domingo, 24 de fevereiro de 2019

TEATRO POEIRA <teatropoeira@teatropoeira.com.br>
Dom, 24/02/2019 18:26
Você
POEIRA
18 e 19 MARÇO
SEGUNDA-FEIRA e 
TERÇA-FEIRA 
09h às 13h
OFICINA JEAN-JACQUES LEMÊTRE:
Théâtre Du Soleil.

I) Finalidade: A oficina tem como finalidade promover saberes e habilidades em Artes Cênicas, sobretudo ligados à música do teatro, compreendendo o aprendizado e aprimoramento de conceitos ligados ao tema, e mecanismos para a sua utilização consciente durante a realização teatral.

II) A quem se destina: Atores, artistas do corpo, músicos e demais interessados no assunto, com ou sem conhecimento prévio.

III) Estratégia: Por tratar-se de uma oficina que acolhe interessados com diferentes perfis e aptidões, procuraremos aliar o contato dos participantes com os conceitos à uma aplicação prática dos mesmos. Tais exposições serão amparadas por atividades práticas relacionadas - os JOGOS MÚSICO-TEATRAIS, permitindo assim ao participante conhecer e vivenciar os diversos prismas onde a música se faz presente no trabalho do ator do Théâtre Du Soleil.

IV) Resultados esperados: A partir da oficina, é esperado que os participantes apresentem uma ampliação em sua capacidade de percepção da musicalidade inerente ao fazer teatral, e desenvolvam meios para aprofundar suas reflexões sobre o assunto, não apenas com os textos e materiais de apoio que lhes serão indicados durante a oficina, mas igualmente em sua prática artística posterior.
CV e carta de intenção para teatropoeiraoficinas@gmail.com
Grátis

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019


“TEATRO TÔNICO - UMA BREVE HISTÓRIA DO TEATRO OCIDENTAL”

Ciclo de palestras de introdução à história do teatro ocidental reúne importantes nomes das artes cênicas

Estão abertas as inscrições para o Teatro Tônico, ciclo de palestras de introdução à história do teatro ocidental promovidas pelo Tablado, entre abril e agosto. São 16 encontros temáticos, um por semana (sexta-feira, às 20h), voltados para profissionais e estudantes de teatro, professores e interessados em cultura em geral. Importantes nomes das artes cênicas como Cacá Mourthé, Érika RettlGeraldo CarneiroHamilton Vaz Pereira, Isabela FernandesLídia KosovskiLionel FischerRenato IcarahyRicardo Kosovski e Venício Fonseca vão ministrar as palestras, com duração de 120 minutos.

“O Teatro Tablado tem a tradição de formar excelentes profissionais que fazem sucesso na televisão e no teatro. Com o ‘Teatro Tônico’ queremos oferecer também toda a base teórica sobre a história do teatro ocidental com importantes nomes das artes cênicas, que vão compartilhar seu conhecimento com o público de uma maneira leve e dinâmica”, explica Cacá Mourthé, diretora artística de O Tablado. “Além disso, o ciclo de palestras será um potente espaço de encontros e trocas. Todo o material produzido será gravado em vídeo e disponibilizado online para alcançar mais pessoas”, completa Cacá, sobrinha de Maria Clara Machado, fundadora da escola.

A PROGRAMAÇÃO

Abrindo a programação em 5 de abril, a professora e escritora Isabela Fernandes comanda o tema  “As origens do Teatro” e fala sobre tragédia e comédia na Grécia Antiga. Na semana seguinte, em 12 de abril, é a vez da cenógrafa e figurinista Lídia Kosovski discorrer sobre o teatro romano numa palestra em que apresenta o palco teatral romano e as variações da cena medieval cristã. Encerrando o primeiro mês, em 26 de abril, o poeta e dramaturgo Geraldo Carneiro traz para o público o tema “Teatro do Renascimento I”.

INSCRIÇÕES

O investimento para o ciclo de palestras completo (16 aulas) é de R$ 400. Os interessados podem se inscrever pelo e-mail teatrotonico@otablado.com.brMais informações: (21) 2294 7847  www.otablado.com.br

O TABLADO

Fundado em 1951 pela escritora e dramaturga Maria Clara Machado, O Tablado tem papel importante na história da cultura brasileira, como celeiro de talentos e verdadeiro templo do teatro infantil. Desde sua inauguração, mais de 30 mil atores, diretores, teatrólogos, cineastas, figurinistas, cenógrafos, autores, iluminadores, sonoplastas e músicos se formaram no local. Nomes como Hamilton Vaz Pereira, Wolf Maya, Cininha de Paula, Claudia Abreu, Ingrid Guimarães, Louise Cardoso, Malu Mader, Du Moscovis, Leonardo Brício, Andréa Beltrão, Fernanda Torres, Rubens Corrêa, Drica Moraes, Jaqueline Laurence, Mateus Solano e Gregório Duvivier, entre outros, passaram pela escola.

