quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Teatro/CRÍTICA

"Ou tudo ou nada - O musical"

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Deliciosa montagem no Net Rio




Lionel Fischer



Os que entendem da vida sustentam que, em tempos de crise, a criatividade aumenta. E é mesmo possível, ao menos se tomarmos como exemplo Jerry e Dave. Desempregados há meses, o primeiro correndo o risco de perder a guarda do filho e o segundo a atual esposa, ambos decidem dar a seguinte e inesperada guinada em suas vidas: formar uma trupe composta por homens igualmente desempregados para apresentar um show de streap-tease - a ideia surgiu após constatarem que as mulheres não hesitam em pagar um alto preço para desfrutar as delícias de um show dessa natureza. No entanto, será que a empreitada daria certo, já que protagonizada por homens comuns e possuidores de corpos isentos de sedutoras protuberâncias e instigantes concavidades?

Eis o enredo de "Ou tudo ou nada - O musical", em cartaz no Teatro Net Rio. Primeira versão brasileira do musical americano "The Full Monty" (texto de Terrence McNally e música de David Yazbek) baseado no filme homônimo britânico, o espetáculo chega à cena com versão para o português assinada por Artur Xexéu e direção de Tadeu Aguiar. No elenco, Mouhamed Harfouch, Claudio Mendes, André Dias, Victor Maia, Carlos Arruza, Sergio Menezes, Xande Valois, Patrícia França, Kacau Gomes, Sylvia Massari, Samantha Caracante, Carol Futuro, Sara Marques, Larissa Landin, Fabio Bianchini, Felipe Niemeyer e Gabriel Peregrino.

Os que entendem de teatro, seja qual for o gênero, sustentam ser imprescindível se partir de uma boa ideia. Embora não concorde com tal premissa (ou alguém acha que "Hamlet" parte de uma boa ideia?), no presente caso admito duas coisas. A primeira: a ideia é sensacional. A segunda: só mesmo um autor e um músico medíocres conseguiriam o prodígio de desfigurá-la. 

Felizmente, McNally e Yazbeck materializaram uma obra irretocável - o texto, pleno de humor e humanidade, e de impressionante atualidade, cativa a plateia desde o início; e as belas canções são determinantes para a compreensão e evolução da trama, jamais surgindo como meros acessórios para atores/cantores exibirem seus dotes vocais. E, evidentemente, cabe ressaltar a excelente versão para o português feita por Artur Xexéu, a irretocável direção musical de Miguel Briamonte e a deliciosa encenação de Tadeu Aguiar.

Impondo à cena uma dinâmica ágil e criativa, irrepreensível no tocante aos tempos rítmicos e sempre atenta no sentido de valorizar ao máximo todos os diversificados conteúdos em jogo, tanto os mais dramáticos quanto aqueles em que o humor predomina, Tadeu Aguiar exibe o mérito suplementar de haver extraído ótimas atuações de todo o elenco, seja no que se refere aos protagonistas, seja no que concerne aos que têm oportunidades menores. 

E mesmo que alguns possuam vozes mais poderosas, aqui isso não é tão relevante, pois o que está em causa é um universo composto por pessoas comuns - ao menos para mim haveria de soar um tanto estranho se, por exemplo, lá pelas tantas uma atriz que faz uma participação menor emitisse agudos ou graves de uma Maria Callas...

Com relação à equipe técnica, considero irrepreensíveis as colaborações de todos os profissionais envolvidos nesta divertida empreitada teatral - Edward Monteiro (cenografia), Ney Madeira e Dani Vidal (figurinos), Alan Rezende (coreografia), (David Bosboom e Dani Sanchez (desenho de luz), Gabriel D'Angelo e Bruno Pìnho (desenho de som), Harold Wheeler (orquestração), Ted Sperling (arranjos vocais e incidentais), Zane Mark (arranjos para músicas de dança) e Mirna Rubim (preparação vocal). Cabe também destacar a excelência dos músicos Miguel Briamonte e Daniel Sanches (piano), Josias Franco, Ricardo Hulck e Marco Moreira (sopros), Marcelo Rezende (guitarra), Leandro Vasques (baixo) e Tiago Calderano (bateria).

E, finalmente: ainda que não tenha particularizado nenhuma atuação por considerar excelentes todas elas (como já dito), faço absoluta questão de expressar meu total encantamento com a performance do menino Xande Valois que, além de exibir forte presença cênica e incrível charme, interpreta com extrema competência o difícil papel de Nathan, filho de Jerry. 

