sexta-feira, 22 de março de 2024

 A Eslipa, escola de formação de palhaços e palhaças, apresenta o seminário “Qual o pronome que você usa?” (25/03), no Centro de Artes Calouste Gulbenkian e espetáculos gratuitos com alunos e mestres (30 e 31/03), no Largo do Machado

O seminário reunirá palestrantes que estudam o movimento LGBTQIAP+, como a deputada estadual Dani Balbi, a palhaça Júlia Schaeffer, o escritor Jordhan Lessa e a atriz e palhace Lírio do Pará

No dia 30 de março, os alunos da Eslipa vão apresentar um espetáculo inédito. No dia 31, o artista e professor Jessé Cabral vai apresentar “Cantigas para todo o dia” e o palhaço Richard Riguetti, “Bem-vindo”

A Eslipa - Escola Livre de Palhaço inicia as atividades do segundo módulo do curso de 2024, no dia 25/03 com o seminário “Qual o pronome que você usa?”, aberto ao público, com a participação de palestrantes que estudam o movimento LGBTQIAP+, como a deputada estadual Dani Balbi, a palhaça Júlia Schaeffer, o escritor Jordhan Lessa e a atriz e palhace Lírio do Pará. “Vamos discutir a questão de gênero dentro da sociedade e da criação das cenas de palhaças e palhaços e brincantes”, explica o diretor da Eslipa, Richard Riguetti. Nos dias 30 e 31/03, haverá o encerramento do módulo com a apresentação de obra inédita dos alunos (no sábado) e os espetáculos “Cantigas para todo o dia” e “Bem-vindo” (no domingo). O curso reúne 30 palhaços de todo o Brasil e da América Latina.

Criação do ator, palhaço e compositor Jessé Cabral “Cantigas para todo dia” é um espetáculo que reúne circo, teatro e música, levando ao público uma experiência brincante com trechos dos tradicionais cancioneiros populares. O show solo busca a potência do encontro, com contação de histórias e a interação do artista com adultos e crianças de maneira poética e divertida.

“Este espetáculo é um novo experimento na minha carreira. É a união das diversas linguagens as quais venho estudando e trabalhando ao longo da profissão. Tem circo, tem teatro, tem contação de história, tem música autoral, tem preocupação de que seja o mais portátil possível, quero que agrade a família, que agrade o povo. Estou esperando todos no Largo do Machado para dividir essa alegria comigo”, observa Jessé.

Estrelado pelo palhaço Café Pequeno (Richard Riguetti), o infantil “Bem-vindo” é um projeto do Grupo Off-Sina, que nasceu de uma dramaturgia coletiva. A trama acompanha a saga de um palhaço (Café Pequeno) e do seu filho (Café Pequeno Mesmo) e suas desventuras em chegar a um lugar desconhecido, criar novas lógicas e horizontes: nessa trajetória, o palhaço se empenha em tocar um mini violino de 12 cm, realizar um coral e um corpo de baile ao som de uma concertina, andar à cavalo, levitar pessoas em praça pública e tocar seu clarinete, sempre acompanhado de seu filho (vivido por um boneco de madeira).

“O espetáculo tem uma linguagem lúdica e interativa. O circo-teatro, a música e o palhaço estão à serviço da afetividade, com humor e alegria”, conta Richard.

Sobre o seminário “Qual o pronome que você usa?”

O seminário vai debater questões de gênero dentro da sociedade e da criação das cenas de palhaças e palhaços e brincantes. Segue abaixo os perfis dos participantes.

Dani Balbi: é professora, roteirista e primeira transexual a exercer mandato como deputada estadual na ALERJ. Também foi a primeira doutora e professora trans da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Julia Schaeffer: é atriz, produtora e palhaça. Formada pela UniRio (2000) foi bolsista do programa Enfermaria do Riso. Pós-graduação na Faculdade Angel Vianna em 2015. Mestranda Artes Cênicas/UNIRIO (2021-2024). Como Palhaça integrou o Doutores da Alegria de 2005-2009. Criou, atuou e produziu o projeto Roda Gigante de 2009-2015 com atuação em 5 hospitais públicos, espetáculos e oficinas. Em 2016 criou o projeto Roda de Palhaço no qual segue atuando como palhaça, coordenadora e gestora em ações que integram arte, saúde e educação em três hospitais federais e espaços culturais. Presidenta do Instituto Roda criado em 2020 junto a mais cinco artistas.