Atualmente, O Tablado tem cerca de 700 alunos e mais de 20 professores. O núcleo criativo de O Tablado é formado por Andreia Fernandes, Fernando Melvin, João Sant’Anna, Johayne Hildefonso, Lincoln Vargas, Lionel Fischer, Luis Octavio Moraes, Patrícia Nunes, Renata Tobelém, Ricardo Kosovski, Susanna Kruger e Zé Helou. O Tablado é considerado Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro e seu espaço físico foi tombado pela Prefeitura carioca. Suas atividades artísticas também foram reconhecidas pelo Governo Federal.


TEATRO TÔNICO
Ciclo de palestras sobre a história do teatro
Data: de abril a agosto – sextas-feiras, às 20h
Local: O Tablado – Av. Lineu de Paula Machado 795, Lagoa.  Tel.: 2294 7847
Capacidade: 150 pessoas. Classificação etária: livre. Duração: 120 min.
Valores: R$ 400 (as 16 palestras)
Programação completa: www.otablado.com.br

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Teatro/CRÍTICA

"A Próxima Estação - um espetáculo para ler"

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Encontro inesquecível no Sesc



Lionel Fischer



"Cacá Carvalho está no palco e dialoga com a projeção das imagens de Cristina Gardumi. Lê a história de Violeta e Massimo, um casal, cheio de ironias, poesias, conflitos, que vive junto por 50 anos. Vivem até o ano de 2065, em desentendimento com o mundo e o tempo vivido. As imagens cumprem o papel de dar fisicalidade aos personagens que se comunicam através da voz de Cacá".

Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima sintetiza o contexto em que se dá "A Próxima Estação - um espetáculo para ler", em cartaz no Sesc Copacabana (Mezanino). O ponto de partida do presente evento foi uma ideia de Luca Dini e Michele Santerano, com esta última respondendo pelo texto e direção do espetáculo. 

Como explicitado no parágrafo inicial, Cacá Carvalho lê a história de Violeta e Massimo, ao mesmo tempo em que são projetadas em um painel legendas e imagens dos personagens, que tanto podem ser encarados como animais humanizados ou criaturas humanas animalizadas. E tal estrutura, em meu entendimento, é ao mesmo tempo simples e complexa, pois estimula o espectador a estabelecer múltiplos envolvimentos. Senão, vejamos.

Caso não existissem as legendas e as imagens dos personagens, todo o foco recairia na narrativa feita pelo ator, o que já seria fantástico em função das pertinentes questões levantadas pelo texto e da inacreditável capacidade de Cacá Carvalho de materializar os personagens utilizando com total maestria sua deslumbrante voz. 

No entanto, se por um lado muitas vezes há sintonia entre o que é dito pelo ator e o que é visto e lido pelo público no painel, em outros momentos parece haver uma contradição, que gera - a meu ver, propositadamente - a seguinte dúvida: a verdade essencial deve ser atribuída às imagens e legendas ou ao narrador? 

No meu caso específico, tive a sensação de que as imagens e legendas muitas vezes obrigavam o narrador a alterar um pouco suas evocações, dele retirando o poder de contar o que quisesse e como bem entendesse - é claro que posso estar completamente enganado, mas para mim este curioso e imprevisto diálogo confere especial fascínio a este surpreendente e imperdível espetáculo. 

Com relação a Cacá Carvalho, já escrevi muitas vezes sobre este ator, que considero um dos maiores do planeta. Mas pensando em poupar meus eventuais leitores de tudo que já disse a seu respeito, vou ser extremamente econômico. Assim como ocorria com o falecido Rubens Corrêa (o melhor ator que vi em cena), quando Cacá Carvalho surge no palco o público tem absoluta certeza de que algo de muito especial haverá de acontecer. Por que será? Apenas em função de seus extraordinários recursos expressivos? Creio que não, pois existem alguns atores que também possuem esses predicados. Mas então, a que atribuir tal fascínio? Para tal pergunta, não encontro nenhuma resposta que me satisfaça. Mas certamente os Deuses do Teatro sabem perfeitamente por que Cacá Carvalho está entre seus eleitos.

Com relação à equipe técnica, considero irrepreensíveis as contribuições de todos os profissionais envolvidos nesta imperdível empreitada teatral - Cacá Carvalho (tradução), Cristina Gardumi (ilustrações), Márcio Medina (coordenação artística), Roberto Bacci (colaboração artística), Sergio Altamura, Giorgio Vendola e Marcello Zinn (músicas originais) e Kako Guirado e Tiago Mello (sonorização e projeção).