OU TUDO OU NADA - O MUSICAL - Texto de Terrence McNally. Música de David Yazbek. Versão para o português de Artur Xexéu. Direção de Tadeu Aguiar. Com Mouhamed Harfouch, Claudio Mendes e grande elenco. Teatro Net Rio. Quinta e sexta, 21h. Sábado às 18h e 21h30. Domingo, 19h.








terça-feira, 27 de outubro de 2015

Teatro/CRÍTICA

"Pequenos poderes"

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Direção e elenco valorizam ótimo texto



Lionel Fischer



"O bullying sofrido por um aluno de origem nordestina, a tensão entre um assaltante e a gerente em uma agência bancária, a confissão recheada de situações cabeludas a um padre, a entrevista tendenciosa feita por uma entrevistadora de TV e o depoimento de um réu com opiniões polêmicas durante o próprio julgamento costuram o texto de Pequeno Poderes, que discute a ruptura de valores da sociedade atual, questionando qual seria o limitador mais eficiente para os nossos impulsos: religião? Lei? Ética? Ou simplesmente a ausência do poder?".

Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima resume o enredo das cinco narrativas e propõe uma pertinente questão. De autoria de Diego Molina, "Pequenos poderes" (inspirado na obra do cartunista Nani) está em cartaz na Casa da Gávea. Breno Sanches responde pela direção da montagem, que traz no elenco Andy Gercker, Bia Guedes, Zé Auro Travassos e Rita Fischer - esta última substituindo Mariana Consoli desde a semana passada.  

Afora exibirem diálogos ágeis, críticos e personagens bem estruturados (na medida em que podem ser bem estruturados personagens de narrativas muito curtas), os textos de Diego Molina possuem o mérito suplementar e surpreendente de inverter sempre os papéis entre dominadores e dominados, fazendo com que tais reviravoltas não se tornem nem um pouco gratuitas. Um bom exemplo, e talvez o melhor e mais engraçado, é o quadro envolvendo o assaltante e a gerente de uma agência bancária - o assaltante acaba sendo convencido pela gerente a devolver tudo o que acabara de roubar, com argumentos burocraticamente hilariantes.

Com relação à montagem, Breno Sanches impõe à cena uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico. Suas marcas, sempre criativas e diversificadas, valorizam ao máximo todos os conteúdos propostos pelo autor, cabendo ressaltar a coragem do encenador para, não raro, enveredar por um caminho cujo paroxismo poderia se revelar desnecessário, mas que no presente caso se mostra perfeitamente adequado e coerente.

No elenco, Bia Guedes está muito bem na pele da insana e punitiva professora, assim como no da tendenciosa entrevistadora, mas acredito que ainda possa se soltar mais quando vive a promotora carente de um braço. Andy Gercker convence plenamente em todas as suas participações, em especial no quadro do julgamento, quando seu personagem renuncia ao papel de julgado e passa a julgar as instituições. Zé Auro Travassos exibe a mesma excelência, sendo impagável sua performance na pele do homem que faz confissões ao sacerdote. Rita Fischer está muito bem vivendo a gerente do banco (atuação propositadamente calma e suavemente irônica), mas seu melhor momento ocorre interpretando a entrevistada, quando exibe impecável trabalho vocal e corporal.

Na equipe técnica, Ana Luiza de Simoni assina expressiva iluminação, que em muito colabora para ressaltar os diversificados climas emocionais em jogo. Bruno Perlatto responde por ótimos figurinos, a mesma excelência presente na cenografia de Diego Molina, na trilha sonora de Armando Babaioff e Breno Sanches, nos adereços de Tuca e no visagismo de Diego Nardes.

PEQUENOS PODERES - Texto de Diego Molina. Direção de Breno Sanches. Com Andy Gercker, Bia Guedes, Rita Fischer e Zé Auro Travassos. Casa da Gávea. Sexta e sábado, 21h. Domingo, 20h.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

CONCURSO DE DRAMATURGIA
“SELEÇÃO BRASIL EM CENA”ANUNCIA OS 12 FINALISTAS


Projeto querevela novos talentos da dramaturgia brasileira em todo o país
recebeu 265 textos de 13 estados e do Distrito Federal

Leituras dramatizadas das peças dos 12 finalistas serão realizadascom estudantes de teatro em três unidades do CCBB – Rio, Brasília e Belo Horizonte – em novembro

Os três grandes vencedores serão anunciados no dia 06 de dezembro
e terão suasobras encenadas em março de 2016 


Promovido pelo Centro Cultural Banco do Brasil, o concurso nacional de dramaturgiaSeleção Brasil em Cena divulga os 12 finalistas que vão participar dos ciclos de leituras dramatizadas, entre os dias 21 de novembro e 06 de dezembro, nas unidades do CCBB participantes –Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília – e os três finalistas terão como prêmio suas montagens patrocinadas pelo Banco do Brasil.O projeto tem como principal objetivo fomentar a criação de obras inéditas de novos dramaturgos. Entre 24 de agosto e 24 de setembro, o projeto recebeu 265 textos de 13 estados e do Distrito Federal. As inscrições foram feitas exclusivamente no site oficial:www.selecaobrasilemcena.com.br. Em sua sétima edição, o gênero infantojuvenil foi incluído no regulamento.