Jordhan Lessa: Conselheiro do IBRAT - Instituto Brasileiro de Transmasculinidades e RENOSP LGBTI - Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública, autor e coautor literário, palestrante, servidor público e formação em Serviço Social.

Lírio do Pará: é artista paraense, não-binárie, formada no curso técnico em ator pela Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA) e estudante de eventos na FMU. Artista da área teatral há 15 anos e produtora cultural há 10 anos. Pesquisa a produção cultural com foco em gestão de projetos LGBTQIA + e no teatro desenvolve pesquisa sobre “corporeidades amazônidas” e sobre “a não-binariedade no teatro”. Em 2022, inicia o processo de construção da pesquisa “Pedogya do caos” sobre o processo de criação de artistas não binariés na cena contemporânea junto de outros 10 artistas NB. Desde 2019 realiza o projeto de formação Do Corre ao Close: Produção Cultural LGBTQIAPN+ para discutir sobre cultura para e com a comunidade que faz parte.

Serviços:

Seminário “Qual o pronome que você usa?”

Data: 25/03, das 9h ao meio-dia

Centro de Artes Calouste Gulbenkian: Rua Benedito Hipólito, 125 - Centro, Rio de Janeiro – RJ.

Entrada gratuita

Espetáculo dos alunos da Eslipa

Data: 30/03, às 17h.

Largo do Machado (praça)

Entrada gratuita

Espetáculo “Cantigas para todo o dia”

Ficha técnica: criação e interpretação do ator, palhaço e compositor Jessé Cabral

Data: 31/03, às 17h.

Largo do Machado (praça)

Entrada gratuita

Espetáculo “Bem-vindo”

Ficha técnica: Dramaturgia e direção do Grupo Off-Sina. Atuação de Richard Riguetti.

Data: 31/03, às 17h30

Largo do Machado (praça)

Entrada gratuita

Assessoria de imprensa

Racca Comunicação

Rachel Almeida | (21) 3579-1352 | (21) 99196-1489 | racca.almeida@gmail.com

 


Companhia Ensaio Aberto traz espetáculo “Palavras”

 baseado em Clarice Lispector

 

As apresentações gratuitas acontecem na Penha e na Maré

 

Apresentação no dia 23 de março na Maré e 24 de março na Penha  - Rio de Janeiro  

 

Rio, 20 de março de 2024 - Palavras é o novo espetáculo da atriz e fundadora da Companhia Ensaio Aberto, Tuca Moraes. A dramaturgia é um mergulho em dois livros baseados na obra de Clarice Lispector:  “As palavras e o tempo” Os dois livros são, na verdade, um só – livros de colheitas: colheitas a abrangerem a obra completa.

 

A atriz Tuca Moraes define o espetáculo como uma nova experimentação sem roteiro definido: "O que importa é o momento presente, as respostas em estado bruto. Se não há coragem que não se entre." 

 

As apresentações acontecem na Arena Carioca Dicró, na Penha, e na Lona Cultural Hebert Vianna, na Maré.

 

Sobre  o livro “As palavras e o tempo” de Clarice Lispector.

 

A obra que inspirou o espetáculo de Tuca Moraes é leitura indispensável para os amantes da escrita de Clarice Lispector. “As palavras e o tempo” é um compilado de frases de Lispector em duas obras anteriores e permite entender a visão de mundo, a sensibilidade literária e a profunda conexão com as palavras da escritora. 

 

Sobre a atriz Tuca Moraes

Fundadora e Diretora Executiva da Companhia Ensaio Aberto, o primeiro trabalho solo de Tuca Moraes foi “Estação Terminal”, em 2008, com dramaturgia de João Batista. No mesmo ano, Tuca estreou fazendo diversas temporadas em equipamentos culturais e cidades, inclusive no Armazém da Utopia, a casa da Companhia Ensaio Aberto, em 2018.  

 

Ficha técnica:

Baseado em: Clarice Lispector

Direção artística: Luiz Fernando Lobo

Em cena: Tuca Moraes

Produção executiva: Dani Oliveira

 

Serviço

O espetáculo “Palavras”

Ingressos: 

Gratuitos Link: sympla.com.br/armazemdautopia 

Para agendamento de grupos (𝐞𝐬𝐜𝐨𝐥𝐚𝐬𝐩𝐫𝐨𝐣𝐞𝐭𝐨𝐬 𝐬𝐨𝐜𝐢𝐚𝐢𝐬𝐚𝐬𝐬𝐨𝐜𝐢𝐚çõ𝐞𝐬𝐞𝐭𝐜.) e sessões com intérprete de libras, entrar em contato através do WhatsApp (21) 98909-2402.

