terça-feira, 2 de junho de 2009

Teatro/CRÍTICA

"Meu nome é M"

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Deliciosa intimidade na UERG

Lionel Fischer


Como todos sabemos, mulheres são seres extraordinários, dentre outras razões porque impossíveis de serem compreendidas a partir de uma ótica masculina. E se tal premissa não está completamente equivocada, mais difícil ainda se torna compreender uma mulher que também é atriz e cuja vida e atividade profissional são marcadas por peças experimentais ensandecidas, telefonemas não menos bizarros trocados com o ex-marido, regressões hilariantes e lembranças de ex-amores, alguns, quem sabe, vindos de outro planeta.

Eis, em resumo, o contexto de "Meu nome é M", texto de Luciana Guerra Malta, direção de Ribamar Ribeiro e interpretação a cargo de Marília Martins. O espetáculo teve apresentação única no Teatro Noel Rosa (UERG), mas acreditamos que siga temporada em outro espaço, daí estarmos fazendo esta crítica.

Luciana Guerra Malta produziu um texto sem dúvida engraçado e crítico, mas acreditamos que poderia ser um pouco cortado, já que algumas passagens são infinitamente melhores do que outras. E a direção de Ribamar Ribeiro tem como principal mérito conseguir explorar o talento, carisma e humor de Marília Martins.

Atriz de sólida formação e grande experiência, mesmo sendo ainda bastante jovem, Marília Martins exibe ótimo trabalho corporal e não menos significativo domínio vocal, além de estabelecer com a platéia uma relação de cumplicidade que confere ao espetáculo uma atmosfera de deliciosa intimidade.

Na equipe técnica, André Vidal responde por uma cenografia simples e funcional, basicamente estruturada em torno de uma mesa, que cumpre múltiplas finalidades, sendo corretos os figurinos que também assina. A mesma correção se faz presente na iluminação de Mauro Carvalho e na trilha sonora de Leo Tucheman, cabendo ainda destacar a ótima preparação vocal feita por Patrícia Maia.



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