Os 12 finalistas selecionados são de três estados (um da Bahia, dois de São Paulo e nove do Rio de Janeiro): A tropa(Gustavo Pinheiro/Tragicomédia/RJ), Algum lugar onde nunca estive(Bernardo Florim/Drama/RJ), Com as mãos vazias(EdihLongo/Drama/SP),Elas (João Rodrigo Ostrower/Híbrido/SP), Maioridade (Flávio Goldman/Híbrido/RJ),Mandíbula (Roberval Tamanho/Drama/RJ), Na real(Rogério Corrêa/Drama/RJ), Obra do acaso (Flavio Freitas/Drama/RJ),Princípios transgredíveis para amores precários(ThalesParadela/Drama/RJ), Projeto Stockton(Caroline Rainatto/Drama/RJ), Sobre cordeiros, navalhas e dentes-de-leão (André Luis Silva/Drama/BA) e o infantojuvenil Um caminho para Sara(Thales Paradela/RJ).
Durante o ciclo de leituras dramatizadas, os três textos vencedores serão eleitos por meio do voto dos diretores e do público. As leiturasserão realizadas com alunos de escolas de teatro sob a direção de profissionais do setor de artes cênicas. Os autores vencedores serão revelados no dia 06 de dezembro. Eles terão como prêmio suas montagens patrocinadas pelo Banco do Brasil e ganharão temporadas nos teatros das unidades do CCBB do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, a partir de março de 2016.

                                                                                                                                         
Os inscritosforam avaliados por uma comissão julgadoraformada por profissionais do setor de artes cênicas do Rio, Belo Horizonte e Brasília. O júri só conheceu os nomes dos autores após a escolha dos 12 finalistas.Os jurados são: Beatriz Radunsky (jornalista, curadora,gestora cultural e idealizadora de projetos culturais), Felipe Vidal (diretor teatral, ator, dramaturgo e tradutor), João Coelho(produtor e gestor cultural), Luciana Eastwood Romagnolli (jornalista, crítica e pesquisadora de teatro), Sérgio Coelho Pinheiro (ator, autor e diretor teatral, promotor cultural e produtor), Sergio Fonta (escritor, ator e diretor), ShalaFelippi (jornalista, atriz, diretora, roteirista e diretora de imagens),Sergio Maggio (crítico, curador e pesquisador teatral) e Soraya Belusi(jornalista, pesquisadora e crítica teatral).

Oficinas e banco de textosComo parte do projeto de estimular o fomento à nova dramaturgia, a formação de plateia e a visibilidade de novos criadores, o Seleção Brasil em Cena promove “Oficinas de dramaturgia” ministradas por importantes dramaturgos brasileiros. Nesta edição, as oficinas acontecerão em São Paulo (SP), Campinas (SP), Palmas (TO) e no Rio de Janeiro (RJ).

Este ano, as inscrições foram feitas somente pelo site oficial do projeto (www.selecaobrasilemcena.com.br).A ferramenta criada para fazer o cadastramento unicamente on-line vai gerar um importante banco de textos. O material enviado pelos selecionados ficará disponível para consulta após o término do concurso. A informatização do processo de seleção é uma das novidades da sétima edição do Seleção Brasil em Cena.

A história do projeto Desde sua criação em 2006, o Seleção Brasil em Cenajá recebeu mais de 1.400 textos de autores de todo o Brasil. As leituras dramatizadas foram dirigidas por expressivos nomes do teatro brasileiro contemporâneo: Moacir Chaves, Ivan Sugahara, Gilberto Gawronski, Stella Miranda, Paulo de Moraes, André Paes Leme, Inez Viana, entre outros. Ao longo das seis edições, quase 300 atores indicados por escolas de teatro participaram das leituras e encenações.“Além de contribuir para formação de plateia, o concurso tem o mérito de inserir novos atores de escolas de teatro no mercado de trabalho. As leituras dramatizadas os colocam em contato direto com diretores experientes do mercado de artes cênicas”, ressalta o produtor Sérgio Saboya, idealizador do projeto.

Os vencedores das edições anteriores – A peça “A tragédia de Ismene”, uma moderna tragédia grega escrita por Pedro de Senna (1ª edição), ganhou uma encenação dirigida por Moacir Chaves. “É samba na veia, é Candeia”, de Eduardo Riecche (2ª edição),foi indicado ao Prêmio Shell 2009 na categoria“melhor texto” eagraciado com o prêmio de “melhor direção musical”. Em 2011,“Tempo de solidão”, de Márcia Zanellatto(3ª edição) foi eleito um dos dez melhores do ano pelo jornal “O Globo”. Em 2012, “Não me diga adeus”, de Juliano Marciano (4ª edição) foi indicado ao Prêmio Shell de“melhor direção musical”.