A PRÓXIMA ESTAÇÃO - UM ESPETÁCULO PARA LER - Texto e direção de Michele Santeramo. Com Cacá Carvalho. Sesc Copacabana (Mezanino). Quinta a domingo, 20h.    










segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Teatro/CRÍTICA

"40 anos esta noite"

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Imperdível espetáculo no Ipanema


Lionel Fischer



"A comédia dramática LGBTI+ discute questões relativas à sexualidade, relações parentais, gênero e preconceito através do encontro de dois casais homoafetivos na noite de comemoração pelos 40 anos de Gabriela. Morando junto com sua namorada, Clarice, ela convida o amigo de infância Bernardo e seu namorado João para uma discreta celebração, e surpreende a todos com o convite para que Bernardo se torne o pai do filho que as duas estão tentando ter, sem sucesso, através da inseminação artificial".

Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima sintetiza o enredo e as principais questões abordadas em "40 anos esta noite", ideia original de Gisela de Castro, texto e argumento de Felipe Cabral. Em cartaz no Teatro Ipanema, a montagem leva a assinatura de Bruce Gomlevsky, estando o elenco formado por Felipe Cabral (João), Gabriel Albuquerque (Bernardo), Gisela de Castro (Gabriela ) e Karina Ramil (Clarice).  

Como se sabe, toda vez que uma mulher se sente ameaçada por seu marido pode recorrer à Justiça solicitando Medidas Protetivas. Em 2018, e levando-se em conta apenas os dados aferidos em 19 dos 27 tribunais de Justiça do país, foram registrados 318.258 pedidos solicitando esse tipo de proteção. Isso corresponde a uma medida concedida a cada dois minutos. Mas o Brasil não detêm somente este abjeto recorde: também somos a nação que mais mata homossexuais e trans, por razões que talvez nem Freud conseguisse explicar.

Ainda assim, e independentemente das forças obscuras que estão no poder, as mulheres estão reagindo, assim como homossexuais, lésbicas e trans. E dentre as muitas vertentes destas reações, uma delas vem ganhando cada vez mais corpo: o legítimo direito de casais homoafetivos, de ambos os sexos, de não apenas legitimarem sua relação, mas também de poderem ter filhos, seja através de adoção (no caso dos homens, ainda que o mesmo se aplique às mulheres), seja através de inseminação artificial - há também o caso, como a peça sugere, de uma das parceiras engravidar diretamente de um amigo, fruto de uma relação sexual efetiva.  

Dentre as muitas questões levantadas pelo presente texto, uma delas me parece essencial: a urgência de se rever o ancestral, preconceituoso e ultrapassado conceito de família. Senão, vejamos: o que vem a ser uma família? Esta pressupõe uma relação estável entre duas pessoas e o desejo de terem filhos. Mas por que só os casais heterossexuais teriam esse direito? A partir de que premissas pode-se concluir que casais homoafetivos não estariam capacitados a criar seus filhos de forma equivalente aos heterossexuais? 

Ninguém desconhece o fato de que muitos homofóbicos sustentam que mais tarde, e inevitavelmente, as crianças haveriam de enfrentar muitos problemas. Trata-se, evidentemente, de grotesca falácia, posto que são incontáveis os casos de crianças nascidas em lares "normais" e que mais tarde se tornam pessoas execráveis - salvo engano de minha parte, a esmagadora maioria de nossos abjetos políticos nasceram e cresceram em lares "normais" e no entanto...

Partindo de excelente argumento, Felipe Cabral escreveu um texto brilhante, contendo personagens otimamente estruturados, diálogos da mais alta teatralidade e levantando questões urgentes e inadiáveis. E para a felicidade dos que amam o bom teatro, "40 anos esta noite" recebeu impecável versão cênica de Bruce Gomlevsky, que teve a sapiência de renunciar a dispensáveis mirabolâncias formais e apostou todas as suas fichas na potência do texto e no talento dos intérpretes. 

Valendo-se de marcações simples, mas jamais desprovidas de expressividade, o encenador consegue valorizar todos os conteúdos em jogo e extrair irrepreensíveis atuações do elenco - neste particular, não hesito em afirmar que Felipe Cabral, Gabriel Albuquerque, Gisela de Castro e Karina Ramil exibem aqui as melhores performances de suas carreiras. Desejo, portanto, que os sempre caprichosos deuses do teatro permitam que este imperdível espetáculo cumpra longa e bela trajetória. 

Na equipe técnica, parabenizo com o mesmo entusiasmo as preciosas colaborações de Fernando Mello da Costa (cenário), Carol Lobato (figurino), Felício Mafra (iluminação), Kleiton Ramil (trilha sonora) e Verônica Machado (preparação vocal).

40 ANOS ESTA NOITE - Ideia original de Gisela de Castro. Texto e argumento de Felipe Cabral. Direção de Bruce Gomlevsky. Com Felipe Cabral, Gabriel Albuquerque, Gisela de Castro e Karina Ramil. Teatro Ipanema. Sábado, 21h. Domingo e segunda, 20h.