Apresentamos agora uma seqüência de 20 Textos para Estudo. Ao final de cada texto, indicamos uma sugestão – dentre muitas possíveis – de como interpretá-lo.
* * *
Romeu e Julieta
Shakespeare. Ato I, cena II, Jardim dos Capuleto.
Romeu - Ri das chagas quem jamais foi ferido! (Aparece Julieta, em cima, numa janela). Mas, silêncio! Que luz brilha através daquela janela! É o Oriente e Julieta é o Sol! Surge, claro sol, e mata a invejosa lua, já doente e pálida de desgosto, vendo que tu, sua serva, és bem mais linda do que ela! Não a sirvas, porque é invejosa! Seu traje de vestal é doentio e verde, e só os bufões o usam. Rejeita-o! É minha dama! Oh! ela é o meu amor! Oh! se ela o soubera! Fala, entretanto, nada diz; mas que importa! Falam seus olhos; vou responder-lhes!...Sou muito atrevido. Não está falando comigo. Duas das mais resplandecentes estrelas de todo o céu, tendo alguma ocupação, suplicaram aos olhos dela que brilhassem em suas esferas até que elas voltassem. Que aconteceria se os olhos dela estivessem no firmamento e as estrelas na cabeça? O fulgor de suas faces envergonharia aquelas estrelas, como a luz do dia a de uma lâmpada! Seus olhos lançariam da abóbada celeste raios tão claros através da região etérea que cantariam as aves acreditando chegada a aurora!...Olhai como apóia o rosto na mão! Oh! fosse eu uma luva sobre aquela mão para que pudesse tocar naquele rosto!
Sugestão para estudo
O monólogo de Romeu antecede à célebre Cena do Balcão, provavelmente a mais bela passagem já escrita sobre o despertar de uma paixão. E a paixão, obviamente, está na essência do texto, e ela deve ser explicitada num crescendo, à medida que o personagem tece considerações sobre o objeto amado. É preciso atentar para o fato de que Romeu está fazendo uma descoberta maravilhosa naquele momento. Portanto, as palavras não podem sair de forma a sugerir que já estavam decoradas. O ator deve trabalhar o tempo da descoberta, que não precisa obviamente ser arrastado.
_______________________
O Interrogatório
Testemunha 8 -
Quando me tiraram da barra, Boger disse: “Agora você está preparado para uma feliz viagem ao céu”. Fui levado para uma cela do bloco 111, onde fiquei esperando horas e horas a minha execução.
Não sei quantos dias fiquei ali. Meus testículos arroxeados brutalmente. Na maior parte do tempo permaneci em estado de coma. Depois, fui conduzido para a sala das duchas, junto com outros presos e nos fizeram tirar as roupas.
Marcaram nossos números no peito com tinta azul. Eu sabia que isso era a condenação à morte.
Depois que estávamos nus e em fila, o chefe do setor de Informações perguntou quantos mortos devia contabilizar.
Assim que ele saiu fizeram uma recontagem e perceberam que havia um a mais. Eu tinha aprendido a me colocar sempre no último lugar da fila. Fui separado dos outros com um pontapé e me devolveram as roupas. Eu deveria voltar para a cela e aguardar a próxima fornada, mas alguém me levou para a enfermaria.
Também acontecia, que um ou outro, tivesse o destino de sobreviver.
Eu fui um desses.
Sugestão para estudo
O trecho foi extraído da peça O Interrogatório, de Peter Weiss, e encerra o Canto 3. Neste texto, o autor alemão reconstitui - de forma fantasiosa e não esquemática - um tribunal onde estão sendo julgados criminosos nazistas. A testemunha relata como conseguiu escapar e o citado médico Boger está presente. Já se passaram alguns anos, mas é evidente que as lembranças atrozes permanecem.
A maior dificuldade de se interpretar um texto como este consiste na busca do equilíbrio entre emoção e objetividade. Se o ator narrar friamente os fatos, pode sugerir que já superou o trauma ou que se encontra num estado emocional em que nada mais pode atingi-lo. Se, por outro lado, optar pela emotividade, sua contribuição será menos contundente, pois todos os envolvidos - juiz, promotor, advogados etc. - precisam da maior clareza possível para avaliar o grau de culpabilidade dos réus e assim determinar sua justa punição.
_______________________
Cartões Sem Resposta
Luis Fernando Veríssimo
Essas datas inaugurais - do nascimento de Cristo, do nascimento do ano, do seu nascimento - são para isto mesmo, para você ficar solene e sentimental e parar para pensar na vida. Pensa-se pouco na vida quando se está ocupado vivendo-a, é bom ter esses dias certos para reflexão e recapitulação, planificação e um pouco de pieguice também. Com o tempo a gente vai readquirindo alguns sentimentos perdidos e eu pretendo terminar meus dias acreditando de novo na regeneração humana, na irmandade entre os povos e no Papai Noel. Vão ter que me convencer do coelhinho da Páscoa mas eu já não acho a idéia tão absurda quanto há alguns anos. E tenho certeza que chegarei ao meu fim acreditando que a gente não morre, a cegonha vem nos pegar e leva de volta.
Deve-se aproveitar esses dias de introspecção e bons impulsos para fazer um levantamento de dívidas afetivas e tentar saldá-las, ainda mais com os juros do jeito que estão. Como se sabe, o pior amigo é o que manda cartão. Ele nunca recebe um cartão de volta, pelo menos não de mim, e no entanto todos os anos manda seu cartão, nos desejando felicidade e nos arrasando de remorso.
A todos os amigos , portanto, mas principalmente aos insensíveis que mandam cartão sabendo que só vão aumentar nossa culpa por não retribuir, aqui vai meu desejo que o ano 2000 não seja nada do que andam dizendo. E juro que entre as coisas que farei em 2000, além de ler os suplementos literários acumulados há dezessete anos e os duzentos livros empilhados na minha cabeceira, está responder aos cartões de fim de ano de vocês. Vou começar agora e se você não receber seu cartão de feliz 2000 até o próximo dezembro é porque o caráter foi mais forte do que a resolução - ou a cegonha veio mais cedo. Em todo caso, obrigado.
Sugestão para estudo
Este texto do Veríssimo não exigirá do aluno maiores dificuldades: é leve, bem-humorado, contendo doses equivalentes de cinismo, ternura e ironia. Se for dito para uma platéia, o ideal é estabelecer com ela uma atmosfera de cumplicidade, como se todos partilhassem de opiniões parecidas. E a forma de contar esta pequena história deve ser a mais natural possível, dispensando-se maiores ênfases, que só contribuiriam para comprometer o indispensável tom coloquial.
____________________
Por uma tarde fria
Ana Amélia
Carneiro de Mendonça
Há dias, ao passar por uma rua, encontrei por acaso uma mulher.
Uma infeliz qualquer levando pela mão uma criança nua.
Eu andava sem pressa, vagamente, por essa tarde fria.
Tinha um vestido quente, luvas espessas,
E trazia por sobre os ombros, negligente,
Desnecessária, por vaidade, enfim,
Uma pele forrada de cetim.
Vendo esse estranho grupo de miséria, a mãe esfarrapada,
Tendo no olhar de transparência etérea todo um romance de desgraça,
E a criancinha delicada que, na rude nudez, só ganha em graça, mas que treme de frio,
Senti um íntimo arrepio, uma vergonha singular de não ter frio,
Por essa tarde fria de cortar.
Sugestão para estudo
Uma das maiores dificuldades encontradas pelo estudante de teatro diz respeito à interpretação de poemas. E a dificuldade se agrava ainda mais quando há rimas muito marcadas, pois então aumenta o risco de se enveredar por um caminho declamatório, com resultados quase sempre artificiais.
Como aqui tratamos de teatro - e um poema não deixa de ser um texto dito por alguém para outra pessoa -, julgamos que o aluno deve estabelecer as mesmas premissas que faria no caso de um “texto comum”:
- Quem eu sou.
- Aonde estou.
- O que estou fazendo.
Ou seja: na medida do possível, criar um personagem que poderia estar dizendo aquelas palavras; em seguida, situá-lo em algum contexto; e finalmente, estabelecer uma razão para ele estar falando aquele poema ou poesia.
Tais “cuidados” podem sem dúvida dar maior segurança ao aluno, que também jamais deve se esquecer de que uma história está sendo contada, ainda que em versos de rima rigorosa.
___________________
No momento não estou
Elisa Lucinda
Olhando a cara dos dias, vejo como é sórdida tua secretária eletrônica: Ela mente pra mim na mesma tônica: doublé de seu medo...Vou te contar um segredo: Eles venceram.
Venceu a mesquinharia, a pequeneza, a teoria rasa, a safadeza...
No meio da luta, você preferiu ser o nêgo filho da puta da história que escreveram pra você encenar, da promessa que fizeram pra você cumprir, pra você pagar.
Essa noite, sua covardia repete o açoite: aceita a mesma escravidão pra te enganar.
Ai, como é mórbida tua secretária eletrônica, roubou meu batom e no mesmo tom me diz que você não está. Como uma armadilha de sonora trilha, pede um recado após o sinal...Não dou!
Antes disso terá um longo curto-circuito entre as pernas, essa tua secretária calhorda, essa tua secretária moderna, tão sonsa, tão palerma. Ligada por ti pra te sacanear!
Acionada por ti pra te carear os dentes da alma e depois te pede pra sorrir pra sua própria demência. Uma ridícula dona de casa chamada Ausência!
* * *
Sugestão para estudo
Talvez seja correto afirmar que Elisa Lucinda escreve poesias para serem ouvidas, tamanha é a teatralidade nelas contida - isto não significa, bem entendido, que não possam ser apreciadas quando apenas lidas. Assim, quase todas elas oferecem excelentes oportunidades para um ótimo trabalho de interpretação. A que selecionamos focaliza com sensibilidade uma série de queixas amorosas e, de quebra, investe contra esse abominável aparelho denominado secretária eletrônica, permanente fonte de desgostos e frustrações.
Vamos, portanto, fazer com que a poesia aconteça, imaginando quem seria a mulher que se lamenta e acusa; em seguida, uma circunstância que confira credibilidade ao desabafo - a personagem está sozinha, fala na secretária eletrônica, está escrevendo uma carta?. E finalmente, trabalhar as idéias e sentimentos com a maior carga possível de verdade e emoção. Quem sabe a pessoa do outro lado desliga a secretária e atende?
____________________
Aprendiz de feiticeiro
Maria Clara Machado
Uranus (Ao telefone) - Alô? Sim, pode fazer a ligação! O que terá acontecido? Será que rejeitaram de novo? Barnard? Como vai passando, amigo? Yes. O que? Bem, acabei de aperfeiçoar minha nova fórmula de crescimento das laranjas. Não, melancias, meu caro! Do tamanho de melancias! Agora vou partir para as euforbiáceas. Necessidade nacional. Yes, nós temos bananas. Também estou cuidando. Não, não quero saber mais de transplantes. Deixo isto para vocês. Bem, ainda tenho a técnica de transplante da massa cinzenta. Não, desanimei. Há muita rejeição. Experimentei num burro e para te confessar humildemente a verdade, ele ficou ainda mais burro. Empacou e depois empacotou. Fiquei com fastio de transplante. Você sabe, o burro era de estimação. Pelo contrário, Barnard, a fórmula pode tornar-se muito perigosa, porque, se de um lado acentua as qualidades, por outro acentua também os defeitos. Se o paciente tem tendência a burro ficará ainda mais burro. Rejeição da massa cinzenta é coisa corriqueira, você sabe, o hipotálamo tem suas exigências. Bem. O que? Hoje? Oh! Meu deus! Está bem. Sei. Bem, Barnard, tomarei o próximo avião. Recomendações à senhora Barnardina. Sim, sim, levarei. Good By!
Sugestão para estudo
O Dr. Uranus é um sábio dedicado ao estudo de fórmulas capazes de fazer crescer os alimentos. Quando parece estar quase chegando à equação perfeita, recebe o telefonema de Christian Barnard, médico sul-africano pioneiro nos transplantes de coração. É claro que a autora aproveita o recente (na época) avanço da medicina para fazer uma hilariante brincadeira. Assim, é importante transmitir tanto a paixão de Uranus pela ciência como seu humor, em especial no tocante à burrice. Sem esquecer, naturalmente, de que o personagem está falando ao telefone, o que pressupõe pausas a serem preenchidas com variadas reações.
_________________
O Mambembe
Arthur Azevedo
Frazão - E levo esta vida há trinta anos! Pedindo hoje, pagando amanhã, tornando a pagar, sacando sobre o futuro com a hipoteca do ganho, com as alternativas da fortuna, sempre de boa fé e sempre receoso que duvidem de mim, porque sou cômico, e ser cômico, vem de longe. Mas por que persisto? Por que não fujo à tentação de andar com o meu mambembe às costas? Perguntem às mariposas porque se queimam na luz...Perguntem aos cães porque não fogem quando avistam de longe a carrocinha da Prefeitura! Mas não perguntem a um artista de teatro porque não é outra coisa senão artista de teatro...Isto é uma fatalidade que nos condena o nosso próprio temperamento. O jogador é infeliz porque joga? O fraco bebedor porque bebe? Também isto é um vício terrível porque ninguém considera vício e, portanto, é confessável, não é uma vergonha, é uma profissão que absorve toda a atividade, toda a energia, todas as forças. E para quê? Qual o resultado de todo esse afã? Chegar desamparado e paupérrimo a uma velhice cansada! Aí está o que é ser artista no Brasil!
Sugestão para estudo
O trecho selecionado constitui uma das análises mais dramáticas, lúcidas e líricas do que seja a paixão de representar. Aqui, o que importa é tentar viver, com o máximo de verdade, os sentimentos implícitos nesta reflexão. Sem pressa. Descobrindo uma a uma as frases, como se estas ocorressem no momento de serem enunciadas. E dirigindo-as a um interlocutor imaginário, como se o personagem estivesse respondendo a uma pergunta. O texto, no fundo, não deixa de ser uma confissão. E isto pressupõe um ouvinte.
___________________
Lucrécia, o veneno dos Bórgia
Paulo César Coutinho
(O monólogo que se segue constitui o prólogo. Maquiavel faz uma reverência e apresenta-se ao público)
Maquiavel - Nicolau Maquiavel, escritor, dramaturgo, filósofo, historiador. Mas, nos dias que correm, prestígio não enche barriga. Tive mesmo é que me empregar como secretário particular de César Bórgia. Nenhum problema, estava em boa companhia. Sob o mesmo teto havia empregados como Michelangelo. Além do salário, o emprego trazia vantagens adicionais para um cronista da época. Viagens aos cenários de guerras. Acesso à intimidade do poder, testemunhando as intrigas palacianas, no palco mesmo das decisões. A confiança de personagens-chave, abrindo o precioso cofre de suas confidências. O registro de acordos e documentos, na hora em que eram feitos e desfeitos. Enfim, espectador privilegiado, e ator nos bastidores desse espetáculo, que é a História. Pois, como todos sabem, a política é a arte de enganar os outros, sem que eles percebam, e sem deixar vestígios. Meu patrão, César Bórgia, era uma eterna fonte de inspiração e sua irmã, de permanente fascínio. Eu conheci Lucrécia Bórgia! Hoje, se falam horrores dessa dama. Posso garantir que tudo que se diz dela...ainda é pouco. Lucrécia era excessiva, uma pérola cultivada. Exerceu como poucos a virtude do vício, não sendo desprovida de talentos e sentimentos contraditórios. Naquele tempo, não importavam os meios, quando os fins eram o poder, a riqueza e a glória. Talvez os senhores achem difícil de compreender, vivendo numa época tão diferente. Os Bórgia tinham a ambição como um refinamento do espírito. A família era muito unida...O papa adorava seus filhos, sobretudo Lucrécia...