Na 5ª edição, o concursopassou a incluir apresentações no CCBB Brasília. “Arresolvido” (etapa Rio), de Ronaldo Ventura, que cumpriu uma segunda temporada no Teatro Gláucio Gill; e “Sexton” (etapa Brasília), de Helena Machado e Juliana Shimitz, que foi convidado paraparticipar do Festival Internacional Cena Contemporânea, em Brasília.“Camélia”, de Ronaldo Ventura e “Casarão ao vento”, de Francisco Alves foram os vencedores da 6ª edição.

Os finalistas que se destacaram na cena – As leituras dramatizadas dos textos finalistas trazem visibilidade aos novos autores e podem se desdobrar em oportunidades de trabalho. Na primeira edição, quatro dramaturgos tiveram os direitos de seus textos comprados por Stella Miranda, Carlos Maciel e Louise Cardoso. “Velha é a mãe”, de Fabio Porchat (finalista da 1ª edição), foi montado com direção de João Fonseca e com Louise Cardoso no elenco. “Quatro faces do amor”, de Eduardo Bak (finalista 2ª Edição) ganhou uma montagem profissional; e “Bandeira de Retalhos”, de autoria do músico e dramaturgo Sérgio Ricardo (finalista da 3ª edição), foi montado pelo grupo Nós do Morro.

Seleção Brasil em Cena (números das seis edições anteriores)
Ano de criação: 2006
Número de edições: 6
Espetáculos premiados com montagem(Rio e Brasília): 8
Público (leituras, oficinas e espetáculos no Rio e Brasília: 21 mil
Textos inscritos: 1.411
Textos finalistas: 72
Leituras Dramatizadas (Rio e Brasília): 96
Diretores: 22
Estudantes de teatro: 297
Oficinas de dramaturgia: 21
Dramaturgos ministrantes: 5
Cidades onde foram ministradas as oficinas: 20
Participantes das oficinas: 420
Regiões onde foram ministradas as oficinas: Norte, Nordeste, Centro Oeste,
Sudeste e Sul

As etapas do Seleção Brasil em Cena 2015

Entre 24 de agosto e 24 de setembro: inscrições dos textos no site do concurso.
Dia 22 de outubro:anúncio dos doze textos selecionados em cada cidade (Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte).
Entre 21 de novembro e 06 de dezembro: leituras dramatizadasnas três unidades do CCBB do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.
Dia 06 de dezembro:anúncio dos três textos finalistas que serão montados em 2016.
A partir de março de 2016:montagens dos três textos vencedores nos teatros das três unidades do CCBB participantes.




 Assessoria de imprensa Seleção Brasil em Cena

Bianca Senna
(21) 97928-0055 / 3477-9712

Paula Catunda
(21) 98795-6583 / 2286-6583

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Brasília
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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Teatro/CRÍTICA

"Em um lugar chamado Lugar Nenhum"

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Texto e espetáculo encantadores



Lionel Fischer



"Em 1950, em um vilarejo longínquo nordestino chamado Lugar Nenhum, pouco tempo tinha desde a chegada do maior meio de comunicação na cidade: o rádio. Através dele, os pacatos cidadãos daquele local tomam conhecimento do restante do mundo. Sem que percebam, seja para o bem ou para o mal, esse aparelho moderno vira de ponta cabeça a vida de um jovem casal que estava fadado a se conhecer, casar, trabalhar, ter filhos e...Só".

Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima resume o contexto e o enredo de "Em um lugar chamado Lugar Nenhum", de autoria de Agatha Duarte. Em cartaz no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil, a peça chega à cena com direção de Rogério Fanju e elenco formado por Rafael Canedo, Agatha Duarte e Guilherme Dellorto.

Tendo como inspiração a literatura de cordel, a autora Agatha Duarte escreveu um texto que seduz pela beleza da escrita e pertinência com que aborda diversificados temas, tais como o amor, a necessidade de crescimento individual, as dúvidas que nos assaltam quando decidimos sair de nossa zona de conforto etc. E tudo isso dentro de uma atmosfera que mescla permanentemente humor e lirismo, ingredientes que encantam a plateia ao longo de toda a montagem.

Esta, por sinal, está em total sintonia com o material dramatúrgico. Valendo-se de marcas não raro surpreendentes e quase sempre muito expressivas, Rogério Fanju exibe o mérito suplementar de haver extraído ótimas atuações do elenco. Na pele dos protagonistas, Agatha Duarte e Rafael Canedo revelam grande capacidade de entrega e ótimo entrosamento, com Guilherme Dellorto exibindo presença e versatilidade nos vários personagens que interpreta.

Na equipe técnica, considero de excelente nível as contribuições de todos os profissionais envolvidos nesta encantadora empreitada teatral - José Dias (cenografia), Leysa Vidal (iluminação), Daniele Geammal (figurino) e Roberto Bahal (direção musical). Cabe também destacar a ótima preparação corporal feita por Sandra Prazeres. 

