quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PERSONALIDADES - B





BARBA, Eugenio (1927.)


Diretor de origem italiana, formado em Letras e História das Religiões, Eugenio Barba fundou em 1964 o Teatro Odin, na Dinamarca. Colaborou com Grotowski no Teatro Laboratório de Opole (Polônia), de 1961 a 1964. Encenou, entre outros espetáculos, Os ornitófilos (1965), Kaspariana (1967), Ferai (1969), Min Fars Hurs (1972), O livro de danças (1974) e Anabásis (1977). O Teatro Odin foi muito importante sobretudo nos anos 60 e 70, não apenas em função de seus espetáculos, mas também graças aos seminários anuais ministrados. Neles, como nas montagens, sempre ficou evidente a preocupação do grupo com o treinamento físico do ator, a improvisação e a investigação de novas formas de expressão. Em 1979, Barba cria no Odin uma Escola Internacional de Antropologia Teatral, um verdadeiro centro de intercâmbio cultural.


BARRAULT, Jean Louis (1910-1994).


Ator e diretor francês, discípulo de Dullin - em cujo Théâtre de l’Atelier trabalhou de 1931 a 1935 - e do mímico Decroux. Criou seu próprio teatro, o Grenier des Augustins (1935), teve contato com os surrealistas e colaborou com Artaud em seu Teatro da Crueldade. Nessa época, dirigiu Numancia (1937), Hamlet (1938), A fome (1939). Em 1940, casou-se com a atriz Madeleine Renaud e entrou para a Comédie Française como ator e diretor, convidado por Copeau. Interpretou e dirigiu, entre outras, as peças O Cid (1941), Fedra (1942), O sapato de cetim (1943) e Antonio e Cleópatra (1946). A partir deste ano, constituiu sua própria companhia, a Renaud-Barrault, levando à cena um extenso repertório, aí incluíndo-se autores clássicos e modernos. Em 1955, assume a direção do Théâtre de l’Odeon, que passou a se chamar Théâtre de France, onde encena basicamente autores modernos, como Ionesco, Beckett e Genet. Em maio de 68 é destituído de seu cargo pelo então ministro da Cultura, André Malraux, passando a encenar peças inicialmente num ringue de boxe, adiante na estação d’Orsay e finalmente, em 1981, no Teatro Rond Point, atualmente rebatizado de Renaud Barrault. Adepto de um “teatro total”, Barrault realizou encenações memoráveis, como Rabelais (1969), Assim falava Zarathustra (1974), As noites de Paris (1976) e Zadig (1979). Trabalhou como ator em vários filmes, dentre eles Les enfants du paradis (1944) e La nuit de varennes (1981).


BATY, Gaston (1884-1952).


Cenógrado e diretor francês. Em 1922, funda sua companhia, a La Chimère. Suas montagens mais importantes são A ópera dos três vinténs (Brecht), Dibouk (Anski) e adaptações dos romances Madame Bovary (Flaubert) e Crime e castigo (Dostoievski). Trabalhou dez anos (1937-1947) na Comédie Française, tendo deixado algumas peças (A paixão, Dulcinea) e dois estudos teóricos, sendo o principal Via da arte teatral das origens a nossos dias.


BECKETT, Samuel (1906-1989).


Novelista e autor dramático irlandês, é considerado - ao lado de Adamov, Genet,e Ionesco - um dos grandes autores do Teatro do Absurdo. Radicou-se na França em 1937. Conquistou renome mundial com Esperando Godot, que estreou em Paris em 1953, em montagem assinada por Roger Blin. Com seus diálogos de frases curtas, cheias de humor seco e breves explosões líricas, que deixam entrever o abismo em que se movem os personagens, Esperando Godot é uma das obras-chave do teatro moderno. E alguns de seus principais temas - falta de comunicação entre os indivíduos, perda de identidade, a investigação obsessiva da linguagem - também aparecem em suas obras seguintes, sendo as mais importantes Fim de jogo e Dias felizes.


BERNHARDT, Sara (1844-1923).


Atriz francesa, uma das maiores de todos os tempos, famosa por sua voz e forma temperamental de atuar, em oposição a outra diva, a igualmente notável Duse, que seguia uma linha mais espiritual. Começou na Comédie Française, arrebatando o público em papéis como o de Cordélia, em Rei Lear; a Rainha, em Ruy Blas; Andrômaca, em Fedra, entre muitos outros. Seu espírito libertário acabou entrando em conflito com o conservadorismo da Comédie e então a atriz fundou seu próprio teatro (Théâtre Sarah Bernhardt, em Paris) e viajou por todo o mundo. Entre as obras eternamente associadas a seu nome destacam-se A dama das camélias, Lorenzaccio e melodramas de Sardou - Fédora, Théodora e A Tosca.


BRECHT, Bertolt (1898-1956).


Poeta, diretor, teórico e dramaturgo alemão, foi uma das personalidades que mais influenciaram o teatro no século XX. Entre 1920 e 1923, escreve suas primeiras peças: Tambores na noite, Na selva das cidades e A vida de Eduardo II. Em 1924, vai para Berlim e trabalha como assistente de Reinhardt no Deutsches Theater. A partir desta época, suas obras se afastam progressivamente do expressionismo (já em decadência) e Brecht começa a elaborar as fórmulas do teatro épico, assim como aumenta seu interesse pelo teatro popular, sobretudo em função das atuações do cômico Karl Valentin. A partir de 1933, Brecht vive no exílio (Dinamarca, Estados Unidos, Suíça), onde escreve peças antifascistas - Os fuzis da Senhora Carrar e Terror e Miséria do III Reich - e alguns de seus textos mais significativos, como A Vida de Galileu, Mãe Coragem, A Alma Boa de Setsuan, O Senhor Puntila e Seu Criado Matti, A Resistível Ascenção de Arturo Ui e O Círculo de Giz Caucasiano. Em 1948, volta à Alemanha e assume a direção do Berliner Ensemble, pondo em prática suas idéias teóricas sobre o teatro.


BROOK, Peter (1925.)


Diretor inglês, iniciou sua carreira teatral nos anos 40. Dirigiu de forma brilhante obras de Shakespeare, com atores como Paul Scofield, Laurence Olivier e Vivien Leigh. Em 1962, é nomeado co-diretor da Royal Shakespeare Company, onde encena, entre outras, Rei Lear, Sonho de Uma Noite de Verão, Marat/Sade e Os Biombos. Em 1970, vai para Paris, onde cria o Centro Internacional de Pesquisas Teatrais, a partir de 1974 instalado no teatro Bouffes du Nord. Reunindo atores e colaboradores de várias nacionalidades, Brook encena espetáculos de investigação coletiva, como Os Iks, A Conferência dosPpássaros, Carmen, O Mahabharata e A Tempestade.


BÜCHNER, Georg (1813-1837).


Autor dramático alemão, a personalidade de maior destaque da passagem do romantismo ao realismo. Estudou medicina e teve contado com grupos revolucionários alemães. Perseguido por participar dos levantes fracassados de Hessen e por ter escrito um panfleto político - O Emissário de Hessen - teve que refugiar-se primeiro em Estrasburgo e depois em Zurique, onde morreu aos 24 anos. Em seus dramas, rompe com a tradição clássica (Goethe e Schiller) e antecipa elementos naturalistas e expressionistas, valendo-se de uma linguagem extremamente poética. Suas obras mais conhecidas são A Morte de Danton, Woyseck e a comédia Leonce e Lena.

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