Sugestão para estudo
O texto define em linhas gerais o caráter do personagem e seus principais objetivos, assim como situa a platéia no contexto da narrativa. A fala é dita para o público, e o aluno deve evitar maiores atropelos e tentar valorizar todas as informações. Algumas delas, como se percebe, repletas de ironia.
______________________
Versos íntimos
Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Sugestão para estudo
Versos íntimos tem como tema central a ingratidão. Seu tom é amargo, sombrio, ainda que se perceba uma certa ironia, ainda que desesperada. Como o texto nos leva a crer que uma pessoa se dirija a outra, talvez seja interessante para o aluno criar um contexto, ou seja, imaginar um personagem que fale com alguém. Ou quem sabe o próprio, falando consigo mesmo, diante de um espelho. Mas o fundamental é trabalhar cuidadosamente cada intenção, de preferência de forma lenta, a fim de valorizar todos os conteúdos propostos.
___________________
Briga no beco
Adélia Prado
Encontrei meu marido às três horas da tarde
com uma loura oxidada.
Tomavam guaraná e riam, os desavergonhados.
Ataquei-os por trás com mão e palavras
que nunca suspeitei conhecesse.
Voaram três dentes e gritei, esmurrei-os e gritei,
gritei meu urro, a torrente de impropérios.
Ajuntou gente, escureceu o sol,
a poeira adensou como cortina.
Ele me pegava nos braços, nas pernas, na cintura,
sem me reter, peixe-piranha, bicho pior, fêmea-ofendida,
uivava.
Gritei, gritei, gritei, até a cratera exaurir-se.
Quando não pude mais fiquei rígida,
as mãos na garganta dele, nós dois petrificados,
eu sem tocar o chão. Quando abri os olhos,
as mulheres abriam alas, me tocando, me pedindo graças.
Desde então faço milagres.
Sugestão para estudo
O poema tem como sentimento primordial a indignação. Mas deve-se ter cuidado para não imprimir à narrativa um ritmo muito acelerado, pois aí corre-se o risco de não valorizar suficientemente as poderosas imagens criadas por Adélia Prado.
_________________
O guardador de rebanhos
(XLVIII)
Fernando Pessoa
Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a Humanidade
E não estou alegre nem triste.
Esse é o destino dos versos.
Escrevi-os e devo mostrá-los a todos.
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.
Ei-los que vão já longe como que na diligência
E eu sem querer sinto pena
Como uma dor no corpo.
Quem sabe quem os lerá?
Quem sabe a que mãos irão?
Flor, colheu-me o meu destino para os olhos.
Árvore, arrancaram-me os frutos para as bocas.
Rio, o destino da minha água era não ficar em mim.
Submeto-me e sinto-me quase alegre,
Quase alegre como quem se cansa de estar triste.
Ide, ide de mim!
Passa a árvore e fica dispersa pela Natureza.
Murcha a flor e o seu pó dura sempre.
Corre o rio e entra no mar e a sua água é sempre a que foi sua.
Passo e fico, como o Universo.
Sugestão para estudo
O poema, escrito por Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) exibe uma espécie de alegria melancólica, algo resignada. Portanto, deve ser dito sem maiores arroubos, num tom calmo, mas nem por isso isento de emoção.
_________________________
Excesso de companhia
Carlos Drummond de Andrade
Os anjos cercavam Marilda, um de cada lado, porque Marilda ao nascer ganhou dois anjos da guarda.
Em vez de ajudar, atrapalhou. Um anjo queria levar Marilda a festas, o outro à natureza. Brigavam entre si, e a moça não sabia a qual deles obedecer. Queria agradar aos dois, e acabava se indispondo com ambos.
Tocou-os de casa. Ficou sozinha, sem apoio espiritual mas também sem confusão. Os dois vieram procurá-la, arrependidos, pedindo desculpas.
- Só aceito um de cada vez. Passa uns tempos comigo, depois mando embora, e o outro fica no lugar. Dois anjos ao mesmo tempo é demais.
Agora Marilda é o anjo da guarda dos seus anjos, um de cada vez.
Sugestão para estudo
Este delicioso texto, extraído do livro infantil Vó caiu na piscina, tem na singeleza e no humor suas principais características. O aluno deve trabalhá-lo como se fosse contá-lo a uma criança, ou seja, sem pressa e valorizando cada novo dado que surge.
__________________________
À margem da vida
Tennesse Williams
Amanda
Como você sabe, esta tarde eu ia ser empossada no meu posto nas Filhas da Revolução Americana. Mas resolvi dar um pulo na Escola Comercial Rubicam para avisar que você estava resfriada e perguntar se você estava progredindo. Fui falar com a professora de datilografia e me apresentei como sua mãe. Ela nem sabia quem você era. “Wingfield?”, ela repetiu. “Não temos nenhuma aluna com esse nome”. Eu assegurei que sim, que você freqüentava as aulas desde janeiro. “Será - disse ela - que a senhora está falando de uma mocinha tremendamente tímida, que deixou o curso depois de freqüentar só uns dias?” Não, respondi, minha filha Laura tem ido à escola todos os dias durante as últimas seis semanas! Então ela consultou o livro de frequência e lá estava o seu nome, com todas as datas em que você estivera ausente, até que decidiram que você tinha abandonado o curso. Como eu insistisse que deveria haver um engano, ela disse: “Agora eu me lembro dela. Suas mãos tremiam tanto que nem podia bater nas teclas certas. A primeira vez que fizemos uma prova de velocidade ela ficou enjoada e teve que ser carregada para o banheiro! Depois, nunca mais apareceu!” (Tempo) Eu me senti tão fraca que mal podia me manter de pé...Tive que me sentar, enquanto me traziam um copo d’água. (Tempo) A matrícula de 50 dólares, todos os nossos planos, minhas ambições e esperanças para o seu futuro...tudo fora por água abaixo, sem mais nem menos...(Tempo) Laura: onde você esteve todo esse tempo que fingia sair para freqüentar a escola?
Sugestão para estudo
O trecho, extraído de uma das peças mais representadas do autor norte-americano, permite à estudante trabalhar uma das passagens mais dramáticas do texto, pela revelação que contém e seus possíveis desdobramentos. O monólogo deve ser feito sem pressa, já que a personalidade melodramática da protagonista a leva a valorizar cada detalhe de sua narrativa, o que contribui para exasperar ainda mais sua tímida filha.
________________________
Martha Medeiros
foram exatos treze segundos
mais do que dura um orgasmo
menos que um comercial de tevê
“Não posso mais viver com você
me apaixonei por outra mulher”
você disse pausado, com a voz embargada
e levou treze segundos
pra dizer duas frases
tivesse mais pressa ou menos remorso
teria sido mais rápido
mas você estava angustiado
e levou treze segundos
pra desocupar meu lugar
como quem desfaz um negócio
tivesse escrito uma carta
haveria de ser mais sutil
tivesse telefonado
seria obrigado a um olá e a um adeus
mas olhando nos olhos
e sem divórcio ou fiasco
mudaste em treze segundos meu estado civil
desarrumando a vida
que eu tinha inventado
Sugestão para estudo
Extraída do volume De cara lavada, cuja leitura recomendamos com entusiasmo, esta poesia (sem título, como todas as demais que integram o livro) tem um tom ao mesmo tempo amargo e irônico, sendo que a ironia funciona como uma espécie de analgésico contra a dor da separação. Ao trabalhar a poesia, há que se levar em conta também o fator tempo, que sem dúvida tem o poder de amenizar o peso de recordações penosas.
__________________________
O jardim das cerejeiras
Anton Tchecov
Lopakhin
Sim, fui eu. Um minuto, esperem um pouco, estou com a cabeça tonta, nem posso falar direito. (Ri) Quando chegamos para o leilão, o Deriganov já estava lá. Leonid Andreievitch só tinha 15 mil rublos, o Deriganov foi logo oferecendo 30 mil, além das dívidas. Vendo isso, me atraquei com ele, ofereci 40; ele, 45; eu, 55. Ele ia subindo 5 mil de cada vez e eu subia 10 mil. E acabou. Dei 90 mil, além das dívidas, o martelo bateu pra mim! O jardim das cerejeiras é meu agora! Meu! (Ri às gargalhadas) Santo Deus! Vocês podem dizer que eu estou bêbado, maluco, que estou sonhando. (Bate com os pés) Mas não riam de mim! Se meu pai e meu avô saíssem da cova para ver tudo isso que aconteceu, para ver como seu Iermolai, que levou tantas surras, que andava descalço na neve, como um miserável, analfabeto Iermolai comprou a fazenda mais linda que há neste mundo! Comprei a fazenda onde meu pai e meu avô foram servos, não podiam entrar na cozinha! Vai ver que estou dormindo, sonhando, só pode ser mesmo um sonho! (Ouve-se a orquestra afinando os instrumentos) Toquem, maestros, eu quero ouvir! Venham todos ver como Iermolai Lopakhin vai sentar o machado nas cerejeiras, venham ver as árvores caindo! Vamos construir casas aqui. E nossos netos e bisnetos hão de ver surgir uma vida nova! Música! Vamos!
Sugestão para estudo
Esta cena, que ocorre no final do 3º ato, é a mais dramática desta obra-prima de Tchecov. Filho e neto de servos, e atualmente rico comerciante, Yermolai Lopakhin acaba adquirindo a fazenda de Liubov Andreievna, após tê-la advertido várias vezes de que vender a propriedade era a única saída para saldar suas dívidas. A grande dificuldade desta passagem, aqui um pouco reduzida, reside na dualidade de emoções do personagem. Se por um lado ele está orgulhoso de seu feito, por outro sabe o que ele representa para aquela família, a enorme dor de ter que se desfazer da fazenda, símbolo de uma aristocracia decadente que será irremediavelmente substituída pela burguesia ascendente. O ator, ao representar este monólogo, deve imaginar que está rodeado pelos membros da família, que acompanham atônitos os fatos que ele narra.
(Para entender melhor o contexto, recomendamos a leitura da peça, à disposição no nº 163 dos Cadernos de Teatro)
_________________________
HAMLET (ato III, cena I)
Shakespeare
Hamlet
Ser ou não ser, eis a questão. O que é mais nobre, suportar os golpes e as flechadas do destino cruel ou lutar contra um mar de sofrimentos e enfrentando-os dar-lhes um fim? Morrer, dormir, nada mais. E com esse sono terminar com todas as aflições do coração e as fraquezas a que a carne está sujeita. Morrer, dormir, dormir...Talvez sonhar. É esse o obstáculo. E depois de ter escapado ao tumulto da vida, com o sono da morte vem os sonhos. É isso que nos faz hesitar. É isso que impõe uma tão longa vida ao nosso desespero. Quem suportaria as chibatadas e as injúrias do destino, a tortura dos tiranos, a humilhação dos arrogantes, o amor rejeitado, as injustiças da lei, a insolência do poder, o desprezo que os homens de valor recebem dos medíocres, quem suportaria tudo isso se pudesse encontrar a paz na ponta de um punhal? Quem agüentaria gemendo e suando o fardo de uma vida inglória, se não fosse o receio de alguma coisa após a morte, esse país desconhecido do qual viajante algum jamais voltou? É isso que faz de nós todos covardes e transforma as cores vivas da resolução na sombra pálida do pensamento. E os nossos grande projetos desviam-se do seu rumo e não se transformam em ação.
Sugestão para estudo
O mais belo solilóquio já escrito dispensa apresentações, naturalmente. E embora o amigo leitor já o tenha visto interpretado, no teatro ou no cinema, por alguns dos maiores atores do mundo, não deve se deixar influenciar por suas atuações e sim buscar uma forma particular de dar vida a esta profunda reflexão sobre o ato de viver. De preferência, evitando um tom impostado, como se os pensamentos pudessem ser seus, e estivessem acontecendo agora.
______________________
18 de julho
Wilhelm, o que seria de nosso coração num mundo sem amor? O mesmo que uma lanterna mágica sem luz! Mal você coloca a lâmpada lá dentro, aparecem as imagens multicoloridas em sua parede branca! E mesmo que isso não passe de uma ilusão passageira, continuará fazendo a nossa felicidade, sempre que estivermos diante dela, como jovens inocentes, encantados com as maravilhosas aparições. Hoje não pude ir à casa de Lotte, impedido por uma reunião inevitável. Que fazer? Mandei o meu criado até lá, só para ter alguém ao meu lado que tivesse estado perto dela hoje. Com que impaciência o esperei, com que alegria o vi chegar! Teria agarrado-o pela cabeça e beijado-o, se a vergonha não tivesse me impedido.
Dizem que a pedra de Bolonha, quando exposta ao sol, absorve os seus raios e depois brilha algum tempo durante a noite. Foi isso que aconteceu com o rapaz. A sensação de que os olhos dela haviam pousado em seu rosto, nas suas faces, nos seus botões e na gola de seu sobretudo, tornava-o, para mim, tão sagrado, tão precioso! Nesse momento, não teria vendido o rapaz nem por mil táleres. Senti-me tão bem em sua presença. Deus queira que você não ria disso. Wilhelm, é ilusão quando nos sentimos felizes?
Sugestão para estudo
O trecho acima foi extraído de Os sofrimentos do jovem Werter, de Johann Wolfgang Goethe, considerado o mais famoso romance da literatura alemã. Escrita em forma de cartas, a obra gira em torno de uma grande paixão, cujo limite é a própria morte. Aqui, o protagonista escreve a um amigo tentando transmitir seu estado de absoluta felicidade, motivada pela paixão que sente por Lotte. Portanto, o que importa é tentar ao máximo transmitir o arrebatamento do personagem, expresso de forma ao mesmo tempo simples e magistral pelo gênio alemão.
________________________
O jardim das cerejeiras
Anton Tchecov
LIUBOV - É um telegrama de Paris. Chegam todos os dias. Aquele doido está doente outra vez, pede perdão, implora que eu vá - e eu devia mesmo ir cuidar dele. (pausa). Estou vendo em seu rosto que você me censura, Pétia. Mas, que hei de fazer? Ele está sozinho, infeliz! Quem vai cuidar dele, quem vai impedi-lo de fazer loucuras, quem vai lhe dar o remédio na hora certa? (Pausa) E por que esconder? Por que não declarar? Eu gosto dele, gosto! É evidente! Esse amor é uma pedra amarrada ao pescoço, me arrastando para o fundo. Mas eu gosto da pedra, não posso viver sem ela! (pausa) Não me julgue mal, Pétia, não diga nada. Não fale...
Sugestão para estudo
O texto acima é parte de um diálogo travado por Libov Andreiévna e Trofímov, no 3º ato. Nele a protagonista tenta, inicialmente, convencer o amigo de que possuiria razões lógicas e até humanitárias para ceder às súplicas do amante. Logo, no entanto, e sem qualquer reserva, expõe toda a sua paixão pelo homem que a arruinou, exibindo total lucidez quanto ao contexto da relação. Assim, a aluna que trabalhar este monólogo deverá prestar bastante atenção às duas partes, valorizando-as em igual medida, sobretudo a última, que define bem seu caráter arrebatado.
___________________
Enleio
Carlos Drummond de Andrade
Que é que vou dizer a você?
Não estudei ainda o código de amor.
Inventar, não posso.
Falar, não sei.
Balbuciar, não ouso.
Fico de olhos baixos espiando,
no chão, a formiga.
Você sentada na cadeira de palhinha.