EM UM LUGAR CHAMADO LUGAR NENHUM - Texto de Agatha Duarte. Direção de Rogério Fanju. Com Rafael Canedo, Agatha Duarte e Guilherme Dellorto. Teatro II do CCBB. Sexta a segunda, 19h30.


terça-feira, 20 de outubro de 2015

Teatrro/CRÍTICA

"Abajur lilás"

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Choque de linguagens minimiza alcance do texto



Lionel Fischer



"As prostitutas Dilma, Célia e mais adiante Leninha vivem confinadas num cubículo, exploradas pelo cafetão Giro, que vive acompanhado pelo segurança Oswaldo, um sádico torturador. Dilma é uma mulher sofrida e só aceita as condições impostas por causa do filho que precisa sustentar. Célia, revoltada e explosiva, bebe todos os dias e quase não rende de noite. E por não aguentar mais as pressões e ameaças de Giro, propõe um plano para Dilma: matar o cafetão e ficar com o prostíbulo. Mas um incidente provocado por Leninha acaba fazendo com que as coisas são saiam como planejadas".

Extraído (e levemente editado) do release que me foi enviado, o trecho acima resume o enredo e o contexto de "Abajur lilás", de autoria de Plínio Marcos (1935-1999). Em cartaz no Teatro Sesc Tijuca, a montagem leva a assinatura de Renato Carrera, estando o elenco formado por Andreza Bittencourt (Dilma), Larissa Siqueira (Célia), Laura Nielsen (Leninha), Éber Inácio (Giro) e Higor Campagnaro (Osvaldo).

Muito já se escreveu sobre esta peça, pela maioria dos analistas considerada uma das mais violentas e politizadas do genial autor paulista. Por ter sido escrita em 1969 e censurada pela ditadura em 1975, não são poucos os que a consideram uma metáfora do que o país vivia sob o regime militar. E embora ache pertinente esta visão, ainda assim minha leitura sempre foi (e continua sendo) mais realista do que metafórica, e o que me encanta no texto é a capacidade de Plínio Marcos de retratar com tanta crueza e agudez um universo impregnado de violência e ausência de perspectivas, mas nem por isso isento de dilacerada poesia.  

Mas a presente montagem me gerou muitas dúvidas. Se por um lado o encenador Renato Carrera faz absoluta questão de investir no realismo - muitas cenas de nudez, como aquela em que as mulheres se lavam em bacias ou a frustrada tentativa do impotente torturador de fazer sexo com Dilma -, por outro esse investimento acaba soando estranho, já que as mencionadas cenas (e muitas outras) são revestidas de um evidente caráter ritualístico. Ou seja: estaríamos diante de uma proposta em cujo cerne habitariam tanto o realismo como o ritual, o que para mim minimiza o alcance do texto. 

E essa dualidade se estende por todos os segmentos do espetáculo. Como é evidente, a ação se passa em um mísero cubículo. No entanto, a cenografia de André Sanches exibe paredes de telhas translúcidas, certamente para permitir maiores possibilidades expressivas para a bela iluminação de Renato Machado. Com relação aos figurinos, corretos para as prostitutas, os mesmos me parecem totalmente exagerados no que diz respeito a Giro e Osvaldo - este último, por sinal, sugere estar paramentado para uma festa sadomasoquista, o que ao menos para mim retirou do personagem todo o seu caráter aterrorizante. No que concerne à trilha sonora de Alexandre Elias, esta pontua com eficiência os climas emocionais em jogo, cabendo destacar a ótima preparação corporal de Felipe Koury.

No que diz respeito à performance do elenco, muitas pessoas me disseram ter ficado admiradas com a coragem das atrizes de exporem totalmente seus corpos em situações nem um pouco glamurosas. De minha parte, não vejo nisso coragem alguma, apenas adesão total a uma proposta cênica. A coragem que as atrizes exibem - e esta sim cabe destacar com entusiasmo - é muito mais a de se desnudarem interiormente, de se esvaziarem para serem preenchidas e impregnadas de sentimentos e contradições que provavelmente desconheciam - ao menos no nível exigido por Plínio Marcos. 

Ainda assim, e mesmo admirando as performances de Andreza Bittencourt, Larissa Siqueira e Laura Nielsen, acredito que todas poderiam se sair ainda melhor se encontrassem mais variações de tom, que a meu ver não precisa ser tão exacerbado o tempo todo. Éber Inácio e Higor Campagnaro exibem vigor e grande capacidade de entrega, mas a composição de seus personagens me parece bastante equivocada. 