Duração: 60 minutos

Classificação: livre

-Data: 23 de março

Local: Lona Cultural Hebert Vianna

Endereço: R. Evanildo Alves, sn - Maré, Rio de Janeiro - RJ, 21046-100

-Horário: 18h

Data: 24 de março Horário: 18h

Local: Arena Carioca Dicró 

Endereço: Parque Ari Barroso - Entrada pela, R. Flora Lôbo, s/n - Penha Circular, Rio de Janeiro - RJ, 21210-500

  

 

LEAD Comunicação – Rio de Janeiro | Brazil(55 21) 99348-9189leadcom@terra.com.br   skype: lead.comunicacao1www.leadcomunicacao.com

 

quarta-feira, 13 de março de 2024

 Teatro / CRÍTICA


"A Falecida"


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Elenco valoriza ótima montagem 


Lionel Fischer


Autor de uma obra vasta e diversificada, no tocante ao teatro Nelson Rodrigues escreveu 17 textos, que o grande crítico teatral Sábato Magaldi dividiu em três grupos: Peças Psicológicas (5), Peças Míticas (4) e Tragédias Cariocas (8). Este último grupo foi inaugurado justamente com "A Falecida", escrita em 1953.

Após cumprir bela temporada em São Paulo, a montagem dirigida por Sérgio Módena está em cartaz no Teatro Copacabana Palace.No elenco, Camila Morgado, Thelmo Fernandes, Stela Freitas, Gustavo Wagner, Alcemar Vieira, Alam Ribeiro e Thiago Marinho.

Embora seja um dos textos mais representados de Nelson, e inclusive já adaptado para o cinema, imagino que alguns leitores deste modesto blog (se é que os possuo) desconheçam por completo este enredo, repleto de surpresas e reviravoltas. Sendo assim, opto por não explicitá-lo, focando inicialmente no espetáculo em si.

Sérgio Módena impõe à cena uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico. Se por um lado o autor trabalha numa chave que prioriza totalmente a realidade, isto não significa que a mesma tenha que ser expressa de forma realista. Neste sentido, cabe ressaltar as passagens algo coreográficas que enfatizam a estranheza e o desconforto de algumas situações. 

Com relação ao elenco, Camila Morgado exibe uma atuação arrebatadora e inesquecível na pele de Zulmira. Senhora absoluta de seus vastíssimos recursos expressivos, tanto vocais como corporais, a atriz sempre os utiliza visando esgotar todos os conteúdos emocionais em jogo. Ver Camila Morgado em cena é um privilégio ao qual nenhum espectador deve se furtar, sob pena de atrair a cólera dos sempre imprevisíveis deuses do teatro. 

Como de hábito, Thelmo Fernandes exibe performance irretocável. E aqui gostaria de destacar a longa passagem em que Tuninho (marido de Zulmira) toma conhecimento das muitas traições da esposa. Totalmente incrédulo, reduzido à mais absoluta inércia, incapaz de verter uma lágrima ou emitir um mísero som, o ator constrói uma  dilacerada imagem do mais completo abandono. No entanto, pouco depois, suas emoções mudam, seu corpo se transforma e Thelmo reafirma, uma vez mais, porque é um dos mais brilhantes atores de sua geração.

Outra performance de grande intensidade é a de Stela Freitas na pela da mãe atormentada de Zulmira. A atriz valoriza ao máximo todas as palavras proferidas, da mesma forma que impõe ao corpo uma severidade que me remeteu à dos antigos samurais - o que me causou certa apreensão, já que estava sentado próximo ao palco. 

Quanto aos demais atores, todos exibem atuações seguras e convincentes, cabendo também destacar as ótimas contribuições de toda a equipe técnica - Marcelo H (direção musical), André Cortez (cenário), Renato Machado (iluminação), Marcelo Olinto (figurino) e Laura Samy (preparação corporal).


A FALECIDA - Texto de Nelson Rodrigues. Direção de Sérgio Módena. Com Camila Morgado, Thelmo Fernandes, Stela Freitas e outros. Teatro Copacabana Palace. Sextas e sábados, 21h. Dmingo, 20h.