Se ao menos você ficasse aí nessa posição,
perfeitamente imóvel, como está,
uns quinze anos (só isso)...
Então, eu diria:
Eu te amo.
Por enquanto sou apenas o menino
Diante da mulher que não percebe nada.
Será que você não entende?
Será que você é burra?
Sugestão para estudo
Esta singela e deliciosa poesia pode ser trabalhada a partir de duas premissas: humor e timidez. É o que o “personagem” transmite, basicamente. Como, aliás, o transmitia o próprio Drummond.
___________________
A lua cheia deu na cara dela
Elisa Lucinda
Hoje perdi a palavra
O contato com ela
O amor calou- me a boca.
O amor boicotou de mim
minha própria informação
Os planos se espatifaram
contra os móveis de minha própria casa
A ação, derretida manteiga, mela o tapete
(não deve ser nada sério)
apenas tenho impotentes vontades como
a de quebrar essa merda desse telefone
que está sendo pago pra alvoroçar meu coração.
Pago por mim.
Eu financio essa tortura
de não ser nunca tua voz do outro lado da linha.
Que linha móvel indecifrável me pendura
e compromete meu ser ao I Ching infame da Telerj?
Hoje perdi a palavra. A língua me renuncia.
O amor me empanturrou a fala
mas eu não vou me comover.
Há um ladrão que me saqueou a alma
afanou- me o senso
atordoou- me a calma
mas eu não vou denunciar
(não deve ser nada sério)
apenas dormi acordada
e abri as portas quando estavam sendo arrombadas.
Os danos estão à mostra
e o ladrão diz que não houve nada.
Apenas a lua me fura os olhos e eu sou derramada
Hoje perdi a palavra.
Hoje perdi o som de minha própria caligrafia,
o barulho sensual de minhas consoantes
Adiante perdi a estrada que ia dar
na minha própria cozinha
Na minha, estou calada.
(não deve ser nada sério)
Apenas o amor chegou na hora inesperada
e deparou com máscaras gelatinosas na minha cara
bobs nos cabelos
tranquilizantes sobre a saga.
(Hoje é peixes e afogamentos e, dizem, março, 14, 1987)
Sugestão para estudo
O presente poema trata, evidentemente, de amor. De um amor não mais correspondido, mesmo que aquele que tenha sofrido a perda ainda alimente alguma esperança – como a de ouvir a voz amada ao telefone. Portanto, a abordagem deste belo texto pressupõe paixão, arrebatamento e, obviamente, muita dor e revolta.
___________________
terça-feira, 24 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
Teatro Odin
Lionel Fischer
(Este artigo foi escrito por mim, em 1977, aos 27 anos, e publicado na revista Cadernos de Teatro nº 75. Refere-se às impressões que tive do espetáculo "O livro de danças", apresentado no Festival de Outono de Paris - setembro/novembro de 1977. Inicialmente, faço um breve histórico do grupo até aquele momento.
* * *
"Todo aquele que, se jogando contra cada obstáculo, procura um novo modo de perceber, sentir e refletir, vive uma nova vida, que às vezes não consegue explicar. Se você se recusa a ficar estendido numa maca e se dispõe a ir além, você ultrapassa a fronteira que conduz a uma espécie de terra de ninguém: atrás de você esconde-se o território do teatro; à frente, uma nova fronteira. Você ignora a que tipo de terreno ela lhe conduzirá. Avança prudentemente, mas com obstinação. Muitas vezes seus passos o conduzem para trás, na direção da fronteira do teatro, e os sábios e professores sorriem, aliviados. Muitas vezes você parece a ponto de desaparecer no horizonte, e seu destino se torna incompreensível. Quem é você, afinal? Um solitário que some no deserto ou alguém que avançando, ainda que se perdendo, chega a traçar uma pista?" (Eugenio Barba - "O estrangeiro que dança".
Esse caminho perigoso e incerto, sujeito a indiferença e desprezo constantes, vem sendo trilhado por Eugenio Barba e o Grupo Odin há cerca de 13 anos, e resultou nos seguintes espetáculos: Ornitofilene (1965), Kaspariana (1967), Ferai (1969), Min far hus (1972), Le livre de danses (1974) e Come! And the day will be ours (1976).
Proust buscou o tempo perdido.
O Grupo Odin vai à procura do homem perdido.
Onde quer que ele se encontre: em Paris, nas florestas amazônicas ou nais mais remotas regiões da Itália.
Rejeição
O Grupo Odin, muitas vezes rejeitado, nasceu dentro e por causa da rejeição. Eugenio Barba, de origem italiana, formado em letras norueguesas e francesas, assim como em História das Religiões, após haver estudado em várias partes do mundo, como por exemplo na Índia e na Polônia (durante três anos) com Grotowski, ao retornar à Noruega não conseguiu trabalho em parte alguma. Assim sendo, nada mais lhe restou do que tentar empreender seu caminho a partir das próprias experiências, pois nenhum ator profissional se dispôs a estabelecer qualquer contato com ele visando o "futuro".
Foi então que conheceu um grupo de jovens que desejava ardentemente fazer teatro e que tinha sido, todo ele, reprovado no exame de admisão para o Conservatório. A partir da insegurança de cada um, estabeleceu-se uma forte ligação entre todos, numa tentativa conjunta de superar a frustração e a angústia diante de uma sociedade que havia decidido, de forma categórica e inapelável, a posição de todos dentro dela. Ou fora...
Início
E foi assim que o Grupo Odin começou a atuar, não contra a sociedade, sob o pretexto de se vingar, mas, paradoxalmente, a seu favor, na medida em que a distância imposta permitiu uma visão de seus problemas e contradições muito mais aguda e pertinente do que a dos grupos nela engajados e dela dependentes. Negando-se a reduzir suas atuações ao protesto superficial, que jamais ultrapassaria a mera provocação, o Grupo Odin, frequentemente acusado de "indefinição política", talvez seja hoje um dos mais politizados grupos teatrais do nosso tempo, desde o momento em que conseguimos compreender que ser político não implica mecessariamente em possuir uma filiação partidária, mas em ter consciência de que cada indivíduo é importante perante sua comunidade e que somente a partir de transformações individuais ela poderá, um dia, viver melhor como um todo.
Convicto de que é essa a sua missão, o Grupo Odin vem colocando há 13 anos, no coração de cada espectador sensível, algo assim como sementes, que só necessitam de solo fértil para desabrochar. Estes atores sempre deixam, ao partir, alguma coisa. Ainda que em estado embrionário. E por isso se tornam tão importantes. Aliás, não lembramos de uma flor apenas porque era bela, mas sobretudo por seu perfume...
O livro de danças
O termo "danças" não é exato. Os atores, a partir de suas experiências e improvisações, realizam o espetáculo. Com seus tambores e flautas, fitas coloridas e bastões, impregnam todo o ambiente de uma energia inimaginável. Sua expressividade é de tal ordem que conseguem transformar acessórios em elementos teatrais tão importantes quanto cada um deles. Em mãos inadequadas, um tambor é sempre um tambor. Aqui, o objeto se torna ator.
Recusando o puro exibicionismo, esses jovens exepcionalmente preparados, que ensaiam oito horas por dia, nos revelam um mundo de potencialidades expressivas do nosso em geral tão desprezado corpo.
Quanto ao enredo, como normalmente é concebido, não existe. Não há uma história a ser contada. São as energias trocadas a cada momento e, consequentemente, as relações estabelecidas que formam, para cada espectador, a "sua história".
Quando um ator se aproxima, balbuciando palavras numa língua estranha, cujo sentido imediato nos escapa, mas cuja maneira de dizê-las nos atrai, para que estabeleçamos uma relação com ele é necessário renunciar à compreensão do texto literário e tentar captar as sugestões sonoras nele contidas. Se conseguimos isso, ou seja, perceber e sentir por vias que não as habituais, cotidianas, terá sido dado um grande passo para que a nossa sensibilidade viva, e todo o nosso ser se transforme.
Então, o contato com o Grupo Odin se torna uma experiência inesquecível. Não escutamos mais a música, a vemos! Os atores perdem suas características históricas e não são mais eles que se digladiam e acariciam, mas nossos sentimentos básicos, nossas aspirações e anseios que se materializam diante de nós, revelando-nos como somos: inseguros, carentes, sonhadores. As potencialidades e fraquezas humanas nos são expostas, e talvez por se encontrarem tão próximas, não saibamos de imediato o que fazer com elas.
Mas creio que, em todos nós, ainda que de formas diversas, as sementes foram plantadas. E as condições que lhes permitirão florescer estão em nós, dependendo apenas do nosso esforço no sentido de criar as circunstâncias indispensáveis. Se tudo na vida pode e deve ser sentido de vários ângulos diferentes, é preciso somente estar atento, vigiar nossa preguiça e acomodação, que em geral nos fazem eleger o meio mais fácil, o lado superficial, ocultando-nos o significado mais profundo de nossas vivências.
É preciso não esquecer que, quando cumprimentamos alguém, muito mais verdadeiro que o intercâmbio de falas é o contato das mãos.
_________________
Lionel Fischer
(Este artigo foi escrito por mim, em 1977, aos 27 anos, e publicado na revista Cadernos de Teatro nº 75. Refere-se às impressões que tive do espetáculo "O livro de danças", apresentado no Festival de Outono de Paris - setembro/novembro de 1977. Inicialmente, faço um breve histórico do grupo até aquele momento.
* * *
"Todo aquele que, se jogando contra cada obstáculo, procura um novo modo de perceber, sentir e refletir, vive uma nova vida, que às vezes não consegue explicar. Se você se recusa a ficar estendido numa maca e se dispõe a ir além, você ultrapassa a fronteira que conduz a uma espécie de terra de ninguém: atrás de você esconde-se o território do teatro; à frente, uma nova fronteira. Você ignora a que tipo de terreno ela lhe conduzirá. Avança prudentemente, mas com obstinação. Muitas vezes seus passos o conduzem para trás, na direção da fronteira do teatro, e os sábios e professores sorriem, aliviados. Muitas vezes você parece a ponto de desaparecer no horizonte, e seu destino se torna incompreensível. Quem é você, afinal? Um solitário que some no deserto ou alguém que avançando, ainda que se perdendo, chega a traçar uma pista?" (Eugenio Barba - "O estrangeiro que dança".
Esse caminho perigoso e incerto, sujeito a indiferença e desprezo constantes, vem sendo trilhado por Eugenio Barba e o Grupo Odin há cerca de 13 anos, e resultou nos seguintes espetáculos: Ornitofilene (1965), Kaspariana (1967), Ferai (1969), Min far hus (1972), Le livre de danses (1974) e Come! And the day will be ours (1976).
Proust buscou o tempo perdido.
O Grupo Odin vai à procura do homem perdido.
Onde quer que ele se encontre: em Paris, nas florestas amazônicas ou nais mais remotas regiões da Itália.
Rejeição
O Grupo Odin, muitas vezes rejeitado, nasceu dentro e por causa da rejeição. Eugenio Barba, de origem italiana, formado em letras norueguesas e francesas, assim como em História das Religiões, após haver estudado em várias partes do mundo, como por exemplo na Índia e na Polônia (durante três anos) com Grotowski, ao retornar à Noruega não conseguiu trabalho em parte alguma. Assim sendo, nada mais lhe restou do que tentar empreender seu caminho a partir das próprias experiências, pois nenhum ator profissional se dispôs a estabelecer qualquer contato com ele visando o "futuro".
Foi então que conheceu um grupo de jovens que desejava ardentemente fazer teatro e que tinha sido, todo ele, reprovado no exame de admisão para o Conservatório. A partir da insegurança de cada um, estabeleceu-se uma forte ligação entre todos, numa tentativa conjunta de superar a frustração e a angústia diante de uma sociedade que havia decidido, de forma categórica e inapelável, a posição de todos dentro dela. Ou fora...
Início
E foi assim que o Grupo Odin começou a atuar, não contra a sociedade, sob o pretexto de se vingar, mas, paradoxalmente, a seu favor, na medida em que a distância imposta permitiu uma visão de seus problemas e contradições muito mais aguda e pertinente do que a dos grupos nela engajados e dela dependentes. Negando-se a reduzir suas atuações ao protesto superficial, que jamais ultrapassaria a mera provocação, o Grupo Odin, frequentemente acusado de "indefinição política", talvez seja hoje um dos mais politizados grupos teatrais do nosso tempo, desde o momento em que conseguimos compreender que ser político não implica mecessariamente em possuir uma filiação partidária, mas em ter consciência de que cada indivíduo é importante perante sua comunidade e que somente a partir de transformações individuais ela poderá, um dia, viver melhor como um todo.
Convicto de que é essa a sua missão, o Grupo Odin vem colocando há 13 anos, no coração de cada espectador sensível, algo assim como sementes, que só necessitam de solo fértil para desabrochar. Estes atores sempre deixam, ao partir, alguma coisa. Ainda que em estado embrionário. E por isso se tornam tão importantes. Aliás, não lembramos de uma flor apenas porque era bela, mas sobretudo por seu perfume...
O livro de danças
O termo "danças" não é exato. Os atores, a partir de suas experiências e improvisações, realizam o espetáculo. Com seus tambores e flautas, fitas coloridas e bastões, impregnam todo o ambiente de uma energia inimaginável. Sua expressividade é de tal ordem que conseguem transformar acessórios em elementos teatrais tão importantes quanto cada um deles. Em mãos inadequadas, um tambor é sempre um tambor. Aqui, o objeto se torna ator.
Recusando o puro exibicionismo, esses jovens exepcionalmente preparados, que ensaiam oito horas por dia, nos revelam um mundo de potencialidades expressivas do nosso em geral tão desprezado corpo.
Quanto ao enredo, como normalmente é concebido, não existe. Não há uma história a ser contada. São as energias trocadas a cada momento e, consequentemente, as relações estabelecidas que formam, para cada espectador, a "sua história".
Quando um ator se aproxima, balbuciando palavras numa língua estranha, cujo sentido imediato nos escapa, mas cuja maneira de dizê-las nos atrai, para que estabeleçamos uma relação com ele é necessário renunciar à compreensão do texto literário e tentar captar as sugestões sonoras nele contidas. Se conseguimos isso, ou seja, perceber e sentir por vias que não as habituais, cotidianas, terá sido dado um grande passo para que a nossa sensibilidade viva, e todo o nosso ser se transforme.
Então, o contato com o Grupo Odin se torna uma experiência inesquecível. Não escutamos mais a música, a vemos! Os atores perdem suas características históricas e não são mais eles que se digladiam e acariciam, mas nossos sentimentos básicos, nossas aspirações e anseios que se materializam diante de nós, revelando-nos como somos: inseguros, carentes, sonhadores. As potencialidades e fraquezas humanas nos são expostas, e talvez por se encontrarem tão próximas, não saibamos de imediato o que fazer com elas.
Mas creio que, em todos nós, ainda que de formas diversas, as sementes foram plantadas. E as condições que lhes permitirão florescer estão em nós, dependendo apenas do nosso esforço no sentido de criar as circunstâncias indispensáveis. Se tudo na vida pode e deve ser sentido de vários ângulos diferentes, é preciso somente estar atento, vigiar nossa preguiça e acomodação, que em geral nos fazem eleger o meio mais fácil, o lado superficial, ocultando-nos o significado mais profundo de nossas vivências.
É preciso não esquecer que, quando cumprimentamos alguém, muito mais verdadeiro que o intercâmbio de falas é o contato das mãos.
_________________
Teatro/CRÍTICA
"O santo e a porca"
...................................................................