ABAJUR LILÁS - Texto de Plínio Marcos. Direção de Renato Carrera. Com Andreza Bittencourt, Laura Nielsen, Larissa Siqueira, Higor Campagnaro e Éber Inácio. Teatro Sesc Tijuca. Sexta a domingo, 20h.






segunda-feira, 19 de outubro de 2015

MULTICIDADE - FESTIVAL INTERNACIONAL DE MULHERES NAS ARTES CÊNICAS

Primeiro Festival na Cidade do Rio de Janeiro inteiramente dedicado à produção teatral feminina, o “Multicidade - Festival Internacional de Mulheres nas Artes Cênicas”, que em sua primeira edição recebe mais de 50 artistas de 10 países da Europa, América Latina e Oceania,acontece de 31 de Outubro a 7 de Novembro de 2015, no Espaço Tom Jobim, localizado dentro do Parque Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 70% da programação é gratuita.

Organizado pela atriz italiana Paola Vellucci, pela diretora sérvia Jadranka Andjelic e pela cineasta brasileira Eveline Costa, a programação do Multicidade é focada na produção teatral contemporânea, contemplando 11 espetáculos (7 internacionais), 4 performances (1 internacional), 8 oficinas (5 internacionais), 3 fóruns, 3 instalações e Espaço Aberto reservado para intercâmbio entre público e artistas. Durante 8 dias, mulheres artistas, ativistas sociais, pensadoras, de culturas diversas: Argentina, Dinamarca, Itália, México, Noruega, Nova Zelândia, Sérvia, Suiça, Reino Unido e Brasil, com artistas de Brasília, Florianópolis, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, vão compartilhar suas práticas e experimentações na produção teatral contemporânea, nas suas múltiplas facetas, interferindo na cidade, dialogando sobre o fazer e pensar o teatro e suas plataformas, entre as diferentes gerações. “Todos os trabalhos possuem forte referência ao conflito da modernidade”, comenta Jadranka Andjelic.

O Multicidade é um espaço de intercâmbio e de estímulo à solidariedade entre realidades sociais distintas e de aprendizado mútuo entre as participantes. Através dos fóruns cria-se um espaço qualificado que atenda à necessidade de reflexão, questionamentos e contribui com a valorização do fazer artístico das mulheres. As 8 oficinas (3 delas gratuitas e destinadas a pessoas menos favorecidas economicamente) oferecem a oportunidade de experimentar diferentes técnicas, que são a base dos espetáculos, como também envolver participantes e empoderar as mulheres das comunidades do Rio de Janeiro e alunos de escolas públicas. A programação completa está disponível no site www.multicidade.com.

Com o patrocínio da DOVE e Ministério de Cultura, por meio da Lei de Incentivo a Cultura, e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/Secretaria Municipal de Cultura, apoio do Consulado do México e do Consulado da Argentina, e realizado pela Sequência Filmes, Músicas e Cênicas e Studioline Filmes, o “Multicidade - Festival Internacional de Mulheres nas Artes Cênicas” faz parte da Rede Internacional de Mulheres nas Artes Cênicas Contemporâneas - THE MAGDALENA PROJECT (http://www.themagdalenaproject.org), fundada em 1986 e que até hoje teve mais de 100 encontros e festivais na Europa, Ásia, Austrália, América Latina e EUA.

Ficha Técnica

Comissão Organizadora: Paola Vellucci, Jadranka Andjelic e Eveline Costa / Concepção e Coordenação Geral: Paola Vellucci / Direção Artística: Paola Vellucci e Jadranka Andjelic /Direção de Produção e Direção Técnica: Eveline Costa / Coordenação de Projeto: Jadranka Andjelic / Produção Executiva e Logística: Érika Costa / Cenográfo: Oswaldo Eduardo Lioi / Coordenação de Montagem: Paulo Denizot / Coordenação de Palco: Rodrigo Ferreira / Técnico de Luz: Hermes Ericeira / Técnicos de Som: Jorge Madeira e Felipe Ribeiro / Coordenação de Oficinas: Tânia Ikeoka / Tradução: Zaba Azevedo e Eva Zilahi / Assistência de Produção: Leila Meirelles, Juliana Trimer e Otávio Silva / Secretária de Produção: Lohrana Cristine / Equipe Espaço Tom Jobim: Georgina Staneck, André Julião, Nicole Marengo, Leandro Alves e  Pardal Rondon / Projeto Gráfico: Bel Petri e Miguel Carvalho / Redes Sociais: Carol Costa / Assessoria de Imprensa: Ney Motta / Catering: Cacau Gourmet / Contabilidade: AGR Assessoria Contábil / Realização: Sequência f i l m e s, músicas e cênicas e Studioline filmes

Serviço

“Multicidade - Festival Internacional de Mulheres nas Artes Cênicas”
Período: 31 de Outubro a 7 de Novembro de 2015
Local: Espaço Tom Jobim – Rua Jardim Botânico 1008, Rio de Janeiro (dentro do Parque Jardim Botânico) – Tel. (21) 2274-7012 / 3874-0594
Programação – Para informações a respeito das atrações, inclusive classificação indicative, dias e horários, consulte o site www.multicidade.com
Valor do ingresso – Todas as atrações que acontecem até às 20h são gratuitas, a partir das 20h o ingresso custa R$ 30,00 (inteira).

