quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PERSONALIDADES - F





FASSBINDER, Rainer Werner (1946-1982)


Cineasta, ator, diretor e autor teatral alemão. Estudou interpretação em Munique, onde se une, em 1967, ao grupo Ação Teatral. Com alguns membros desse grupo - Hanna Schygulla, Peer Raben, Kurt Raab - criou o grupo AntiTeatro, com o qual fez seu primeiro filme - O Amor é Mais Frio do que a Morte - e estreiou suas primeiras peças, com destaque para Sangue na Garganta do Gato, Afinal, uma mulher de negócios e As Lágrimas Amargas de Petra von Kant. Em 1974 assume a direção do Theater an Turm de Franfurt, mas teve que se demitir em função do escândalo provocado por sua peça O Lixo, a Cidade e a Morte, tachada injustamente de antisemita. Através do cinema e em colaboração com um excelente grupo de atores e técnicos, Fassbinder continuou trabalhando seus temas preferidos, como a marginalidade, as relações de exploração (de trabalho, sexual) e o passado nazista. Seu conceito de cinema e, de certo modo, também de teatro culminou com a série televisiva Berlin Alexanderplatz, baseada na novela de Alfred Döblin, concluída pouco antes de sua morte.


FERNÁN GÓMEZ, Fernando (1921)


Ator, diretor e autor espanhol. Inicia sua carreira na companhia de Jardiel Poncela. Alterna teatro e cinema, logo convertendo-se em uma das estrelas mais badaladas dos anos 40-50. Retorna ao teatro como autor e diretor em Com Direito a Fantasma (De Filippo, 1958). Foi aclamado em Meu Querido Farsante (Shaw/Kilty, 1961), uma de suas mais brilhantes interpretações ao lado de Conchita Montes; Sonata Kreutzer (Tolstói, 1962) e O Pensamento (Andreiev, 1963) marcaram o teatro espanhol nos anos 60. Atuou em dezenas de peças, dentre elas em Um Inimigo do Povo (Ibsen) e O Mal Anda Solto (Audiberti). Também escreveu alguns textos de muito sucesso, como As Bicicletas são para o Verão e Olhos de Bosque.


FEYDEAU, George (1862-1921)


Autor francês, mestre do vaudeville, escreveu mais de 60 textos, a maioria obtendo enorme sucesso no teatro de bulevar do fim do século passado. Dentre suas peças encenadas no Brasil, ao menos duas fizeram brilhante carreira: A Dama do Maxim’s e O Marido vai à Caça.


FINNEY, Albert (1936)


Ator inglês. Começou sua carreira na Birmingham Repertory Company (1956) e obteve seus primeiros êxitos no Royal Court Theatre com Billy Liar (Willis Hall, 1960) e Luther (Osborne, 1961), convertendo-se com os filmes Saturday Night, Sunday Morning (Reisz, 1960) e Tom Jones (Richardson, 1963) num dos atores emblemáticos dos anos 60. Dentre seus muitos sucessos como ator teatral destacam-se Senhorita Júlia (Strindberg, 1966), Cromwell (David Storey, 1973), Hamlet e Macbeth (Shakespeare), O Jardim das Cerejeiras (Tchecov).

FO, Dario (1926)


Ator, diretor e autor italiano. Começa nos anos 50 com monólogos cômicos e satíricos, que interpreta no rádio e logo no teatro ao lado de sua mulher, a atriz Franca Rame. Juntos escrevem e interpretam farsas populares sobre temas importantes da atualidade, o que os converte em figuras muito populares não apenas em Milão, sua cidade natal, mas também em toda a Itália. Nos anos 60, Dario Fo exibe suas próprias comédias com sua companhia, mas em 1968, “farto de ser o bufão da burguesia” - como afirmou - cria o grupo Nova Cena, com o qual atua para um público popular e proletário. Mistério Bufo (1969), um mistério medieval sobre o domínio clerical e o imperialismo cultural, lhe dá fama internacional. Mas Fo deseja ir ainda mais longe com seu teatro de denúncia e ação política. Funda, então, o grupo La Comune, que intervém em lutas operárias locais com textos circunstanciais, sempre críticos e mobilizadores. Em 1978, em função de um atentado neofascista, La Comune é substituída por uma cooperativa.


FORD, John (1586-1640)


Autor dramático inglês do teatro elisabetano em sua última fase. Começou como colaborador de Dekker e Webster. Em suas tragédias se fundem a força sombria de Webster, o romantismo de Flechter e a mecânica dos primeiros dramaturgos elisabetanos. Seus temas centrais são a frustração amorosa, o sofrimento, as paixões violentas, adúlteras e incestuosas. Uma de suas peças, Tis Pity She’s a Whore, foi encenada com sucesso por Visconti, em Paris, em 1961.


FRISCH, Max (1911-1991)


Autor dramático e novelista suíço, de língua alemã. Estudou arquitetura e trabalhou como arquiteto antes de dedicar-se por completo às letras. Influenciado formalmente por Brecht, assimila as técnicas vanguardistas do teatro dos anos 20 (Piscator), sem no entanto seguir sua temática. Seus dramas se caracterizam por uma construção aberta, distanciadora e anti-ilusionista, com preferência pela farsa, a moralidade e o grotesco (A Muralha da China, 1946, e Biedermann e os Incendiários, 1958). Frisch coloca os problemas de um ponto de vista humanista, anti-ideológico, analisando a crise espiritual de seu tempo, as contradições e ambigüidades da existência humana. Um de seus temas centrais é a identidade do homem e sua revolta contra o mundo que o aliena, presentes nas obras Dom Juan ou o Amor à Geometria (1953) e Andorra (1961). A partir dos anos 70-80, o autor se dedica sobretudo a escrever contos e novelas.


FUENTES, Carlos (1928)


Novelista e autor dramático mexicano. Um dos mais destacados representantes da nova narrativa sul-americana (A Morte de Artemio Cruz, Troca de Pele, entre outras obras). Também escreveu para o teatro, podendo ser citadas as peças O Torto é Rei - protagonizada por Maria Cazares em 1971 -, Todos os Gatos são Pardos (sobre a conquista do México) e Orquídeas à Luz da Lua, levada à cena no Centro Dramático Nacional de Madrid, em 1988.

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