Boa versão de um clássico
Lionel Fischer
Autor de um belo romance ("Romance da pedra do reino"), adaptado com grande sucesso para a televisão, e um dos mais importantes dramaturgos nacionais, Ariano Suassuna escreveu peças deliciosas, dentre elas "Uma mulher vestida de sol", "O casamento suspeitoso", "A farsa da boa preguiça", "A pena e a lei", "Auto da compadecida" e "O santo e a porca". E é justamente esta última, montada pela primeira vez no Rio há 50 anos, que agora volta ao cartaz, após cumprir ótima temporada em 2008.
Em exibição no Teatro Villa-Lobos, "O santo e a porca" é uma produção da Cia. Limite 151 e chega à cena com direção de João Fonseca e elenco formado por Élcio Romar (Euricão), Gláucia Rodrigues (Caroba), Armando Babaioff (Dodó), Marcio Ricciardi (Eudoro Vicente), Nilvan Santos (Pinhão), Duaia Assumpção (Benona) e Janaína Prado (Margarida).
Embora se trate de um texto muito conhecido, é possível que alguns o desconheçam. Então, reproduzimos a seguir a "sinopse" do texto, por sinal muito bem escrita pela assessora de imprensa Ana Gaio:
"A avareza doentia de Euricão vai deixá-lo pobre e solitário, como ele se dizia ser e vivia para evitar os fantasmagóricos 'ladrões' que o assediavam. Caroba, criada por Euricão para se casar com Pinhão, que trabalha para o milionário Eudoro, arquiteta um mirabolante, audacioso, confuso e hilário plano. Todos se deixam envolver tendo de um lado os 'oprimidos' de todas as espécies e, de outro, os supostos opressores Euricao e Eudoro".
Estamos, evidentemente, diante de uma comédia, mas certamente impregnada de saborosas críticas a determinados valores, sobretudo os inerentes ao dinheiro - e aqui a questão é colocada de forma muito engraçada, pois Euricão enfiou dentro de um cofre, com formato de porca, tudo que ganhou na vida, ao mesmo tempo simulando ser muito pobre. No final, porém, é forçado a constatar a patética inutilidade de seu hábito...
Bem escrita, repleta de humor e contendo ótimos personagens, ainda assim acreditamos que "O santo e a porca" poderia ser uma peça ainda mais contundente se fosse um pouco mais curta, pois em sua metade há passagens que poderiam perfeitamente ser abreviadas ou simplesmente excluídas, já que só contribuem para ralentar a narrativa. E este problema torna-se evidente no espetáculo.
Este começa de forma esfusiante, alegre, com marcações muito criativas e divertidas. Mas quando atinge sua metade, dada a prolixidade do texto, o ritmo cai e, consequentemente, o interesse do espectador diminui. Mas não a ponto de lamentar ter comparecido ao Villa-Lobos, não só pelas razões já apontadas como também pelo ótimo desempenho do elenco.
Indicada ao Prêmio Shell de Melhor Atriz do ano passado, Gláucia Rodrigues constrói uma Caroba irrepreensível - maliciosa, debochada, astuta e extremamente sensual. Élcio Romar também exibe ótima performance na pele de Euricão, o mesmo aplicando-se a Duaia Assumpção, que valoriza ao máximo o relativamente curto papel de Benona. Os demais integrantes do elenco atuam com segurança e grande vitalidade.
Na equipe técnica, o grande destaque vai para os divertidos e criativos figurinos de Ney Madeira, também indicado ao Shell de 2008. Nello Marrese assina uma cenografia totalmente adequada ao contexto, sendo corretas a música original e direção musical de Wagner Campos, e a iluminação de Rogéio Wiltgen.
O SANTO E A PORCA - Texto de Ariano Suassuna. Direção de João Fonseca. Com Élcio Romar, Gláucia Rodrigues, Armando Babaioff, Marcio Ricciardi, Nilvan Santos, Duaia Assumpção e Janaína Prado. Teatro Villa-Lobos. Quinta a sábado, 21h. Domingo, 20h.
sexta-feira, 20 de março de 2009
Não fica pedra sobre pedra
Diana Rigg
Diana Rigg é atriz, tendo participado da Royal Shalespeare Company e de várias peças nos Estados Unidos, desde o início dos anos 60. O presente artigo, extraído de seu livro No Turn Unstoned, foi propositadamente bastante reduzido e foca apenas as primeiras dificuldades enfrentadas pelos atores desde que Téspis, descendo de sua carroça, proclamou: "Eu sou Dionisio". Tais dificuldades, naturalmente, eram fruto de "opiniões críticas", formuladas por Imperadores, Santos e outros tantos que se julgavam detentores do monopólio da verdade e encaravam o Teatro como grave ameaça aos poderes que desejavam preservar.
Diana Rigg
Diana Rigg é atriz, tendo participado da Royal Shalespeare Company e de várias peças nos Estados Unidos, desde o início dos anos 60. O presente artigo, extraído de seu livro No Turn Unstoned, foi propositadamente bastante reduzido e foca apenas as primeiras dificuldades enfrentadas pelos atores desde que Téspis, descendo de sua carroça, proclamou: "Eu sou Dionisio". Tais dificuldades, naturalmente, eram fruto de "opiniões críticas", formuladas por Imperadores, Santos e outros tantos que se julgavam detentores do monopólio da verdade e encaravam o Teatro como grave ameaça aos poderes que desejavam preservar.
* * *
Fenômeno
Críticos como uma comunidade de homens e mulheres designados formalmente, cujo trabalho é expressar uma opinião do que está acontecendo no teatro, são um fenômeno comparativamente recente: eles surgiram no século XVIII. Mas remova o C maiúsculo, a designação formal, e vemos que desde o início a platéia incluiu pessoas que insistiam em demonstrar suas reações, durante e depois do espetáculo. Como disse Ralph Richardson em um artigo para a antiga Vic-Wells Magazine: "Uma pessoa, se tem qualquer capacidade, quando chega em casa após uma representação, irá criticar o espetáculo que acabou de ver. É natural que o faça e não lhe fará bem algum se não o fizer". Neste sentido, todos nós somos críticos, e tem sido assim desde o começo. As inovações, descobri, foram apedrejadas por muitas pessoas através dos tempos por razões extremamente variadas.
Revolução
Críticas ruins são tão antigas quanto a própria arte teatral. Quando Téspis, o poeta grego que fundou nossa profissão, ficou famosos ao sair do Coro para personificar um dos personagens da história que estava sendo contada, nem todas as pessoas receberam esta inovação magnífica com o entusiasmo merecido - o que será que o levou a dar esse passo revolucionário? Até hoje, os diretores reclamam que os atores sempre querem melhorar seus papéis; mas nós temos um antecedente clássico e o instinto de continuar forte!
Denúncia
Quando Téspis levou sua invenção para Atenas, cerca de 560 AC, Sólon, o legislador, a denunciou como uma ilusão perigosa. Isto era mais do que um ponto de vista pessoal; era a manifestação de uma profunda ansiedade social por causa da representação de atributos próprios de um Deus por um simples homem. No entanto, nesta primeira confrontação, os críticos foram superados pela inovação (E não foi a última vez). Até 543 AC a prática estava tão bem instituída que houve uma competição de representação trágica em Atenas, e Téspis, agora um homem idoso, recebeu o primeiro prêmio.
Começo
Neste começo, todos os papéis em uma peça eram representados por um só homem, geralmente o autor. Ésquilo, o ilustre ator-dramaturgo, então acrescentou um segundo ator ao elenco de suas peças; Sófocles acrescentou um terceiro, e então a profissão foi instituída. Daquele começo até os dias de hoje, ela tem continuado em confronto com uma oposição assustadora, que abrange desde expoentes intelectuais e cívicos da antiguidade, passa por santos e líderes da Igreja, e chega até a oposição Puritana da história relativamente moderna.
Banimento
Platão (429-347 AC) teria banido completamente a profissão de ator da sua República ideal:
E, portanto, quando qualquer um destes cavalheiros pantomímicos, que são tão inteligentes que conseguem imitar qualquer coisa, vêm até nós e fazem uma proposta para exibir a si e a sua poesia, iremos curvar-nos e idolatrá-lo como um ser doce, sagrado e maravilhoso; mas devemos informá-lo também de que em nosso Estado pessoas como ele não podem existir; a lei não os permitirá. E então, depois de ungí-lo com mirra e colocar uma coroa de lã em sua cabeça, nós o mandaremos embora para outra cidade.
Seria o primeiro exemplo do uso da famosa frase: "Não nos procure, deixe que quando for necessário, nós o procuraremos!"
Decência
Quando a tradição dramática da Grécia Antiga foi levada através da Itália sob o Império Romano, o padrão não se manteve. Ovídio (43 AC - 18 DC) pode ter sido preciso, quando, no seus Ars Amatoria, nos dá uma vaga idéia do público do seu tempo: "Adúlteros, alcoviteiros, proxenetas, prostitutas e pessoas efeminadas, vadias, impuras, lascivas e deselegantes", eram os frequentadores mais assíduos da sua época. Em outras palavras (expressando o ponto de vista que tem perseverado através dos anos), pessoas decentes não vão ao teatro.
Mistura
Houve alguns bons dramaturgos romanos como Plauto, Sêneca e Terêncio, mas em geral, o teatro oferecia uma mistura confusa de rimas indecentes, farsa rude e espetáculos elaborados - servindo frequentemente de abertura para uma corrida de carruagens ou exibição de gladiadores.
Escravos
Os atores daquela época eram invariavelmente escravos. Roscius, o melhor ator romano (morreu em 62 AC), obteve a liberdade como resultado de seu sucesso. Mas ele era uma exceção: a profissão, no geral, não conseguia fazer sucesso.
Descrição
O poeta Lucien (120-200 DC) deixou uma descrição dos piores estilos da representação teatral romana:
Vamos considerar o espetáculo horrendo, espantoso, que o ator apreesenta. Suas botas de cano alto o deixam todo fora de proporção; sua cabeça se esconde sob uma máscara enorme; sua boca imensa se abre ao máximo para a platéia como se fosse engolí-la; para não mencionar a almofada do peito e da barriga com as quais ele planeja obter corpulência artificial, para que sua deficiência neste aspecto não enfatize sua altura desproporcionada. E no meio de tudo isto está o ator, gritando ora alto, ora baixo, entoando seus versos iâmbicos bastante frequentemente; existe algo mais repugnante que esta recitação melopéica dos desgostos trágicos?
Chicotada
O Imperador Augusto César (63 AC - 14 DC) mandou chicotear o ator Epífano três vezes em volta do palácio e baniu-o por ter tido a coragem de representar na sua presença em um feriado público. E o Imperador Marco Aurélio (121-180 DC) continuou com a tradição de desencorajamento oficial: "Não vi nada tão inútil para o Estado do que esses Atores, farsistas, e outros malabaristas...". Finalmente, a este duplo bombardeio de desaprovação estética e oficial apresentou-se uma terceira voz, mais forte e duradoura na sua condenação que as outras duas: a da Igreja Cristã.
Deus
Até esse momento, os críticos tinham se limitado, mais ou menos, a dizer: "Eu não aprovo". Agora eles começaram a declarar, com convicção crescente, que "Deus não aprova". E ainda assim, surpreendentemente os atores mantiveram-se fiéis à sua profissão. Atacados, ultrajados, excomungados, negados a sepultamento em terra santa, eles continuaram teimando em subir nos palcos (frequentemente improvisados) para divertir as pessoas com suas representações.
Censura
Os argumentos que os Padres da Igreja tinham contra nossa profissão marginalizada proporcionam uma leitura fascinante. Enquanto alguns deles têm um toque remoto e estranho, diferente de qualquer coisa que seria dita hoje em dia, outros soam bem conhecidos: o raciocínios básico da censura. Tertuliano (155-222 DC), um Padre da Igreja africana que deixou ricas obras em Latim, faz a objeção um tanto simples de que um ator deve ser imoral, porque ao fingir que é outra pessoa no palco, ele tem necessariamente que contar mentiras.
Poluição
Nós não somos agora ameaçados com estes termos. No entanto, prestemos atenção ao que diz Orígenes (185-245 DC), chefe da Escola Cristã de Alexandria: "Os cristãos não devem assistir a peças de teatro, aos prazeres agradáveis de olhares poluídos, para que eles não se excitem com elas". O próprio Santo Agostinho (343-430 DC), um ávido frequentador de teatro antes de sua conversão ao Cristianismo, acrescentou sua opinião à campanha: "Peças de teatro são as mais petulantes, impuras, descaradas, perversas, imorais e detestáveis expiações de deuses diabólicos".
Sobrevivência
São Crisóstomo (155-222 DC) repetiu o mesmo, exceto que as suas palavras testemunham precisamente o que eu quero celebrar aqui: a sobrevivência triunfante do drama. Evidentemente, a descoberta de Téspis e sua classe satisfez alguma necessidade humana profunda que, uma vez despertada, não se permitiria ser reprimida. A voz de São Crisóstomo soa melancólica: "Quantos sermões temos feito advertindo muitas pessoas tolas que deveriam abandonar os teatros e as coisas lascivas que deles se originam. E elas não se abstiveram, mas sempre, até hoje, correm para os espetáculos de peças e danças ilícitas..."
Medalhão
Há muitos anos atrás, enquanto trabalhava na América, recebi um medalhão com as palavras: "São Genésio, Santo Patrono dos Atores". O que contam sobre ele é que no decorrer do espetáculo apresentado ao Imperador Romano Deocleciano (245-313 DC), ele fez o papel de um candidato em uma representação zombeteira do batismo Cristão. Mas a Graça de Deus o atingiu e depois, quando aprsentado ao Imperador, declarou que havia se convertido ao Cristianismo durante o espetáculo. Como consequência desta confissão ele foi torturado, mas não quis renegar sua nova fé, e então cortaram-lhe a cabeça. Ainda não se decidiu se algum dia existiu um mártir chamado Genésio em Roma, dis o Dicionário dos Santos. Por que não? Certamente existiram atores cristãos, e é verdade que alguns escolheram revelar sua fé. Oficialmente não existe nenhum Santo Patrono dos Artistas. É uma triste omissão e não se pode deixar de sentir ser esta uma omissão crítica.
* Este artigo teve tradução de Cláudia Pinheiro. Colaboração do Curso de Tradução do Departamento de Letras da PUC-Rio.
