacionais e internacionais, no Brasil, nos EUA, na Europa e na Ásia.

As oficinas atenderão a um público sem fronteiras, uma vez que serão realizadas também online.

INSCRIÇÕES E MAIS INFORMAÇÕES:

► ATUAÇÃO PARA TEATRO DIGITAL: https://forms.gle/ibcw1M6e6BmHH4NcA  ► ENCENAÇÃO PARA TEATRO DIGITAL: https://forms.gle/8KDn4PaYojiBbfQ17  ► DRAMATURGIA CONTEMPORÂNEA E ESCRITA PERFORMATIVA: https://forms.gle/adzLV4yKqjBsbE9M6   ► Ou no site www.satyros.com.br/oficinasINSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ 29 DE MAIO

A cia. teatral Os Satyros é também uma das mais antigas e importantes em São Paulo, já produziu  em 32 anos mais de 100 espetáculos, se apresentou em 27 países e ganhou mais de 100 prêmios – incluindo os maiores do teatro brasileiro, como APCA, Shell, Mambembe, APETESP e Governador do Estado de São Paulo.