31/10, Sábado
09:00h às 21:30h – Exposicão “La Negra de Goya” | Bel Petri / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
19:00h – Intervenções de Grafiteiras | Camila Camiz e Juliana Fervo / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
19:30h – Performance com Máscara | Erika Rettl, Teatro Moitará / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
20:00h – Espetáculo “NK603” | Violeta Luna / MÉXICO | Ingresso R$ 30,00 (inteira)

01/11, Domingo
09:00h às 21:30h – Exposicão “La Negra de Goya” | Bel Petri / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
15:00h – Fórum “O Sentido da Rede” | Julia Varley / DINAMARCA, Ana Woolf / ARGENTINA e Marisa Naspolini / Florianópolis-BRASIL | ENTRADA FRANCA
17:00h – Aula-Espetáculo “Sete Ventos” | Debora Almeida / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
17:30h – Documentário “Um filme de Dança” | Carmen Luz, Cia Étnica / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
20:00h – Espetáculo “O Tremor da Rosa” | Dah Teatro / SÉRVIA | Ingresso R$ 30,00 (inteira)
21:30h – Espetáculo “Esther Williams não quer mais nadar” | Andréa Elias / RJ-BRASIL | Ingresso R$ 30,00 (inteira)

02/11, Segunda-feira
09:00h às 21:30h – Exposicão “La Negra de Goya” | Bel Petri / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
14:30h – Espaço Aberto - Intercâmbio entre público e artistas | ENTRADA FRANCA
16:30h – Work in Progress “O Equilibrista” | Cia YinsPiração Contemporâneas / Brasília-BRASIL | ENTRADA FRANCA
17:00h – Palestra “Magdalena Brasília - Solos Férteis” | Luciana Martuchelli / Brasília-BRASIL | ENTRADA FRANCA
18:00h – Instalação “Invisívelvisível - No Reino da Paper Doll” | Paola Terranova / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
20:00h – Espetáculo “Ave Maria” | Julia Varley, Teatro ODIN / DINAMARCA | Ingresso R$ 30,00 (inteira)
21:30h – Performance “Gotas D’água” | Paola Luna / ITÁLIA-BRASIL | Ingresso R$ 30,00 (inteira)

03/11, Terça-feira
09:00h às 21:30h – Exposicão “La Negra de Goya” | Bel Petri / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
09:00h às 21:30h – Instalação “Invisívelvisível - No Reino da Paper Doll” | Paola Terranova / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
14:30h – Espaço Aberto - Intercâmbio entre público e artistas | ENTRADA FRANCA
17:00h –Documentário “O Projeto Magdalena - O que faz a rede crescer e se manter?” | Jill Greenhalgh e Sara Penrhyn Jones / UK | ENTRADA FRANCA
18:00h – Palestra “Gênero e Teatro” | Lúcia Sander / Brasília-BRASIL | ENTRADA FRANCA
20:00h – Espetáculo “Jogo de Damas” | Esther Weitzman Companhia de Dança / RJ-BRASIL | Ingresso R$ 30,00 (inteira)
21:30h – Espetáculo “Sementes da Memória” | Ana Woolf / ARGENTINA | Ingresso R$ 30,00 (inteira)

04/11, Quarta-feira
09:00h às 21:30h – Exposicão “La Negra de Goya” | Bel Petri / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
14:30h – Espaço Aberto - Intercâmbio entre público e artistas | ENTRADA FRANCA
16:30h – Fórum “Reflexões sobre a Cena Contemporânea e Multimídia” | Rossella Viti / ITÁLIA, Helen Varley Jemieson / NOVA ZELÂNDIA e Violeta Luna / MÉXICO | ENTRADA FRANCA
18:00h – Instalação “Tríptico: Ossos, Batom Vermelho e Hamlet” | Thais de Medeiros / SP-BRASIL | ENTRADA FRANCA
20:00h – Espetáculo “Não há médico para mortos” | Grenland Friteatret / NORUEGA | Ingresso R$ 30,00 (inteira)
21:30h – Espetáculo “Somático” | Monica Siedler / Florianópolis-BRASIL | Ingresso R$ 30,00 (inteira)