____________________
terça-feira, 17 de março de 2009
Múltipla Escolha 11
1. A partir da Revolução Francesa, os grandes artistas começaram a assumir uma posição crescentemente hostil à sociedade do seu tempo - até então, a tendência dominante era a celebração da ordem existente, de origem divina e corporificada na aristocracia. Mais adiante, com o advento da Revolução Industrial, foram criados mecanismos coletivos de domínio sobre o indivíduo, que encontram seu apogeu de opressão na era da tecnologia. Pois bem: você acredita que as duas Revoluções possam ter contribuído para o posterior surgimento do Teatro de Protesto?
a) Não: o Teatro de Protesto é anterior a ambas
b) Não: o Teatro de Protesto remonta à Grécia Antiga
c) Não: o Teatro de Protesto foi criado por Plauto
d) Os itens a e b estão corretos
e) Sim
2. Considerado o expoente máximo do teatro naturalista e tido como o pai do teatro moderno, o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906) escreveu textos memoráveis. E é de sua autoria um drama duplo, com um total de 10 atos. Ele se encontra na lista abaixo?
a) Romersholm / Hedda Gabler
b) Um inimigo do povo / O construtor
c) O pato selvagem / Peer Gynt
d) Imperador / Galileu
e) Nenhuma das respostas anteriores
3. Mais do que qualquer outro dramaturgo, o sueco August Strindberg (1849-1912) escreve-se a si próprio, e o eu que continuamente expressa é o do moderno homem alienado, arrastando-se entre o céu e a terra, desesperadamente tentando arrancar alguns absolutos de um universo abandonado. Uma de suas peças mais célebres se encontra abaixo relacionada?
a) O sonho
b) O bravo soldado Scheik
c) A morte do caixeiro viajante
d) Rei Lear
e) O item a está correto
4. O russo Anton Tchecov (1860-1904) escreveu, dentre muitas obras-primas, uma em que retratava a decadência da aristocracia rural e a ascensão da burguesia. Você conseguiria identificá-la na relação que se segue?
a) Tio Vânia
b) O jardim das cerejeiras
c) A gaivota
d) Platonov
e) Nenhuma das respostas anteriores
5. Partidário de um teatro francamente doutrinário em substituição à tradição romântica, o irlandês George Bernard Shaw (1856-1950) escreveu o seguinte, no prefácio de uma de suas peças: “O drama de puro sentimento deixou de estar nas mãos do dramaturgo; foi conquistado pelo compositor musical...e não existe, francamente, futuro algum para qualquer drama que não seja o drama de pensamento”. Pois bem: você saberia indicar qual de suas peças, abaixo relacionadas, teve como prefácio o texto acima relacionado?
a) A profissão da srª Warren
b) Major Bárbara
c) Volta a Matusalém
d) Homem e superhomem
e) Nenhuma das respostas anteriores
6. Autor cuja obra completa expusemos no nº 170 dos Cadernos de Teatro, o alemão Bertolt Brecht (1898-1956) escreveu, aos 25 anos, uma de suas peças mais célebres, ambientada em Chicago e estruturada ao longo de 11 cenas. Qual seria?
a) Baal
b) Galileu, Galilei
c) Na selva das cidades
d) Aquele que diz sim, aquele que diz não
e) A alma boa de Setsuã
7. Embora cumulado de honrarias em vida, o italiano Luigi Pirandello (1867-1936) julgava-se incompreendido e pouco apreciado. Quando a crítica se manifestou desfavoravelmente a uma de suas peças, declarou o seguinte: “A Itália terá de expiar a vergonha de não ter me compreendido e me tratado injustamente”. Depois de qual texto ele escreveu o transposto acima?
a) Assim é, se lhe parece
b) Vestir os nus
c) Lázaro
d) Seis personagens em busca de um autor
e) Os gigantes da montanha
8. O norte-americano Eugene O’Neill(1888-1953) é considerado o pioneiro do moderno teatro americano. Autor de textos memoráveis, dentre eles Além do horizonte, O imperador Jones e Longa jornada noite adentro, O’Neill teve duas fortes influências. Elas se encontram na relação abaixo?
a) Ibsen
b) Strindberg
c) Tragédia grega
d) Shakespeare
e) Três ítens estão corretos
9. O francês Antonin Artaud (1896-1948) foi escritor, poeta, ator e diretor. Mas não passou à imortalidade em função de nenhuma de suas realizações no campo do fazer teatral, e sim graças a um livro que teria influência decisiva sobre o teatro do século XX. O livro está abaixo relacionado?
a) A arte da encenação
b) O teatro e seu duplo
c) O ator: elemento essencial da cena
d) Em busca de um teatro pobre
e) Nenhuma das respostas anteriores
10. Ladrão confesso e homossexual assumido, o francês Jean Genet (1910-1986) passou grande parte de sua vida na cadeia. Ainda assim, sempre contou com a simpatia da maior parte dos intelectuais franceses, dentre eles Jean-Paul Sartre. Dos textos abaixo, três são de sua autoria. Você consegue identificá-los?
a) As criadas
b) O balcão
c) Os negros
d) Roberto Zucco
e) Os itens a, b e c estão corretos
Gabarito 11
Questão 1
e) Sim
Questão 2
d) Imperador e Galileu
Questão 3
e) O item a está correto
Questão 4
b) O jardim das cerejeiras
Questão 5
a) A profissão da srª Warren
Questão 6
c) Na selva das cidades
Questão 7
c) Lázaro
Questão 8
e) Três itens estão corretos (a, b e c)
Questão 9
b) O teatro e seu duplo
Questão 10
e) Os itens a, b e c estão corretos
_______________________
Múltipla Escolha 12
1. O teatro brasileiro surgiu em S. Vicente com o objetivo de ser uma espécie de escola de catequese espiritual, artística e religiosa. Foi criado por iniciativa do provincial da Missão Jesuíta. Pois bem: seu nome consta da relação abaixo?
a) Orlando Damasceno
b) Fernando Meirelles
c) Manuel da Nóbrega
d) Constâncio Ferreira
e) Nenhuma das respostas anteriores
2. O provincial da Missão Jesuíta efetivamente criou o teatro brasileiro. Mas ele não ensaiava os “atores” e não escrevia textos, função exercida por:
a) Padre José de Anchieta
b) Cônego Martins Otacílio
c) Monsenhor Flávio Alcântara
d) Conselheiro Demóstenes Fiúza
e) Nenhuma das respostas anteriores
3. O primeiro teatro a existir no Rio de Janeiro chamava-se Teatro dos Índios de
S. Lourenço. Algumas das características desse espaço estariam abaixo relacionadas?
a) Tablado cercado por festões vegetais
b) Duas cortinas vermelhas como pano de boca
c) Camarote lateral para os padres da Companhia de Jesus
d) Os itens a, b e c estão corretos
e) Não
4. Em 1584, durante os festejos de S. Sebastião, realizou-se no Rio de Janeiro, no adro da Igreja da Misericórdia, uma representação solene do Auto da Pregação Universal, de José de Anchieta. Esse evento de gala foi prestigiado por um dos mais importantes personagens da História do Rio de Janeiro. Quem teria sido?
a) Cacique Araribóia
b) Estácio de Sá
c) Mem de Sá
d) Antônio Gusmão
e) Nenhuma das respostas anteriores
5. Na segunda metade do século XVIII surgem, no Brasil, as primeiras casas de espetáculos. E em 1794 o País recebe, pela primeira vez, a visita de uma companhia européia, liderada por um ator de renome. Se nome consta da relação abaixo?
a) Antônio José de Almeida
b) Antônio José de Paula
c) José Antônio Ferreira
d) José Antônio Nepomuceno
e) Nenhuma das respostas anteriores.
6. Em 1729, para celebrar o casamento do Príncipe do Brasil com a Infanta de Castela, foram encenadas na Bahia seis comédias, duas delas abaixo citadas. Quais seriam?
a) Fineza contra fineza, de Calderón de la Barca
b) El desdén com el desdén, de Moreto
c) No digas nada, autor anônimo
d) La muerte del infante, autor anônimo
e) Os itens a e b estão corretos
7. O pernambucano Luís Álvares Pinto (1719-1789) foi o primeiro autor brasileiro a ser encenado. Sua obra de estréia chamava-se:
a) Amor mal correspondido
b) Trapaças do amor
c) Galanteios fugidios
d) Paixões impossíveis
e) Nenhuma das respostas anteriores
8. A transferência da família real portuguesa para o Brasil teve repercussão sobre a vida teatral, o mesmo ocorrendo com a música e o drama lírico. Em 1813, abria suas portas no Rio um teatro que viria a se tornar de granhde importância para a cidade. Você saberia identificá-lo?
a) Teatro João Caetano
b) Teatro Carlos Gomes
c) Real Teatro S. João
d) Real Teatro S. Bartolomeu
e) Nenhuma das respostas anteriores
9. Três nomes da primeira geração romântica contribuíram decisivamente para imprimir feições nacionais ao teatro brasileiro. Seus nomes constam da relação abaixo?
a) Gonçalves de Magalhães
b) Martins Pena
c) João Caetano
d) Carlos Gomes
e) Os itens a, b e c estão corretos
10. Um dos maiores escritores brasileiros, autor de romances e contos memoráveis, também chegou a namorar o palco, para o qual escreveu algumas comédias, sendo a mais conhecida Quase ministro. Mas sua produção dramatúrgica não pode sequer ser comparada à sua produção literária. Quem seria esse “monstro” das letras que fracassou como autor teatral?
a) José de Alencar
b) Machado de Assis
c) Joaquim Manuel de Macedo
d) França Júnior
e) Nenhuma das respostas anteriores.
______________________
GABARITO 12
Questão 1
c) Manuel da Nóbrega
Questão 2
a)Padre José de Anchieta
Questão 3
d) Os itens a, b e c estão corretos
Questão 4
a) Cacique Araribóia
Questão 5
a) Antônio José de Paula
Questão 6
e) Os itens a e b estão corretos
Questão 7
a) Amor mal correspondido
Questão 8
c) Real Teatro S. João
Questão 9
e) Os itens a, b e c estão corretos
Questão 10
a) Machado de Assis
_______________________
Múltipla Escolha 13
COMMEDIA DELL’ARTE
a) Forma de teatro cômico originária da Itália
b) Espetáculo com diálogo improvisado
c) Comédia com temas ligados à arte
d) Montagens com cenografia definida
e) Duas respostas estão corretas
DRAMA DA RESTAURAÇÃO
a) Peças centradas na restauração do espaço cênico
b) Textos montados para a criadagem palaciana
c) Dramaturgia inglesa após a restauração da Monarquia (1660 a 1700)
d) Montagens assistidas por nobres e aristocratas da corte de Charles II
e) Nenhuma das respostas anteriores
FARSA
a) Gênero com muitas pretensões intelectuais
b) Humor centrado em atividades físicas e efeitos visuais
c) Ausência total de violência e ritmo acelerado
d) Casamento, leis e negócios jamais são abordados
e) Duas respostas estão corretas
MASCARADA
a) Forma espetacular e luxuosa de divertimento teatral
b) Foi criada na Itália renascentista, chegando mais tarde à França e Inglaterra
c) Era apresentada apenas uma vez para nobres e aristocratas
d) Combinava poesia, música, figurinos elaborados e grandes efeitos de maquinaria
e) Todas as respostas estão corretas
PANTOMIMA
a) Originalmente, um entretenimento etrusco
b) Gênero criado em Roma
c) A narração era cantada pelo coro
d) A ação ocorria sob a forma de danças
e) Três itens estão corretos
SÁTIRA
a) Gênero que utiliza técnicas de comédia
b) Visa expor criticamente certas situações
c) Jamais foi utilizada por Molière
d) Bernard Shaw tinha horror à sátira
e) Dois itens estão corretos
TEATRO DA CRUELDADE
a) Gênero criado por presidiários de San Quentin
b) Teatro baseado em magias e ritos
c) Antonin Artaud abominava o gênero
d) Antonin Artaud foi o criador do gênero
e) Nenhuma das respostas anteriores
TEATRO POBRE
a) Criado por palestinos na Faixa de Gaza
b) Iniciativa de uma Ong norueguesa
c) Idealizado pelo polonês Jerzy Grotowski
d) Teatro que dispensava cenários luxuosos
e) Os itens C e D estão corretos
TEATRO ÉPICO
a) Estruturado em torno de epopéias
b) Visava mais ao intelecto do que ás emoções
c) Peças episódicas com canções narrativas
d) Gênero criado por Bertolt Brecht
e) Três itens estão corretos
TEATRO DO ABSURDO
a) Dramatização do absurdo e futilidade da existência
b) Gênero que dispensa a ação lógica
c) Textos que exibem comportamentos inapropriados
d) Gênero criado nos anos 50
e) Todas as respostas estão corretas
_________________________________
Gabarito 13
Questão 1
e) Duas respostas estão corretas, os itens a e b
Questão 2
c) Dramaturgia inglesa após a restauração da monarquia (1660 a 1700)
Questão 3
b) Humor centrado em atividades físicas e efeitos visuais
Questão 4
e) Todas as respostas estão corretas
Questão 5
e) Os itens b, c e d estão corretos
Questão 6
e) Os itens a e b estão corretos
Questão 7
b) Teatro baseado em magias e ritos.
OBS: o ítem d também está correto
Questão 8
e) Os itens c e d estão corretos
Questão 9
e) os itens b, c e d estão corretos
Questão 10
e) Todas as respostas estão corretas
_______________________
Múltipla Escolha 14
1. Da mesma forma que a tragédia, a comédia também se originou nas festas celebradas em louvor a Dionísio. Pois bem: que predicados possuía este deus?
a) Era o deus do vinho e da fecundidade
b) Era o deus do vinho e da fartura
c) Era o deus da fecundidade e da sorte
d) Era o deus da guerra e do amor
e) Nenhuma das respostas anteriores
2. Em sua estrutura definitiva, a comédia se firmou cerca de cem anos depois da tragédia, no século V ªC. E em sua evolução tiveram grande importância os fliacos e as falofórias. Então, vamos por partes: você sabe quem ou o que eram os fliacos?
a) Instrumentos de sopro
b) Tambores gigantescos
c) Eunucos muito afinados
d) Atores ambulantes
e) Nenhuma das respostas anteriores
3. E quanto as falofórias?
a) Escravas núbias
b) Sacerdotisas do templo
c) Procissões dionisíacas
d) Cantigas ancestrais
e) Nenhuma das respostas anteriores
4. Os primeiros atores costumavam se apresentar em qual das opções?
a) Toscos palcos de madeira
b) Do lado oeste da Acrópole
c) À beira-mar
d) Na entrada de Atenas
e) Nenhuma das respostas anteriores
5. Nas procissões dionisíacas se transportava o falo. Qual era a sua simbologia?
a) Felicidade conjugal
b) Procriação
c) Virilidade
d) Coragem
e) O item b está correto
6. Como terminavam as procissões dionisíacas?
a) Com o sacrifício de um bode
b) Com uma bebedeira generalizada
c) Com orgias desenfreadas
d) Com lutas entre desafetos
e) Nenhuma das respostas anteriores
7. Os desfiles em homenagem a Dionísio contavam com a participação de três grupos: as caneforas, os falóforos e os comastas. Vamos ao primeiro deles: qual a sua função?
a) Levar objetos para o sacrifício
b) Entoar cânticos delirantes
c) Fazer a apologia do corpo
d) Recordar vitórias em batalhas
e) Só um item está correto
8. E quanto aos falóforos?
a) Zelavam pela ordem
b) Empunhavam lanças
c) Protegiam as canéforas
d) Constituíam a elite militar de Atenas
e) Nenhuma das respostas anteriores
9. E no que diz respeito aos comastas?
a) Eram representantes da aristocracia
b) Integravam a elite sacerdotal
c) Eram os responsáveis pelos cânticos
d) Pertenciam à casa real
e) Nenhuma das respostas anteriores
10. Os figurinos, no teatro grego, indicavam algo mais do que a classe social a qual pertenciam os personagens?
a) Indicavam o sexo
b) Indicavam o prestígio
c) Indicavam o estado emocional
d) Indicavam a idade
e) Nenhuma das respostas anteriores
Gabarito 14
Questão 1.
a) Deus do vinho e da fecundidade
Questão 2.
d) Atores ambulantes
Questão 3.
c) Procissões dionisíacas
Questão 4.
a) Toscos palcos de madeira
Questão 5.
b) Procriação
Questão 6.
a) Com o sacrifício de um bode
Questão 7.
a) Levar objetos para o sacrifício
Questão 8.
b) Empunhavam lanças
Questão 9.
c) Eram os responsáveis pelos cânticos
Questão 10.
a) Indicavam o sexo
_______________________
Múltipla Escolha 15
1. A Comedia del’Arte é o termo que indica o teatro dos cômicos italianos. Quando surgiu e quando terminou?
A) Século XV até o século XIX
B) Século XV até o século XVI
C) Século XVI até o século XX
D) Século XVI até o final do século XVII
E) Nenhuma das respostas anteriores
2. Quando surgiu, a Comédia del’Arte era apresentada principalmente nas:
A) Praças
B) Igrejas
C) Cercanias das grandes cidades
D) Florestas
E) O item A está correto
3. No século XVII, surgem algumas invenções cenotécnicas. Duas delas estão abaixo mencionadas. Você saberia identifica-las?
