sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Teatro/CRÍTICA

"Um homem e três janelas"

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Senvível abordagem da memória


Lionel Fischer


"Há ainda espaço para se produzir e viver a memória"?. Esta frase, extraída do release que nos foi enviado, provavelmente constitui o principal questionamento do espetáculo. Mas a memória, como todos sabemos, é algo extremamente complexo. E talvez, com o passar do tempo, o fato relembrado seja menos importante do que a forma como o relembramos.
Seja como for, "Um homem e três janelas" investe na construção, desconstrução e reconstrução da memória de três mulheres, que procuram conferir algum sentido a fragmentos do passado, em especial do período em que eram crianças, e que teriam deixado marcas profundas que se perpetuaram.
Com texto e direção assinados por Emanuel Aragão, "Um homem e três janelas" marca a estréia da Companhia de Teatro das Inutilezas, formada pelo autor/diretor e as atrizes Armanda Holcomb, Emileine Zarp e Tuini Bitencourt. A montagem fica em cartaz no Centro Cultural Justiça Federal até 18 de fevereiro (terças e quartas, 19h) e nos dias 05, 12 e 19 de fevereiro no Espaço Cultural Sérgio Porto (19h).
Estamos diante de uma experiência interessante, não apenas por sua temática, mas sobretudo pela forma com que é materializada na cena. O diretor Emanuel Aragão cria uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico, explorando-o com humor e sensibilidade. Os mesmos predicados estão presentes na performance das jovens atrizes, que investem sem hesitação em uma forma de atuar que foge por completo aos padrões convencionais, cabendo também ressaltar o fato de que coloboraram ativamente na criação dramatúrgica. Sem dúvida, ums estréia promissora a desta recém criada companhia.
Na equipe técnica, Desirée Bastos assina criativos figurinos, sendo bastante expressiva a iluminação de Alexandre Manhães.

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