05/11, Quinta-feira
09:00h às 21:30h – Exposicão “La Negra de Goya” | Bel Petri / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
14:30h – Espaço Aberto - Intercâmbio entre público e artistas | ENTRADA FRANCA
16:00h – Performance “Work In Progress” | Núcleo de atrizes do Teatro Moitará / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
17:00h – Filme “Cada Vez Mais Longe” | Eveline Costa e Oswaldo Eduardo Lioi / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
18:15h – Instalação “Tapete Manifesto” | Coletivo Galeria Gruta / SP-BRASIL | ENTRADA FRANCA
20:00h – Espetáculo “Memórias do Pequeno Circo” | Sequência Cênicas e Coletivo Teatral Sala Preta / RJ-BRASIL | Ingresso R$ 30,00 (inteira)
21:30h – Espetáculo “Se o silêncio soubesse” | Cristina Castrillo, Teatro Delle Radici / SUÍÇA | Ingresso R$ 30,00 (inteira)

06/11, Sexta-feira
09:00h às 21:30h – Exposicão “La Negra de Goya” | Bel Petri / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
14:30h – Espaço Aberto - Intercâmbio entre público e artistas | ENTRADA FRANCA
17:00h – Palestra com Cantos “De Divas a Devas” | Alba Lírio / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
20:00h – Espetáculo “Vistos do Alto” | Vocabolomacchia teatro.studio / ITÁLIA | Ingresso R$ 30,00 (inteira)
21:30h – Performance “Ofélia Explica” | Lúcia Sander / Brasília-BRASIL | Ingresso R$ 30,00 (inteira)

07/11, Sábado
09:00h às 21:30h – Exposicão “La Negra de Goya” | Bel Petri / RJ-BRASIL | ENTRADA FRANCA
10:00h – Apresentação da oficina “Laboratório Madalena-Anastácia: Teatro das Oprimidas” | ENTRADA FRANCA
12:00h – Apresentação da oficina “As Mulheres e os Silêncios da História” | ENTRADA FRANCA
16:00h – Foto Instalação (resultado do oficina) “Sapatinhos Vermelhos” | ENTRADA FRANCA
19:00h – Cyberfomance “Temos uma questão!” | Helen Varley Jamieson / NOVA ZELÂNDIA | ENTRADA FRANCA
21:00h – Show Musical “Encantações” | Renata Rosa / Recife-BRASIL | Ingresso R$ 30,00 (inteira)


Ney Motta | contemporânea comunicação
assessoria de imprensa
21 98718-1965 / 2539-2873

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sábado, 17 de outubro de 2015

(UNIRIO/PROEXC - PROJETO CULTURAL) E
SOCIEDADE PSICANALÍTICA DO RIO DE JANEIRO (SPRJ)
FÓRUM DE PSICANÁLISE E CINEMA
Caríssimos,
Nosso próximo  filme, a ser exibido no  dia 30 de outubro, às 18h, discutirá o instigante filme argentino: CATIVA (Cautiva 2004, 115 min.), dirigido e roteirizado pelo cineasta Gaston Biraben, que conta a história real de Sofía Lombardi, filha de desaparecidos no período da ditadura argentina, registrada fraudulentamente como filha de um policial e a esposa, com o nome de Cristina Quadri, constituindo um dos muitos casos de roubo de bebês na época. A jovem, agora com 16 anos, inteira-se subitamente de sua situação -uma vida em cativeiro sem saber e, desse momento em diante, vive o drama de alguém que perde sua identidade e tenta se reconstruir sobre suas verdadeiras origens e laços biológicos.
Uma obra premiada internacionalmente, pioneira em retratar os horrores do passado relativamente recente da Argentina, e de diversos países da América Latina, como o Brasil, e do pesadelo que custou dezenas de milhares de vidas durante o tempo em que o país mergulhou na guerra suja. Um filme não lançado no Brasil, imperdível.
Contando sempre com a divulgação e com os nossos agradecimentos pela presença, recebam um grande abraço.
Ana Lúcia, Neilton e Zusman.
 SERVIÇO:
FILME: CATIVA (CAUTIVA, 2004, 115 min.)
ANÁLISE CULTURAL: PROF. DRA. ANA LÚCIA DE CASTRO
ANÁLISES PSICANALÍTICAS: DR. NEILTON SILVA E DR. WALDEMAR ZUSMAN
DATA: 30 DE OUTUBRO DE 2015
HORÁRIO: FILME: 18h; ANÁLISE E DEBATE: 20h às 22h.
LOCAL: SALA VERA JANACÓPULOS – UNIRIO
ENDEREÇO: AV. PASTEUR, 296.
ENTRADA FRANCA
NOTA: Quem se interessar em adquirir o livro: Fórum de Psicanálise e Cinema: 20 análises culturais e psicanalíticas, de Ana Lúcia de Castro e Neilton Silva, ele se encontra à venda pelo site - www.travessa.com.br – ou pela editora: www.letracapital.com.br, assim como nos dias do FÓRUM. 
Igualmente, o livro do Dr. Waldemar Zusman: Poemas & Textos de um Psicanalista: rimas, risos & reflexões, poderá ser adquirido no Fórum.