A) Máquina de nuvens
B) Máquina de voar
C) Roldanas assimétricas
D) Plataformas móveis
E) Os itens A e B estão corretos
4. Alguns personagens eram identificados pelos objetos que usavam. No caso de Arlequim, qual seria?
A) Bolsa
B) Punhal
C) Bastão
D) Corrente
E) Manto
5. Na Comédia del’Arte, os atores também tinham que ser:
A) Acrobatas
B) Músicos
C) Bailarinos
D) Mímicos
E) Todas as respostas estão corretas
6. As máscaras representam diversas regiões (cidades, dialetos) italianas. A de Pantaleão surgiu onde?
a) Veneza
b) Turim
c) Bérgamo
d) Nápoles
e) Nenhuma das respostas anteriores
7. Os personagens das Comédia del’Arte são sempre os mesmos. Mas você sabe qual a sua origem?
A) Comédias clássicas
B) Jograis medievais
C) Autos Sacramentais
D) Farsas espanholas
E) Todos os itens estão corretos
8. Na primeira metade do século XVII, a Comédia del’Arte entra em decadência. Dentre muitos motivos, dois estão expostos abaixo. Quais seriam?
A) Perde seu feitio popular
B) Não ousa mais enfrentar assuntos da realidade
C) Passa a cobrar ingressos da platéia
D) As montagens tornam-se longas demais
E) Os itens A e B estão corretos
9. Embora tenha escrito pequenos textos para cômicos italianos, em dado momento Carlo Goldoni chegou à conclusão de que o teatro deveria ser:
A) A interpretação de um texto
B) A mescla de várias expressões artísticas
C) Estruturado basicamente na forma de monólogos
D) Falado apenas em latim
E) Nenhuma das respostas anteriores
10. De todas as máscaras da Comédia del’Arte, uma delas – talvez a mais antiga – é a mais popular. Ela estaria relacionada abaixo?
A) Pantaleão
B) Doutor
C) Arlequim
D) Briguela
E) Nenhuma das respostas anteriores
_____________________
GABARITO 15
Questão 1.
d) Século XVI até o final do século XVII
Questão 2.
a)) Praças
Questão 3.
F) Os itens A e B estão corretos
Questão 4.
C) Bastão
Questão 5.
E) Todos os itens estão corretos
Questão 6.
A) Veneza
Questão 7.
A) Comédias clássicas
Questão 8.
E) Os itens A e B estão corretos
Questão 9.
A) A interpretação de um texto
Questão 10.
B) Arlequim
______________________
Múltipla Escollha
Revisão
Embora não se possa precisar o momento e as circunstâncias exatas que marcaram o nascimento do teatro, consta que ele se deu em Atenas, a mais importante cidade-Estado da Grécia, no século VI ªC. Como terá sido?
a) O tirano Sólon reuniu convidados e dramatizou um de seus poemas
b) Guerreiros alcoolizados improvisaram um jogral para festejar uma conquista
c) Numa carroça que simulava um altar, Téspis disse: “Eu sou Dionísio”
d) O Teatro não surgiu em Atenas e sim na Turquia
e) Nenhuma das respostas anteriores
A comédia tem sua origem na parte mais alegre do ditirambo. O que era isto?
a) Evento precursor dos futuros programas de calouros
b) Cântico improvisado das primitivas procissões dionisíacas
c) Cantoria com que as prostitutas pretendiam atrair clientes
d) Coro nupcial para festejar bodas ao ar livre
e) Nenhuma das respostas anteriores
Embora a maior parte de sua obra se dirija ao público infantil, Maria Clara Machado também escreveu textos para adultos. Um deles é protagonizado por um casal idoso, envolvido numa atividade desconcertante. Você consegue identificar este texto?
a) Os embrulhos
b) As interferências
c) Tribobó-City
d) Um tango argentino
e) O boi e o burro a caminho de Belém
Em seu texto À margem da vida, Tennesse Williams impôs à narrativa uma estrutura não convencional. Em que consistia ela?
a) A trama se passava sempre num tempo futuro
b) Todas as cenas eram baseadas no Teatro Nô
c) Várias passagens não continham texto algum
d) O personagem Tom narrava e vivia a história
e) Nenhuma das respostas anteriores
Uma das maiores atrizes nacionais de todos os tempos, Cacilda Becker cunhou uma frase que se tornou célebre. Ela estaria relacionada abaixo?
a) O Teatro é o reino da sensibilidade
b) Não nos peçam para dar a única mercadoria que temos para vender
c) Encenar dramalhões é conspurcar a Arte
d) Nélson Rodrigues é maior do que Shakespeare
e) Entrei para o teatro pensando em fugir de mim mesma
Ele ficou conhecido como o “Molière italiano”. Escreveu, dentre outras, as peças Arlequim, servidor de dois amos e Mirandolina. Quem seria?
a) Carlo Goldoni
b) Maximo Cavaliere
c) Domenico Scarlatti
d) Antonio Sachi
e) Nenhuma das respostas anteriores
Um dos mais importantes dramaturgos brasileiros, Dias Gomes escreveu uma peça que, transformada em filme, ganharia a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Qual seria?
a) A invasão
b) A revolução dos beatos
c) O pagador de promessas
d) O Bem-Amado
e) Nenhuma das respostas anteriores
Na opinião de Sábato Magaldi, a peça O rei da vela, de Oswald de Andrade, inaugura uma nova dramaturgia no país. Algumas razões estariam relacionadas abaixo?
a) O texto foi concebido segundo os princípios do Modernismo
b) O texto propõe uma visão desmistificadora do país
c) A caricatura feroz evita qualquer sentimento piegas
d) A paródia substitui a ficção construtiva
e) Todas as respostas estão corretas
Um dos fundadores do Tablado está na relação abaixo e foi dele a direção de O moço bom e obediente, primeiro espetáculo exibido no teatrinho do Patronato da Gávea. Você saberia identifica-lo?
a) Aníbal Machado
b) Martim Gonçalves
c) Jorge Leão Teixeira
d) João Sérgio Marinho Nunes
e) Oswaldo Neiva
Figuras de inestimável importância para O Tablado, colaboradoras fiéis de Maria Clara Machado “desde sempre”, Eddy Rezende Nunes e Vânia Velloso Borges atuaram na primeira versão de Pluft, o fantasminha, em 1955. Em que papéis, respectivamente?
a) Pluft e Julião
b) Maribel e Pluft
c) Sebastião e Tio Gerúndio
d) Julião e Maribel
e) Maribel e Mãe Fantasma
Ao longo do século XIX, os espetáculos teatrais dividiam-se em três partes. Você saberia identifica-las?
a) Tragédia ou ópera / balé / farsa
b) Tragédia / ópera / balé
c) Tragédia / pantomima / balé
d) Ópera / concerto de câmera / tragédia
e) Só um item está correto
No século XVIII, sob a influência da política do despotismo esclarecido do Marquês de Pombal, são construídos teatros na Bahia, Rio de Janeiro, Vila Rica, Recife, São Paulo e Porto Alegre. Com lotação em torno de 300 lugares, esses teatros ficaram conhecidos como:
a) Casa de Ópera
b) Teatro Real
c) Espaço Lírico
d) Sala Imperial
e) Casa de Artes
Em 1927, insatisfeitos com o predomínio dos espetáculos que apenas objetivavam o riso, Álvaro e Eugênia Machado fundam o Teatro de Brinquedo. Com que finalidade?
a) Fazer o espectador se emocionar
b) Gerar uma catarse coletiva
c) Provocar um sentimento de indignação
d) Mesclar o pensamento ao riso
e) Nenhuma das respostas anteriores
Escrita em 1932, Deus lhe pague, de Joracy Camargo, teve mais de 10 mil representações por todo o Brasil, ao longo de décadas, constituindo-se no maior sucesso de Procópio Ferreira. No entanto, muitos críticos consideram o texto insustentável. Por que motivos, ainda que estes possam ser contestados?
a) Trama inverossímil
b) Apelos melodramáticos
c) Superficialidade
d) Personagens mal construídos
e) Só três itens estão corretos
Um gênero teatral influenciou muito Molière, a ponto de o autor se basear nele para criar alguns personagens equivalentes. Qual seria este gênero?
a) Tragédia grega
b) Farsas medievais
c) Autos de Natal
d) Commedia D’ell Arte
e) Cerimônias ecumênicas
Em seus textos, Molière busca os efeitos valendo-se de vários artifícios. Você conseguiria identificar algum na relação que se segue?
a) Contrastes
b) Simetrias
c) Repetições
d) Suspense
e) Todas as respostas estão corretas
Nascido em 22 de abril de 1564, em Stratford-upon-Avon, Shakespeare correu sério risco de vida ainda no berço. Você conhece a causa?
a) O recém-nascido apresentava problemas respiratórios
b) A mãe de Shakespeare não podia amamentá-lo
c) A cidade foi tomada pela peste
d) A casa onde morava pegou fogo
e) Nenhuma das respostas anteriores
Alguns estudiosos acreditam que o mais chocante assassinato, dentre todos existentes nas peças de Shakespeare (aí incluíndo-se Othelo e Macbeth), ocorre em Romeu e Julieta. Ele envolve personagens abaixo relacionados?
a) Teobaldo e Mercúcio
b) Romeu e a Ama
c) Frei Lourenço e Julieta
d) Escalo e Paris
e) Nenhuma das respostas anteriores
A partir de 1933, Brecht opta por viver fora da Alemanha. Em que países?
a) Dinamarca
b) Estados Unidos
c) Suíça
d) Bélgica
e) Só três itens estão corretos
Umas das mais significativas constribuições de Brecht como teórico foi a criação de um método conhecido como Distanciamento. Algumas de suas características estão aqui relacionadas?
a) Imparcialidade científica
b) Renúncia à identificação
c) Renúncia à empatia
d) Renúncia à ilusão
e) Todas as respostas estão corretas
Em sua primeira peça, A paródia, Arthur Adamov fez uma tentativa de dialogar com a neurose, de tornar concretos certos estados psicológicos. Na segunda, A invasão, enveredou por um caminho completamente diverso, tentando retratar:
a) Personagens reais em situações reais
b) A angústia física decorrente da solidão
c) A insuportável ausência de Deus
d) Embates amorosos de um casal paranóico
e) Nenhuma das respostas anteriores
Existem muitas formas de se definir o Teatro do Absurdo, muitos modos de encarar o gênero. Algo relativo a ele se encontra abaixo relacionado?
a) Tentativa de chocar o espectador, assustando-o
b) Humor desenfreado e isento de lógica
c) Sensação de que certezas inabaláveis desapareceram
d) Textos fragmentados com estrutura cinematográfica
e) Nenhuma das respostas anteriores
No século XVIII, durante o período colonial, os palcos norte-americanos eram dominados por:
a) Peças inglesas
b) Pantomimas
c) Óperas-balada
d) Operetas
e) Nenhuma das respostas anteriores
Nos anos 70, Stephen Sondheim introduziu com muito sucesso o chamado “musical conceito”. Em que consistia a novidade?
a) Shows construídos em torno de uma idéia
b) Valorização da história
c) Barateamento das produções
d) Só atores politizados eram admitidos
e) Todas as respostas estão erradas
Considerado o expoente máximo do teatro naturalista e tido como o pai do teatro moderno, o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906) escreveu textos memoráveis. E é de sua autoria um drama duplo, com um total de 10 atos. Ele se encontra na lista abaixo?
a) Romersholm / Hedda Gabler
b) Um inimigo do povo / O construtor
c) O pato selvagem / Peer gynt
d) Imperador / Galileu
e) Nenhuma das respostas anteriores
O norte-americano Eugene O”Neill (1888-1953) é considerado o pioneiro do moderno teatro americano. Autor de textos memoráveis, dentre eles Além do horizonte, O Imperador Jones e Longa jornada noite adentro, O’Neill teve duas fortes influências. Elas se encontram na relação abaixo?
a) Ibsen
b) Strindberg
c) Tragédia grega
d) Shakespeare
e) Três itens estão corretos
Um dos maiores escritores brasileiros, autor de romances e contos memoráveis, também chegou a namorar o palco, para o qual escreveu algumas comédias, sendo a mais conhecida Quase ministro. Mas sua produção dramatúrgica não pode sequer ser comparada à sua produção literária. Quem seria esse “monstro” das letras que fracassou como autor teatral?
a) José de Alencar
b) Machado de Assis
c) Joaquim Manuel de Macedo
d) França Júnior
e) Nenhuma das respostas anteriores
O teatro brasileiro surgiu em S. Vicente com o objetivo de ser uma espécie de escola de catequese espiritual, artística e religiosa. Foi criado por iniciativa do provincial da Missão Jesuíta. Pois bem: seu nome consta da relação abaixo?
a) Orlando Damasceno
b) Fernando Meirelles
c) Manuel da Nóbrega
d) Constâncio Ferreira
e) Nenhuma das respostas anteriores
FARSA.
a) Gênero com muitas pretensões intelectuais
b) Humor centrado em atividades físicas e efeitos visuais
c) Ausência total de violência e ritmo acelerado
d) Casamento, leis e negócios jamais são abordados
e) Duas respostas estão corretas
PANTOMIMA
a) Originalmente, um entretenimento etrusco
b) Gênero criado em Roma
c) A narração era cantada pelo coro
d) A ação ocorria sob a forma de danças
e) Três itens estão corretos
Nas procissões dionisíacas se transportava o falo. Qual era a sua simbologia?
a) Felicidade conjugal
b) Procriação
c) Virilidade
d) Coragem
e) O item B está correto
Em sua estrutura definitiva, a comédia se firmou cerca de cem anos depois da tragédia, no século V .a C. E em sua evolução tiveram grande importância os filiacos. Você sabe quem ou o que eram os filiacos?
a) Instrumentos de sopro
b) Tambores gigantescos
c) Eunucos muito afinados
d) Atores ambulantes
e) Nenhuma das respostas anteriores
Embora tenha escrito pequenos textos para cômicos italianos, em dado momento Carlo Goldoni chegou à conclusão de que o teatro deveria ser:
a) A interpretação de um texto
b) A mescla de várias expressões artísticas
c) Estruturado basicamente na forma de monólogos
d) Falado apenas em latim
e) Nenhuma das respostas anteriores
De todas as máscaras da Commedia d”ell Arte, uma delas – talvez a mais antiga – é a mais popular. Ela estaria relacionada abaixo?
a) Pantaleão
b) Doutor
c) Arlequim
d) Briguela
e) Nenhuma das respostas anteriores
__________________________
1. A partir da Revolução Francesa, os grandes artistas começaram a assumir uma posição crescentemente hostil à sociedade do seu tempo - até então, a tendência dominante era a celebração da ordem existente, de origem divina e corporificada na aristocracia. Mais adiante, com o advento da Revolução Industrial, foram criados mecanismos coletivos de domínio sobre o indivíduo, que encontram seu apogeu de opressão na era da tecnologia. Pois bem: você acredita que as duas Revoluções possam ter contribuído para o posterior surgimento do Teatro de Protesto?
a) Não: o Teatro de Protesto é anterior a ambas
b) Não: o Teatro de Protesto remonta à Grécia Antiga
c) Não: o Teatro de Protesto foi criado por Plauto
d) Os itens a e b estão corretos
e) Sim
2. Considerado o expoente máximo do teatro naturalista e tido como o pai do teatro moderno, o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906) escreveu textos memoráveis. E é de sua autoria um drama duplo, com um total de 10 atos. Ele se encontra na lista abaixo?
a) Romersholm / Hedda Gabler
b) Um inimigo do povo / O construtor
c) O pato selvagem / Peer Gynt
d) Imperador / Galileu
e) Nenhuma das respostas anteriores
3. Mais do que qualquer outro dramaturgo, o sueco August Strindberg (1849-1912) escreve-se a si próprio, e o eu que continuamente expressa é o do moderno homem alienado, arrastando-se entre o céu e a terra, desesperadamente tentando arrancar alguns absolutos de um universo abandonado. Uma de suas peças mais célebres se encontra abaixo relacionada?
a) O sonho
b) O bravo soldado Scheik
c) A morte do caixeiro viajante
d) Rei Lear
e) O item a está correto
4. O russo Anton Tchecov (1860-1904) escreveu, dentre muitas obras-primas, uma em que retratava a decadência da aristocracia rural e a ascensão da burguesia. Você conseguiria identificá-la na relação que se segue?
a) Tio Vânia
b) O jardim das cerejeiras
c) A gaivota
d) Platonov
e) Nenhuma das respostas anteriores
5. Partidário de um teatro francamente doutrinário em substituição à tradição romântica, o irlandês George Bernard Shaw (1856-1950) escreveu o seguinte, no prefácio de uma de suas peças: “O drama de puro sentimento deixou de estar nas mãos do dramaturgo; foi conquistado pelo compositor musical...e não existe, francamente, futuro algum para qualquer drama que não seja o drama de pensamento”. Pois bem: você saberia indicar qual de suas peças, abaixo relacionadas, teve como prefácio o texto acima relacionado?
a) A profissão da srª Warren
b) Major Bárbara
c) Volta a Matusalém
d) Homem e superhomem
e) Nenhuma das respostas anteriores
6. Autor cuja obra completa expusemos no nº 170 dos Cadernos de Teatro, o alemão Bertolt Brecht (1898-1956) escreveu, aos 25 anos, uma de suas peças mais célebres, ambientada em Chicago e estruturada ao longo de 11 cenas. Qual seria?
a) Baal
b) Galileu, Galilei
c) Na selva das cidades
d) Aquele que diz sim, aquele que diz não
e) A alma boa de Setsuã
7. Embora cumulado de honrarias em vida, o italiano Luigi Pirandello (1867-1936) julgava-se incompreendido e pouco apreciado. Quando a crítica se manifestou desfavoravelmente a uma de suas peças, declarou o seguinte: “A Itália terá de expiar a vergonha de não ter me compreendido e me tratado injustamente”. Depois de qual texto ele escreveu o transposto acima?
a) Assim é, se lhe parece
b) Vestir os nus
c) Lázaro
d) Seis personagens em busca de um autor
e) Os gigantes da montanha
8. O norte-americano Eugene O’Neill(1888-1953) é considerado o pioneiro do moderno teatro americano. Autor de textos memoráveis, dentre eles Além do horizonte, O imperador Jones e Longa jornada noite adentro, O’Neill teve duas fortes influências. Elas se encontram na relação abaixo?
a) Ibsen
b) Strindberg
c) Tragédia grega
d) Shakespeare
e) Três ítens estão corretos
9. O francês Antonin Artaud (1896-1948) foi escritor, poeta, ator e diretor. Mas não passou à imortalidade em função de nenhuma de suas realizações no campo do fazer teatral, e sim graças a um livro que teria influência decisiva sobre o teatro do século XX. O livro está abaixo relacionado?
a) A arte da encenação
b) O teatro e seu duplo
c) O ator: elemento essencial da cena
d) Em busca de um teatro pobre
e) Nenhuma das respostas anteriores
10. Ladrão confesso e homossexual assumido, o francês Jean Genet (1910-1986) passou grande parte de sua vida na cadeia. Ainda assim, sempre contou com a simpatia da maior parte dos intelectuais franceses, dentre eles Jean-Paul Sartre. Dos textos abaixo, três são de sua autoria. Você consegue identificá-los?
a) As criadas
b) O balcão
c) Os negros
d) Roberto Zucco
e) Os itens a, b e c estão corretos
Gabarito 11
Questão 1
e) Sim
Questão 2
d) Imperador e Galileu
Questão 3
e) O item a está correto
Questão 4
b) O jardim das cerejeiras
Questão 5
a) A profissão da srª Warren
Questão 6
c) Na selva das cidades
Questão 7
c) Lázaro
Questão 8
e) Três itens estão corretos (a, b e c)
Questão 9
b) O teatro e seu duplo
Questão 10
e) Os itens a, b e c estão corretos
_______________________
Múltipla Escolha 12
1. O teatro brasileiro surgiu em S. Vicente com o objetivo de ser uma espécie de escola de catequese espiritual, artística e religiosa. Foi criado por iniciativa do provincial da Missão Jesuíta. Pois bem: seu nome consta da relação abaixo?
a) Orlando Damasceno
b) Fernando Meirelles
c) Manuel da Nóbrega
d) Constâncio Ferreira
e) Nenhuma das respostas anteriores
2. O provincial da Missão Jesuíta efetivamente criou o teatro brasileiro. Mas ele não ensaiava os “atores” e não escrevia textos, função exercida por:
a) Padre José de Anchieta
b) Cônego Martins Otacílio
c) Monsenhor Flávio Alcântara
d) Conselheiro Demóstenes Fiúza
e) Nenhuma das respostas anteriores
3. O primeiro teatro a existir no Rio de Janeiro chamava-se Teatro dos Índios de
S. Lourenço. Algumas das características desse espaço estariam abaixo relacionadas?
a) Tablado cercado por festões vegetais
b) Duas cortinas vermelhas como pano de boca
c) Camarote lateral para os padres da Companhia de Jesus
d) Os itens a, b e c estão corretos
e) Não
4. Em 1584, durante os festejos de S. Sebastião, realizou-se no Rio de Janeiro, no adro da Igreja da Misericórdia, uma representação solene do Auto da Pregação Universal, de José de Anchieta. Esse evento de gala foi prestigiado por um dos mais importantes personagens da História do Rio de Janeiro. Quem teria sido?
a) Cacique Araribóia
b) Estácio de Sá
c) Mem de Sá
d) Antônio Gusmão
e) Nenhuma das respostas anteriores
5. Na segunda metade do século XVIII surgem, no Brasil, as primeiras casas de espetáculos. E em 1794 o País recebe, pela primeira vez, a visita de uma companhia européia, liderada por um ator de renome. Se nome consta da relação abaixo?
a) Antônio José de Almeida
b) Antônio José de Paula
c) José Antônio Ferreira
d) José Antônio Nepomuceno
e) Nenhuma das respostas anteriores.
6. Em 1729, para celebrar o casamento do Príncipe do Brasil com a Infanta de Castela, foram encenadas na Bahia seis comédias, duas delas abaixo citadas. Quais seriam?
a) Fineza contra fineza, de Calderón de la Barca
b) El desdén com el desdén, de Moreto
c) No digas nada, autor anônimo
d) La muerte del infante, autor anônimo
e) Os itens a e b estão corretos
7. O pernambucano Luís Álvares Pinto (1719-1789) foi o primeiro autor brasileiro a ser encenado. Sua obra de estréia chamava-se:
a) Amor mal correspondido
b) Trapaças do amor
c) Galanteios fugidios
d) Paixões impossíveis
e) Nenhuma das respostas anteriores
8. A transferência da família real portuguesa para o Brasil teve repercussão sobre a vida teatral, o mesmo ocorrendo com a música e o drama lírico. Em 1813, abria suas portas no Rio um teatro que viria a se tornar de granhde importância para a cidade. Você saberia identificá-lo?
a) Teatro João Caetano
b) Teatro Carlos Gomes
c) Real Teatro S. João
d) Real Teatro S. Bartolomeu
e) Nenhuma das respostas anteriores
9. Três nomes da primeira geração romântica contribuíram decisivamente para imprimir feições nacionais ao teatro brasileiro. Seus nomes constam da relação abaixo?
a) Gonçalves de Magalhães
b) Martins Pena
c) João Caetano
d) Carlos Gomes
e) Os itens a, b e c estão corretos
10. Um dos maiores escritores brasileiros, autor de romances e contos memoráveis, também chegou a namorar o palco, para o qual escreveu algumas comédias, sendo a mais conhecida Quase ministro. Mas sua produção dramatúrgica não pode sequer ser comparada à sua produção literária. Quem seria esse “monstro” das letras que fracassou como autor teatral?
a) José de Alencar
b) Machado de Assis
c) Joaquim Manuel de Macedo
d) França Júnior
e) Nenhuma das respostas anteriores.
______________________
GABARITO 12
Questão 1
c) Manuel da Nóbrega
Questão 2
a)Padre José de Anchieta
Questão 3
d) Os itens a, b e c estão corretos
Questão 4
a) Cacique Araribóia
Questão 5
a) Antônio José de Paula
Questão 6
e) Os itens a e b estão corretos
Questão 7
a) Amor mal correspondido
Questão 8
c) Real Teatro S. João
Questão 9
e) Os itens a, b e c estão corretos
Questão 10
a) Machado de Assis
_______________________
Múltipla Escolha 13
COMMEDIA DELL’ARTE
a) Forma de teatro cômico originária da Itália
b) Espetáculo com diálogo improvisado
c) Comédia com temas ligados à arte
d) Montagens com cenografia definida
e) Duas respostas estão corretas
DRAMA DA RESTAURAÇÃO
a) Peças centradas na restauração do espaço cênico
b) Textos montados para a criadagem palaciana
c) Dramaturgia inglesa após a restauração da Monarquia (1660 a 1700)
d) Montagens assistidas por nobres e aristocratas da corte de Charles II
e) Nenhuma das respostas anteriores
FARSA
a) Gênero com muitas pretensões intelectuais
b) Humor centrado em atividades físicas e efeitos visuais
c) Ausência total de violência e ritmo acelerado
d) Casamento, leis e negócios jamais são abordados
e) Duas respostas estão corretas
MASCARADA
a) Forma espetacular e luxuosa de divertimento teatral
b) Foi criada na Itália renascentista, chegando mais tarde à França e Inglaterra
c) Era apresentada apenas uma vez para nobres e aristocratas
d) Combinava poesia, música, figurinos elaborados e grandes efeitos de maquinaria
e) Todas as respostas estão corretas
PANTOMIMA
a) Originalmente, um entretenimento etrusco
b) Gênero criado em Roma
c) A narração era cantada pelo coro
d) A ação ocorria sob a forma de danças
e) Três itens estão corretos
SÁTIRA
a) Gênero que utiliza técnicas de comédia
b) Visa expor criticamente certas situações
c) Jamais foi utilizada por Molière
d) Bernard Shaw tinha horror à sátira
e) Dois itens estão corretos
TEATRO DA CRUELDADE
a) Gênero criado por presidiários de San Quentin
b) Teatro baseado em magias e ritos
c) Antonin Artaud abominava o gênero
d) Antonin Artaud foi o criador do gênero
e) Nenhuma das respostas anteriores
TEATRO POBRE
a) Criado por palestinos na Faixa de Gaza
b) Iniciativa de uma Ong norueguesa
c) Idealizado pelo polonês Jerzy Grotowski
d) Teatro que dispensava cenários luxuosos
e) Os itens C e D estão corretos
TEATRO ÉPICO
a) Estruturado em torno de epopéias
b) Visava mais ao intelecto do que ás emoções
c) Peças episódicas com canções narrativas
d) Gênero criado por Bertolt Brecht
e) Três itens estão corretos
TEATRO DO ABSURDO
a) Dramatização do absurdo e futilidade da existência
b) Gênero que dispensa a ação lógica
c) Textos que exibem comportamentos inapropriados
d) Gênero criado nos anos 50
e) Todas as respostas estão corretas
_________________________________
Gabarito 13
Questão 1
e) Duas respostas estão corretas, os itens a e b
Questão 2
c) Dramaturgia inglesa após a restauração da monarquia (1660 a 1700)
Questão 3
b) Humor centrado em atividades físicas e efeitos visuais
Questão 4
e) Todas as respostas estão corretas
Questão 5
e) Os itens b, c e d estão corretos
Questão 6
e) Os itens a e b estão corretos
Questão 7
b) Teatro baseado em magias e ritos.
OBS: o ítem d também está correto
Questão 8
e) Os itens c e d estão corretos
Questão 9
e) os itens b, c e d estão corretos
Questão 10
e) Todas as respostas estão corretas
_______________________
Múltipla Escolha 14
1. Da mesma forma que a tragédia, a comédia também se originou nas festas celebradas em louvor a Dionísio. Pois bem: que predicados possuía este deus?
a) Era o deus do vinho e da fecundidade
b) Era o deus do vinho e da fartura
c) Era o deus da fecundidade e da sorte
d) Era o deus da guerra e do amor
e) Nenhuma das respostas anteriores
2. Em sua estrutura definitiva, a comédia se firmou cerca de cem anos depois da tragédia, no século V ªC. E em sua evolução tiveram grande importância os fliacos e as falofórias. Então, vamos por partes: você sabe quem ou o que eram os fliacos?
a) Instrumentos de sopro
b) Tambores gigantescos
c) Eunucos muito afinados
d) Atores ambulantes
e) Nenhuma das respostas anteriores
3. E quanto as falofórias?
a) Escravas núbias
b) Sacerdotisas do templo
c) Procissões dionisíacas
d) Cantigas ancestrais
e) Nenhuma das respostas anteriores
4. Os primeiros atores costumavam se apresentar em qual das opções?
a) Toscos palcos de madeira
b) Do lado oeste da Acrópole
c) À beira-mar
d) Na entrada de Atenas
e) Nenhuma das respostas anteriores
5. Nas procissões dionisíacas se transportava o falo. Qual era a sua simbologia?
a) Felicidade conjugal
b) Procriação
c) Virilidade
d) Coragem
e) O item b está correto
6. Como terminavam as procissões dionisíacas?
a) Com o sacrifício de um bode
b) Com uma bebedeira generalizada
c) Com orgias desenfreadas
d) Com lutas entre desafetos
e) Nenhuma das respostas anteriores
7. Os desfiles em homenagem a Dionísio contavam com a participação de três grupos: as caneforas, os falóforos e os comastas. Vamos ao primeiro deles: qual a sua função?
a) Levar objetos para o sacrifício
b) Entoar cânticos delirantes
c) Fazer a apologia do corpo
d) Recordar vitórias em batalhas
e) Só um item está correto
8. E quanto aos falóforos?
a) Zelavam pela ordem
b) Empunhavam lanças
c) Protegiam as canéforas
d) Constituíam a elite militar de Atenas
e) Nenhuma das respostas anteriores
9. E no que diz respeito aos comastas?
a) Eram representantes da aristocracia
b) Integravam a elite sacerdotal
c) Eram os responsáveis pelos cânticos
d) Pertenciam à casa real
e) Nenhuma das respostas anteriores
10. Os figurinos, no teatro grego, indicavam algo mais do que a classe social a qual pertenciam os personagens?
a) Indicavam o sexo
b) Indicavam o prestígio
c) Indicavam o estado emocional
d) Indicavam a idade
e) Nenhuma das respostas anteriores
Gabarito 14
Questão 1.
a) Deus do vinho e da fecundidade
Questão 2.
d) Atores ambulantes
Questão 3.
c) Procissões dionisíacas
Questão 4.
a) Toscos palcos de madeira
Questão 5.
b) Procriação
Questão 6.
a) Com o sacrifício de um bode
Questão 7.
a) Levar objetos para o sacrifício
Questão 8.
b) Empunhavam lanças
Questão 9.
c) Eram os responsáveis pelos cânticos
Questão 10.
a) Indicavam o sexo
_______________________
Múltipla Escolha 15
1. A Comedia del’Arte é o termo que indica o teatro dos cômicos italianos. Quando surgiu e quando terminou?
A) Século XV até o século XIX
B) Século XV até o século XVI
C) Século XVI até o século XX
D) Século XVI até o final do século XVII
E) Nenhuma das respostas anteriores
2. Quando surgiu, a Comédia del’Arte era apresentada principalmente nas:
A) Praças
B) Igrejas
C) Cercanias das grandes cidades
D) Florestas
E) O item A está correto
3. No século XVII, surgem algumas invenções cenotécnicas. Duas delas estão abaixo mencionadas. Você saberia identifica-las?
A) Máquina de nuvens
B) Máquina de voar
C) Roldanas assimétricas
D) Plataformas móveis
E) Os itens A e B estão corretos
4. Alguns personagens eram identificados pelos objetos que usavam. No caso de Arlequim, qual seria?
A) Bolsa
B) Punhal
C) Bastão
D) Corrente
E) Manto
5. Na Comédia del’Arte, os atores também tinham que ser:
A) Acrobatas
B) Músicos
C) Bailarinos
D) Mímicos
E) Todas as respostas estão corretas
6. As máscaras representam diversas regiões (cidades, dialetos) italianas. A de Pantaleão surgiu onde?
a) Veneza
b) Turim
c) Bérgamo
d) Nápoles
e) Nenhuma das respostas anteriores
7. Os personagens das Comédia del’Arte são sempre os mesmos. Mas você sabe qual a sua origem?
A) Comédias clássicas
B) Jograis medievais
C) Autos Sacramentais
D) Farsas espanholas
E) Todos os itens estão corretos
8. Na primeira metade do século XVII, a Comédia del’Arte entra em decadência. Dentre muitos motivos, dois estão expostos abaixo. Quais seriam?
A) Perde seu feitio popular
B) Não ousa mais enfrentar assuntos da realidade
C) Passa a cobrar ingressos da platéia
D) As montagens tornam-se longas demais
E) Os itens A e B estão corretos
9. Embora tenha escrito pequenos textos para cômicos italianos, em dado momento Carlo Goldoni chegou à conclusão de que o teatro deveria ser:
A) A interpretação de um texto
B) A mescla de várias expressões artísticas
C) Estruturado basicamente na forma de monólogos
D) Falado apenas em latim
E) Nenhuma das respostas anteriores
10. De todas as máscaras da Comédia del’Arte, uma delas – talvez a mais antiga – é a mais popular. Ela estaria relacionada abaixo?
A) Pantaleão
B) Doutor
C) Arlequim
D) Briguela
E) Nenhuma das respostas anteriores
_____________________
GABARITO 15
Questão 1.
d) Século XVI até o final do século XVII
Questão 2.
a)) Praças
Questão 3.
F) Os itens A e B estão corretos
Questão 4.
C) Bastão
Questão 5.
E) Todos os itens estão corretos
Questão 6.
A) Veneza
Questão 7.
A) Comédias clássicas
Questão 8.
E) Os itens A e B estão corretos
Questão 9.
A) A interpretação de um texto
Questão 10.
B) Arlequim
______________________
Múltipla Escollha
Revisão
Embora não se possa precisar o momento e as circunstâncias exatas que marcaram o nascimento do teatro, consta que ele se deu em Atenas, a mais importante cidade-Estado da Grécia, no século VI ªC. Como terá sido?
a) O tirano Sólon reuniu convidados e dramatizou um de seus poemas
b) Guerreiros alcoolizados improvisaram um jogral para festejar uma conquista
c) Numa carroça que simulava um altar, Téspis disse: “Eu sou Dionísio”
d) O Teatro não surgiu em Atenas e sim na Turquia
e) Nenhuma das respostas anteriores
A comédia tem sua origem na parte mais alegre do ditirambo. O que era isto?
a) Evento precursor dos futuros programas de calouros
b) Cântico improvisado das primitivas procissões dionisíacas
c) Cantoria com que as prostitutas pretendiam atrair clientes
d) Coro nupcial para festejar bodas ao ar livre
e) Nenhuma das respostas anteriores
Embora a maior parte de sua obra se dirija ao público infantil, Maria Clara Machado também escreveu textos para adultos. Um deles é protagonizado por um casal idoso, envolvido numa atividade desconcertante. Você consegue identificar este texto?
a) Os embrulhos
b) As interferências
c) Tribobó-City
d) Um tango argentino
e) O boi e o burro a caminho de Belém
Em seu texto À margem da vida, Tennesse Williams impôs à narrativa uma estrutura não convencional. Em que consistia ela?
a) A trama se passava sempre num tempo futuro
b) Todas as cenas eram baseadas no Teatro Nô
c) Várias passagens não continham texto algum
d) O personagem Tom narrava e vivia a história
e) Nenhuma das respostas anteriores
Uma das maiores atrizes nacionais de todos os tempos, Cacilda Becker cunhou uma frase que se tornou célebre. Ela estaria relacionada abaixo?
a) O Teatro é o reino da sensibilidade
b) Não nos peçam para dar a única mercadoria que temos para vender
c) Encenar dramalhões é conspurcar a Arte
d) Nélson Rodrigues é maior do que Shakespeare
e) Entrei para o teatro pensando em fugir de mim mesma
Ele ficou conhecido como o “Molière italiano”. Escreveu, dentre outras, as peças Arlequim, servidor de dois amos e Mirandolina. Quem seria?
a) Carlo Goldoni
b) Maximo Cavaliere
c) Domenico Scarlatti
d) Antonio Sachi
e) Nenhuma das respostas anteriores
Um dos mais importantes dramaturgos brasileiros, Dias Gomes escreveu uma peça que, transformada em filme, ganharia a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Qual seria?
a) A invasão
b) A revolução dos beatos
c) O pagador de promessas
d) O Bem-Amado
e) Nenhuma das respostas anteriores
Na opinião de Sábato Magaldi, a peça O rei da vela, de Oswald de Andrade, inaugura uma nova dramaturgia no país. Algumas razões estariam relacionadas abaixo?
a) O texto foi concebido segundo os princípios do Modernismo
b) O texto propõe uma visão desmistificadora do país
c) A caricatura feroz evita qualquer sentimento piegas
d) A paródia substitui a ficção construtiva
e) Todas as respostas estão corretas
Um dos fundadores do Tablado está na relação abaixo e foi dele a direção de O moço bom e obediente, primeiro espetáculo exibido no teatrinho do Patronato da Gávea. Você saberia identifica-lo?
a) Aníbal Machado
b) Martim Gonçalves
c) Jorge Leão Teixeira
d) João Sérgio Marinho Nunes
e) Oswaldo Neiva
Figuras de inestimável importância para O Tablado, colaboradoras fiéis de Maria Clara Machado “desde sempre”, Eddy Rezende Nunes e Vânia Velloso Borges atuaram na primeira versão de Pluft, o fantasminha, em 1955. Em que papéis, respectivamente?
a) Pluft e Julião
b) Maribel e Pluft
c) Sebastião e Tio Gerúndio
d) Julião e Maribel
e) Maribel e Mãe Fantasma
Ao longo do século XIX, os espetáculos teatrais dividiam-se em três partes. Você saberia identifica-las?
a) Tragédia ou ópera / balé / farsa
b) Tragédia / ópera / balé
c) Tragédia / pantomima / balé
d) Ópera / concerto de câmera / tragédia
e) Só um item está correto
No século XVIII, sob a influência da política do despotismo esclarecido do Marquês de Pombal, são construídos teatros na Bahia, Rio de Janeiro, Vila Rica, Recife, São Paulo e Porto Alegre. Com lotação em torno de 300 lugares, esses teatros ficaram conhecidos como:
a) Casa de Ópera
b) Teatro Real
c) Espaço Lírico
d) Sala Imperial
e) Casa de Artes
Em 1927, insatisfeitos com o predomínio dos espetáculos que apenas objetivavam o riso, Álvaro e Eugênia Machado fundam o Teatro de Brinquedo. Com que finalidade?
a) Fazer o espectador se emocionar
b) Gerar uma catarse coletiva
c) Provocar um sentimento de indignação
d) Mesclar o pensamento ao riso
e) Nenhuma das respostas anteriores
Escrita em 1932, Deus lhe pague, de Joracy Camargo, teve mais de 10 mil representações por todo o Brasil, ao longo de décadas, constituindo-se no maior sucesso de Procópio Ferreira. No entanto, muitos críticos consideram o texto insustentável. Por que motivos, ainda que estes possam ser contestados?
a) Trama inverossímil
b) Apelos melodramáticos
c) Superficialidade
d) Personagens mal construídos
e) Só três itens estão corretos
Um gênero teatral influenciou muito Molière, a ponto de o autor se basear nele para criar alguns personagens equivalentes. Qual seria este gênero?
a) Tragédia grega
b) Farsas medievais
c) Autos de Natal
d) Commedia D’ell Arte
e) Cerimônias ecumênicas
Em seus textos, Molière busca os efeitos valendo-se de vários artifícios. Você conseguiria identificar algum na relação que se segue?
a) Contrastes
b) Simetrias
c) Repetições
d) Suspense
e) Todas as respostas estão corretas
Nascido em 22 de abril de 1564, em Stratford-upon-Avon, Shakespeare correu sério risco de vida ainda no berço. Você conhece a causa?
a) O recém-nascido apresentava problemas respiratórios
b) A mãe de Shakespeare não podia amamentá-lo
c) A cidade foi tomada pela peste
d) A casa onde morava pegou fogo
e) Nenhuma das respostas anteriores
Alguns estudiosos acreditam que o mais chocante assassinato, dentre todos existentes nas peças de Shakespeare (aí incluíndo-se Othelo e Macbeth), ocorre em Romeu e Julieta. Ele envolve personagens abaixo relacionados?
a) Teobaldo e Mercúcio
b) Romeu e a Ama
c) Frei Lourenço e Julieta
d) Escalo e Paris
e) Nenhuma das respostas anteriores
A partir de 1933, Brecht opta por viver fora da Alemanha. Em que países?
a) Dinamarca
b) Estados Unidos
c) Suíça
d) Bélgica
e) Só três itens estão corretos
Umas das mais significativas constribuições de Brecht como teórico foi a criação de um método conhecido como Distanciamento. Algumas de suas características estão aqui relacionadas?
a) Imparcialidade científica
b) Renúncia à identificação
c) Renúncia à empatia
d) Renúncia à ilusão
e) Todas as respostas estão corretas
Em sua primeira peça, A paródia, Arthur Adamov fez uma tentativa de dialogar com a neurose, de tornar concretos certos estados psicológicos. Na segunda, A invasão, enveredou por um caminho completamente diverso, tentando retratar:
a) Personagens reais em situações reais
b) A angústia física decorrente da solidão
c) A insuportável ausência de Deus
d) Embates amorosos de um casal paranóico
e) Nenhuma das respostas anteriores
Existem muitas formas de se definir o Teatro do Absurdo, muitos modos de encarar o gênero. Algo relativo a ele se encontra abaixo relacionado?
a) Tentativa de chocar o espectador, assustando-o
b) Humor desenfreado e isento de lógica
c) Sensação de que certezas inabaláveis desapareceram
d) Textos fragmentados com estrutura cinematográfica
e) Nenhuma das respostas anteriores
No século XVIII, durante o período colonial, os palcos norte-americanos eram dominados por:
a) Peças inglesas
b) Pantomimas
c) Óperas-balada
d) Operetas
e) Nenhuma das respostas anteriores
Nos anos 70, Stephen Sondheim introduziu com muito sucesso o chamado “musical conceito”. Em que consistia a novidade?
a) Shows construídos em torno de uma idéia
b) Valorização da história
c) Barateamento das produções
d) Só atores politizados eram admitidos
e) Todas as respostas estão erradas
Considerado o expoente máximo do teatro naturalista e tido como o pai do teatro moderno, o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906) escreveu textos memoráveis. E é de sua autoria um drama duplo, com um total de 10 atos. Ele se encontra na lista abaixo?
a) Romersholm / Hedda Gabler
b) Um inimigo do povo / O construtor
c) O pato selvagem / Peer gynt
d) Imperador / Galileu
e) Nenhuma das respostas anteriores
O norte-americano Eugene O”Neill (1888-1953) é considerado o pioneiro do moderno teatro americano. Autor de textos memoráveis, dentre eles Além do horizonte, O Imperador Jones e Longa jornada noite adentro, O’Neill teve duas fortes influências. Elas se encontram na relação abaixo?
a) Ibsen
b) Strindberg
c) Tragédia grega
d) Shakespeare
e) Três itens estão corretos
Um dos maiores escritores brasileiros, autor de romances e contos memoráveis, também chegou a namorar o palco, para o qual escreveu algumas comédias, sendo a mais conhecida Quase ministro. Mas sua produção dramatúrgica não pode sequer ser comparada à sua produção literária. Quem seria esse “monstro” das letras que fracassou como autor teatral?
a) José de Alencar
b) Machado de Assis
c) Joaquim Manuel de Macedo
d) França Júnior
e) Nenhuma das respostas anteriores
O teatro brasileiro surgiu em S. Vicente com o objetivo de ser uma espécie de escola de catequese espiritual, artística e religiosa. Foi criado por iniciativa do provincial da Missão Jesuíta. Pois bem: seu nome consta da relação abaixo?
a) Orlando Damasceno
b) Fernando Meirelles
c) Manuel da Nóbrega
d) Constâncio Ferreira
e) Nenhuma das respostas anteriores
FARSA.
a) Gênero com muitas pretensões intelectuais
b) Humor centrado em atividades físicas e efeitos visuais
c) Ausência total de violência e ritmo acelerado
d) Casamento, leis e negócios jamais são abordados
e) Duas respostas estão corretas
PANTOMIMA
a) Originalmente, um entretenimento etrusco
b) Gênero criado em Roma
c) A narração era cantada pelo coro
d) A ação ocorria sob a forma de danças
e) Três itens estão corretos
Nas procissões dionisíacas se transportava o falo. Qual era a sua simbologia?
a) Felicidade conjugal
b) Procriação
c) Virilidade
d) Coragem
e) O item B está correto
Em sua estrutura definitiva, a comédia se firmou cerca de cem anos depois da tragédia, no século V .a C. E em sua evolução tiveram grande importância os filiacos. Você sabe quem ou o que eram os filiacos?
a) Instrumentos de sopro
b) Tambores gigantescos
c) Eunucos muito afinados
d) Atores ambulantes
e) Nenhuma das respostas anteriores
Embora tenha escrito pequenos textos para cômicos italianos, em dado momento Carlo Goldoni chegou à conclusão de que o teatro deveria ser:
a) A interpretação de um texto
b) A mescla de várias expressões artísticas
c) Estruturado basicamente na forma de monólogos
d) Falado apenas em latim
e) Nenhuma das respostas anteriores
De todas as máscaras da Commedia d”ell Arte, uma delas – talvez a mais antiga – é a mais popular. Ela estaria relacionada abaixo?
a) Pantaleão
b) Doutor
c) Arlequim
d) Briguela
e) Nenhuma das respostas anteriores
__________________________
Assinar:
Postagens (Atom)